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História Pointe Shoes - Battement


Escrita por: ShininFantasy

Notas do Autor


Fala meu povo bonito, como vão? Espero que bem.
Já falei que aos poucos eu vou parando de saber o que dizer aqui, então não se preocupem no caso de silêncio total, certo? Enfim, espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 4 - Battement


Fanfic / Fanfiction Pointe Shoes - Battement

“A dança, porém, exige o ser humano inteiro, ancorado no seu centro, e que não conhece a vontade de dominar gente e coisas, e que não sente a obsessão de estar perdido no seu ego. A dança exige o homem livre e aberto, vibrando na harmonia de todas as forças. Ó homem, ó mulher aprenda dançar, senão os anjos no céu não saberão o que fazer contigo.” – Oração da dança (Oração de Santo Agostinho)

 

 

 

Sua cabeça doía e sentia que, se vacilasse, ela poderia explodir a qualquer momento. Sua boca tinha um gosto azedo e horrível, talvez por todas as vezes que tinha vomitado no banheiro. A luz branca, que refletia ainda mais naquela enfermaria que, como se fosse uma piada infame, era tão branca quanto a iluminação, fazia seus olhos arderem ainda mais ao simplesmente abri-los. Sua visão estava embaralhada e ele estava levemente zonzo, mas ainda assim conseguiu identificar uma figura sentada no outro canto da sala, que logo se assustou ao perceber que estava acordado.

— Hoseok? – a voz não lhe era estranha, e muito menos o jeito tímido que o outro se aproximou. —  Você ta bem? O que aconteceu?

— Jungkook? – tentou se levantar, mas o outro logo o impediu. — A minha aula, eu preciso…

— Se eu estou aqui pode ter certeza que sua aula já acabou.

— QUÊ? – mesmo antes de deixar a ficha cair do tanto de tempo que estava ali, ele escutou a outra voz familiar se aproximando. — Yoongi... Ele vai me matar…

— Não na minha guarda. – o mais novo sorriu, sentando-se ao seu lado. — É o seu amigo não é? Ele nem deve brigar com você, pode ter certeza.

 

 

 

Seu corpo pesou contra o sofá, fazendo com que se sentisse afundando ali. Jungkook acabou perdendo o dia de aula, mas ganhando a amizade de Yoongi, a quem ele via pela primeira vez. O mais velho ficou o caminho inteiro para casa calado, vez ou outra olhando para Hoseok, que andava com dificuldade, para ter certeza que não ficaria para trás. Não sabia se ele estava com raiva ou simplesmente preocupado, ou uma mistura dos dois. Ele vinha perguntando quase sempre se estava tudo bem, se poderia acompanhar o ritmo das aulas. Sentia-se um pouco mentiroso, mas sem qualquer tipo de culpa ao mesmo tempo.

— O que aconteceu? – a voz do mais velho estava baixa.

— Eu…

— Não adianta mentir. – sentou-se perto dos pés de Hoseok, segurando algo que parecia chá.

— Eu não sei. – desviou o olhar, somente escutando o suspirar alto do outro.

— Como não sabe? Como você desmaia no banheiro da escola e não sabe o que aconteceu?

— Não sabendo, Yoongi.

— É impossível, Hoseok. – ele deixou o chá na pequena mesa de centro. — É impossível uma pessoa simplesmente desmaiar sem um motivo concreto. O que está acontecendo? O que anda passando na sua cabeça? Pelo amor, você está todo estranho desde aquele dia que saiu mais tarde da escola. O que falaram com você? Ou fizeram?

— Yoongi…

— Não é a primeira vez que isso acontece, você está entrando nesse frenesi de novo. Passa mal, desmaia, volta e finge que nada aconteceu. Qual o problema? Por que não quer me contar?

— PORQUE EU NÃO SEI O QUE É!  – sentou-se encarando o outro, que mantinha o olhar calmo. — Eu não sei, se você não está entendendo, muito menos eu.

— Seokjin disse que ouviu alguém gritando do banheiro... – Hoseok se ajeitou no sofá, sentindo um arrepio subir pela coluna. — “Mãe” ele disse que repetia, e repetia de novo... Hobi, o que você viu que te lembrou dela?

— Eu... Eu não quero...Eu não quero lembrar. Não agora. – abraçou o mais velho. — Eu não quero lembrar dela, tá?

O abraço retribuído era quente e quase aconchegante. Como se pudesse se sentir um pouco mais em casa ali, com seu rosto enfiado no casaco do mais velho. E foi ali, segurando as próprias lágrimas, que acabou por dormir.

 

 

 

Estavam sentados na recepção da academia de ballet, esperando por Seokjin, que provavelmente estava fazendo qualquer outra coisa contanto ao local. Os olhos de Yoongi pareciam menores que o normal, a culpa era da noite mal dormida, cuidando do amigo e procurando por algum trabalho, qualquer que fosse. Ele precisava, no final das contas, fazer algo para ajudar nas contas de viver em Seul. Ele escrevia distraidamente em seu caderno, provavelmente mais uma de suas letras.

Sim, Yoongi era um letrista incrível, por mais que não achasse nada nem ninguém que pudesse aceitar o que escrevia. Talvez eles somente não entendessem o que ele queria dizer, ou simplesmente não era apelativo como todas as letras de música que existiam ultimamente. A segunda, mesmo não o deixando muito feliz, era com certeza a mais provável.

— Jin, você sabe que não pode recusar. – a distante voz masculina fez com que os amigos se olhassem, um pouco confusos.

— Ah, Namjoon... Eu não posso, não dá. Eu já disse. – Seokjin apareceu na recepção, sorrindo timidamente para os outros dois e indo para seu lugar.

— E você vai prosseguir me evitando... O que eu fiz de erra...

A voz do homem foi, aos poucos, desaparecendo. Os cabelos descoloridos dele chamavam a atenção por si, mas mesmo a sua presença forte faria com que qualquer um o percebesse. No momento que sorriu para os outros dois que estavam na recepção, qualquer impressão ruim que ele poderia ter passado sumiu por entre as duas enormes covinhas que enfeitavam suas bochechas.

— Perdão, eu não sabia que tinha mais gente aqui. – ele fez uma reverência rápida, ainda sustentando o sorriso. — Eu vou indo então, não quero te atrapalhar Jin...

— Não, calma, espera que a gente ainda precisa conversar. – o maior sorriu largo para o outro, sentado no sofá em que estavam Hoseok e Yoongi. — E vocês dois, como estão? Principalmente você, Hoseok. Está melhor?

— Bem melhor! Mas acho melhor não vou fazer a aula hoje... Eu vim só pegar as coisas que eu deixei aqui ontem e ele disse que queria falar com você…

A conversa dos três parecia distante para o outro, que estava sentado de maneira confortável. Ele tentava se distrair com qualquer coisa dali, para não se meter nos assuntos que não lhe condiziam. Sem perceber, estava olhando o caderno que o outro havia deixado ali, concentrado na letra bonita e no que estava escrito em si. Nunca havia se sentido tão encantado com algo escrito por qualquer pessoa que não fosse ele, mas aquela linha de pensamento era incrível.

 

 

 

Hoseok subiu apressado, tinha quase certeza que havia esquecido alguma coisa na sala. Não conseguia encontrar seus sapatos de aquecimento por nada desse mundo, então provavelmente teria deixado por ali. Seu coração pareceu acelerar quando escutou, de longe, a música clássica. Ele tentou ser o mais silencioso o possível, não queria atrapalhar quem quer que estivesse ali. Talvez fosse a professora, que sempre chegava bem mais cedo que a maioria dos alunos. Mas percebeu seu engano quando ouviu a voz familiar lhe atingir como uma flecha.

— Eu não consigo fazer essas piruetas de jeito nenhum. – Taehyung resmungou, deitado no chão. — Não sei como você faz isso e ainda parece que não está fazendo nenhum esforço…

— Simplesmente porque não estou fazendo nenhum esforço. – a outra voz era baixa, e se espantou ao perceber que, talvez, aquela era a primeira vez que ouvia a voz de Jimin. — Você não deveria fazer muito esforço, é pior.

— É só difícil. Você faz parecer muito fácil. Eu acho que não vou conseguir. – Jimin se aproximou do outro lentamente, jogando-se no chão ao lado de amigo.

— Você consegue sim, é bom nisso. Eu sei que consegue. – o mais novo riu, como se aquilo fosse uma piada velha. — Não ria, você é capaz de fazer qualquer coisa.

— Obrigado, Jimin...  Nessas horas que eu tenho certeza que você não é um iceberg humano. – o outro sentou-se, olhando feio para o amigo.

— Eu não digo nada... – por mais que parecesse que os dois estavam brincando, o semblante sério não parecia sair nunca do rosto de Jimin. — E eu estou curioso sobre uma coisa...

— O que seria?

— Por que não veio essa semana? – Taehyung sentou-se, mexendo no cabelo. Ele parecia tentar arranjar uma desculpa qualquer. — Como foi naquele jantar? E por que eu tenho a impressão que tem uma ligação entre ambos?

— Não aconteceu nada demais…

— Conta logo.

Hoseok decidiu sair dali logo, algo parecia gritar para ele se afastar logo. De alguma maneira pressentiu que no momento que Jimin ficasse sabendo, algo aconteceria. Ele tinha conseguido descer exatamente um andar quando escutou os gritos do outro. Aquilo era amedrontador, fazia com que sentisse cada centímetro de seu corpo se arrepiar. Sua voz parecia um rugido alto e sombrio. Esperou ali e viu o garoto descer como uma bala, com os punhos cerrados. Sua expressão estava carregada de todo e qualquer sentimento de ódio.

Antes de conseguir descer, acabou trombando com Taehyung que estava pálido, como um fantasma. O pegou pelo pulso e seguiu o outro escada a baixo, sentindo o seu corpo tremer juntamente com o do mais novo, que mais parecia cambalear que andar. Hoseok observou o relógio em seu pulso, vendo que aquele era exatamente o horário dos outros alunos chegarem e mesmo antes de conseguir raciocinar os gritos de Seokjin, pedindo para que o outro parasse, fez com os dois disparassem.

 

 

 

A visão ali não era das mais bonitas. Um dos garotos que Hoseok lembrava vividamente de ter provocado Taehyung agora estava encostado contra a parede da secretaria, uma faixa de sangue descia por seu nariz e outra começava a se formar do canto machucado de seus lábios. Na sua frente estava Jimin, que agora tinha o punho sendo segurado por Seokjin.

— JIMIN, PARA! – a voz de Taehyung fez com que o outro voltasse seu olhar para os dois, que estavam parados no batente da porta. — Eu não pedi por isso.

— Mas ele pediu. – ambos recuaram no momento que falou. Ele era assustador.

— Por favor, para. – a voz de Hoseok saiu trêmula, assim como ele. — Escuta o Taehyung, não vale a pena.

— Vamos, Jimin. – a voz de Seokjin era baixa, porém agora ela passava tranquilidade. — Você não é assim, não precisa fazer isso. Vamos se acalmar, certo?

Jimin soltou-se de Seokjin e apertou o outro uma vez mais contra a parede, antes de soltá-lo. Aquilo soava como um aviso, como se todo e cada demônio que vivia dentro dele estivesse dizendo para que ele tentasse uma vez mais testar sua paciência. E foi quando finalmente Jimin saiu e foi em direção ao vestiário, deixando para trás aquela sensação péssima e, o idiota metido a valente, choramingando no chão.


Notas Finais


E quem estava pronto pra começar a conhecer o Jimin de verdade põe o dedo aqui, senão vai fechar //corre
Enfim, como eu disse no último capítulo, ali começava um pouco da real dessa fanfic, e espero que gostem bastante do que está por vir e não assassinem a autora (acho que já falei isso, mas preciso ficar sempre relembrando :v)
Espero que tenham gostado do capítulo e os vejo no próximo~
Beijineos de luz :3


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