História Poison ( GOT7 ) - 01

Is

Me movo sentindo desconforto, queria voltar a dormir mas parecia que nunca havia sentido tão incomodada nessa cama. Me sento e me assusto ao ver-me em um local onde não tinha nada haver com meu quarto, ou qualquer outro cômodo de minha casa.

- Finalmente. – ouço uma voz masculina, mas não era de longe reconhecível. Me levanto daquele chão podre, e olho para o garoto. Mas logo me vejo amedrontada por notar onde estava… Era uma espécie de porão sujo, escuro, estranho e totalmente desconhecido.

- Quem é você? – falo sem olhá-lo. Estava entrando em pânico a cada minuto por estar aqui, mas transparecia a confiança que eu não tinha.

- Qual seu nome? – o garoto de jaqueta preta pergunta desconfiado.

- Não me responda com outra pergunta!

- Não venha me de ordens, você acabou de acordar. – ele revira os olhos.

- Isso só pode ser brincadeira. – falo brava ao ver meu tornozelo preso por uma corrente. – Não tem graça. – brigo olhando para o garoto.

- Concordo, você é realmente sem graça. – ele brinca.

- Como pode brincar em uma hora dessa?!

- Ah, então você notou que não é uma brincadeira?! Palmas para a patricinha metida! – ele ri. – Porém, zero para você e um para a prisão.

- Prisão?! Você sabe quem e- paro de falar ao ouvir o som da porta no alto da escada abrir.

Dois homens entram, eles eram enormes… Um deles era mais moreno e tinha uma cicatriz no rosto, provavelmente de faca. O outro era branco e bem forte. Ambos se aproximam do garoto e lhe dão um soco, eles se entre olham e dão outro com mais força.

Estava com medo, mas com certeza não demonstraria isso. Permanecia sério e quieta… Seja lá o que esse garoto tenha feito, ele merecia, mas o que eu tenho haver com isso?!

O garoto de jaqueta preta revida e dá um soco em um dos homens, mas logo desajeita  a postura por sentir dores dos socos que havia levado anteriormente.

- Você pediu por isso. – o mais moreno fala e lhe da um soco no rosto. O som que isso fez me deixava aterrorizada.

Outro dos dois homens da outro soco em seu rosto e empurra o garoto, o deixando caio no chão. Eles se viram e me encaram, e eu em vez de dar um passo para trás, permaneço parada a encara-los.

- Vinhemos só resolver com ele. – o homem mais branco diz. Eles tinham um sotaque estranho… - Por enquanto, nada com você.

- Siwon… - o homem com a cicatriz me encara, sua intenção era me assustar por se aproximar mais de mim, mas a minha intenção era não parecer nada assustada. – Vai demorar para você lembrar de tudo, por isso quero que saiba que está aqui porque alguém esta aqui porque alguém te odeia… Muito. – ele da ênfase na palavra de intensidade e agora infelizmente eu fiquei meio balançada. Mal conseguia engolir minha própria saliva.

(…)

Quanto mais eu pensava menos eu lembrava… Meu vestido social me fazia acreditar que tinha saído para um reunião, mas o decote que havia nele me faz repensar que talvez houvesse sido um encontro com Youngjae.

Viro meu rosto e observo o garoto ainda caído no chão. Será que morto?... Sou uma policial, e policiais matam bandidos, mas já que estou a dividir essa cela com ele, sei que isso não é la a coisa mais inteligente a se fazer.

O som da porta abrindo me desperta de meus pensamentos confusos quando a esse suposto criminoso.

- Bom dia. – uma voz mais jovial fala. – Sobrevivam. – fala e logo a porta se fecha antes que eu tenha a chance de ver quem era ou o que havia do outro lado. Vejo um prato no alto das escadas, subo e o pego.

- Arg… - digo vendo aquela comida ruim, talvez até vencida. Mas minha barriga roncava, então teria comer, nem sei quanta horas fazem que estou aqui.

Penso em comer tudo sozinha. Mas…

O que custa ajudar ninguém a morrer? Não que eu me importo com ele, esse garoto aparentemente é tão presunçoso e ignorante quanto eu em meus piores dias, ou seja, diariamente.

Me aproximo com o prato e coloco perto de minhas pernas. Viro meu rosto e observo o garoto de cabelos escuros e rosto levemente inchado, seus olhos eram pequenos e ele tinha um sinal abaixo das sobrancelhas. Era inegável que ele era bonito até dormindo, se bem que nem prestei muita atenção com ele acordado, era muito irritável quando falava.

Pego um pedaço de comida, mastigo e quando volto a virar o rosto me surpreendo com uma visão totalmente diferente. O garoto que antes estava adormecido já estava sentado, seu tronco próximo do meu, tanto que seu peito quase tocava meu ombro esquerdo. Seu bafo me incomodava, mas não tanto quanto seu piercing torto levemente manchado de sangue dos seus lábios.

Ergo minha mão para ajeitar, mas ele me impede segurando meu punho. Desvio o olhar de seu lábio e observo ele segurar meu punho, ele também estava ali com os olhos duros em sua mão que tocava meu braço. Esse momento era tão tenso, eu não sei o que estava acontecendo e nem porque estava tentando fazer o que estava fazendo.

Ele me impediria ou concederia minha ajuda nada racional?

O garoto abre seus dedos lentamente, me deixando assim voltar a aproximar minha mão de seu rosto.

- Au… - ele reclama assim que meus dedos tocam seu piercing. Encaro seus pequenos olhos rapidamente mas logo volto a atenção a seu lábio inchado.

- Vai inflamar, vou tirar. - falo e deserrosco o piercing lentamente e com certo cuidado.

Segurava seu lábio enquanto puxava lentamente o piercing. Cada movimento era tão tenso que era como se estivéssemos em uma sala de cirurgia.

Depois de terminar de fazer isso eu observo seu lábio, que estranhamente agora me lembravam algo familiar…

- A patricinha não tem nojo. – o garoto ironiza e eu encaro seus olhos. Me afasto vendo seu rosto e por algum motivo já sentia tanta empatia por ele. – Meu nome é Jb.

- Is. – falo e me afasto dele.

- Entre Siwon e Is, não sei qual o mais estupido.

- A sua voz. – falo e sorrio cinicamente. – Ela é estupido até quando você geme de dor.

- Viu o que fizeram comigo? – ele sorri e pega um dos pães velhos. – Saiba que sou adorado em comparação a você.

Jb fala me deixando curiosa, mas apenas resolvo ignorar, ele queria me colocar medo e sem dúvidas não era confiável nenhuma palavra que saia de sua boca. Apesar de ele parecer tão confiante quanto eu... Por isso achava que estava blefando, bons mentirosos reconhecem outro de longe.

- Já lembrou porque está aqui?

- Você me viu chegar?! – me interesso e o olho. Estava aflita mas exteriormente me mantinha como Shin Siwon faria.

- Te deitaram, e depois prenderam seu tornozelo. – ele diz e eu me aborreço.

- Só isso?! O que custa me ajudar?! – rosno.

- Custa sua ajuda. – Jb fala me encarando.

- Minha ajuda?!

- Sim. – ele fala enquanto come. – Não quer sair? Ser livre. – Jb fala e eu rio. Era uma risada desesperadora que não conseguia controlar.

Ser livre era sem dúvidas o que eu mais queria. Pena que o que é mais requisitado é mais difícil de se agarrar.

- Louca. – ele fala e eu o olho aborrecida. 

- Vai dizer que você esta aqui e agora que eu cheguei vai conseguir sair?

- Olha. – ele diz bufando. – Não gosto de gente como você, e aparentemente você não gosta de gente como eu. Mas…

- Mas?

- Olhe ao redor. – ele fiz vendo aquela prisão escura e imunda, e depois me encara com um olhar um tanto… Arg, ele me incomoda. - Sozinhos juntos.

Lonely together