Sira
Jb dirigia rapidamente aquelas ruas estranhas, enquanto eu prestava atenção e tentava me localizar.
Que tipo de língua era aquela que estava nas lojas?!
- Pega! – ele põe a arma na minha mão logo após fazer uma curva estreita. – Presta atenção se alguém está nos seguindo. – Jb diz ofegante enquanto dá outra marcha.
- O QUÊ?! – falo nervosa mas faço o que pediu. Observo se nos seguiam mas aparentemente ninguém fazia isso. – Para onde estamos indo?! E que cidade é essa?! Como você fugiu?! ME RESPONDE! – grito e JB me olha com os olhos baixos. – ABRE OS OLHOS! – brigo com ele e dou um tapa em seu rosto, o que o deixa mal humorado e volta a olhar para a estrada.
Ele dirigia e eu via que saiamos da cidade. Estávamos indo para uma especia de sítio? Havia plantação ali perto. Jb repentinamente sai da estrada e estaciona o carro quase que batendo na árvore.
- VOCÊ ESTÁ LOUCO?! QUASE BATEU O CARRO! E NEM É SEU! – falo irritada enquanto travava a arma. Olho para Jb e ele ajeita o acento quase se deitando e passa as mãos pelo rosto.
- Estou mal, minha cabeça… - Jb reclama com voz fraca. – Eu cai com muita força.
- Deixa eu ver. – falo e assim que toco sua testa, ele bate em minha mão. – Estou tentado te ajudar a não morrer seu idiota!
- Deveria ter você mesmo se machucado quando caímos então!
- Você que me agarrou e escolheu assim!
- Você não parava de fazer perguntas, eu tinha que agir!
- Eu estava agindo!!! – brigo e logo depois saio de dentro do carro batendo a porta com certa força.
Me escoro ali e respiro fundo. Precisava me acalmar…
Olho para o céu e noto que estava amanhecendo.
(…)
Depois de muito pensar em minhas perguntas e não achar nenhuma resposta, eu sabia que precisava do Jb. Sendo assim caminho de volta ao carro e o encontro dormindo.
- Ah voc… - Desisto de falar quando noto que ele esta tão calmo. Esses dias dentro da prisão Jb só havia dormido quando tinha apanhado, o resto dos dias ou horas ele sempre estava acordado, principalmente enquanto eu dormia. Nem se quer entendo como conseguia dormir sabendo que ele estava ali… - Tudo bem, descanse. – penso alto.
Tranco as portas do carro e me certifico que estamos “seguros”. Ajeito a cadeira para me sentir mais confortável e fico na altura de Jb. Seus lábios estavam fechados, e sua bochecha levemente vermelha, ele já havia se metido em briga… Eis a questão de como foi ela. Isso realmente importa agora, Sira?!
Sorrio lembrando desse nome que ele havia dado sem nenhuma explicação.
Apesar de toda a confusão era bom porque ocupava muito minha mente, tanto que eu nem tinha tempo para pensar em mim.
Jb
Abro meus olhos e vejo a Sira acordada ao me olhar, ela arregala os olhos e eu rio de sua expressão.
- Finalmente. – ela disse. Foi para lembrar a primeira vez que ela me viu ou apenas falou sem notar?
- Precisamos sair daqui… - falo sonolento e com uma certa dor na cabeça. Desgraçados, me bateram com muita força!
- Para onde?
- Que horas são? – pergunto vendo o campo claro. Saio do carro e observo tentando me localizar.
- Estava amanhecendo quando você começou a dormir.
- Eu não dormi, apenas descansei. – explico e depois me viro para olhá-la. – Acha que não vi você me olhando?
- Eu?! Eu estava vendo se sua cabeça ainda sangrava. – ela responde dando de ombros e fechando a cara. Sorrio fraco e passo a mão em minha cabeça e vejo que o pouco sangue já nem estava mais fresco.
- Hoje tem tourada. – observo a cidade de longe. - Então não vamos para a cidade.
- Tourada? – Sira pergunta confusa. – Isso não tem aqui em Seul.
- Em Seul não, mas na Espanha tem bastante. – explico descontraído e me escoro na árvore.
- Espanha? – Sira pergunta séria e depois que vê minha cara de despreocupação, ela vira de costas e ri nervosa. – Me trouxeram da Coreia do Sul até a Espanha e eu não acordei?!... Eu não acredito.
- Bem, agora você sabe. – falo. – Talvez tenha algo dentro do carro… - penso alto.
Caminho e entro dentro do carro e revisto o local para ver se achava alguma chave de hotel. Vou para o cadeira que Sira estava sentada antes, e suas costas através do vidro transparente do carro atrai minha atenção. Observo suas costas nuas por conta do vestido, e vejo o sinal que ela tinha…
Ah, Sira...
Ela se afasta do carro e caminha fitando o chão, estava preocupada. Desvio o olhar e continuo procurando.
- Achei! – digo pegando a chave. – Sira! – a chamo e ela me olha.
- O quê?...
- Ficou cega? – falo mostrando a chave óbvia entre meus dedos. – Entra no carro.
- Como você sabe para onde vamos, Jb?! – Sira fala apreensiva entrando no carro.
- Eu não sei. Mas tenho ideia de quais hotéis um homem como aquele estaria morando.- me refiro ao antigo dono do carro.
- E se for uma casa?!
- Melhor ainda. - digo e começo a dirigir.
Depois de uns quinze minutos eu reconheço de onde aquele chaveiro era. Entramos pelos fundos daquele hotel, e graças a eu conhecer algumas pessoas nós conseguimos entrar sem nos verem, afinal eu estava em péssimas condições, e Sira estava um tanto que podre.
Abro a porta do apartamento e vejo um monte de coisas velhas, uma TV ligada e até uma pizza no sofá. Encaro a Sira, que fazia cara de nojo, me fazendo rir da patricinha mimada.
- Que lugar é esse?... Como alguém mora nisso? – ela parecia falar com ela mesmo. Eu passo direto e procuro um banheiro, e logo acho-o dentro do quarto.
Depois de fazer o que precisava eu saio e vejo a Sira tirando todos os lençóis de cima da cama.
- Eu não vou deitar em cima desses lençóis sujos e provavelmente cheio de… Arg. – Sira fala aborrecida.
- Ok. – dou de ombros e tiro minha jaqueta e depois me aproximo do guarda roupa.
- Espanhóis falam espanhol né?...
- Genial, Sira. – ironizo enquanto procurava algo limpo para usar.
- Eu não acredito que estou na Espanha. São quantas horas de viagem daqui para Seul?!
- Você não queria fugir? – a confundo enquanto levo as roupas para o banheiro mais uma toalha limpa.
- Fugir da prisão, quem sabe outra cidade mas… Outro país?! Eu não sei falar espanhol, Jb! Porque você não me disse que estávamos em outro país?!
- Ahn… - falo tirando minha camisa. – Sei lá. – digo e sorrio. Depois do tecido preto passar pelos meus olhos eu vejo Sira com os olhos duros em mim, olho para baixo e noto o que ela tanto olhava... Além de sem camisa, o zíper e botão de minha calça estavam abertos.
- Fecha essa porta! – Sira diz cruzando os braços e virando de costas. Reviro os olhos, termino de tirar minhas roupas e fecho a porta.
Enquanto a água caia sobre mim eu tinha flashbacks da fuga. Aconteceu tudo tão rápido... E ela atira tão bem! Wow…
Sira é rápida, ágil e trabalha bem sobre pressão. Estava impressionado, com isso e com outras coisas também…
Meus planos haviam mudado mais uma vez, estar com ela fazia-me querer mudar constantemente meus pensamentos.
(...)
Depois dela tomar seu banho, a mesma sai do banheiro vestindo uma camisa escura, me fazendo ter a curiosidade se havia algo de baixo...
Porra, para de pensar essas coisas!
- Afasta. – ela diz se deitando na cama.
- Vai dormir? – pergunto indiferente, enquanto lhe dou espaço na cama.
- Descansar. – mais uma vez ela fala me dando a impressão de usar minhas palavras contra mim. – Mas não me importo se você esta aqui ou não.
- Bom, porque eu não dormiria no chão. Quem divide um sela, divide uma cama.
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