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História Mestres Pokémon - Acidente Quase Fatal


Escrita por: RainbowChris

Capítulo 2 - Acidente Quase Fatal


Fanfic / Fanfiction Mestres Pokémon - Acidente Quase Fatal

 CAPÍTULO 2

Acidente Quase Fatal Parte 1

Por incrível que pareça consegui dormir esta noite. O dia de ontem foi realmente o mais louco da minha vida. Presenciei a Equipe Aqua invadindo uma cidade, a minha cidade;

2- Descobri que meu melhor amigo tem ciúmes de mim com meu maior ídolo.

3- Tive minha primeira briga com Ezra.

4- Descobri que meu padastro tinha casos com strippers pelas costas da minha mãe.

5- Descobri também que o maior cassino da região escraviza seus funcionários.

6- Salvei 2 vidas

7- Explodi a parede de um cassino

Eu sei que é loucura mas fazer o que? Tudo se desencadeou e nada estava no meu controle! Se eu não tivesse saído para procurar meu pai nada disso teria acontecido, mas também aquelas duas ainda estariam presas lá.

Cansei de ficar pensando de olho fechado deitada na cama, me levantei, coloquei minha roupa, fiz carinho nos meus pokémon e quando olhei para as outras 2 camas as garotas tinham sumido, o que achei muito estranho. Voltei eles para as poké balls e desci para procura-las. Felizmente elas estavam na frente do pokémon center do lado de fora. Quando saí elas olharam pra mim assustadas, como se estivessem falando de mim, talvez mal...

- Oi Courtney! Como você está? - disse Spencer percebendo minha desconfiança.

- Eu estou bem obrigada.

- Vamos sair? Estou com fome.

- OK, para onde?

- Tem comida lá dentro. - Interrompeu Hanna.

- Está bem, vamos logo! - Disse indo para o refeitório do Centro Pokémon.

Lá dentro elas cochichavam bem na minha minha frente para a minha infelicidade não conseguia ouvi-las. Merda!

Estava cansada de ser ignorada por elas, que só estavam vivas graças a mim por sinal. Então resolvi intervir no papo-mega-interessante-sobre-sei-la-o-que:

- De onde vocês são?

- De Kalos. - Elas disseram em uníssono.

OK... Nem um pouco estranho.

- Ah, tá! É que vocês tem um sotaque muito carregado, então fiquei imaginando de onde vocês eram. Onde fica Kalos?

- Onde ficava a França. E nós temos esse sotaque pois em Kalos falamos apenas francês e não chinês como vocês de Hoenn. Ainda bem que o inglês permaneceu. - Disse Spencer com um pouco de arrogância na voz.

Foi aí que me lembrei da aula de geografia que tive na minha escola em Rustboro City.

Nosso professor, Alex, disse que em 2015 houve a terceira guerra mundial e que por algum motivo mudaram o nome de todos os países do mundo depois dessa guerra, por incrível que pareça adotaram os nomes das regiões de um anime muito famoso na época chamado Pokémon (que estava na temporada XY se não me engano), acabaram mudando. Hoenn por exemplo era o China antes da guerra e Kalos a França. Uns dez anos depois depois por causa de toda a radioatividade que pairava nos solos, águas e na atmosfera algumas novas espécies de animais começaram a surgir e algumas delas se pareciam com Pokémon e algumas até tinham poderes, depois de muitos anos de pesquisa (aproximadamente 300) a pokédex atingiu 700 pokémon e a descoberta de um novo elemento (fada) quase nos levou a quarta guerra mundial, mas felizmente isso não aconteceu. Mas os idiomas prevaleceram apesar de tudo.

Mas espera aí, porque eu estava fingindo interesse no conhecimento dessa garota se afinal eu também sabia do que ela estava falando? Cansada de ser ignorada, me levantei e disse:

- Eu vou embora! Estou cansada e preciso voltar para casa. Tchau!

Dito isso me levantei e fui em direção a porta. Quando saí, Hanna (a garota dos cabelos castanhos), me alcançou e me puxou pelo ombro me fazendo virar para ela, dizendo:

-Ei, calma! - Essa voz estridente dela estava começando a me irritar - Não precisa ficar brava, por favor acredita em mim. A Spencer é um pouco arrogante e louca esmo...

- Então você devia leva-la ao hospício. -Disse a Hanna com um tom surpreendentemente calmo. - Não sou obrigada a aturar esse tipo de coisa. Principalmente de quem em mal conheço! Eu salvo a vida dela e é assim que ela retribui? Mande-a ao inferno!

-Por favor... - Disse Hanna com pesar - Desculpa, eu não queria nossa despedida fosse assim! Me perdoa... Ela é grossa assim mesmo. Ela é assim com todo mundo, até com os pais...

Percebi.

-Aí querida é questão de educação e não de personalidade!

- É...

Só tive tempo de dizer:

- Está bem, está bem... Mas eu realmente preciso ir, eu fugi de casa e preciso voltar.

-É por isso que você estava no cassino? Por que estava fugindo?

- Essa é uma questão um pouco pessoal... E também não é da sua conta.

Ela olhou para mim parecendo extremamente ofendida, percebi isso na forma como ela ficou sem graça.

-Desculpe, isso não tem nada a ver com você. É só a minha vida que está meio louca desde ontem. Não tenho o direito de te tratar assim, de descontar minha raiva em você por mais que esteja estressada. Foi mal está bem?

-Você e tão melhor que a Spencer, deixa eu ir com você até a sua casa?

Merda. Eu e a minha boca grande!

- Não, desculpe. A minha mãe ficaria um pouco... Digamos... Contrariada. Digo, se eu levar uma desconhecida dela até lá sem um aviso prévio.

- Está bem então, mas pelo menos me da seu número? Achei você legal e tipo assim, você salvou a minha vida.

-Está bem.

Depois de passar meu número para ela só tive tempo de ver Spencer vindo atrás de nós. Saindo do pokémon center usando jeans skinny, um par de botas estilo cowboy e blusa azul claro com estampa xadrez. Para qual rancho está indo vaqueira? Ridícula.

- Tchau Hanna.

- Tchau.

Me virei e logo comecei a andar rumo a minha casa, sem a carona de Ezra seria demorada a minha volta para casa. Enquanto andava pela rota 110 perto de Nova Mauville um grupo de capangas da Equipe Aqua me viu e começou a me perseguir. Pensei em tirar meus Minun e Plusle para acabar logo com aquilo e os fazerem me deixar em paz mas preferi correr a perder meu tempo com aqueles simples subordinados. Grande erro, pois Shelly e Matt estavam bem a frente, bastou correr uns 30 metros até eles me verem e logo começarem a me dizer:

- Quem é essa? - Disse Matt.

- Eu não faço a menor ideia, mas se está fugindo dos nossos é porque tem alguma coisa errada. - Respondeu Shelly.

- Eu tenho a impressão de que conheço ela de algum lugar. - Disse Matt.

Shelly levantou de leve as sobrancelhas e arregalou os olhos. Não precisavam dizer mais nada, tinham me reconhecido. Merda.

- Não é impressão nenhuma Matt. É aquela piralha que foi cercada por aqueles Minun e Plusle nessa rota mesmo, a uns anos atrás.

- Quantos anos? - Questionou Matt.

- Não interessa! Vamos acabar com ela! Saiam daqui agora! - Berrou Shelly para os capangas.

Meu Arceus das galáxias! Aquela mulher é a Giratina em forma de gente! Mas antes mesmo que eu pensasse em passar na frente dos capangas e fugir, a louca da Shelly começou a gritar:

- Vai Carvanha!

- Vai Poochyena!

Ninguém merece essa gritaria, por isso já tratei logo de mandar meus pokémon para a batalha e acabar logo com esse circo de horrores miserável.

- Vai Minun, vai Plusle!

Quando a batalha começou achei que já estava ganha pois meus pokémon possuem níveis muito mais altos do que os deles mas foi aí que meu mundo começou a cair.

- Minun, use o Choque do Trovão!

Beleza, o Carvanha desviou e o raio caiu na grama e não surgiu efeito nenhum. Até aí tudo bem.

- Carvanha, use o Mordida!

Meu Minun foi abocanhando pela barriga pelo Carvanha de Shelly no ar, do meu angulo parecia um cachorro segurando uma tábua de madeira, mas enquanto eu pensava em uma forma de liberta-lo do Carvanha, percebi o Poochyena de Matt entrando em ação:

- Poochyena use o Pulso Sombrio!

O Carvanha de Shelly soltou meu Minun no ar e o arremessou para cima com a boca, logo após isso vi meu queridinho ser atingido por um raio preto arroxeado com alguns aros nas mesmas cores (preto e roxo) e cair de cara no chão enquanto o Carvanha avançava a toda velocidade contra Plusle, mas eu não soube se era um Investida surpreendentemente forte ou um Cabeçada muito bem planejada pois só tive tempo de olhar para Minun e constatar que ele estava fora de combate. Enquanto Plusle tentava se levantar com todas as suas forças ela também foi vítima do letal Pulso Sombrio de Poochyena e também estava fora de combate. Imediatamente recolhi meus pokémon de volta para suas respectivas pokébolas e avistei Shelly e Matt correndo em minha direção, mas, o poder de Arceus veio em meu socorro pois logo em seguida um vulto azul escuro jogou Shelly e Matt para bem longe de mim e esse vulto foi ficando prateado até que parou e eu percebi que era um Skarmory, mas logo me dei conta de que só uma pessoa teria um Skarmory tão forte e corajoso assim. E de repente vi meu herói, meu ídolo, cair nas costas de Skarmory. Era Steven Stone, o campeão da liga pokémon de Hoenn!

- Afastem-se aquas!

- Cale a boca Steven, quem você pensa que é? - Disse Shelly.

- O campeão da liga pokémon!

- Grande coisa, se não fosse por você eu...

- Se não fosse eu o que?! - Gritou Steven - O que você ia fazer? Nojenta! Como você é deplorável se rebaixar a aquele nível por algo tão...

- Não se atreva a terminar essa frase Steven! Você não sabe de nada! Eu pelo menos tive motivos concretos para...

- Ah, é mesmo? Quais? Pois eu não vi nada além de egoísmo seu e dele!

- Lógico, como poderia ver alguma coisa naquele estado? Seu demente!

- Cale a boca AGORA!

Enquanto o bate-boca corria solto por entre Shelly e Steven eu resolvi correr para me salvar da Equipe Aqua, caso encontrasse os capangas novamente era só pular na água e nadar até a praia de slateport novamente. Afinal não seria nenhum sacrifício pois já havia nadado distancias muito maiores. Mas não consegui fazer nada disso a tempo porque Matt me agarrou por trás como se estivesse efetuando uma prisão, mas felizmente consegui acertar um chute no meio das pernas dele. Ele caiu se joelhos no chão e urrou:

- CAPTUREM-NA! CAPTUEM-NA E A MANDEM AO QUINTO DOS INFERNOS!!!!

Ai, ai, ai, eu só faço burrice mesmo. Onde já se viu atacar um dos administradores de uma das equipes mais fortes de Hoenn fisicamente? Quando uma frota de ccapangas (muito maior do que a última inclusive, devia ter no mínimo uns 10 agora) me alcançou, Steven apareceu pra me salvar com seu Skarmory, pena que pra isso o pássaro prateado tinha que acertar uma das patas bem no meu nariz me me jogar de costas na água. Mas pelo menos estou salva. Enquanto Steven lutava ao lado de seus seis Pokémon para acabar com todos, ele me dirigiu uma breve fala:

- Se esconda em Nova Mauville. Vai!

Mas que coisa louca. Essas palavras estavam invadindo meus pensamentos sem meu consentimento. Enquanto a voz de Steven ecoava em minha cabeça consegui ver o Metagross dele parado perto de Matt, brilhando na cor roxa e percebi que o Steven devia estarem mandando uma mensagem pra mim através dos poderes psíquicos do Metagross! Se bem que já havia ouvido algo sobre isso em algum lugar. Decidi acatar as ordens de Steven e nadei até Nova Mauville.

Era algo como uma caverna, só que era quadrada. E ao fundo tinha uma porta cinza claro enorme com uma fechadura do mesmo tamanho do que a de uma porta normal. Já que aquilo era a única coisa ali que não estava suja de barro me recostei nela e deslizei ate o chão. Logo depois percebi um líquido descendo minha testa e achei que fosse água então deixei escorrer e acabei adormecendo. Quando acordei Steven estava de pé a minha frente com uma cara que era um misto de preocupação e desespero que não compreendia então de repente ele se abaixou ao meu lado e começou a me dizer:

- Meu Arceus Alison me desculpe. Schei que você estava inteiramente bem mas agora que percebi o seu estado... Ai não! Você precisa de um médico urgentemente. Agora!

- Que?

- Veja você mesma.

Ele tirou um espelho da minha bolsa e o colocou na minha frente e foi quando eu vi algo que me despertou completamente. Meu rosto estava todo ensanguentado! Eu parecia aquele cara daquele filme de ação, o Caveira Vermelha! Steven de imediato soltou seu Skarmory e me carregou em seus braços até que me colocou na sua frente nas costas na ave e disse:

- Para Mauville agora Skarmory!

Espera aí, Mauville? Norman! Se ele me visse faria um escândalo daqueles que o faria arrancar o resto de cabelo que o resta. Mas estava muito grogue para protestar e enquanto curtia a leve brisa que me batia no rosto e admirava o céu estrelado durante o vôo de Skarmory consegui juntar forcas suficientes para dizer:

- Mauville não, Fallarbor.

- O que? -Questionou Steven se inclinando para frente para olhar para meu rosto.

- Mauville não, Fallarbor. Por favor...

Não precisei dizer mais nada.

- Tome rumo a Fallarbor, Skar!

Foi tudo que ouvi antes de desmaiar.

Acordei com um cheiro de queimado me subindo pelas narinas e foi que me lembrei de que havia pedido a Steven para que me leva-se para a cidade de Fallarbor. Este cheiro com certeza era da lava e das cinzas que saiam do Monte Chaminé, vulcão que ficava perto de Lavaridge, e que constantemente entrava em erupção. Mas tinha muita fumaça, muitas lascas, muito tudo.

Steven fez Skarmory levantar vôo pra sair da nuvem de fumaça em que estávamos. Olhando de cima ela estava tão escura que era praticamente preta. Steven ligou o celular e colocou no noticiário local e a apresentadora estava com a voz elevada, provavelmente temendo pela vida da amiga repórter que estava no pé do vulcão. Mas assim que o sinal caiu e steven guardou o celular no bolso uma rocha gigante e coberta de lava veio em direção a nós acertou em cheio a barriga de Skar e incendiou de imediato todo seu corpo e lançando labaredas em mim e em Steven. Mas o terror começou mesmo quando o Pokémon começou a cair em altíssima velocidade, em direção a nuvem preta. Quando estávamos dentro dela Steven começou a tossir mas não estava disposto a me deixar morrer naquele calor infernal e nem a perder o controle da situação. Mas por mais incrível que pareça Skarmory começou a derreter, e algumas gotas de metal quente vieram em nossa direção e uma delas pegou em meu rosto (mais especificamente do lado direito do olho direito mas ainda bem que nao caiu dentro do olho) mas não grudou de imediato. Com o vento ela se espalhou pelo lado direito do meu rosto, por pouco não chegou aos meus cabelos mas pelo menos para isso esse vento serviu: endurecer o metal. Skarmory se contorcia, endurecia, derretia, gritava... Tudo ao mesmo tempo! Parece que ele também adotou a personalidade do parceiro: Nunca perder o controle, jamais. Mas tudo sempre pode piorar. As rochas em chamas continuavam a voar em nossa direção e a atingir Skarmory mas nesse momento teve uma em especial, uma que atingiu o pescoço dele, uma que fez ele começar a cair em queda livre.

- Steven!

Ele tinha "desmaiado" e estava apoiado em minhas costas, babando, chorando e expelindo catarro pelo nariz. Eca. Nunca imaginei ver meu ídolo desse jeito. Deplorável, vulnerável, fraco... Sei lá. Enquanto Skarmory ia em direção ao chão e nós a morte Steven me disse:

- Quero que saiba... Que a Equipe Magma... Eles... Flare...

Não deu tempo dele dizer o resto pois o Skarmory atingiu o chão e criou uma explosão que centenciou a nossa morte.


Acidente Quase Fatal Parte 2

Quando retomei a consciência estava num quarto de hospital. Era bem simples, todo branco, retangular (para variar) e com um ventilador de teto. Tinha duas camas ocupadas ao lado da minha. Um pouco mais velhas do que eu a aparência entragava. Eu as conhecia de algum lugar, disso eu tinha certeza. Mas como minha visão estava embaçada não deu pra ver. Eu não estava muito bem da cabeça.

Espera aí, eu estava viva! Eu tinha de estar viva para poder enxergar não é?

- Está tudo bem senhorita?

Tinha um médico no meu quarto! E eu nem tinha reparado.

- Fique calma, Steven está bem.

Ai meu Arceus, Steven! Bom, pelo menos ele estava bem, segundo o médico. Ele continuava me olhando. Era muito bonito. Pele bronzeada, cabelo preto em um topete bem arrumado, olhos verdes, alto, forte, usava uma calça e uma blusa branca. E também um jaleco branco, basicamente uma roupa tradicional de médico.

- Senhorita?

- Sim, estou bem. Posso ve-lo?

- Não. Ainda não. A senhorita está muito debilitada para sequer ficar de pé. Afinal não é todo dia que uma garota sobrevive a uma explosão de tal magnitude.

- Tal magnitude? Como assim?

- Já falei demais. Preciso ir agora. Adeus.

- Espera!

Ele já tinha ido embora e me deixado falando sozinha.

¤ Uma semana depois ¤

Agora estava no quarto de Steven, apoiada na cama dele. Depois de uma semana intensa de tratamentos finalmente aquele médico gato me deu permissão para andar livremente pelo hospital sem ficar me seguindo o tempo todo como um Manectric da polícia.

- Como você está Steven?

- Bem, obrigado. Que bom que veio me visitar. Achei que tivesse me abandonado aqui.

- Eu nunca faria isso! Como pôde pensar isso de mim?

- Eu sei lá. Não te vi durante sete dias.

- Eu também não podia andar! Meu corpo também sofreu traumas, tanto quanto o seu se quer saber! Eu estava em tratamento.

- Fale baixo, por favor. - Ele me advertiu. - Mas eu também não sabia que você estava sofrendo com as sequelas desse acidente. Pensei que tivesse pulado do Skar antes da explosão e tivesse saído ilesa ou algo do tipo. Cheguei a pensar até que você estivesse morta.

- Nossa.

- Pois é. E você aí gritando comigo como se eu tivesse culpa do seu... Do nosso acidente.

- Desculpa. Eu vou para o meu quarto.

Dito isso me virei de costas e andei até a porta. Mas ele continuou a falar quando pus a mão na maçaneta.

- Ei, espera. Volta aqui.

- Não quero mais ficar aqui, desculpe. As vezes não penso no que falo ou faço e acabo magoando as pessoas. Não precisa mais ficar perdendo seu tempo comigo.

- Não é perda de tempo ficar perto de uma garota tão maravilhosa como você.

Quase me sensibilisei com as suas palavras, mas isso não me impediu de sair.

¤ Uma semana depois ¤

Agora depois de mais uma semana de espera finalmente chegou o dia de buscar Steven no hospital. Me lembro exatamente do dia em que fui liberada. Foi exatamente dois dias depois de sair correndo do quarto de Steven. O médico gato (Brant) veio até meu quarto e me disse:

- Seus exames estão ótimos, seus reflexos excelentes e você já consegue andar e até correr! Não sei como você se recuperou tão rápido mas devo lhe dar parabéns pois nós do hospital decidimos lhe dar alta!

Nossa, que felicidade! Fiquei tão animada que até dei um beijo no rosto dele. Nunca senti tanta vergonha na minha vida. Onde já se viu beijar um médico, ainda mais no local e horário de trabalho. Mas ele não pareceu constrangido, pelo contrário, me deu até um cartão com o número dele. Ai meu Arceus, e agora? E se ele estivesse afim de mim? Bom pelo menos agora eu tinha algum bom contato além dos da minha família.

Foi legal ficar esses dias na casa do avô de Ezra. Pois ele é acolhedor, compreensivo, super boa gente. Contei a ele sobre minha briga com Ezra e ele me deu uns bons conselhos. Ele me aconselhou a me desculpar com Ezra e pedir a ele para reatarmos a nossa amizade, deixar o passado para trás e seguir em frente. Cheguei ao hospital ainda meio nostálgica por causa das lembranças dos acontecimentos recentes. Mas um belo par de olhos verdes me fez voltar a prestar atenção por onde eu andava.

- Oi! Calma aí. Você está bem?

- Sim, por que a pergunta?

- Porque você estava aí andando com um olhar perdido para o nada e quase deixou eu te atropelar?

- Ah sim, sim, claro! Desculpe.

Eu ficava toda boba com ele por perto. Que vergonha!

- Está tudo bem. Com certeza você devia estar pensando no Steven.

Motivos para um cara ser um belo de um estranho número um: Ele sempre sabe o que você está pensando. Número dois: Sempre que menciona o nome de um cara que está com você ele fica triste. Será que vai ter um terceiro?

- Você gosta dele?

- Que?! Claro que não! Pelo amor de Arceus! A única que quero de Steven além da amizade dele é conselhos para me tornar uma boa treinadora pokémon. Eu hein! A ultima coisa que quero é virar uma trouxa desorientada!

- Calminha aí, garota. Nós estamos no hospital não na casa da mãe Joana. Você não pode sair gritando assim!

- Desculpe. De novo.

- Está tudo bem. Mas não precisa do Steven para se tornar uma boa treinadora. E eu?

- E você o que?

- Sou aprendiz de uma líder de ginásio. Posso te ajuda se quiser.

- Qual é o líder em questão, posso saber?

- O líder não, "A líder". Você deve conhece-la. Ela se chama Flannery.

Ele não precisou dizer mais nada. Ele era aprendiz da Flannery! Minha lider de ginásio favorita! Acho que também sou capaz de me apaixonar por ele!

- Você é...

- Shhhh! Ninguém aqui sabe nem precisa saber. -Susurrou Brant.- Fale baixo.

- Ok.

- O Steven está te chamando. Vai.

- Tudo bem. Mas antes...

Não me contive, tive de beija-lo. E melhor de tudo é que ele retribuiu o beijo! E o beijo dele era bom. Muito bom! Quando paramos de nos beijar olhamos profundamente nos olhos um do outro e advinha só, nos beijamos novamente. Abri os olhos durante o beijo e tive uma surpresa tão deliciosa quanto o próprio. Ele beijava de olhos fechados!

- Vamos lá, preciso ve-lo.

- Tudo bem.

Agora ele não ficava triste quando eu falava do Steven não. Por que será hein? Não faço ideia.

Quando chegamos na porta do quarto de Steven já fui logo entrando como se fosse a dona dele. Mas antes de ele perceber a minha presença voltei para fora e fechei a porta atrás de mim. Como eu iria me dirigir à ele depois da nossa "briga"? Não podia chegar lá e simplesmente dizer "olá" como se nada tivesse acontecido.

- Que bom que você não me odeia.

Mas Steven apareceu atrás de mim antes que eu pudesse dar início a uma nova seção de beijos com Brant.

- Steven?! - Dissemos eu e Brant em uníssono. - Já acordou?

- Não bobos, estou dormindo ainda.

Grosseiro do...

- Nossa Steven, calma!

- Onde está o Skar? Falem!

- Calma Steven. - Disse Brant. - Vamos explicar tudo.

-Vamos quem?

- Ai Alison desculpa, mas não tive tempo de te contar.

- Contar o que? - Dissemos eu e Steven em uníssono. - Do que você esta falando?

Essa última parte foi só minha.

- Vamos até meu consultório. Me sigam.

Andamos até o consultório dele por uns dois minutos sobre uma pressão inacreditável. Eu praticamente podia senti-la sobre meus ombros.

Quando chegamos lá Brant abriu a porta para nós e nos deixou entrar primeiro. Um ato de cavalheirismo devo dizer. Coisa que Steven não foi nos últimos dias. Aproveitei esse momento e dei uma olhadinha básica pelo consultório e pelo menos de primeira me parecia normal. Era quadrado, branco, tinha uma maca em um dos cantos, e a direita da porta havia a mesa dele. Nela havia um computador de última geração e nada mais. Atrás dela uma cadeira com revestimento de couro e na frente duas cadeiras simples e só isso.

- Sentem-se.

- Você não manda em mim. -Disse Steven.

- Steven. - Disse num tom misto de cautela e ameaça. - Senta. Pelo amor de Arceus não me faça passar vergonha.

Dito isso Steven simplesmente olhou para o chão de modo pensativo e alguns segundos depois se sentou ao meu lado na outra cadeira.

Mandei um olhar cúmplice a Brant depois disso e ele o retribuiu. Brant era mesmo o cara certo para mim. Nem sei como pude gostar de Steven enquanto havia um homem maravilhoso desse a minha espera. O destino deve estar apontando pra mim agora e gritando "Pegadinha do malandro!". Só pode ser.

Depois de se sentar ele veio a nos dizer:

- Preciso que fiquem calmos. Isso é muito grave. Pelo menos acho que ninguém está acostumado a receber esse tipo de notícia.

- Fala logo!

- Steven! - Dissemos eu e Brant em uníssono e logo após ele prosseguiu. - Cara, pelo amor de Arceus, fica calmo.

- Você é meu médico, não venha me chamar de cara!

- Ei, - Disse tentando acalma-lo. - Por favor..

- Cala a boca você também!

- Como é que é moço? Repete o que você falou agora!

- Você ouviu.

- Mas repete! Me da um motivo para partir a sua cara! Anda!

- Cala a boca, nojenta!

Steven não tinha o direito de falar comigo assim. Muito menos me tratar daquele jeito. Ainda por cima na frente do meu ficante. Ele não podia sair ileso disso. E ele não saiu. Mal deu tempo de ele perceber mas assim que ele repetiu aquelas palavras voei no pescoço dele sem pensar duas vezes. Caímos no chão fazendo o maior barulho. Eu estava em cima de Steven com as mãos em seu pescoço e ele embaixo de mim tentando se livrar das minhas mãos. Steven me empurrou pelo Tórax em mais uma de suas falhas tentativas de se livrar de mim, mas tudo que conseguiu foi levar um tapa no lado direito de sua face a fazendo virar para o outro lado e vice-versa. Depois tentou me empurrar pelos ombros, depois pela barriga, tentou me acertar joelhadas... Nada funcionou, eu era imbatível quando enfurecida. Tinha uma explosão muscular maravilhosa. Só paramois brigar quando Brant disse:

- Gente, por favor! Skarmory está morto e vocês estão aí brigando como Pokémon ao invés de fazer algo que preste como por exemplo organizar o funeral dele! Deixem de ser idiotas!

Ao ouvir essas palavras senti meu corpo congelar e de repente não consegui pensar em nada e nem mexer meu corpo. A única coisa que senti foi a joelhada de Steven acertando em cheio as linhas costelas e meu corpo rolar até minha testa bater numa das paredes do consultório.

- O que você disse? - Falou Steven. - Co-como é que é? Skar está... Está...

- Foi exatamente o que você ouviu. Sim, Skarmory está morto. Mor-to.

- Mas...

- Durante a queda ele começou a derreter. E durante a queda ele também envolveu vocês dois como uma espécie de papel para presentes. Ele virou uma grande bola de metal solidificada embrulhando-lhes para que não morressem. É isso. Ah, e antes que me esqueça, em uma mulher um homem não bate nem com uma rosa. Pense duas vezes antes de acertar uma joelhada em uma garota. Principalmente se o namorado dessa garota estiver no mesmo ambiente.

Depois de Brant dizer essas palavras para Steven, Brant andou até mim e me colocou de pé. Mas acho que Steven não viu o resto da cena pois quando fiquei de pé vi a porta escancarada.

Me virei para Brant e disse:

- Podemos conversar sobre isso depois?

- Está sangrando.

Sentia o sangue escorrendo testa abaixo mas prossegui.

- Podemos conversar sobre isso depois?

- Ainda está sangrando.

- Vou entender isso como um sim.

Virei a cara e andei em direção a porta mas depois de andar dois passos cambaleei para o lado e quase caí dando de cara na parede. Por sorte Brant (meu herói fixo daqui em diante pelo o que me parece) me segurou, mas antes de ele começar a dizer alguma já fui falando:

- Eu estou bem, eu estou bem.

Depois de sair praticamente correndo da consultório comecei a andar de um lado para o outro dentro de hospital para ver se encontrava Steven mas minha busca não deu nenhum resultado positivo. Percorri toda a extensão do hospital e até entrei em locais de um hospital que jamais imaginei que entraria (estou falando do banheiro masculino) mas depois disso resolvi procurar em volta do hospital. Adivinha só. Nada. Pelo amor de Arceus, agora eu valorizava ainda mais os detetives, nunca imaginei que procurar alguém pudesse ser tão cansativo. Depois procurei por toda a cidade. Nada também. Como minha última cartada resolvi procurar na floresta. E advinha só, não achei (peguei vocês! Na verdade achei sim!).

Ele estava sentado na grama chorando com as mãos os cobrindo os olhos, com a pernas abertas e com a cabeça entre elas. Me sentei ao lado dele mas só quando comecei a falar ele pareceu perceber minha presença.

- Steven.

Ele olhou para mim com uma expressão incrédula como se não acreditasse no que estava vendo. Vai ver ele não estava acreditando mesmo. Afinal não é todo dia que a garota que te dá uma porrada dentro de um consultório médico no mesmo dia vem te consolar quando você perde um ente querido.

- O que...

- Nunca perdi uma pessoa que amo. Nem nenhuma coisa também. Mas consigo imaginar seu sofrimento. Não suportaria se minha mãe morresse por exemplo. Nem se perdesse um dos meus pokémon. Minun e Plusle estão comigo a minha vida toda praticamente. Desde quando eu tinha três anos. Eu escutei uma conversa secreta da Equipe Aqua e eles me perceberam atrás de uma árvore e me pegaram. - Era muito difícil dar continuidade com tantas memórias invadindo minha mente e cobiçando-me a ir a outro mundo. - Mas meus futuros pequenos heróis chegaram para me salvar. Foi tão lindo. Eles tomando aquela...

- O que isso tem a ver com Skar?

- Estou tentando te destrair para que se sinta melhor. Posso?

- Ah.

- Continuando, disse que achei lindo a atitude deles de enfrentar seis pessoas dez vezes maiores do que eles para salvar uma linda, fofa, humilde e futuramente ingrata garota.

- Nossa, poe humilde nisso. - Disse Steven ironizando e olhando para o nada e em seguda se dando conta do final da frase e se virando para mim. - Espera aí... Que?

- Calma, eu vou explicar.

- Então explica.

- Tá. Depois disso eu voltei para casa e eles não desgrudaram mais de mim.

- E...

- E o que?

- A parte da ingratidão.

- Ah tá! É que eu fiquei o tempo todo tentando me livrar deles.

- VOCÊ O QUE?!

- Calma, que amooor de Arceus, garoto. Calma.

- Você tentou se livrar de um pokémon? Como...

- Se isso ajuda foram dois...

Pela cara que ele fez isso não ajudou nem um pouco. Pelo contrario só piorou ainda mais a situação para o meu lado.

- Anda logo.

- Tá. Mas não foi me livrar desse jeito que você está pensando. Eu simplesmente pedi, algumas vezes implorei, para eles irem embora. Porque o meu padastro era muito malvado. Muito malvado mesmo. Vivia bebendo e jogando naquele maldito cassino de Mauville, você deve conhecer. Eu só fiquei com medo de ele se irritar com o barulho que eles faziam ou sei lá e tentar algo contra eles. Dar chumbo no meio da comida, tentar expulsa-los a força... Eu não raciocinei direito só queria protege-los do mal dele...

Na parte em que comecei a falar do raciocínio minha voz começou a embargar e meus olhos a lacrimejar, provavelmente minha cara devia estar toda vermelha.

- Qual é o nome dele?

- No... No... Norman...

- Norman? O líder de ginásio?

- Uhum.

- Meu Arceus! Como um cara desses pôde se tornar líder de ginásio? Como eu pude nomear um cara desses líder de ginásio? Eu...

- Ai.

- O que? Porque você está chorando?

- Porque está tudo dando errado!

- Como assim tudo errado?

- O Norman bebendo... Traindo minha mãe... Ezra... Você... Skarmory... O bicho que salvou minha vida morreu!

- Por que você brigou com Ezra?

- Ahn?

- Bati altos papos com meus pokémon no hospital. Metagross me disse que você brigou com um tal de Ezra. Por que?

- Por causa disso.

Logo após dizer isso dei um beijo de cinema na boca dele e saí correndo.


Notas Finais


Aguardem o próximo capítulo!


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