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História Pokémon School (Interativa) - Lutador


Escrita por: Vinny_MH

Capítulo 8 - Lutador


Leyla P.o.v.











- … Aí eu perguntei pra ele quando era o meu aniversário e ele errou feio! Somente nesse momento eu tive certeza de que minhas suspeitas estavam certas. O Zack estava transformado o dia inteiro fingindo ser você, mãe. - digo pasma, como se o ocorrido tivesse sido agora a pouco, não há uma semana atrás - Quase que ele conseguiu tirar cinquenta reais de mim. 

Mãe: Nossa, que amizades… diferentes. - disse do outro lado da linha.

- Vai admitir que está arrependida de ter me mandado pra cá? - questionei, colocando o celular no viva voz para que pudéssemos conversar enquanto eu organizava meu guarda-roupa com as roupas limpas que vieram da lavanderia da escola - Eu te avisei que era uma péssima ideia eu mudar de escola… eu não avisei? 

Mãe: Não. - respondeu.

- Não sobre estar arrependida ou sobre eu ter avisado?

Mãe: Os dois. Você tem umas amizades estranhas, dentre elas um delinquente e uma garota extremamente agressiva. Por Arceus, que bom que você está em um quarto diferente do dela. - diz com certo alívio em sua voz.

- Aham. Pois é. - concordou com a mentira que tinha dito para a mãe quando contou um pouco sobre a Mega Lopunny e seu temperamento explosivo.

Mãe: Ainda acho que você vai ter momentos memoráveis nesse lugar. Bons e ruins.

- Hm. Muda a ordem para "ruins e bons", mais ruins do que bons. - bufei impaciente desistindo de dobrar aquelas roupas todas.

Mãe: Me trás uma segurança saber que, mesmo diante dos problemas que você tanto se preocupa, pode sempre encontrar conforto ao lado alguém da família por perto. - diz com satisfação.

- Meio difícil eu sentir muito conforto só conversando com vocês pelo celular e algumas visitas nos finais de semana. - me joguei na cama, pegando o celular e passando a mexer nele durante a conversa.

Mãe: E o seu primo, Andrik?

- O que tem ele?

Mãe: Conversa com ele, qualquer coisa.

- Mas nem tenho mais o número de celular dele desde o funeral dos pais dele a anos atrás. - respondi recordando da trágica situação, fazendo bastante tempo desde que conversei com ele pela última vez.

Mãe: Então pede pra ele, ue.

- Pelo amor de Arceus, mãe, como eu faço se não tenho o NUMERO dele, caralho?!

Mãe: FALA COM ELE PESSOALMENTE, SUA JUMENTA! ELE ESTUDA AI!

Deixo meu queixo cair de surpresa, me sentando na cama rapidamente. Apesar do xingamento da minha mãe ser algo raro e surpreendente, não era o que deixava minha mente em uma lentidão eterna para processar a informação obtida.

- Estuda? - deixei escapar, ainda pensativa.

Mãe: Sim, filha! Faz alguns aninhos já. Não sei exatamente desde quando. Por sinal, a irmã mais velha dele, sua prima Ágata, foi quem me deu apoio para conseguir sua vaga aí, Leyla. - explicou, calmamente.

- Estranho, me lembro vagamente que ele descreveu a escola dele como um lugar imenso, cheio de delinquentes, pessoas estranhas, excêntricas e que às vezes parece mais um hospício do que uma esc… - parei de falar, tendo uma epifania - AAAAAAAAAATAAA…… Tenho que ir, mãe.

Desliguei depois de meia dúzia de "eu te amo" dela e de meu pai no fundo. Como sempre, um homem de poucas palavras (ou pouco protagonismo). Disquei o nome do contato do Brukno e liguei para ele, demorando alguns segundos para ele atender.

Brukno: Alô.

- Brukno, você conhece alguém chamado Andrik? - perguntei, logo que ele respondeu.

Brukno: Er… oi, Leyla, tudo bem?

- Oi. - revirei os olhos, não recebendo resposta - Estou bem. E você?

Brukno: Estou ótimo, obrigado por perguntar. Você disse Andrik?

- Sim, ele é meu primo, um Frogadier com a mesma idade que a nossa. - expliquei apressada, como se a ligação fosse cair a qualquer momento.

Brukno: Leyla, eu sou Presidente do Grêmio Estudantil, mas não sei necessariamente o nome de todos os alunos. - disse, sendo quase atrapalhado pelos sons de fundo do clube, gritando de volta para que diminuíssem o barulho.

- Ele é especial. Não tem como não ficar na cabeça que os pais nomearam o filho de "Andrik" ou invés de "André" ou "Andrew" que é bem melhor! 

Brukno: Disse isso pra mim, o Lucario que tem um "K" no meio do nome "Bruno". - diz com ironia em seu tom de voz.

Corei de vergonha por não perceber tal detalhe, ouvindo uma risada anasalada do outro. Dado alguns segundos, ele respondeu:

Brukno: Olha, eu não tenho certeza, mas me lembro vagamente de um Frogadier que eu confundia o nome com André uma vez que fui inspecionar o Clube de Luta mês passado. Não lembro se era do mesmo ano que nós e caso seja deve ser de uma sala diferente.

- Onde fica esse clube? - perguntei, me levantando apressada e saindo do quarto, trancando-o atrás de mim.

Brukno: No Prédio Principal, mas acho que hoje estão na quadra do time de basquete. Pode dar uma olhada lá primeiro. - sugeriu.

- Obrigada, Andrik.

Brukno: De nada. - diz paciente - Ah, Leyla.

- O que?

Brukno: Você é uma péssima prima.

Após jogar o fato inegável na minha cara, eu desligo a chamada. Talvez possa pensar sobre minhas atitudes mais tarde, depois que confirmar onde está meu primo.

Sai do quarto usando as mesmas roupas que estava, consistindo em uma camisa branca com uma estampa pouco chamativa para dentro de uma calça moletom rosa — uma roupa caseira, mas que não me importo de usar para sair rapidinho sem demora do quarto.

Quando cheguei no exterior do ginásio vermelho, logo de cara percebi o aglomerado de gente se formando aos poucos ali. Tive que passar por alguns desses grandes e pequenos alunos para chegar no interior do ginásio, no meio da quadra de basquete estava sendo montado pelos próprios alunos, sob supervisão do professor Haxorus, um ringue não muito grande e bem semelhante àqueles de boxe.

Na parte de dentro tinha menos gente conforme eu ia adentrando a quadra, já que o volume de alunos é maior na entrada e na arquibancada. Aproveitei então para procurar Andrik com os olhos, tentando procurar o azulado em meio aos Pokémon altos e fortes que às vezes me tiravam a atenção. Por esse descuido que acidentalmente esbarrei em alguém enquanto andava perdidamente ali.

Reformulando minha frase: eu praticamente tropecei no individual por questão da diferença de tamanho entre nós dois. Resultando assim na minha queda no chão e derrubando ele também. Que mico do caralho.

???: Olha por onde anda! - gritou irritado, enquanto eu me sentava 

- Desculpa. - peço constrangida, me sentando no chão.

Olhei em sua direção, ficando cara a cara com um Pikachu com uma cara de poucos amigos, mas ele já estava em pé, diferente de mim. Engraçado que mesmo eu sentada consigo ficar na sua altura em pé e aqueles olhinhos cor de chocolate mesmo irritados eram tão fofos, aquelas bochechas… o rabinho em forma de raio…

Pikachu: Err… cê tá me encarando estranho, porra? - perguntou franzindo a testa.

Eu não respondo, portando uma postura serena enquanto me aproximava dele o suficiente para minhas patas alcançarem suas bochechas. Antes dele expressar qualquer reação ao meu toque, começo a apertar. Um sorriso meigo brincar em meus lábios conforme apertava aquele rostinho macios, ainda demorando a processar que estava fazendo isso. Era tão fofinho aquelas bochechas de Pikachu.

Pikachu: Que merda é essa, garota?! - exclamou colocando as patas em cima das minhas tentando tirá-las, mas não sendo fácil.

- Ah, que Pikachu mais lindin, dá até vontade de morde! Coxinha maix fofinhaaaaa! - elogiei com a voz açucarada, mesmo o outro parecendo se irritar 

Pikachu: Fofinha? Fofinha?! - disse irritado, conseguindo empurrar minhas patas para longe de suas bochechas - Ah, mas é hoje que eu gasto o meu réu primário, caralho!

Apesar de sua postura claramente hostil, não consegui sentir real agressividade vindo dele, então me mantive amorosa e tranquila. Na verdade, isso era ainda mais fofo, porque ele chorou um pouco quando viu que eu sorria mesmo diante das palavras dele.

O observo melhor e reparo em sua camisa regata branca, bermuda vermelha e faixas nas patas, me dando suspeitas de algo, mas não parecendo algo real. Então, antes que eu pergunte sobre o que ele fazia ali, o mesmo teve sua atenção roubada de uma direção oposta de onde estávamos — mais especificamente da direção do ringue, onde um nome era chamado dali.

???: Rakyo! O que você tá fazendo…? - ouvi a voz parar de falar.

Acompanhei o olhar do menor e meus olhos encontraram o olhar arregalado do Frogadier. Ali estava o meu bendito primo, parado em cima do ringue com cara de tacho me encarando e a primeira coisa que faço ao vê-lo é esboçar um sorriso enorme.

Pikachu: Essa aqui tropeçou em mim e ainda está agredindo minhas bochec—

- ANDRIK! - exclamei surpresa.

Andrik: Leyla?! - o outro enfim expressou em palavras algo em meio a surpresa, pulando do ringue habilmente e vindo até mim, então eu o abracei e ele me gira por alguns segundos, enquanto riamos.

- Ai, que saudades de você. - falei, me afastando um pouco ainda no abraço.

Andrik: Eu só não digo o mesmo porque eu te vi em todo canto dessa escola, mas você não me notou.

- Sério? Quando? - perguntei, vendo-o pensar.

Andrik: Te vi entrando na sua sala atrasada no primeiro dia, sendo stalkeada, sendo ameaçada, fugindo com um Lycanroc, conversando com o Presidente do Grêmio… - se afastou para contar nos dedos conforme ia dizendo, rindo da cara de tacho que devo estar fazendo agora.

- Por que não me chamou? 

Andrik: Chamei muitas vezes. Acho que você estava muito estressada antes para me notar só agora. - brincou risonho.

- Pois é. - digo, ocultando a parte de que foi minha mãe quem me disse isso ainda, comigo não tenho mérito nenhum em reparar o que estava na minha frente - Desculpa.

Andrik: Tudo bem. - ri, colocando as mãos no bolso da calça bermuda - A gente tem tanto que conversar, precisamos por o papo em dia.

- Uhum. E por onde você andou? Não te vejo desde dos 10 anos.

Andrik: Estive treinando muito nos últimos anos. Escalei montanhas frias, me mantive rígido durante uma rajada de vento, corri quilômetros de distância por horas sem descanso e—

- Você perdeu meu numero do WhatsApp. - deduzi.

Andrik: Tipo isso.

O Pikachu que Andrik chamou de Rakyo pigarro, dando as costas pra nós.

Rakyo: Bem, eu já vou indo então--

Andrik: Você volta aqui. - disse puxando ele pela cauda e o sustentando no ar - Agora que sei que ela é minha prima, agora você tem que pedir mil vezes mais desculpas.

Rakyo: Que?!

- Espera, Andrik. Na verdade eu tenho que me desculpar. - digo, tirando o Pikachu do Andrik e o coloquei no chão - Desculpa por esbarrei em você e por ter sido tão invasiva apertando suas bochechas, juro que não quero criar inimizades com ninguém.

Andrik: E aquela Minccino que te odeia?

- Quem?

Andrik: Esquece.

Rakyo: Tudo bem, tá perdoada. - disse dando de ombro, abrindo um sorriso em seguida - Prazer em conhecê-la prima do Andrik, meu nome é Rakyo Aldera.

Andrik: Ele é meu melhor amigo. - acrescentou por cima da apresentação, sorrindo imensamente enquanto o menor parecia sem graça.

- É um prazer. - assenti educadamente.

Uns rapazes quase esbarraram em mim enquanto carregavam algumas coisas pra perto do ringue, atiçando minha curiosidade novamente.

- Então, vocês fazem parte disso tudo? Vão lutar ou algo assim?

Andrik: Ah, sim. São apenas lutas amistosas entre os membros do Clube de Luta. Às vezes fazemos isso, mas são poucos os membros que participam ou são escolhidos. - explicou sorrindo ansioso, não parando de pular.

- Mas tinha mesmo que ser aqui e não no clube de vocês?

Rakyo: Isso é tipo um marketing do nosso clube para os alunos novos. - explicou de forma bem resumida e sincera, mas esboçando um sorriso orgulhoso - E também é um treino para o Torneio de Luta Regional que acontece todo ano. Todos estão animados treinando para isso.

Andrik: E dessa vez eu vou conseguir participar! - afirma com um imenso sorriso estampado no rosto.

Era tão bom vê-lo daquele jeito. Ainda era o mesmo garoto confiante que me lembro e essa animação combinava muito mais com ele do que sua personalidade fechada da época do luto dele. Foi péssimo vê-lo daquele jeito e não poder ajudá-lo, ainda deixei que o tempo tirasse nosso contato que era quase de irmãos. Brukno estava mais que certo — apesar de ter dito de brincadeira, eu realmente me sentia uma péssima prima.

- Andrik, você precisa de ajuda em alguma coisa? Eu estou aqui. - digo sem pensar demais, nem sabendo o porque falei.

Ele pareceu confuso com o que eu disse e quando ia dizer algo foi interrompido pelo professor, avisando para se preparar que iria começar a luta com ele primeiro. Ele apenas olhou pra mim e me surpreendeu com um beijo na bochecha, então se afastando.

Andrik: Me ajude torcendo por mim, prima! - disse pulando para o ringue.

Rakyo me guiou até um lugar próximo do ringue com uma visão privilegiada, diferente dos demais assistindo das arquibancadas. Fico um pouco nervosa com a ideia de ver meu primo apanhando ali na frente de tanta gente, mas tento me acalmar. Se estava tão confiante, deve ser alguém seguro de suas próprias habilidades.

Eu estava certa. Ele era incrível! Ele lutou contra três membros com o dobro do tamanho dele e os derrotou com certa facilidade. Andrik não era nem mais forte e nem maior que seus adversários, mas compensava tudo em sua velocidade e habilidade, misturando de forma harmônica o karatê e o judô — Rakyo me explicou a diferença entre ambos, que para mim parecia tudo a mesma coisa.

Não era somente eu animada com suas vitórias, como também os alunos nas arquibancadas assistindo eufóricos. Seria presunçoso, mas se ele quisesse inaugurar um fã clube dele mesmo ali agora e chamasse o pessoal para participar eles iriam na mesma hora.

- Você foi incrível! - elogiei assim que ele se sentou ao meu lado para tirar uma pausa enquanto outras lutas rolavam.

Andrik: Obrigado. Acho que estou inspirado hoje. - diz sorrindo, bebendo uma garrafa de água - Mas ainda quero enfrentar o mais forte.

- Como assim?

Rakyo: Andrik planeja ver também nessas lutas quem é o mais forte do clube para ter uma concorrente à altura. - explicou durante a conversa, ignorando o sorriso bobo/animado do melhor amigo.

Andrik: Isso é uma recompensa e tanto, vou ter a chance de enfrentar o mais forte. - murmurava animado como uma criança.

- Parece que só você se beneficia com isso tudo. - ri anasalada, vendo-o tentar discordar, mas desistiu.

Uma comoção na entrada chamou nossa atenção quando os alunos que se aglomeravam lá para assistir a luta abriam caminho para alguém passar. Como uma general implacável e imponente, Skylet entrou no ginásio, causando calafrios naqueles que temem sua fama. Ela por outro lado, parecia não ligar para seus olhares e murmúrios de medo, apenas passando por eles a caminho do ringue.

- Oi, Sky. - a chamei pelo apelido assim que a mesma estava mais próxima.

Skylet: Argh…. Que porra você tá fazendo aqui, Parker? - perguntou com a mesma impaciência de sempre, retirando um dos fones de ouvido que só agora vi ela usando conectado ao celular em sua pata direita - E não me chame assim!

- Vim assistir a luta.

Rakyo: Você a conhece?

- Somos colegas de quarto.

Skylet: Não diga em voz alta, não é algo que eu me orgulhe. - falou, cruzando os braços.

- Todos sabem disso… - suspirei - Skylet, esses são Rakyo e—

Skylet: Eu sei quem são. - deu de ombro, desviando o olhar pensativa - Eu acho…

Rakyo: Ela também é do Clube de Luta, só que aparece pouco e sempre que aparece quase ninguém luta com ela. É muito forte. - comentou.

Olhei para Andrik e notei que ele não tirava os olhos dela, e parecia ansioso. Suas pernas e suas mãos estavam inquietas, como se estivesse muito nervoso naquele momento. No entanto, um sorriso ainda se mantinha ali presente como se a hostilidade de Skylet o animasse..... Beeeeem preocupante.

Skylet: Certo, minha vez. - disse ao bocejar enquanto subia no ringue no meio de uma luta entre dois Machoke, se posicionando entre os dois ignorando os protestos do professor - Quando vocês quiserem. - diz colocando o fone de ouvido de volta e guardando o celular no bolso da calça.

Os dois Machoke, apesar de estarem receosos, entraram no jogo e foram para cima de Skylet trabalhando em conjunto pois só assim iriam ganhar dela. Pelo menos, era o que pensavam. Foram derrotados facilmente: um nocauteado e outro jogado para fora do ringue, tudo em questão de poucos minutos.

Não terminou por aí, pois depois disso Skylet lutou com outros membros do clube que perdiam um a um, uns mais fáceis que outros. Nenhum membro ficou de fora. Todos não recuaram e aceitaram enfrentá-la, não querendo desistir na frente de tantos alunos. Seria uma vergonha serem vistos como "arregões" e preferiam se machucar a fugir. Era questão de orgulho e talvez seja pressentimento meu, mas acho que Skylet sabia e se aproveitava disso. 

Depois de mais de uma hora, Skylet derrotou o total de dez daqueles grandalhões com facilidade, deixando escapar um ou dois bocejos a cada vitória. Conhecendo do jeito que já conheço ela, suspeitei que ela já esteja com vontade de voltar para o quarto e dormir o resto do dia como sempre faz.

Rakyo e eu pulamos do nosso banco quando Skylet lançou para fora do ringue seu 11° adversário derrotado. Ele caiu onde nós estávamos antes sentados, gemendo de dor.

- Você tá bem? - perguntei pro pobre Blaziken, com força apenas para fazer um joinha para mim em resposta.

Skylet: Alguém mais? - perguntou olhando para os lados.

Andrik: EU SEREI SEU OPONENTE! - gritou subindo no ringue em apenas um salto.

- Espera, Andrik! - exclamei preocupada, me aproximando mais para falar com ele.

Rakyo: Tem certeza, cara? - o Pikachu fez o mesmo, parecendo mais tranquilo do que eu.

Andrik: Claro. Ela é incrível! Vai ser uma boa forma de testar minha força. - explicou sorrindo confiante e essa confiança toda já está começando a me irritar.

- Andrik, por favor, não faça isso. - quase supliquei, segurando seu braço.

Andrik: Leyla, se eu ganhar dela vai ser uma prova definitiva de que sou o mais forte do clube inteiro! - disse animado, segurando minhas patas com as duas mãos - Relaxa, vai ficar tudo bem. Além disso, eu sei que ela é sua amiga, então não vou machucá-la muito, só atordoá-la. - riu, se afastando.

- Eu tô mais preocupada é com você.... - murmurei, já rezando para Arceus que ele fique bem.

Andrik: Skylet Arnold, meu nome é Andrik Grey Parker. Eu sempre ouvi falar sobre você ser a garota mais forte do clube e posso ver que é verdade. - disse com valentia, apontando para os honrosos colegas de clube - Porém eu quero tentar pegar pra mim esse título te derrotando. - disse sorrindo animado.

- Espera, ele quer ser a garota mais forte do clube? - perguntei pra Rakyo, confusa.

Andrik: O que?

Rakyo: Essa eu não sabia também. Chocado. - diz pasmo.

Andrik: Não é isso! - gritou para nós, voltando novamente para Skylet - Sou um dos melhores lutadores do Clube de Luta e serei o seu oponente. Darei tudo de mim. - disse sério, se posicionando pronto para lutar, mas parecia estranhar o silêncio e olhar perdido dela - Hm… Skylet, não vai dizer nada?

Skylet: Hum? Disse alguma coisa? - perguntou confusa, tirando um dos seus fones.

Todos: ELA NÃO OUVIU NADA! - gritamos todos ali presente, consentindo com o espanto mútuo por aquele momento.

Andrik: Tch. Não tá me levando a sério, hein. - ouço seu murmúrio, sorrindo irritado.

Meus olhos quase não conseguem acompanhar os movimentos de Andrik no momento em que a luta começa. Ele começou a correr, pulava e corria mais, quase sumindo da minha vista, ao redor de Skylet.

Skylet: Ah, você é rápido. - deduziu o óbvio.

Andrik: Não só rápido como também forte!

Com sua alta velocidade, ele avança contra a Mega Lopunny, quase acertando o rosto dela, a fazendo recuar alguns passos. Ele viu isso e voltou a avançar aproveitando seu desequilíbrio, mas ela desviou de sua rasteira com um mortal para trás, já vendo outro ataque de Andrik vindo, bloqueando seu soco com os braços. A força a fez alcançar a beirada do ringue.

- Uau! Ele conseguiu fazê-la recuar muito! - digo admirada, notando já uma diferença grande entre Andrik e os demais membros do clube que nem acertar golpes direito em Skylet conseguiam.

Rakyo: Sim, eu e seu primo pegamos pesado nos treinos do Clube de Luta. Por sermos os menores de lá, era para sermos os que mais teriam dificuldade para acompanhar os outros. - dizia enquanto assistia a luta que continuava durante nossa conversa - Porém provamos o contrário dobrando o esforço de nosso treino, principalmente o Andrik. Imagino que você saiba o porquê. - disse sério.

- Sim, a tradição da família por parte de mãe dele. Ele tem que superar os pais em questão de força e habilidade, mas ele nunca conseguiu por conta da morte deles. - contei, observando a luta novamente com mais atenção nos movimentos de Andrik - Me lembro do meu pai contando que meus tios participavam de torneios de lutas orientais como kendo, karate, judo e outros antes deles se mudarem de Johto pra cá. Se estivessem vivos, Andrik demoraria anos para superá-los. - falei com tristeza, já não sendo capaz de lembrar de suas vozes depois de muito tempo. Tinha apenas memórias vagas sobre aquela época e eram bem nebulosas depois de mais de quase 7 anos.

Rakyo: Uhum, Andrik está às cegas treinando sem saber se já superou eles ou não. Eu admirei essa determinação e me tornei amigo dele para que eu possa me tornar forte assim como ele. - disse sorrindo de canto.

Voltamos a olhar para a arena, a tempo de ver novamente ele confrontando Skylet e a mesma apenas se defendendo e desviando.

Andrik: Eu devo… vencer! Eu… devo vencer! Eu devo… v-vencer! - o ouvi murmurar enquanto atacava repetidas vezes e estava para atacar de novo, eu consegui ouvir… Não, eu consegui ler os lábios de Skylet se movendo em uma frase inaudível naquela nossa distância.

Skylet: "... Não, você não deve..." - burburciou em meio a luta.

Andrik: Hã? - perguntou confuso, sendo capaz de ouvir sua voz diferente da outra.

Nessa fração de segundo em que Andrik se desconcentrou para entender a resposta de Skylet, a mesma consegue prever o movimento de alta velocidade de Andrik e acerta um chute em cheio em seu rosto, fazendo ele voar longe e bater em cheio na parede. Ele pareceu inconsciente quando ao acertar o outro lado da quadra, ele deslizar até o chão encostado com as costas na parede.

Todos: COM SÓ UM GOLPE?! - deixamos escapar todos um pensamento de espanto novamente, sendo esse o único momento em que Skylet ganhou com um só golpe.

Skylet: Só 12 dessa vez? Tch, que saco. - resmungou vendo que todos que ainda poderiam ser seu adversário negaram entediada descendo da arena calmamente.

- Ei, Andrik! - corri em sua direção junto de Rakyo, o socorrendo preocupada - Você tá bem? Primo? - perguntei colocando minha orelha em seu peito, ouvindo a batida de seu coração e o chacoalhando como se fosse o acordar.

Andrik: ISSO É PERFEITO! - acordou gritando alegremente, enquanto sangue escorria de sua cabeça cruzando seu rosto.

Rakyo: Ei, cara, seu rosto tá sangrando... - diz segurando a risada.

- Não ria disso, Rakyo!

Andrik: Vocês não veem? - perguntou animado com a voz arrastada como se o impacto o tivesse o desnorteado - Ela é meu objetivo, ela é minha meta!

- O que?

Andrik: A tradição da minha família diz que o filho deve superar seus pais em luta, mas com meus pais morto eu não sabia como fazer isso. - diz com um ar sombrio, me surpreendendo por vê-lo sorrir apesar de falar mencionar seus pais falecidos - ENTRETANTO, eu pude sentir a força daquela garota. Imponente e implacável, como meus pais. Ela é a chave para eu saber se sou ou não mais forte que meus pais.

- Não, não, não, não, não!

Rakyo: Não me diga que—

Andrik: Skylet. - gritou seu nome, vendo a outra se virar enquanto estava saindo pela porta - Eu vou te derrotar e quando isso acontecer, terei certeza de que completei a tradução da minha família. Então prepare-se! - as palavras sairiam mais de força incrível se ele não estivesse com a voz falha e com o equilíbrio comprometido - Só antes deixa eu descansar… - falou antes de desmoronar no chão com a cabeça ainda sangrando.

Skylet parece não ter ligado muito para aquilo, nem sei se ela chegou a ouvir já que estava de fone, mas torço que não. A última coisa que quero é que ela mate meu primo entrando nessa loucura dele de rival.

Rakyo: Leyla. - me chamou, enquanto me ajudava a carregar o Frogadier.

- O que?

Rakyo: Seu primo é maluco.

- Pois é. - suspiro, abrindo o sorriso ao ver o outro inconsciente de forma tão tranquila - Eu sou uma péssima prima de um maluco.















Continua.................................


Notas Finais




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