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História Pokémon Unol - O Poeta do Sul


Escrita por: silvestrearagon

Notas do Autor


Este capítulo é muito bom, porque algo que sempre me divertiu foram os poemas do Profº Carvalho e eu tenho um bom amigo que é poeta e tão gamer e viciado em Pokémon (jogos e animes) quanto eu, então o chamei para escrever poemas com o tema Pokémon, o resultado vocês podem conferir abaixo.
É um capítulo divertido e com emoção. Wesley começa a ter mais nuances de suas habilidades e percebe também poder entender outros Pokémon, como o Arbok de seu M.

Capítulo 4 - O Poeta do Sul


Fanfic / Fanfiction Pokémon Unol - O Poeta do Sul

ANOS ATRÁS

Em um consultório no centro de São Paulo, Wesley aguardava sentado ao lado de seu pai para ser atendido. A recepcionista digitava em seu computador amarelado, quando o telefone tocou. Ela o atendeu, respondendo monossilabicamente.

— O doutor vai vê-los agora — ela se levantou e foi abrir a porta da sala do médico para os dois.

Eles entraram e ela fechou a porta, deixando a coragem de Wesley do lado de fora. Ele levou uma de suas mãos até a altura do cotovelo, segurando-o ao ver o Hypno parado perto da janela. Um homem alto, asiático, de barba esbranquiçada e careca deu a volta na mesa, passando na frente do Hypno e os cumprimentou com um perto de mãos. Wesley teve de soltar seu cotovelo para cumprimentá-lo, o que o deixou ainda mais desconfortável.

— Como vai Wesley? — perguntou o doutor.

— Bem — respondeu tímido.

— Este é meu companheiro, Hypno.

— Hypno — o Pokémon falou calmamente e se curvou em reverência.

Os olhos do Pokémon e do jovem se cruzaram, e ele sentiu um gelo no coração.

 

 

DIAS ATUAIS

Era noite e Wesley observava as estrelas através de seu telescópio, ao lado de seus amigos Pokémon.

Molly continuava agarrada ao ovo, cantarolava e o acariciava. Mal deixava alguém se aproximar dele.

Haunter flutuava de um lado para o outro, às vezes fazia graça para o ovo, deixando seu treinador fazer algumas anotações sobre o seja lá o que ele olhava por aquele troço esquisito.

Dentro do centro Pokémon, M penteava Meowth suavemente enquanto falava com Thiago que comia pipocas a sua frente. Falavam sobre batalhas, fraquezas e como eles iriam atrás das mega pedras de seus respectivos Pokémon.

— Ir atrás das mega pedras pode atrasar nossos objetivos — M comentou.

— Mas ter as mega pedras pode nos fazer alcançar nossos objetivos mais rápido. Não acha?

— Acho — M tomou um gole de chá e olhou pela janela, vendo Haunter flutuar bem alto no céu. — E aqueles três?

— Quem? — Thiago se esticou todo para ver do que M falava. — O Wesley? O que tem ele?

— Ele iria com a gente? Seria viável para ele ter uma mega pedra?

Thiago ponderou, tirou os óculos e o colocou sobre a mesa.

— Cara, eu não tenho certeza. Mas ter uma mega é bom para qualquer um. Mesmo que o objetivo dele não seja ser um treinador como a gente.

— E qual é o objetivo dele?

— Então, quando ele era pequeno ele falava... Entendia os Pokémon sabe? Mas o pai dele pensava que ele era louco. Quando eu o conheci também pensei, mas depois que ele fez um tratamento lá, nunca mais disse entender os Pokémon. Lembro de uma vez, logo depois do tratamento, eu fui à casa dele...

 

ANOS ATRÁS

Thiago chegou à casa de Wesley e tocou a campainha. A mãe de seu amigo veio recebê-lo.

— Bom dia! O Wesley já chegou?

— Já sim Thiago, ele está no quarto. Suba lá.

— O.K.

Ao chegar ao quarto, ele bateu à porta e foi logo entrando. Wesley estava deitado na cama olhando para o teto e seu cachorro de estimação, Pingo, dormia junto a ele.

— Parceiro? — Thiago chamou. — Você tá bem?

Wesley mal se mexeu e fez um joinha para Thiago.

— E como foi no médico?

Acostumado com o silêncio que Wesley fazia antes de responder, esperou. Mas desta vez ele estava demorando mais que o normal.

— Eu só me lembro de chegar lá, meu pai e o médico conversando e logo depois o Hypno me ajudou a relaxar.

— E você está relaxado?

— Me sinto leve.

— Vamos, vou levar o Kakuna para fazer algumas batalhas, ele está quase evoluindo.

 

DIAS ATUAIS

— Depois daquele dia ele nunca mais foi o mesmo. E o ataque do Steelix então... Fez com que ele mudasse da água para o vinho.

— Eu percebi — M voltou a olhar para o céu pela janela. — Hoje mais cedo, durante o treinamento que eu estava dando a eles, Wesley fez Haunter usar a hipnose nele, mas o Wesley não ficava hipnotizado. Então ele pediu para eu deixar o Haunter usar o mesmo ataque no Rhydon, e ele caiu de primeira.

— Nossa!

— Pois é! Eles estão se fortalecendo. Um ao outro. Wesley até deu um soco no Haunter, mas não fez efeito. Já a hipnose da Molly fez os dois ficarem de joelhos.

— Eu tenho medo dela. — Thiago deu risada.

— Apesar de ela ser um Pokémon pacífico, é extremamente poderosa! Imagina o Wesley com duas mega evoluções?

Lá fora Wesley compartilhava com seus amigos um copo de leite de Miltank. Eles sorriam e pareciam se entender muito bem.

 

O DIA SEGUINTE NASCEU e logo cedo eles foram embora do centro Pokémon.

Viam as pessoas andando rapidamente de um lado para o outro. Que cidade agitada! Molly segurou com mais firmeza a capsula do ovo contra seu corpo.

— Então, para onde vamos? — Thiago perguntou.

Wesley tirou uma folha que havia imprimido no dia anterior onde havia os eventos da cidade. Era final de semana, muitas coisas aconteciam no final de semana em uma cidade como São Paulo, ainda mais no centro.

— Bom temos várias opções — Wesley começou a falar. — Tem a feira da República, Liberdade e tem um pequeno torneio hoje, que vale uma daquelas pedras que impedem o Pokémon de evoluir.

Meowth arregalou os olhos, e cutucou M. Falou alguma coisa e M o entendeu.

— Quer mesmo participar da competição?

— Meowth!

— Meowth quer participar da competição, onde nos inscrevemos? — M perguntou.

— Então — Wesley coçou a cabeça. — Eu tomei a liberdade de nos inscrever ontem, esqueci de avisar. 

— Tudo bem, viu Meowth, vamos participar.

— Meowth não quer evoluir? — Thiago perguntou olhando-o.

— Acho que eu o convenci a não evoluir — M respondeu meio tenso. — Não poderemos fazer a mesma coisa que fazemos agora se ele evoluir — E pegou seu Pokémon no colo. —Coisas como levá-lo no meu colo seriam quase impossíveis.

— Você o quer como um gatinho mesmo certo?

— Certo! E ele não precisa evoluir para ser forte não é mesmo Meowth?

Meowth respondeu dando-lhe uma lambida no rosto.

— E para onde vamos, Wesley? — Thiago parou ao lado do amigo.

— Vamos para a estação de trem, depois temos que pegar um metrô.

Entraram na estação de trem e compraram seus bilhetes, menos M que já tinha o cartão da cidade.

— Desculpe senhor, mas tem que recolher seu Pokémon — disse um funcionário da estação enquanto Wesley ajudava Molly a passar.

Wesley o olhou depois olhou para Molly.

— É mesmo necessário? Porque ela não tem um pokébola.

— O senhor vai me desculpar, mas alguns Pokémon não podem viajar no trem. O Meowth tem liberação, já seu Slowbor não.

— Slow... – Molly chamou a atenção do funcionário e sorriu. – Slowbro...  — Seus grandes olhos brancos brilharam em um tom de azul-claro.

Os olhos de M e Wesley se arregalaram ao perceberem que Molly estava usando o hipnose no funcionário da estação. Eles olharam para todos os lados para ver se ninguém percebia o que ela estava fazendo.

— Tenham uma boa viagem — disse o homem finalmente.

Molly saiu na frente e os meninos de mansinho logo atrás.

Entraram correndo no trem que já estava saindo e se sentaram. Molly ficou em pé em frente ao banco. Ela não cabia no banco e também atrapalharia se ficasse na porta.  Wesley ficou de pé para que ela pudesse se encostar nele e não cair.

M começou a rir enquanto se ajeitava com Meowth no banco.

— O que foi? — Thiago quis saber.

— A Molly usou o psíquico no cara da estação — M gargalhou.

— O que não foi legal. Né mocinha? — Wesley advertiu olhando-a. — Espero que isso não nos cause problemas.

— Slowbro — ela respondeu calma e sorridente.

 

QUANDO FINALMENTE CHEGARAM à estação República do metrô, através da linha vermelha, sentiram um alívio por não terem sido questionados do por quê do Pokémon fora da pokébola.

Saíram na Praça da República e ficaram encantados com a diversidade de roupas, apetrechos, acessórios e pedras que havia lá.

M ficou olhando as pedras evolutivas em uma barraca acompanhado de Meowth e Molly e seu ovo.

Thiago e Wesley comparam um tempura enorme e ficaram encantados com seu sabor. Thiago comeu dois e tomou duas latas de refrigerante. Wesley se perguntou para onde ia tanta comida, já que seu amigo era esguio?

Wesley foi a uma barraca que vendia três tipos de doces misturados por apenas R$ 10,00 e correu puxando Thiago pelo braço. Os dois ficaram babando e com os olhos arregalados em cima dos doces. A vendedora, uma moça baixinha e simpática até estranhou a reação deles.

M voltou e quando falou com seus companheiros os viu todos lambuzados, havia doce espalhado pela barba de Wesley e Thiago estava até com o nariz sujo. Sua reação foi primeiramente de nojo, mas depois acabou rindo.

— Vocês não deveriam comer tanto antes do torneio — M comentou.

— Meu prova isso aqui! — Thiago enfiou a colher com alguma coisa dentro da boca de M, que de início lutou contra o sabor, mas logo se rendeu a doçura largando Meowth que reclamou ao cair no chão. — MEU DEUS! EU PRECISO DE MAIS DISSO!

Os três voltaram para a barraca e compram mais doces. M foi o que menos comeu.

Ficaram jogados em um banco sentindo seus estômagos lotados de porcaria enquanto Meowth e Molly os observavam com desdém. Comentaram alguma coisa um com o outro e riram. Acharam engraçado o estado em que seus treinadores estavam.

Molly, como sempre muito atenciosa, colocou o ovo onde pudesse ver e soltou uma onda de pulso de cura que atingiu a todos na praça. As pessoas, Pokémon e animais que ali estavam pareceram ficar mais contentes, carismáticas e atenciosas.

Menos uma que Meowth percebeu olhar para eles fixamente. Ele a encarou e logo em seguida levantou os olhos vendo o Beartic que também o encarava. Molly parou ao lado do amigo e olhou para onde ele estava olhando.

— Slow! Slowbro! — ela falou acenando para a menina e o Beartic.

Mas eles ignoraram seu cumprimento e começaram a andar.

— Meowth me — disse o Pokémon olhando para o outro.

— Slowbro — Molly respondeu deixando sua cabeça cair para o lado e continuando a sorrir.

 

SENTADO EMBAIXO DE UMA ÁRVORE esperando a hora da competição, um rapaz do cabelo de um tom de loiro escuro, grande e com o corpo robusto estava sentado com seu Exeggutor entre suas pernas e os outros Pokémon a sua frente: um Larvitar e um Abomasnow, além do Cryogonal que flutuava e falava a todo momento.

— Larvitar — ele disse olhando para o pequeno Pokémon — será que você já aguenta?

— Lar larvitar!

— Bah, eu acho melhor não te arriscar — comentou o rapaz.

— Larvitar! La larvitar! — gritou o Pokémon batendo no peito.

Abomasnow lhe deu um leve empurrão e ele caiu.

Os dois se encararam e Abomasnow sorriu depois enquanto fazia um afago na cabeça do jovem Pokémon.

— Abomasnow tem razão, tu ainda é muito bebê. Logo vamos treinar para na próxima competição daí tu vai destruir tudo, O.K? — Larvitar resmungou e se sentou. — Então me sobram vocês dois para competição. Precisamos nos preparar e como nos preparamos? —os Pokémon gritaram alguma coisa e seu treinador respondeu: - Isso mesmo! COMENDO! – Todos gritaram novamente e ele teve um estalo na cabeça. — Caracas! Preciso escrever isso!

 

DEPOIS DE UMA BOA CAMINHADA, já que não conseguiram pegar um ônibus, porque Molly se recusava a entrar em uma pokébola e Wesley não queria que ela ficasse manipulando a mente das pessoas, eles chegaram ao Parque do Ibirapuera. Passaram por algumas ruas famosas como a Augusta e paravam de vez em quando para ver as mais diversas lojas que havia lá.

Foram analisar o local da competição e depois se afastaram mais para que pudessem se preparar. Soltaram todos os seus Pokémon para que pudessem brincar um pouco na margem do lago do Ibirapuera enquanto discutiam estratégias de batalha e o mais importante: seu time.

Em seu time Thiago selecionou Quilava e Ferrothron que se empolgaram logo de cara.

Wesley tentava convencer Molly a participar, mas ela estava determinada a não lutar naquela competição.

— Ah corta essa Molly! — disse ele sentado na frente do Pokémon que olhava para o ovo e cantarolava alguma coisa. — Vai ser bom para você participar de uma competição.

— Slow...

— Não me vem com essa de “Slow” — ele disse imitando-a. — Haunter e eu não podemos participar sem você.

— Haunter haun — Haunter fez uma cara sofrida. Como se suplicasse a sua amiga que participasse.

Mas ela deu as costas para os dois.

Wesley abaixou a cabeça e gemeu de desgosto enquanto Haunter se deixou cair no chão com a boca bem aberta e a língua de fora.

M olhava para todos os seus Pokémon, todos pareciam bem empolgados para serem escolhidos, menos Meowth que já era certeza. Arbok sibilava enquanto M passava os olhos por ele e seu companheiro Rhydon.

— Eu escolho... — M disse pensativo. — Hmmmm... — O coração de Arbok só faltava sair pela boca enquanto ele se agitava cada vez mais. M fez um silêncio e levou a mão até o queijo. — Arbok — e o Pokémon já comemorou fazendo sua estranha dança de sempre. —você vai ficar fora hoje. Rhydon você vai comigo e Meowth.

Os olhos de Arbok ficaram três vezes maiores que sua cabeça e sua boca tremia como se ela fosse quebrar. Atrás dela um vulcão explodiu e o mundo ficou em chamas enquanto as palavras de M ecoavam por sua mente.

— Bok! Arbok bok! — ele gritou em protesto.

— O que foi Arbok? — M quis saber sem perceber a indignação de seu Pokémon.

Arbok resmungou mais um pouco até Thiago se aproximar para ver o que estava acontecendo. Os dois pareceram não o entender o que deixou Arbok ainda mais frustrado.

Wesley se aproximou e disse que não ia mais participar já que Molly se recusava a entrar na competição. Foi aí que o dia clareou para Arbok e flores nasceram em seu jardim! Ele correu para o lado de Wesley e falou alguma coisa.

Todos o olhavam sem entender, mas quando Wesley olhou Arbok nos olhos sentiu um arrepio ao ouvir Arbok falar:

— Vamos vencer essa juntos! — era uma voz fina que dava ênfase no S e C entre as sibiladas.

Wesley gritou e se afastou.

— Eu... Eu entendi! — ele olhou para os amigos. — Ele disse: Vamos vencer juntos! Arbok também quer lutar! — Arbok quase chorou de emoção ao ver que alguém havia o compreendido. — M, você se importa?

Arbok se aproximou de seu treinador suplicando a ele que deixasse.

— Por mim tudo bem, mas se tivermos que lutar um contra o outro, não vou ter dó!

— Nem nós! Não é mesmo Arbok?

E Arbok gritou em comemoração.

 

MEOWTH, QUE ESTAVA NO COLO DE M enquanto iam para o campo de batalha percebeu a presença da garota e seu Beartic e comentou com Molly, que parou e acenou novamente.

— Para quem você está acenando? — Wesley quis saber. Mas não viu ninguém.

 

— BEM VINDOS ao 1º Torneio Ibirapuera de Pokémon! — dizia um homem alto com camisa regata, bermuda e um tênis, parecia um atleta. — Hoje teremos 30 treinadores, lutando um contra o outro por um Mineral Evolutivo! Então se vocês querem manter suas Clefairy bonitinhas, seus Wooper ainda fofinhos! Deem o máximo de si! As lutas começam em vinte minutos, então se preparem porque é agora ou nunca! Vamos ver no painel a duplas para batalha!

Um projetor reproduzia as imagens geradas no computador grande o suficiente para que todos pudessem ver.

A primeira batalha era de Guilherme, que olhou seu Cryogonal e depois que ficou sério ao encarar seu rival.

Uma garota de boina preta encarou Thiago, ele lutaria contra ela. Thiago teve a sensação de já tê-la visto antes enquanto seus olhos se encaravam.

Todos se alvoroçaram e encararam seus respectivos rivais. Os três deram sorte de não ter nenhuma luta um contra o outro. Ainda.

 

— ENTÃO VAMOS LÁ! — disse o juiz chamando todos mais para perto. — A primeira batalha será entre Guilherme, de São Leopoldo e Marcelo, de São Paulo! — Os dois treinadores tomaram seus postos e se encararam. — Será uma batalha um contra um e perde quem tiver o Pokémon sem condição de lutar primeiro! Estão prontos? Comecem!

— Abomasnow eu escolho você! — e seu companheiro saiu de sua pokébola soltando uma leve rajada de vento gelado de seu corpo.

— Ludicolo vai! — e o Pokémon verde caiu fazendo sua típica dancinha. — Comece com um soco focalizado!

— Contra taque com soco focalizado também! — Guilherme gritou.

Os dois Pokémon eram grandes e agressivos. Mas Ludicolo era mais rápido, acertou alguns golpes a mais antes que seu rival lhe desse um que o mandou para trás.

— Folha navalha!

Abomasnow lançou seus grandes braços para trás e depois para frente, fazendo um onde de folhas afiadas irem em direção ao seu oponente.

— Desvie e use o tóxico!

Ludicolo tomou impulso e saltou cuspindo em direção ao seu oponente um jato de veneno, que o atingiu em cheio.

Guilherme gritou por seu amigo que foi afetado e tomou uma postura mais agressiva.

— Não podemos enrolar agora Abomasnow!

— Abomas! — o Pokémon respondeu.

— Certo amigão use o nevasca!

Sem dar tempo de seu oponente revidar um vento gelado o atingiu fazendo-o tremer de frio. O ataque nevasca também causou o mesmo efeito sobre a plateia que agora tentavam se esquentar.

— Finalize com soco focalizado!

E mais um poderoso ataque fez com que Ludicolo caísse desmaiado no chão.

 

PASSARAM-SE mais três lutas até que chegasse a vez de Wesley, que foi para o campo de batalha confiante. Molly ficou ao lado de M e Thiago, assistindo a primeira luta oficial de seu treinador. Ela parecia muito animada e agitada.

— Agora temos o iniciante Wesley, de Santa Isabel contra Eliane de São Paulo! Comecem!

Sua oponente era séria e parecia muito irritada. Metralhava Wesley com os olhos. Ele se sentiu desconfortável.

— Vai Haunter!

Wesley lançou a pokébola e Haunter saiu rindo e fazendo careta para Eliane.

— Uau! Ele tem um Haunter shiny! — comentou o juiz.

Eliane torceu a boca a boca e desdenhou de seu oponente.

— Um palhaço? Isso vai ser rápido, vai Sentret!

Da pokébola saiu um Sentret que ficou sobre seu rabo e gritou algo.

— Bola das sombras! — Eliane falou seca.

Antes mesmo que Wesley falasse alguma coisa Haunter ficou invisível e desviou do ataque. Já sabendo qual seria o movimento de seu Pokémon, Wesley apenas esperou.

Sentret procurou pelo campo e Eliane aguardou até ver Haunter começar a ficar visível novamente. Mas já era tarde, Haunter passou a língua sobre o corpo de Sentret que tremeu todo e depois caiu no chão.

— Hehe, não podia ser diferente — Thiago comentou.

— Isso era previsível — M completou.

— Sentret seu ridículo! Levante-se!

Wesley se assustou com a reação da treinadora e apenas a observou.

— Sentret levante-se e use o bola das sombras novamente.

Wesley respirou fundo enquanto via o esforço de Sentret para se libertar da paralisia.

— Haunter não ataque até que ele se levante, ouviu? — Wesley ordenou.

M começou a analisar o pequeno Sentret e sua dor.

As pessoas que viam a batalha admiravam o esforço do pequeno Sentret e cochichavam sobre isso.

— Aquele Sentret é apenas um bebê — M comentou.

Molly olhava com dó do pequeno Sentret, se não soubesse que Haunter não machucaria o pequeno Pokémon, pararia aquela batalha para socorrê-lo.

Sentret tremia muito e finalmente conseguiu se levantar. Focalizou energia e lançou a bola das sombras contra Haunter, que recebeu o ataque em cheio. Foi lançado para trás, mas continuou a rir. Sabia que seu oponente era apenas um bebê, e não era forte o suficiente para derrubá-lo.

— Haunter, hipnose — Wesley falou baixinho. — Faça-o cair.

Sentret foi pego em cheio pelo hipnose e logo caiu no chão desacordado.

Eliane o chamou de volta para Pokébola e saiu sem falar nada.

Wesley a observou e depois sorriu para Haunter que veio comemorar com seu treinador.

Molly se virou e foi atrás de Eliane, preocupada com Sentret.

 

— TEMOS AQUI M, de Mogi das Cruzes — anunciava o juiz empolgado em seu microfone. — E líder do ginásio de sua cidade contra Pedro, de Campinas!

— Meowth vamos lá! — e Meowth saiu da pokébola dando um giro e caindo de forma artística no chão.

— Bouffalant vai!

O Pokémon de Pedro raspou a pata no chão mostrando sua força e confiança.

M fez uma careta ao ver o Pokémon de seu adversário. Aquele Bouffalant seria um problema.

— Cadê a Molly? — Wesley perguntou ao chegar perto de seu amigo.

Thiago olhou a sua volta. Deu um giro. Levantou as sobrancelhas e sorriu coçando a cabeça.

— He he... Então... Não sei — ele respondeu sem graça.

— Vou atrás dela — Wesley correu.

 

— AQUI, toma o antidoto do veneno — Guilherme esticou um frasquinho para Abomasnow que pegou e virou em sua boca. – Muito bem amigão.

— Abomas!

— Tu aguenta uma próxima luta? — Guilherme perguntou com seu sotaque gaúcho carregado. — Ou tu prefere trocar com o Cryogonal? — Abomasnow bateu no peito e depois levantou os braços simbolizando que estava bem. — O.K! Vou deixar o Cryogonal para a última luta... Mas o que?

Guilherme viu uma Slowbro que parecia procurar alguém ou alguma coisa e ficou observando-a. Ela continuou a andar segurando alguma coisa no colo. Devia ter se perdido de seu treinador e estava o procurando. Recolheu Abomasnow e resolveu ir ajudá-la.

Mas quando olhou novamente, a Slowbro já estava distante.

Deu uma corridinha para poder se aproximar dela, tentou chamar sua atenção e deu certo. Ela o olhou sorridente.

 

NÃO MUITO DISTANTE de onde Guilherme e Molly estavam Eliane soltou Sentret e seu outro Pokémon, um Bisharp ameaçador.

— Não deveria ter te escolhido para isso — Eliane falou seca. — É melhor que você fique livre. Procure alguém que tenha paciência para um Pokémon lixo como você.

— Sent... — Sentret chiou abaixando a cabeça.

Eliane deu as costas e começou a andar. Sentret tentou ir atrás, mas Bisharp o ameaçou com suas lâminas afiadas. 

Sentret se pós em sua cauda e chorou. Seu choro era alto e doloroso.

Não precisava ter a melhor audição do mundo para se identificar aquele barulho. Molly deu as costas para Guilherme, usou o psíquico em si mesma para ir em direção ao choro.

— Ei espera aí! — Guilherme gritou.

 

WESLEY OUVIU O CHORO e correu para ver o que estava acontecendo, assim como várias outras pessoas que estavam no parque.

 

— IMPACTO BRUTO! — Pedro gritou.

Bouffalant correu e seu afro começou a brilhar em tons de vermelho.

— Meowth pulso de água!

O pulso de água de Meowth não deteve Bouffalant que o acertou em cheio e o jogou para o alto.

— E finalize com o obelisco!

Seguindo as ordens de seu treinador Bouffalant bateu as suas patas dianteiras violentamente no chão fazendo uma onda de pedras crescer em baixo da onde Meowth estava prestes a cair.

— Cuidado Meowth! — M gritou em desespero.

Usando suas habilidades felinas ele se pôs em pé e concentrou sua energia entre as mãos, lançando um ataque vibração sombria que destruiu as pedras e amenizou sua queda.

— É isso mesmo que acabamos de ver! Meowth aprendeu um novo ataque e o usou com excelência para destruir o obelisco de Bouffalant! — gritou o juiz.

— Acerte as patas dele com seus batedores de fúria! — M gritou e em resposta seu amigo correu mostrando as grandes garras que danificariam as poderosas patas do adversário.

 

MOLLY abriu espaço entre o círculo de pessoas que agora cercavam e mesmo sem querer assustavam o pequeno Sentret. Alguns pássaros e Pidgey e Starly ficavam nas árvores próximas apenas observando.

Quando Molly se aproximou, sorriu com toda a sua ternura para o Sentret que agora se encolhia perto da árvore amedrontado.

— Slowbro slow. Slow — ela disse com seu jeito calmo.

Usou um pulso de cura que se espalhou pelo parque e acalmou e curou Sentret.

Wesley sentindo o pulso de cura correu ainda mais rápido para a multidão. Abriu espaço entre as pessoas e sentiu um alivio ao ver Molly com Sentret no colo, segurando-o com uma das mãos e na outra seu ovo.

— Esse é o Sentret da Eliane? — ele perguntou a Molly.

Sentret o olhou assustado e se encolheu no corpo de Molly. Wesley pegou a capsula com o ovo deixando que Molly desse todo seu conforto e afeto para o Pokémon que estava assustado.

— Este Pokémon é seu? — algum cara disse.

Wesley se virou para ver quem era e se deparou com um homem mais alto e mais robusto do que ele. Deu um sorriso fechado e o respondeu.

— A Slowbro sim, o Sentret pertence a outro treinador.

— Ei, você não é o cara do Haunter shiny?

— Sou sim.

— Então aquele é o Sentret de quem seu Haunter ganhou — Guilherme comentou se aproximando enquanto as outras pessoas começavam a ir embora. – Esse Pokémon parece ainda muito novo para estar em uma batalha.

— Vamos ver.

Wesley tirou a Pokédex do bolso para verificar as informações de Sentret, mirou bem para ele e logo a tela do aparelho piscou.

Pokémon: Sentret

Nível: 7

Habilidade: Olho Vivo, sua precisão não pode ser abaixada pelo adversário.

Este Pokémon ergue-se em sua cauda para que ele possa ver a grandes distâncias. Se ele vê um inimigo, grita bem alto para avisar sua espécie.

— Perai, tu tem uma Pokédex? — Guilherme perguntou cético.

— Sim tenho, e devia usá-la mais vezes — Wesley respondeu guardando-a. — Ele é mesmo apenas um bebê, não deveria estar em uma competição como essa.

— Bah, ter uma pokédex é de mais! Dai. Mas me conta, onde tu conseguiu uma?

— Eu viajo pela Prof.ª Scarlett e você?

— Eu não viajo por nenhum laboratório! Sou um poeta Pokémon, quero aproveitar o melhor do mundo.

— Bacana – Wesley respondeu e depois se voltou para Molly. — O que aconteceu?

Molly se virou para Guilherme e Wesley e seus olhos brilharam novamente. Ela mostrou para eles o que se passava na cabeça de Sentret. Mostrou quando Eliane junto de seu Bisharp o abandonou ali.

Os dois ficaram sem reação e sem jeito.

Wesley respirou fundo e olhou para ele.

— Ei, Sentret — o Pokémon o olhou. — Não precisa chorar mais. Se quiser pode vir conosco e ser parte da nossa família não é mesmo Molly?

— Bro! Slow slowbro!

Sentret o olhou ainda assustado enquanto se ajeitava no colo de Molly.

— Então seu Slowbro é telepata? — Guilherme quis saber.

— Bom ainda estamos nos descobrindo não é mesmo garota? Mas eu já ouvi sua voz e cada dia que passo vejo que temos uma ligação melhor.

Haunter saiu da pokébola e fez careta para Sentret que se encolheu e apertou Molly. Ela furiosa com seu amigo do tipo fantasma usou o hipnose para manda-lo de volta para pokébola.

— Abstrai! Há há — Wesley olhou para seu novo amigo rindo.

 

QUANDO VOLTARAM, a luta entre M e Pedro já havia acabado. Wesley apresentou Guilherme para os outros, que também haviam se classificado e contou para eles sobre o pequeno Sentret enquanto mostrava a pokébola.

— Aí sim hein? Em quase dois meses já capturou dois Pokémon — Thiago comentou. —E eu ainda nada.

- Na verdade todos vieram comigo por boa vontade – e os quatro riram.

— Aqui estão as lutas da próxima fase! — anunciou o juiz empolgado como sempre.

Para a surpresa de todos Thiago e Wesley lutariam um contra o outro pela primeira vez. Os dois se olharam e sorriram.

— Beedrill vai te destruir maninho.

— Vou fazer essa abelha super desenvolvida cair com um golpe! — Wesley retrucou irônico e os dois deram um aperto de mãos.

M usou Rhydon em sua segunda luta e acabou perdendo para um Samurott. Em solidariedade e vendo como Meowth havia ficado desapontado seus amigos disseram que se ganhassem a pedra, ela seria dele.

O Pokémon gato saltou e lambeu o rosto de cada um deles.

— Seu eu ganhar também posso te dar a pedra — Guilherme comentou. — Todos os meus amigos querem evoluir, e pelo que vejo esse Meowth está muito empolgado para que isso não aconteça.

— Obrigado! — M agradeceu.

Algumas lutas se passaram e era a vez de Guilherme que junto de seu Abomasnow derrubaram um Stoutland.

Enfim era a vez de Thiago e Wesley que lançaram Ferrothron e Haunter simultaneamente.

— Me desculpe, eu sabia que você o usaria, mas o Haunter não vai conseguir me vencer— Thiago falou rindo e pondo a mão na cintura.

— Babaca! Não vou pegar leve com você! Hipnose!

— Eu sabia, desvie e use o míssil de espinho!

— Controle o míssil de espinho com o hipnose!

— Que merda!

Haunter usando o hipnose fez com que os mísseis voltassem para Ferrothron que desviou facilmente.

— Bola das sombras!

O ataque mal fez efeito no Pokémon de ferro que riu.

— Cara você sabe que isso não faz efeito? Energia focalizada!

— Haunter use o... – Wesley gelou quando viu seu Pokémon desaparecer. O viu surgir atrás de Ferrothron e caiu de cara no chão com o tamanho da estupidez de seu amigo! —HAUNTER VOCÊ VAI VIRAR UM ALVO FÁCIL E ISSO NÃO É UM TREINO! – gritou em desespero batendo os pés no chão.

— Míssil de espinho para todos os lados!

Os espinhos do corpo de Ferrothron brilharam e dispararam em todas as direções exatamente no momento em que Haunter usava o lambida para paralisá-lo.

Quando a fumaça da explosão passou, virão Haunter flutuando, tonto e quase caindo enquanto Ferrothron estava paralisado.

Wesley gemeu e abaixou a cabeça enquanto Haunter começava a rir.

— Bola das sombras mais uma vez!

Haunter se recompôs e soltou três bolas que atingiram Ferrothron e abaixaram sua defesa especial.

— Legal! — Wesley comemorou. — O que achou disso?

— Um golpe de sorte! Garra de metal!

— Bola das sombras!

E mais uma vez os ataques atingiram seus alvos simultaneamente, mas desta vez os dois foram para o chão.

— Isso foi uma merda! — Thiago falou rindo.

— Sim – Wesley falou rindo também.

Arbok saiu de sua pokébola e bateu com sua cauda na cabeça de Wesley, por ele não o ter usado na competição.

Todos ficaram sem entender direito o que havia acontecido, mas deram risada.

 

A BATALHA FINAL foi de Guilherme e seu Cryogonal contra Igor e seu Volcarona.

Que batalha de fogo contra gelo! O lança chamas de Volcarona e o raio de gelo de Cryogonal se chocavam e causavam uma fumaça densa. Os dois Pokémon usavam o ataque investida com tanta brutalidade que eram lançados além dos limites do campo.

Os dois chocavam seus corpos e causavam um alto barulho com o impacto. O raio de gelo atingiu Volcarona que usou seu ataque superaquecer para se livrar do gelo em suas asas e quase atingiu Cryogonal em cheio.

— Agora Cryogonal! Canhão de flash! — E girando seu corpo ele disparou uma luz forte que atingiu Volcarona e o fez ficar sem enxergar direito. — Vamos finalizar! Investida!

Cryogonal se jogou com tanta força que fez Volcarona arrebentar o chão. O Pokémon floco de neve também ficou meio tonto. E antes que caísse foi dada a ele a vitória!

Guilherme correu e o segurou. O apertou contra o peito e depois o girou no alto! Flocos de neve caiam de felicidade dos olhos de Cryogonal e gelavam Guilherme. Ele recebeu uma medalha de participação e o colar com a pedra, que logo em seguida entregou a M.

Meowth e a pedra brilharam e logo em seguida ele pulou sobre o doador da pedra lambendo seu rosto.

— Obrigado de verdade — M voltou a agradecer.

— Bah! Só de ver a felicidade dele já fico satisfeito — Guilherme falou rindo enquanto sentia a língua áspera de Meowth passar por seu rosto.

 

MAIS TARDE no centro Pokémon Guilherme lia um de seus poemas para os novos amigos:

 

“Sinto saudades daquela terra

Onde as Ponytas corriam livres

Campo afora, noite adentro

 

Saudades daquela pampa

Onde os Growlithes uivavam à lua

E pastoreavam os Mareeps

 

E no amanhecer, na hora do mate

Contávamos as estrelas

E jurávamos ver o Ho-Oh

Cruzando os céus

Olhando para nós

 

Um dia hei de montar

N’algum Rapidash errante

E voltar para aquele lugar

 

Aquele dos campos

Aquele dos Tauros

Aquele meu lar.”

 

Todos ficaram com as bocas em formatos de U invertido ao ouvirem o belo poema de Guilherme.

— Isso foi bem... — Thiago olhou para o alto procurando uma palavra.

— Profundo? — M completou.

— Vocês odiaram! Daí! Pode falar que é coisa de velho.

— Não é isso, foi realmente bom — Wesley falou.

— É verdade — Thiago voltou a falar. — Nem sabia que existiam mais poetas...

— E nem eu viajantes Pokémon com o objetivo de serem apenas treinadores —Guilherme rebateu. — Qual é a graça? Treinar Pokémon para deixá-los presos no laboratório?

— Não é isso! É pela batalha! — Thiago se levantou fazendo pose de luta. — É pelo treino! É para ficar forte!

— E? — M quis saber.

— E é isso — Thiago riu coçando a nuca.

Sentret pulou na mesa onde eles estavam e ofereceu uma maçã a Wesley que a cortou em várias partes dando um pedaço para cada um.

— E o que o Sentret vai usar em você? — M falou irônico e Thiago começou a rir.

— Não entendi — Wesley o encarou.

— O Haunter usa o lambida, a Molly o pulso de cura. Todos os seus Pokémon fazem alguma coisa que te deixa ou imobilizado ou lesado. Super zen.

— Eu não sei... — Wesley olhou para Sentret. — O que você sabe fazer amiguinho?

— Sentret? Sen!

Sentret se colocou sobre sua cauda, ficando em pé nela e soltou um grito tão alto que acordaria toda a cidade e atordoou os que estavam por perto.

— Me lembrem de não perguntar novamente — M fez esta observação enquanto cobria a boca de Sentret com a mão.

Todos riram daquilo.

 

OBSERVANDO-OS em uma sacada a garota e seu Beartic pareciam reparar em cada movimento deles.

Analisando-os.



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