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História Polar Tang (Hiatus) - Law


Escrita por: _Ppotattoes_

Notas do Autor


heeey, chegando com um novo capítulo dessa fic que tô amando escrever e que eu tenho tantas ideias
as coisas finalmente começam a mudar para a Rouge e finalmente, finalmenteeee o maravilhoso Law, dono do meu coração e da minha vida, marca presença aqui
espero que gostem e gente, me perdoem qualquer errinho pq eu acabei nem revisando
é isto, fiquem com o novo cap

Capítulo 3 - Law


The Bad Bitches

Hoje; 19h45min

Nami: Luffy e eu já estamos prontos, falta só vocês

Ace: indo tomar banho com a preguiça do mundo todo

Nami: cê ainda vai tomar banho?! tu tem oq? titica na cabeça, Ace?! eu passo aí em 10min, seu trouxa

Ace: dá pra relaxar, Nami? que saco, eu ein, nem minha mãe é assim comigo

Eu: sua mãe é um amor de pessoa, não sei como ela tem um filho tão idiota como você

Ace: o bullying, pois se cale

Nami: já está pronta, Rouge-san? 

Eu: quase

Nami: vou passar na sua casa primeiro pra dar tempo do esquentadinho tomar banho e se vestir

Eu: beleza, pode vir

Ace: *foto no chuveiro* vejo vocês já já

Nami: idiota

 

Bloqueio o celular e o coloco em cima da escrivaninha. Suspiro. Meus pais haviam saído para jantar em um restaurante famoso da cidade e, como eu também ia sair, eles não viram problema. Era um sábado, estaria movimentado. A boate que Nami resolveu usar de ponto de encontro não era muito distante da minha casa, e provavelmente estaria cheia, mas isso não importava muito. Sinceramente, eu não estava tão ansiosa para ir, mas não negava que a vontade de rever meus amigos antigos falava mais alto ante o meu bom-senso e não mataria ir uma única vez. 

Andei até o espelho e me olhei da cabeça aos pés: meus cabelos castanhos estavam presos num coque e minha franja tapava uma parte dos meus olhos azuis, realçados com a maquiagem escura e o lápis de olho preto; e um batom vermelho para complementar. Eu usava um vestido preto com alças nos ombros, corpete justo e saia aberta que chegava até um pouco antes dos meus joelhos, e saltos de mesma cor. Eu estava bonita, tinha que admitir. Maquiagem e uma boa vestimenta realmente faziam milagres depois de uma semana exaustiva tendo que programar aulas para as turmas de ensino médio já que o Sr. Rayleigh tinha ficado com o fundamental naquele ano. Era um desafio que eu tinha que superar ao longo do ano. Pego minha bolsa, e quando vou pegar meu celular ele acende e vibra. Desbloqueio e abro o app de mensagens.

 

The Bad Bitches

Nami: tô na porta da sua casa, Rouge, desça

Eu: tô indo, perae

 

Pego minha bolsa e as chaves e desço as escadas. Abri a porta e vejo o carro de Nami estacionado na frente, com Luffy no carona. Ele, ao me ver, abriu um gigantesco sorriso e saiu para me abraçar. Retribuí o contato, apertando a camisa vermelha de Luffy. Ele sempre tivera os melhores abraços.

Quando ele se afastou, ainda sorrindo, ajeitou o chapéu de palha.

- Rouge! Faz muito tempo que não te vejo! - E riu sonoramente. - Puxa, você cresceu bastante! 

- Digo o mesmo, Luffy!

Luffy era mais alto que eu e Nami, embora fosse o mais novo entre nós e os irmãos. Porém, a idade não restringia a personalidade eufórica, despreocupada e serelepe que ele tinha desde pirralho, nunca medindo a consequência das coisas que fazia, ou o perigo que tomava ao se arriscar. Luffy era um simplório bobalhão, mas tendo Nami como companheira, todos ficavam mais tranquilos. Nami também saiu do carro e veio até nós. Luffy segurou o topo do chapéu de palha e passou o braço ao redor da cintura de Nami, que o olhou de soslaio, sorrindo.

- Podemos ir, Rouge-san?

- Vamos.

- Ainda temos que ir na casa do Ace! - disse Luffy, rindo.

- Seu irmão é tão desmiolado quanto você, idiota... 

Nami deu um leve encontrão no peito de Luffy. Eu curvei os lábios, inebriada pela aura amorosa que o casal possuía. Eles eram perfeitos um para o outro, não havia dúvidas. Me aproximei e empurrei os dois.

- Vamos logo, ou eu vou vomitar com toda a fofura de vocês!

Luffy ri e passa o braço ao redor dos meus ombros. Eu sorrio. Era impossível não se sentir feliz na companhia daquele idiota, e meus receios quanto a festa rapidamente sumiram à medida que entrava no banco de trás. Quando Nami e Luffy estavam assentados nos bancos da frente, ela deu a partida e dirigiu rumo à casa de Ace, que era umas ruas depois da minha, num prédio de apartamentos. Ao chegar lá, ligo para ele e minutos depois ele entra no banco de trás, junto comigo. 

- Ace! - Luffy berrou.

- Luffy! - Encarou Nami. - Eu acho bom você não embebedar meu irmãozinho!

- Idiota. - Nami sorriu e pôs ambas as mãos no volante. - Agora que estamos todos aqui, vou impor algumas regras: como eu sou a motorista e dona do carro, vocês são meus passageiros e vão pagar a gasolina. Não 'tô a fim de gastar meu precioso dinheirinho quando meus melhores amigos e namorado são tão gentis pagando!

- Nossa, como você é caridosa, Nami! - digo. - Não cansa de nos extorquir?!

- Não!

Ela deu língua e dirigiu rumo à festa. Ace e Luffy foram conversando sobre banalidades, e ocasionalmente eu comentava algo.

- Eu tentei chamá-lo, mas ele disse que teria de resolver um assunto muitíssimo importante...

O comentário de Ace atraiu minha atenção.

- Quem? - pergunto.

- O Usopp. Acho que ele estava com a Kaya.

- Aham... - Nami vira à esquerda e estaciona numa vaga pouco longe da entrada da boate já que a rua estava praticamente lotada, e mais gente chegava a cada minuto. - Na próxima, quem sabe. Além do mais, aquele mentiroso está me devendo uma graninha então tenho motivos suficientes para ir atrás dele.

- Me lembre de nunca pegar dinheiro emprestado com você, sua agiota - digo.

- Achei que já soubesse disso. - Ace me encarou. - Tenho é pena do Luffy...

- Sempre que pego dinheiro com a Nami sem pedir, ela me bate! - Luffy sorri.

- E pra que você ainda pega?!

- Pra comprar carne, ué! - Luffy diz como se fosse algo óbvio. 

- Bancar a fome do seu irmão é duro - diz Nami -, e ele gasta o salário dele todo nisso. Sei lá como o Shanks conseguiu sobreviver todos esses anos tendo que cuidar do Luffy. Tenho é pena da conta bancária dele, do Garp e da Dadan. Enfim, vamos? 

Nami saiu do carro, seguida de Luffy. Ace e eu saímos por último. Eu encarei a fachada extremamente chamativa da boate com suas luzes neon piscando loucamente, e fitei o segurança e a fila na porta. Nami disse nossos nomes e entramos. Por fora, o estabelecimento parecia pequeno, mas por dentro era gigante e várias pessoas estavam aos montes conversando e bebendo, algumas dançando em seus pequenos e reclusos grupos. Nós seguimos Nami até uma mesa perto do bar, onde Zoro e Sanji debatiam sobre sei lá o quê enquanto o loiro fumava. Nos aproximamos, atraindo a atenção do casal de namorados.

- Nami-chan! - disse Sanji, indo beijar a mão dela. Nem Zoro ou Luffy pareciam se importar com o comportamento do rapaz, e eu sorri, vendo como ele não havia mudado muito ao longo dos anos. Bem, ele estava maior e seu rosto já não era tão inocente. Ele me encarou. - Rouge-chan! 

Sanji veio me paparicar. Eu praticamente pulei nele e o abracei, morrendo de saudades. Ele apertou o abraço e nós rimos. Eu o afastei, sorrindo eufórica.

- Senti sua falta! - digo. Passo a mão pelo rosto jovem e pelos cabelos dourados. Sanji afaga minhas melenas. - Alguma hora temos que pôr toda a conversa em dia, e eu adoraria ver o Zeff-san! 

- Sinta-se convidada para ir ao restaurante por conta da casa! Quando eu disse ao velho que você estaria voltando, ele não demonstrou muito, mas aposto que ele está tão feliz quanto nós. Bem, você sabe como ele é... - Sanji retirou o cigarro da boca e soltou um anel de fumaça. - Oe, marimo! 

- Não grite, Ero-cook. Estou do seu lado. 

Zoro zerou o copo de bebida e se levantou, vindo até nós. Ele estava mais robusto e mais alto do que eu me lembrava do terceiro ano, mas o olhar malvado era essencialmente o mesmo, assim como o gosto por bebida e os apelidos idiotas que dava a Sanji. Zoro deu um sorriso de canto e cruzou os braços.

- Você cresceu, Rouge.

- Digo o mesmo, Zoro. - Sorrio. - O Mihawk e a Perona? 

Mihawk era o pai adotivo de Zoro e de Perona, e um instrutor de esgrima quando ainda existia a modalidade no colégio. Lembro-me vagamente do rosto dele, já que o via pouco na infância e adolescência, e seu bigode era o traço do qual mais me recordava. Além disso, sabia que Mihawk, Shanks e Zeff eram amigos de longa data e por isso os três - Luffy, Zoro e Sanji - tinham crescido praticamente juntos. Eram amigos há mais tempo do que eu poderia concluir, tanto quanto minha amizade com Nami e Ace.

- Estão bem. Perona está casada - respondeu Zoro. 

- Sério?! 

- Sim, por incrível que pareça. Ela finalmente achou alguém para aturá-la. 

- Assim como você, Zoro! - digo, fitando Sanji. - Na boa, se me dissessem anos atrás que vocês estavam namorando, eu dava o braço a torcer. Parece que levaram o ditado a sério mesmo: quem odeia, se ama! - rio. Os puxo para um abraço. Zoro pigarreia, mas no fim cede ao carinho, suspirando. - Senti saudades de vocês...

- Hey, venham sentar! - Nami acenou.

Zoro, Sanji e eu ocupamos os assentos acolchoados. Os casais sentaram lado a lado, e eu sentei junto de Ace. Pediram cerveja e um coquetel de frutas vermelhas para mim. Quando o pedido chegou - e alguns aperitivos para o esfomeado do bando, lê-se Luffy - Zoro rapidamente virou o copo em uma tacada, bem como Ace e Nami. Sanji e eu nos entreolhamos, perplexos. O cozinheiro soltou um longo suspiro e um filete de fumaça, e bateu a guimba no cinzeiro perto.

- Então, como foi lá em Water 7? - indagou.

Dou um gole no coquetel de frutas.

- Foi bem. Como tinha ganhado a bolsa para a universidade lá, meu tio não se importou em me receber. O campus é enorme e tem vários prédios e uma biblioteca enorme. Os professores eram extremamente inteligentes e eu fiz alguns amigos com o tempo. - Mexo no canudo. - Water 7 é conhecida como a Cidade das Embarcações, já que tem uma empresa que dizem construir os melhores barcos e navios, a Galley-la. É bem bonita, para falar a verdade. E histórica. Tem várias ruínas de uma parte da cidade que foi engolida com o aumento do nível do mar. 

- Parece interessante. E as comidas? Tem muitas moças bonitas? 

- Sanji-kun! - rio. - Você não deveria dizer isso! O Zoro não tem ciúmes?!

- Ter, tem; mas ele vai morrer negando isso. De qualquer forma, ele sabe que sou fiel, e isso não me impede de apreciar as belas damas, hum? - Sanji tragou do cigarro recém-aceso. - E o marimo me troca por uma boa bebida e suas espadas, caso tenha chance. Deixei de me importar, fomos nos acertando com o tempo.

- Eis as vantagens de ser bi... - murmuro. - Faz muito tempo que estão juntos?

- Uns três anos, acho. 

- Bastante tempo. Deve ser difícil conviver com uma pedra que só dorme, porque era isso que ele fazia durante as aulas, principalmente do Fujitora-san. 

Sanji sorri de canto.

- O marimo é um idiota, mas fazer o que, né? 

- Oe, Ero-cook! Melhor que não esteja falando mal de mim! - Zoro berra. 

Eu rio. Algumas coisas nunca mudavam, como os tratamentos entre Zoro e Sanji, a euforia e fome de Luffy... Apoio meu queixo no cotovelo, observando-os conversando entre si. Sinceramente, eu não os trocaria por nada. 

Subitamente, sinto o braço de Ace acima dos meus ombros e o olho de soslaio, vendo-o mordendo um palito. 

- Está feliz? - indagou.

- Sim, muito - respondo. 

- Agora, que tal ir pegar uma bebida para mim? 

- Aproveitador. 

- Vai lá, Rouge-chan. 

- Você merecia um murro. 

- Oe, Ace! A festa é para dar as boas-vindas a Rouge! - berrou Nami. - Vai pegar você, e aproveite traga uma vodka! 

- Assim cê me quebra, Nami. Logo meu ponto fraco? O que você pretende? Embebedar todos nós e roubar nosso dinheiro enquanto estamos bêbados?

- É por aí! 

Luffy ri. 

- Eu vou com você - digo para Ace. - Não podemos deixar nossos amigos indefesos quando tem uma monstra ladra de dinheiro por aí, sorte que não trouxe minha carteira. Afinal, a festa é minha então vocês que se virem para pagar, bando de trouxas! 

- Sua insensível! - disse Nami.

- É! - Luffy concordou, cruzando os braços e unindo as sobrancelhas. 

- Poxa, Luffy! Você deveria ficar do meu lado! - digo.

- Se eu ficar, a Nami me bate, Rouge! 

- Nem ouse relar um dedo no meu irmão, sua aproveitadora! - Ace apontou para a amiga, ameaçador. 

- Não ameace uma dama! - Até mesmo Sanji entrou no bolo. 

- Vem, vamos logo!

Empurro Ace entre as pessoas e ficamos de frente para as prateleiras cheias de bebida de todos os tipos e locais inimagináveis. O bartender se aproximou, com as mãos na cintura. Era um rapaz jovem, de aparência gentil, com um nariz longo e meio quadrado que usava um boné escuro. No crachá pude ler "Kaku", que julguei ser seu nome. Ele sorriu para nós e perguntou:

- O que desejam?

- Vodka para a mesa 2 - disse Ace. - Quer algo? - Ele me encarou, interrogativo.

- Uma margarita. 

- É para já, senhor e senhorita!

Ace encostou o corpo no balcão e pôs uma das mãos no bolso da bermuda. Eu aproveitei e observei com mais afinco o ambiente em que estávamos enfiados com meio mundo de gente. Os grupos haviam aumentado, e o número de pessoas dançando era maior. O local estava preenchido com as várias vozes e a música de fundo, além das luzes neon e ocasionalmente uma nuvem de fumaça de gelo-seco. Eu não conhecia nenhum deles, e se não fosse pelo convite dos meus amigos, sequer teria pisado o pé na boate algum dia. 

- É, parece que somos os únicos sem um par - disse Ace, atraindo minha atenção.

- Hum?

- Nami e Luffy, Zoro e Sanji. 

- Ah, sim. Verdade. Isso te incomoda?

- Sinceramente, não. Ainda não achei ninguém especial no momento. E você?

Fito a mesa em que o pessoal estava.

- Sei lá - digo, sorrindo. - Mas é bom ver que eles estão felizes, isso é o suficiente para mim.

- Sim, tem razão.

- Aqui está.

O bartender Kaku põe meu coquetel em cima de um guardanapo e eu agradeço com um aceno de cabeça. Ele informa a Ace que levaria a vodka para a mesa, e que ele poderia se sentar. Ace desencosta do balcão e me olha, interrogativo. Eu estava entretida demais com a bebida e com os rostos desconhecidos do local, mas, subitamente, reconheço um entre os vários. Um singular par de olhos claros, pele morena e cabelos curtos negros, nos ombros. Seu jeito único era atrativo e eu sabia, mesmo pela convivência ainda recente, que não era outra pessoa senão Nico Robin! 

- Oe, Rouge! - chamou Ace.

- Pode ir, eu já volto. Vou cumprimentar uma amiga! 

- Hum? Okay então.

Ace se vai, e eu bebo a margarita em questão de segundos. Ando rapidamente até a mesa, desviando das pessoas, onde Robin estava, acompanhada por um homem robusto de camisa praiana, óculos escuros e um topete azul vibrante. Ao entrar no campo de visão de Robin, ela acena. Me aproximo, ofegando e sorrindo.

- Robin! Não esperava vê-la aqui!

- Rouge-kun. - Ela sorriu. - Que prazer ver você por aqui. Não sabia que gostava de lugares assim.

- Meus amigos me convenceram a vir - respondo. 

- Entendi. Esse é o Franky, meu namorado. Franky, essa é a Rouge-kun, trabalhamos juntas lá no colégio. Ela é a nova professora da qual te falei, lembra? 

- Ah, saquei! É um suuuuper prazer conhecê-la, Rouge-chan! 

O tal Franky retirou os óculos e sorriu para mim. Ele parecia ser amigável e extrovertido, contrariando a personalidade introvertida e calma de Robin, que bebia silenciosamente um líquido azulado decorado com algumas amoras na borda do copo. 

- Achei que você e o atendente do Polar Tang estivessem juntos, Robin, já que vocês passam tanto tempo conversando!

- Não. - Ela riu de maneira anasalada. - Somos apenas amigos. 

- Ah, entendi. Enfim, apenas passei para cumprimentá-la, vou voltar para os meus amigos. Foi bom vê-la, Robin, e um prazer te conhecer, Franky! 

- Igualmente, Rouge-chan!

- Aproveite, Rouge-kun.

O casal acena e eu me afasto da mesa, indo na direção do resto do pessoal. Ao chegar, noto a falta de Zoro e Sanji, e Ace e Nami conversavam sobre algo enquanto bebiam a vodka. Sentei entre eles.

- Onde você foi? - Nami encheu um copo para mim.

- Vi uma colega de trabalho, só. Onde estão aqueles dois?

- No banheiro. - Ace virou o recipiente. - Aposto que foram se pegar.

- Nada de novo. - Nami dá de ombros. 

- E o Luffy?

- Foi atrás de algo para comer - disse Ace.

- E só vocês estão aqui?

- Sim.

Bebi mais um gole da vodka e senti meu estômago dar uma leve embrulhada, e soube que já estava no meu limite. Senti uma imensa vontade de beber água, mas não estava a fim de me levantar novamente. Peguei minha bolsa no canto e meu celular. Desbloqueio e noto que já eram quase nove da noite. O efeito do álcool havia feito a hora passar rápido, e eu sabia que se continuássemos bebendo naquele ritmo, os três mais capazes de dirigir - Nami, Ace e eu - seriam obrigados a ir para casa com Luffy dirigindo, e do jeito que ele acelerava na pista, de acordo com o próprio irmão e a namorada, não tinha certeza se chegaríamos inteiros em casa. 

- Mais uma dose? - Nami estendeu a garrafa.

- Não, valeu. Acho que vou pegar uma água.

- Quer que a gente vá com você? 

- Não precisa, volto já.

Mesmo a contragosto, me levantei da mesa e retornei ao bar. Kaku me atendeu novamente e eu pedi somente uma garrafa de água dessa vez. Se comparada com Nami e Zoro, minha resistência ao álcool era fraca e depois de 2-3 doses, eu ficava derrubada pelo resto da noite e o dia seguinte, e eu já tinha tomado essa quantidade. Kaku pôs a garrafa na minha frente e eu agradeci. Peguei um canudo biodegradável do suporte e girei a tampa. Bebi alguns goles. Subitamente, um homem se aproxima de mim e pede uma cerveja. Ele me encara, curioso.

- O que uma moça bonita está fazendo sozinha? - perguntou.

Franzo a sobrancelha. O homem tinha cabelos cor de lavanda e ondulados que escorriam pelos lados do rosto pálido, preenchido com olhos negros. Ele não transmitia nenhuma fagulha de gentileza, ou qualquer delicadeza. Arqueei as costas e bebi mais um gole de água. Talvez, se o ignorasse, ele fosse embora.

- Oe, estou falando com você! - diz ele.

Suspiro.

- O que quer?

- É assim que você responde as pessoas?! Grosseira.

O homem riu de maneira esganiçada. Eu simplesmente dou de ombros, tentando ignorá-lo.

- Uma moça bonita como você não deveria estar só.

- Não estou. 

- Oh? - Ele olhou para os lados. - Não estou vendo ninguém por aqui, gata.

Ruborizo de raiva. Meu sangue estava começando a esquentar, e minha timidez me impedia que eu fizesse algo além de dar respostas secas. Quis sair de fininho e voltar para a mesa onde Ace e Nami estavam.

- O que você quer comigo? - pergunto.

- A melhor noite que você vai ter.

- Que idiotice. 

O comentário me faz rir amargamente. Irritada, levanto; mas o homem pega meu pulso. 

- Para onde pensa que vai? Não se rejeita um convite desses assim, ainda mais um do grande Spandam!

- Me solte - digo.

- Odeio quando me ignoram... Sabe? Você precisa de um pouco de obediência, vadia...

- Eu já mandei me soltar - reitero, firme.

- Opa! - Ele riu e me puxou. - Eu já não disse que odeio quando me ignoram?! Não se preocupe, eu vou te ensinar como uma mulher de verdade deve agir com um homem!

Mordi o lábio inferior, assustada. O olhar psicopata do tal Spandam fez um tremor percorrer minha espinha e meu sangue gelou, sequer o sentia irrigar meus dedos das mãos e pés. Um nó tomou conta da minha garganta e meu estômago embrulhou, e por pouco não boto tudo o que havia bebido para fora, num lindo e alcóolico arco-íris colorido. Então, senti duas mãos nos meus ombros e o aperto no meu pulso finalmente sumiu. Olhei para os lados e vi Nami e Ace, pouco atrás, Luffy, Sanji e Zoro, todos com olhares de raiva. 

- Você não a ouviu? - disse Ace. - Ela mandou você soltá-la.

Eu não havia percebido, mas os olhares de todos na boate estavam voltados para nós. No momento, quis cavar um buraco, me enfiar dentro e não sair de lá até a próxima estação. Vergonha para uma pessoa tímida como eu era como atravessar um abismo, ou pedras flamejantes completamente descalça. E céus! Eu estava com uma terrível vontade de vomitar, não sei por quanto tempo mais aguentaria. 

Spandam recuou, enfezado. Suspirei aliviada e encarei meus amigos. 

- Você está bem? - Nami perguntou.

- Ele não te fez nada, fez? - indagou Ace.

- Nós podemos simplesmente espancá-lo! - disse Luffy, estralando os dedos. Zoro e Sanji compartilhavam da mesma expressão ferrenha que o garoto do chapéu de palha. E, do jeito que eles estavam, eu não duvidava de que fossem capazes de deixar o rosto do homem lavanda irreconhecível.

- Eu estou bem, não se preocupem. Sério!

Ergo as mãos, esforçando-me para dar um sorriso tranquilo. A verdade é que eu estava tão assustada que nem conseguia raciocinar direito, e tudo o que eu queria era sair daquele lugar e ir embora logo, para o conforto do meu quarto de onde eu nem deveria ter saído a princípio. Os cinco me olham, taciturnos e resolutos. Eu não havia passado muita convicção. O misto de vodka e os dois coquetéis estava me derrubando aos poucos, e certeza de que eu amanheceria com uma bela de uma ressaca no outro dia. Por sorte, era domingo. Suspiro.

- Olha, eu preciso ir pra casa. Só isso. Meus pais já devem ter chegado e não quero preocupá-los - digo.

- Eu levo você - disse Nami.

- Não, não precisa. Você bebeu bastante, e vai ser ruim dirigir desse jeito. Além do mais, minha casa não é tão longe daqui. Quero ir andando, para espairecer e ver se o efeito do álcool diminui um pouco. Quando chegar eu ligo para vocês e aviso.

- Está tarde! É perigoso andar por aí sozinha! - Ace pigarreou. - Deixe ao menos um de nós ir com você!

- Uma dama não deveria se arriscar desse jeito! - disse Sanji, e Zoro teve de segurar o braço dele pela súbita euforia.

- Não se preocupem comigo. Prometo que ligo quando chegar em casa.

Agarro minha bolsa e forço um sorriso. Apesar dos semblantes preocupados de Nami, Ace e o resto, eles aparentemente se convencem. Me despeço de cada um com um abraço e ouço um "se cuida" de Ace. Atravesso o mar de pessoas e as luzes ofuscantes até finalmente conseguir sair da boate. A primeira coisa que vi foi o céu escuro repleto de nuvens de chuva e os pingos que caíam continuamente, sem dar sinal de que iriam parar. Mentalmente praguejei por não ter trazido guarda-chuva nenhum, e não tinha outra opção além de andar debaixo daquele temporal até a casa dos meus pais. Pensei em retornar e pedir carona, mas não pretendia voltar para dentro da boate, com meu estômago embrulhado e a cena com o tal Spandam ainda reverberando na minha mente. Lembrei do meu pai, no entanto ele poderia não ter chegado com a minha mãe.

Eu estava sem esperanças e aceitando o fato de que iria me molhar quando, subitamente, a chuva subitamente cessou. Olhei para cima e vi a cobertura preta de um guarda-chuva e encarei o dono, curiosa. 

- Você... - Limpo o rosto. - Você é o rapaz que trabalha no Polar Tang!

Era o jovem atendente amigo da Robin. Ele usava uma calça jeans azul, um par de sapatos pretos e uma camisa escura de abotoar aberta parcialmente no peito. Os cabelos negros como ébano estavam desalinhados, como das vezes que o vi, no Polar Tang, e pude notar os pormenores do rosto moreno. Ele tinha olheiras abaixo dos olhos dourados e parecia cansado, como se não tivesse dormido por dois dias seguidos. Sua mão tatuada segurava firmemente o cabo do guarda-chuva acima da cabeça, evitando que nós dois nos molhássemos, e a outra estava no bolso da calça.

- Sim, sou - respondeu. - Você é a mulher que vai lá todo dia com a Nico-ya. Está sem guarda-chuva?

- Infelizmente. Quando saí de casa o tempo parecia bom, então nem pensei em trazer - digo, suspirando.

- Se quiser, te acompanho até sua casa - sugeriu ele.

Não consegui detectar nenhum duplo sentido, e apesar da cara fechada, ele não deixava transpassar nenhuma aura perversa. Ainda assim, eu não sabia o que podia esperar de alguém que eu apenas conhecia por frequentar um determinado ambiente durante a semana. Ele manteve-se intransponível como uma muralha de pedra, apenas aguardando minha resposta.

- Que garantia me dá de que não é um possível serial killer ou coisa do tipo? - pergunto.

O atendente ergueu parcialmente as sobrancelhas escuras e arregalou levemente os olhos cor de mel. Ele tirou a mão do bolso e passou entre os fios escuros como obsidiana e me encarou, com os lábios curvando-se num quase sorriso divertido. Senti minhas bochechas arderem diante de seu olhar curioso e virei o rosto, tentando mascarar a vergonha súbita que eu já nem sabia se era efeito do álcool no sangue ou não; porém, estranhamente, as náuseas pararam.

- Garanto que sou uma pessoa comum que está oferecendo um guarda-chuva e uma companhia - disse ele. 

- Claro, eu aceito. Desculpe pelo comentário, eu só...

- Eu vi o que rolou lá dentro entre você e aquele cara, então deve ter ficado assustada. Sua reação é compreensível. 

Dou um leve sorriso.

- Sou Rouge - digo. - Mesmo que eu esteja indo com certa frequência ao Polar Tang, nunca trocamos mais do que duas palavras. 

- Tem razão... Sou Law.

- Law... É um prazer.

- Digo o mesmo, Rouge-ya.

Law indicou o guarda-chuva.

- Ainda quer uma companhia?

- Eu realmente agradeço, Law.

Deixamos a boate e pegamos a rua que era o caminho mais rápido até minha casa. Eram quase 10h da noite e, para um sábado, ainda estava realmente movimentado. Víamos pessoas transitando de um lado para o outro, algumas voltando de festas, ou indo. Casais de mãos dadas e famílias inteiras saindo e entrando em restaurantes. Mesmo a chuva não parecia derrubar os ânimos da cidade já que as próprias crianças usurfruíam do temporal pulando nas poças de água que se acumulavam. Encarei Law de soslaio, e ele parecia mais concentrado no caminho.

- Então, Law... Você também estava na boate?

- Sim, mas não fiquei muito.

- Algum conhecido lá?

- Nico-ya me informou sobre o lugar e ela iria com o namorado, Franky. Pensei ser uma boa distração - respondeu, me olhando dessa vez. 

- Eu cumprimentei a Robin e conheci o Franky, mas não lembro se cheguei a ver você no meio das pessoas.

- Cheguei um pouco depois, acho. 

- E ficou tão pouco?

- Boates não fazem meu estilo. E você? O que fazia lá?

- Reunião de amigos. Recentemente voltei para a cidade por conta de uma oportunidade de emprego na One Piece School, onde eu conheci a Robin-san, e depois de um longo tempo fora, minha melhor amiga imaginou que esse reencontro seria bom para todos nós. Eu apenas... Não imaginei que aquilo aconteceria - digo, lembrando-me do aperto vulgar do tal Spandam e seu olhar psicótico. - Mas... - Balanço a cabeça algumas vezes e forço um sorriso. - Por sorte, meus amigos estavam por perto.

- Disse que trabalhava com a Robin-ya... Professora de quê? - Law indaga, tentando mudar de assunto. Eu o agradeço mentalmente por não estender o assunto da boate além do necessário.

- Biologia. 

- Não tem cara de alguém que passa o dia catalogando seres vivos...

Franzi o cenho.

- Não passo o dia fazendo isso, além do mais, sou formada em biologia marinha, então não passo mesmo o dia em uma praia brincando de empilhar conchinhas como uma criança eufórica que fica buscando por caranguejos ou outras coisas - digo. Law não esboça expressão nenhuma, mas eu rapidamente desmanchei. - Desculpe, não quis ser grosseira. 

- Não foi.

- Bem... E você? O que faz além do Polar Tang?

- Estou terminando a faculdade de medicina.

Arregalo os olhos.

- Sério? Não imaginava.

- Por causa das tatuagens?

- Não, é que você não parece ter cara de quem faz medicina... É... - Sorrio. - Acho que nenhum de nós parece muito com o que fazemos. 

A conversa cessou. Continuamos pelo mesmo caminho, em silêncio. Ocasionalmente, eu o observava e recebia rapidamente um olhar dourado que me fazia virar o rosto, numa tentativa de abafar a vermelhidão da embriaguez que pintava minhas bochechas e o topo do meu nariz. Passamos por uma pracinha que tinha e soube que estávamos cada vez mais perto da minha casa. Adiantei o passo e fui até a beira do laguinho artificial e observei o balançar monótono das águas por causa da chuva torrencial. Law parou do meu lado.

- Dizem que tem vários peixes estranhos aí - digo. - Já tive oportunidade de observar alguns deles.

- Costumo caminhar aqui durante a madrugada quando estou sobrecarregado demais. 

- Não tem medo?

- Não. - Law me encarou. 

- Entendi. Deve ser bom.

- É, sim.

Retomamos a estrada e, dessa vez, fomos conversando. Law aparentava ser dono de um intelecto curioso e uma inteligência incrível, ainda que eu pudesse notar os tons de sarcasmo e o humor ácido dele. Livros, filmes e música foram os principais temas do diálogo enquanto os pingos de chuva eram nossa trilha sonora. Eu disse que vários novos filmes estavam em cartaz, inclusive um que eu ansiava por ver já que era uma adaptação de um dos meus livros de suspense favoritos. Law comentou sobre aqueles que mais gostava, e a conversa fluiu tão bem que eu quase passo da minha casa.

- É aqui - digo, indicando a construção. - Obrigada por me acompanhar, Law.

Coincidentemente, a chuva havia parado de cair.

- Não foi nada, Rouge-ya. Te vejo no Polar Tang segunda?

- Sim. - Sorrio. - Capuccino, como sempre. Desculpe, tenho que ir. Novamente, obrigada.

Law anuiu com a cabeça, girou os calcanhares e acenou, tomando o caminho pelo qual nós viemos. Esperei que sua silhueta virasse um pequeno pontinho na imensidão de Allacia e entrei em casa, sem notar que um sorriso ocupava meus lábios e que seu cheiro amadeirado ainda impregnava minhas narinas. 

 


Notas Finais


não consigo imaginar outra pessoa sendo tão cavala como o Spandam, mds, nutro um ódio mortal desse cara
oq cês acharam da boate? e o primeiro encontro da Rouge e do Law??
até a proxima
baii~


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