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História Polaroid - Sentimentos demais


Escrita por: _peakyblinder_

Notas do Autor


SOMOS MAIS DE 100 <3
Vocês não fazem ideia da felicidade que eu to hahahaha
Agradeço demais pelo carinho, sempre!
Espero que gostem do capitulo de hoje!

Capítulo 11 - Sentimentos demais


Fanfic / Fanfiction Polaroid - Sentimentos demais

MARIANA MONTERO

Montero Cereais e Insumos - Madrid, Espanha.

- Me diga então, como eu vou explicar para um agricultor, que quer receber 85 reais por saca, que ele vai receber apenas 78! – bradei – E por causa de uma cobrança excessiva de frete!

- Temos que ganhar dinheiro em cima da colheita também – o homem respondeu arrogante

- Sempre ganharam e nunca precisaram colocar um preço exorbitante para isso! É apenas ganancia sua, porque eu aposto que seus motoristas não receberão o aumento que o senhor estará cobrando dos produtores e da minha empresa.

Respirei fundo. Alguns funcionários no escritório pareciam assustados. Eu estava praticamente aos berros com aquele troglodita no telefone. Meu Deus, dai-me paciência, porque se dai-me força eu mato!

- Essa negociação está prevista em um reajuste desde a safra passada. Agora não posso mais mudar as negociações porque outras empresas já fecharam conosco pelo preço novo – ele se gabou. Mordi a língua numa tentativa falha de não gritar mais.

- O senhor não está entendendo – respondi rindo com o mesmo deboche com que ele me respondia – Esses produtores tem família. Eles tiram da lavoura o dinheiro para comer e pagar as despesas da casa. Sem contar, que é da safra que eles tiram o dinheiro para pagar as sementes e os insumos. Eles espremem tudo o que conseguem da safra para se manterem vivos e com comida na mesa.

- Se está preocupada que com o aumento do frete eles não conseguirão pagar sua semente e seus insumos, então baixe os preços – ele cuspiu

- Já checou os preços do mercado? SOMOS O MENOR PREÇO! – não controlei meus impulsos – Vá procurar outra empresa tola para cair nessa sua conversa. O advogado da empresa entrará em contato. A partir de hoje você não faz mais negócios com a Montero.

- Você não pode fazer isso! Somos parceiros a anos e...

Desliguei o telefone e passei as mãos pelo rosto. Estava cansada, irritada e frustrada. Não conseguia mais ouvir e se quer pensar nesse homem repugnante. É tanta falta de sensibilidade que parece que minhas energias foram sugadas na conversa que tivemos. Somando isso a todos os outros problemas que tive essa semana, pode-se dizer que aquela história de “sorte no amor, azar no jogo”, no meu caso está mais para: azar em tudo. Tem como mais problemas aparecem em minha vida? Não somente os problemas da empresa, mas problemas meus.

Essa história com Francisco me despedaça lentamente a cada dia dessa semana que passou. Depois da festa ele não me procurou mais, respeitando o tempo que pedi. Uma parte de mim parecia comemorar intensamente enquanto outra ainda esperava que ele ligasse. Que ele viesse atrás. Que me provasse que podia ser melhor. Mas ele não veio. E eu tenho orgulho o suficiente pra não correr atrás. O celular em meu bolço me tirou de meus devaneios. Clarice.

- Amiga! – ela disse animada assim que atendi

- Eai comadre, como está? – perguntei sorrindo fraco

- Com saudades! Liam e Enzo perguntaram de você hoje, queriam que você tivesse vindo

- Eu queria ter ido, vocês sabem. Mas está tudo um caos por aqui. Não sei para que lado eu me atiro – confessei – Tenho passados os últimos três dias praticamente vivendo aqui.

- Ah amiga, não se estresse. Você tem que descansar também – ela me repreendeu preocupada

- Eu sei, mas é coisa demais pra pensar. Deito minha cabeça no travesseiro mas o sono não vem.

- Eu sei que você não quer falar, mas não são apenas problemas de empresa

- Ah amiga, não sei nem o que te falar sobre isso – senti uma lágrima escorrer – Eu to o tempo todo pensando nisso. Se tomei a decisão certa. Se eu devia falar alguma coisa. Não sei o que fazer, mas sinto saudade.

- Não acho que você fez errado – ela me acalmou – Não acho também que você deva correr atrás. Porque ele foi um cafajeste levando ela na festa.

- Eu sei

- Então amiga, deixa as coisas irem rolando. Só não quero te ver sofrer ok?

- Não vou – sorri fraco secando as lágrimas

- Vai fazer o que hoje? – ela perguntou

- Marco me chamou pra jantar na casa dele com o pessoal. Não sei se ele vai. Nem sei se eu vou.

- Obvio que você vai! – ela me repreendeu –Vou mandar mensagem pro Toni pra ele ir te buscar. Você vai ir.

- Tudo bem.

- Se cuide e depois me conte como foi. Eu amo você.

- Se cuide aí também amiga! Mande beijos pros meus meninos! Também te amo!

Desliguei já levantando e saindo do escritório. Pedi para uma das meninas fecharem tudo pra mim hoje e dirigir pra casa, pensando no que Clarice me dissera. Ela era a única que sabia de tudo. Não pude evitar em contar pra ela. Da minha escapada para trás do palco no dia da festa e do ponto final que coloquei em tudo. Do quanto chorei e do quanto queria que as coisas fossem diferentes.

 

******

 

- Não vai mesmo me contar o que está te deixando pra baixo? – Maca afagou meus cabelos

- Ah amiga – suspirei – As coisas na empresa não estão fáceis. Praticamente estou morando la dentro.

- Tem que tentar esquecer amiga – ela sorriu fraco

- Eu até tento. Mas por exemplo, agora estou aqui mas meus pensamentos continuam lá – confessei

- Então vamos beber um bom vinho, eu e você que podemos, e falar de coisas boas! – ela me abraçou levemente – Tudo certo para nossa ida a Mallorca né?

E assim, engatamos uma conversa animada. Já fazia cerca de uma hora que eu havia chegado a casa de Marco, com Toni. Lucas e Maca já tinham chegado e brincavam com o pequeno Luqui, que agora estava nos braços do pai, enquanto eu e ela conversávamos. Isco chegou logo depois, com o pequeno Junior. Nos cumprimentamos com um simples beijo no rosto e não trocamos mais palavras. Os meninos estavam na sala e eu e Maca na cozinha. Junior ficou um bom tempo no meu colo, mas tinha se juntado aos homens para uma partida de videogame.

- Amiga? – Maca me despertou dos devaneios

- Oi – pisquei – Desculpa, tava distraída. O que disse?

- Eu te perguntei se você acha que vai ficar muito feio eu falar para Marco não convidar Sara para ir conosco...

- Claro que não amiga – respondi bebericando meu vinho – Porque?

- Porque Lucas me comentou que Isco e Sara estão prestes a reatar o namoro. Parece que eles saem juntos a algumas semanas e ontem Marco encontrou ela na casa dele quando foi busca-lo para o treino.

“ parece que eles saem juntos a algumas semanas...”. Essa frase se repetia milhares de vezes em minha cabeça. Ele só pode estar brincando com a minha cara. Mais essa agora? Porque, meu deus? Minha visão vacilou. Puxei o ar com força, mas ele não veio. Apoiei um braço na bancada mas não tive forças para aguentar o peso de meu corpo. A taça escorregou de minha mão como um borrão desfocado e foi de encontro ao chão. Logo cacos de vidro se espalharam para todo o lado e o liquido bordô manchou o chão.

- NINA! – Maca segurou meus ombros antes que eu caísse do banco – LUCAS! LUCAS VEM AQUI RÁPIDO!

Antes mesmo de Maca terminar de falar, vi o vulto de Lucas entrando na cozinha e me segurando.

- O que aconteceu amor? – Lucas perguntou para Maca, me apoiando nele

- NINA! – Marco entrou exasperado, se assustando com o vinho no chão

- Calma – falei num sussurro, puxando o ar com força

- Mariana, o que aconteceu? – Toni me puxou levemente dos braços de Lucas passando a mão pelo meu rosto, agora suado .

- Acho que foi uma queda de pressão – comentei, já me recuperando.

- Ela precisa deitar – reconheci a voz de Isco antes de o ver – Vamos colocar ela em um quarto de hospedes. Marco, pega uma outra roupa pra ela.

- Isso mesmo – Maca estava ofegante – Não se preocupem, vou limpar tudo aqui.

Minhas pernas foram envolvidas e senti uma mão passando sobre meus ombros. Não tive forças nem para protestar, apenas senti meu corpo levitar em um abraço. Estava sendo carregada da cozinha. Forcei meus olhos para que abrissem e encontrei os seus. Isco tinha um semblante sério, quase raivoso. Mas seus olhos pareciam desesperados. Ele estava preocupado. Fui deitada com delicadeza na cama do quarto de hospedes já sentindo minha pulsação começar a normalizar.

- Como está se sentindo? – o moreno perguntou se sentando na beira da cama.

- Tonta e totalmente sem forças – admiti

- O que você comeu hoje? – ele perguntou e eu fechei os olhos sem responder. Não havia comido nada. – Certo, acho que descobri o porque dessa fraqueza. Vou pedir para Marco alguma coisa para você comer.

Ele passou a mão levemente por meu ombro e levantou parecendo relutante. Queria puxar sua mão e implorar para que ele não saísse de perto de mim. A saudade que senti a semana toda vem me corroendo, assim como um sentimento que insiste em permanecer. Respirei fundo me sentindo uma tola. Isco tem Sara, e eles estão juntos. Não há espaço pra mim no meio disso, e eu jamais me contentaria com migalhas de sua atenção. Fechei os olhos para conter as lágrimas prestes a se formar.

- Gatinha, trouxe roupas limpas pra você colocar – Marco também parecia preocupado – Vou pedir para Maca te ajudar a tomar um banho e aí depois vamos até o apartamento de um amigo meu que é médico.

- Marco, obrigada pelas roupas – Sorri fraco, me sentando com um pouco de dificuldade – Não se incomode em chamar Maca, nem ligar pro seu amigo médico. Eu só esqueci de comer a tarde e minha pressão acabou desregulando.

- Esqueceu de comer Mariana? – Toni se juntou á Marco e os dois me encaravam irritados

- Poderia ter acontecido algo mais grave – Marco começou

- Você precisa comer bebezinha, não interessa quais forem os problemas da empresa. Sua saúde tem que ser prioridade – Toni tinha os braços cruzados.

- Eu vou comer, prometo – sorri fraco – Eu só não senti fome, e quando vi já estava vindo pra cá, então decidi não comer.

- Eu devia puxar as suas orelhas – Marco bufou

- Eu já estou bem – voltei a deitar – Só preciso descansar um pouco.

- Antes de descansar, a senhorita vai comer -  Isco entrou no quarto com um sanduíche e um copo de suco em mãos

- Devia comer uns 4 desse sanduíche aí – Toni fiscalizou e vi Isco o olhando bravo – Mas um já começa bem.

- Vamos ajudar Maca e Lucas e ver como estão as crianças – Marco me encarou travesso puxando Toni para a porta

- Qualquer coisa chamem – Toni completou enquanto os dois saíam dali.

Isco deixou o prato com o sanduíche em meu colo e o suco de laranja no criado mudo. Seu olhar encontrou o meu como se fosse uma suplica silenciosa para que eu comesse. E para que eu não fizesse todas as perguntas que tinha vontade de fazer. Pela sua expressão eu descobri que ele sabia. Sabia que eu queria que ele esclarecesse muita coisa. Sabia do quanto eu venho sofrendo com a nossa distancia e o quanto eu queria que ele fosse diferente. Comecei a comer, calando meus pensamentos. Quando terminei de comer, caminhei até o banheiro colocando uma camiseta e um calção de Marco. Não tinha forças físicas e psicológicas para tomar banho agora.

- Nina... – ele começou passando as mãos pelos cabelos.

- Isco, porque não me contou? – perguntei de cara

- Porque não queria te machucar. E porque gostei de estar contigo – ele esfregou a barba – Me sinto um idiota.

- Você foi um idiota – completei irritada – Não queria me machucar? Achou que eu não ia descobrir que se encontrava com Sara enquanto saía comigo?

- Nina, quem te contou isso? – agora ele estava sério

- Você acha que eu não percebi? – menti – Combinamos de não envolver sentimentos e compromissos, eu sei. Posso não ter entendido direito a parte sobre não ter compromisso, mas sempre quis respeito Isco.

- Não quis te desrespeitar – ele me encarou – Só que as coisas foram acontecendo, e eu... Merda!

Fiquei em silencio. Eu sabia aonde aquela conversa chegaria, e eu não tinha a minima intenção de sair chorando daqui. Me senti frágil, de repente. Queria me esconder dele e do seu olhar que consegue me decifrar tão facilmente. Eu estava machucada, ele sabia. Mas senti por um momento, que não era a única. Talvez ele também quisesse que as coisas fossem diferentes. Talvez a saudade tenha sido recíproca, mesmo que o sentimento não seja.

- Você precisa descansar Nina – ele me fez encara-lo.

- Você também está cansado – falei baixinho – Não quer dormir?

Isco se mexeu, me puxando para perto e enlaçando os dedos em uma mexa de meu cabelo. Ao afastá-la de meu rosto ele depositou um beijo demorado em minha testa, gesto que surpreendeu a ambos.

- Você precisa dormir mais do que eu. – quando abri a boca para protestar ele colocou um dedo sob meus lábios me calando – Só tem uma cama. Quero que fique com ela.

Com um puxão gentil ele me fez deitar na cama, minhas pernas bambas com a proximidade que me encontrava de seu corpo. Antes de puxar o lençol sobre meu corpo, fitei o sofá largo no canto do quarto onde ele agora estava deitado. Uma de suas mãos pousando tremula sobre os cabelos escuros. Ele estava nervoso e preocupado em relação a alguma coisa. Mas eu não estava diferente. Tentei fechar os olhos para dormir, mas o sono não vinha.

- Isco... – sussurrei, temendo que ele não estivesse acordado

- Oi – ele respondeu logo em seguida, se sentando no sofá para me encarar. – Está se sentindo mal de novo?

- Não, é só que... – não sabia o que falar.

Uma vergonha súbita se apossou de mim e eu passei a língua pelos lábios tentando pensar em algo decente para falar. Ele se levantou e se sentou na beira da cama novamente. A verdade é que eu jamais tive a intenção de falar alguma coisa. Tomei seus lábios para mim, iniciando um ritmo incandescente, cheio de saudade. Era como se fosse o primeiro e o último beijo que daríamos. Era uma dança envolvente, ambos querendo sempre mais, mais, e mais.

Senti uma leve mordida em meu lábio inferior e paramos o beijo por falta de ar. Com dois selinhos nos afastamos o suficiente para nos encarrarmos. Apesar de estar escuro, eu conseguia ver seu rosto com nitidez. E ele era lindo. Meu deus, como era. Sua língua passou por seus lábios e ele sorriu. Ambos não sabíamos o que falar, nem como as coisas ficariam no dia seguinte. Ele deu um suspiro e se aproximou mais de mim.

 Deitei na cama e senti quando ele deitou também, apoiando levemente a cabeça no meu ombro. Meu nariz ficou em seus cabelos macios. Ele se ajeitou, chegando ainda mais perto, cobriu nós dois com um cobertor e pegou no sono rapidamente. Era muito fácil imagina-lo sonolento, grogue, quente, abrindo os braços e me enlaçando em um abraço apaixonado. Minha boca na dele enquanto meus dedos passeariam por seus cabelos. O turbilhão de sentimentos em meu peito me deixava indecisa. Será que tínhamos uma chance de fazer dar certo?


Notas Finais


EAIIII??? ME DIGAM O QUE ACHARAM <3
esse capítulo ficou meio merda, mas é importante pra ordem dos fatosss <3
eu volto logo, prometo!! <3


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