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História Polaroid - Mallorca - II


Escrita por: _peakyblinder_

Notas do Autor


GENTE. SÓ QUERO DIZER: SEGURA A PERUCA QUE A COISA HOJE VAI SER LOUCA.
nos vemos nas notas finais :)

Capítulo 13 - Mallorca - II


Fanfic / Fanfiction Polaroid - Mallorca - II

MARIANA MONTERO

Mallorca - Espanha.

Era 6:30 quando abri os olhos, incapaz de dormir mais. Minha cabeça estava a mil, e eu estava mais inquieta do que o normal. Eram coisas demais em minha cabeça. Pessoas demais. Levantei, vestindo uma roupa confortável para uma caminhada e já pegando celular, fones e chaves para sair. Ainda estava amanhecendo, então pouca luz iluminava a casa. Como meu quarto era o ultimo do corredor, pude perceber todo mundo ainda dormindo, pelos roncos e suspiros altos e calmos. Pobre Clarice, Marcelo mais parece um trator. Deixei um bilhete na cozinha, avisando que iria sair e roubei uma maça da geladeira, saindo em seguida.

Seguindo o mesmo caminho que fizemos ontem de jeep, desci até a cidade. Levei cerca de uma hora caminhando, ouvindo algum ritmo animado  e reconfortante. Precisava disso. Quando cheguei a cidade, caminhei calmamente pela orla da praia olhando as lojinhas que já começavam a abrir. O calor não tardou a chegar, e logo a praia e a cidade ganharam vida em um movimento contagiante. Mallorca era a melhor versão praiana de um paraíso. Quando já eram 10 horas, decidi que era hora de voltar para casa, caminhando pelo acostamento mais uma vez.

Quando cheguei, já tinha se passado uma hora e já se via movimento. Completamente suada, porém animada, entrei batendo palmas.

- Bom dia dorminhocos! – gritei

- Ai credo Mariana, que disposição – Maca me jogou uma almofada do sofá, aonde ela e Lucas viam um programa na TV

- Posso saber que horas a senhorita saiu de casa? – Marcelo cruzou os braços erguendo uma sobrancelha

- Eram quase 7 horas – sorri

- Deus me livre – Marco passou por mim, massageando as têmporas.

A ressaca estava estampada na cara de todos.

- Você foi apé? – Toni saiu da cozinha com frutas em um prato – Louca!

- Ah, a caminhada foi ótima – lancei beijos para todos – Mas preciso de um banho urgente!

- Já coloca um biquini porque vamos pro iate – Lucas avisou.

- Certo – pisquei e subi as escadas correndo.

Quando estava em frente a porta de meu quarto, ouvi uma voz rouca.

- Bom dia – Isco saía de seu quarto, a cara amassada e os cabelos castanhos bagunçados.

- Bom dia – respondi simples e entrei fechando a porta, tentando controlar meus hormônios.

 

*****

 

Depois de todos devidamente vestidos e tudo arrumado, saímos mais uma vez com os jeeps, em direção a praia particular da casa. O iate já nos esperava, imponente. Mais uma vez, tudo a cara de Marco Asensio. O capitão nos disse que iriamos a uma praia próxima dali, ótima para um mergulho. É claro que eu e as meninas ficamos empolgadíssimas. Porque a praia era linda, mas o capitão se superava. Dios mio, que homem. Já com as mascaras de mergulho em mãos, nos jogamos no mar, assim que o barco parou.

- Vamos dar o troco agora? – Maca perguntou rindo enquanto nadava para perto de nós.

- Minha nossa senhora da glória – Clarice murmurou em português – É testosterona demais pra mim...

- O que vamos fazer? – perguntei

- Podíamos chamar ele pra dar um mergulho também – Maca sugeriu –Mas vamos gritar o convite, pra ter certeza de que aquele bando de idiotas escute!

- É uma ótima ideia – concordei – Se ele não aceitar podemos convence-lo a almoçar conosco.

- AMEI – Clarice concordou depois de mergulhar mais uma vez.

- E quem grita? – perguntei

- E você ainda pergunta? – Maca me encarou – Você, óbvio!

- Alarcón e Kroos vão cortar os pulsos, mas nós somos casadas, então só sobrou você – Clarice provocou e eu mandei-lhe um dedo do meio.

- Eu nem tive nada a ver com aquelas garotas e o ciumes de vocês – argumentei

- Mas é a melhor amiga que temos, e vai fazer isso por nós – Clarice nadou até mim me asfixiando em um abraço.

Maca a acompanhou e logo estavam as duas em cima de mim enquanto eu tentava não me afogar. Acabou que nós três afundamos e emergimos em meio a risadas e provocações.

- Ih, olha o boy ali – Clarice me puxou – Ta na tua hora. Se faz bastante, vai ser lindo de ouvir.

- Mas vocês vão chamar também né? – perguntei ainda receosa

- Claro que vamos – Maca se aproximou – Anda!

Respirei fundo pensando nas merdas que essas duas me metem, mas concordei que seria divertido.

- Capitão – gritei alto o suficiente para que o homem me encarasse, da parte superior do iate

- Sim, senhorita – ele se virou para me encarar

- Porque não vem dar um mergulho com a gente? – gritei mais uma vez

-É, a água está ótima – Clarice completou

- Queremos companhia! – Maca ainda acrescentou.

O homem ficou tão vermelho que apenas riu. Eu não pude conter uma risadinha, que logo se tornou gargalhada ao ver que Marco, Lucas, Toni, Marcelo e Isco estavam escorados na amurada com uma cara nada boa. Suas expressões foram impagáveis, pareciam prestes a explodir de raiva e ciúme. Queria ter a Polaroid aqui comigo para tirar uma foto. Eu e as meninas ficamos vários minutos rindo, e logo os meninos vieram se juntar a nós.

- Achei uma brincadeira ridícula – Marcelo comentou, os braços envolvendo a cintura de Clarice de forma possessiva

- Mais do que ridícula – Lucas completou – Desnecessária!

- Pareciam prestes a tirar a roupa do coitado com os olhos! – Marco bufou – Vocês precisam respeitar!

- Ah calem a boca – Clarice mandou o dedo para eles – São um bando de ciumentos!

- Eu cuido do que é meu! – Marcelo me puxou para um abraço, junto com Clarice. Reviramos os olhos

- Ei, é minha também – Marco me puxou

- Sai fora Asensio – Toni se meteu na frente de Marco me envolvendo em um abraço.      

A água morna se tornou fervente sobre minha pele. Clarice me encarou maliciosa. Mais o que mais me surpreendeu, foi Isco. O Moreno que estava do outro lado da nossa roda de amigos, mergulhou subitamente na minha direção. Quando percebi seu contorno na água extremamente perto, já era tarde demais. Uma mão firme envolveu meu pé e eu fui puxada pra baixo com força. Puxei o ar a tempo, antes de mergulhar. Toni me soltou, um tanto assustado. Quando emergi, eram os braços de Francisco que estavam ao meu redor.

=- Minha – ele sussurrou em meu ouvido, enquanto eu ofegava.   

Porque Deus, me deixas tão perto desse homem? Ainda mais sem camisa, com um conjunto muscular desse nível. É pra acabar com a minha sanidade. Não conseguia pronunciar uma palavra sequer.

-Clarice, Maca e Marco gritavam e batiam palmas

- Isco, o mega tubarão – Marcelo completou e todos rimos. Até mesmo Toni.

Ele me soltou e eu me afastei, ainda atordoada. De volta ao lado de Toni, vi que ele não ficou feliz, mas não ficou super irritado ou magoado com a situação. Será que eu estive confundindo as coisas? Será que criei um sentimento sendo que ele nem mesmo passou pela cabeça do loiro? Subitamente comecei a sentir um cansaço nas pernas e decidi sair da água. Emoções demais para um simples mergulho. Subi as escadas, pisando no piso amadeirado do iate. Enrolei-me na toalha e sentei em uma espécie de sofazinho, de onde conseguia ver e participar da conversa de meus amigos.

Toni e Maca logo se juntaram á mim seguidos, mais tarde, pelos outros. Almoçamos com o ritmo animado de um pagode brasileiro que Clarice e Marcelo cantam o tempo todo. Os assuntos entravam e saiam com naturalidade: a temporada dos meninos nos gramados, a viagem de Clarice e Marcelo pro Brasil e até a próxima viagem que faríamos todos juntos. Éramos nos mesmos ali, independente de nossas profissões e obrigações fora do iate. Eram nossas merecidas férias.

- O que acham de darmos uma dormidinha e depois darmos mais uma volta? – Marco perguntou bocejando – Tem uma praia perto daqui legal pra tirar umas fotos e pular de pedras.

- Bora! – Maca sorriu

- Vou pegar uns travesseiros ali dentro – Toni se levantou – Nina, pode me dar uma mãozinha?

- Claro! – sorri e levantei, o seguindo.

Abrimos duas portas até finalmente encontrarmos uma espécie de quarto. Toni se aproximou da cama pra pegar os que estavam ali em cima e eu comecei a procurar pelos armários por mais. Três travesseiros não seriam suficientes para todos nós deitarmos no sofá e na rede. Achei mais dois e os puxei colocando em cima da cama. Toni abriu outro armário e mais um foi juntado aos outros.

- Parece que vai faltar... – murmurei tentando pensar em uma solução – Vou procurar outro quarto

- Nina, espera! – Toni segurou meu braço com calma – Preciso falar contigo...

Ah não Toni, não fala o que eu to pensando que você vai falar. Não faz isso comigo. Nem contigo.

- Comprei uma coisa pra você. Queria ter entregue no dia da festa, mas acabei bebendo um pouco demais... – ele confessou um tanto encabulado

- Ah Toni, não precisava ter comprado nada! – sorri sincera.

- Mas agora já comprei – ele retribuiu o sorriso se aproximando.

Quando ele levou as mãos ao bolso e tirou uma caixinha de veludo, eu quase enfartei. Meu coração falhou mais do que três batidas e senti o sangue subidamente parar de correr em minhas veias. Não. Faça. Isso.

- É simples, mas quero que use. Sempre – ele advertiu.

Segurei a caixinha em minhas mãos tremulas e abri. Jamais fiquei tão feliz por receber um par de brincos quanto hoje. Essa foi quase. Dios mio.

- São lindos! – admiti

Duas pedrinhas brilhantes sobre o veludo preto. Seria preciso uma mulher e tanto para não ser totalmente ofuscada por seu brilho. Algo em mim doeu só de pensar que Toni pode ter os dado para mim pensando nisso. Seria um sentimento explicito demais. Seus braços se prenderam ao redor de minha cintura e ele me pressionou contra seu peito. Um pecado de abraço. Jamais tinha encarado ele desse forma. Mas mesmo assim, meu sentimento não mudava.

- Eu... eu acho que já deixei meus sentimentos um tanto quanto explícitos demais Nina – ele suspirou, o rosto enterrado na curva de meu pescoço – Não consegui evitar. Não consigo evitar ficar longe e não contar piadas pra te fazer rir. Preciso disso.

- Toni – me afastei o suficiente para olhar em seus olhos – Não quero que se afasta, nem que deixe de contar as piadas que tanto amo. Mas...

- Eu sei – ele assentiu – Não precisa me falar. Eu vi o jeito que ele te olha. Vi o quanto você fica desconcertada com a presença dele. Eu já amei antes Nina, sei o que todo esse nervosismo significa.

- Me desculpe – admiti

- Não me peça desculpas bebezinha – ele sorriu – A questão é que você é maravilhosa demais pra evitar se apaixonar

E com isso, meus olhos já derramavam duas lágrimas bobas. Se talvez tivéssemos nos conhecido de alguma forma diferente ou mudássemos algumas escolhas que fizemos. Quem sabe o que o destino poderia ter nos reservado. Eu poderia ser feliz ao lado de Toni, tenho toda a certeza do mundo. Amaria ele e a seus filhos, seriamos uma família grande, daquelas que se reúne aos domingos com os amigos. Mas era assim que eu o via: como um amigo. E não posso mentir para mim. Nem pra ele.

- Diga o que esse olhar significa – Toni pediu, encarando meus olhos tão intensamente que parecia enxergar minha alma.

- Estou pensando que seria muito fácil amar você.

Fácil... era muito fácil amar um homem bom, zeloso e divertido como Toni. Uma pena, ou não, mas meu coração tinha o maldito nome de Francisco tatuado nele.

- Eu também não resistiria a isso – ele sorriu largamente

- Mas não consigo ser reciproca no sentimento com a mesma intensidade – confessei.

- Está tudo bem bebezinha – ele beijou o topo de minha cabeça afagando meus cabelos – Talvez demore um tempo pra esse sentimento passar. Mas não importa. Jamais deixarei de ser o melhor amigo que você tem. Ou te ignorar por causa disso. Nem de te desejar toda a felicidade do mundo, seja com quem for.

- Você é o melhor homem do mundo Toni Kroos – ri contra seu peito e ele me acompanhou

- Agora chega de choro – ele se afastou secando minhas lágrimas

 - Tudo bem

- Ah e mais uma coisa Mariana – ele me encarou sério – Se você não usar esses brincos, eu corto suas orelhas.

- Credo! – falei assustada e ele riu mais uma vez – Anda, vamos levar esses travesseiros pro bando de marmanjos.

- Vamos – ele segurou o que pode de travesseiros e eu fiz o mesmo, seguindo o loiro pela porta.

 

********

 

Quando chegamos em casa já era noite, por volta de oito horas. Lucas e Marco se ofereceram para cozinhar, dando uma folga para mim, Clarice e Maca. Enquanto os dois cozinhavam, os demais desocupados ficaram sentados na sala vendo as fotos tiradas hoje. Eu esta ao lado de Toni e Marcelo, vendo as fotos da Polaroid enquanto o loiro via as de meu celular.

- Essa ficou bonita – Toni me mostrou – Mas seu pé parece um alface.

Mega ofendida, dei um tapa em seu braço.

- Vou te dar um soco. Meu pé ta normal

- Então sinto-lhe dizer que seu pé é normalmente feio – ele debochou e logo todos caímos na risada.

- Linda dos pés ao tornozelo, mas o pé é meio estranho – Marcelo completou o deboche do amigo fazendo com que todos caíssem na gargalhada. Até mesmo os dois que estavam na cozinha

- Estou brincando bebezinha – Toni me beliscou sem força

- Vou perdoar só dessa vez – provoquei – E essa?

- Ah, ta bonita. Mas tem melhores – ele disse depois de observar a foto que eu segurava

- Mas eu achei que ficou tão bonita...

- Mas eu sou homem – Toni alfinetou me fazendo revirar os olhos

- Toni sabe amiga, se postar essa o crush não vai babar – Maca piscou

- Não é só porque é homem que vocês tem que pensar igual – tentei argumentar

- To falando porque eu sei – Toni deu de ombros.

- Desisto – bufei – Vou ir tomar uma ducha que eu ganho mais!

- Iiiih se irritou  - Maca ergueu as mãos pro céu e eu mostrei a língua pra ela

- Não, só quero tirar esse grude de mar.

Subi as escadas empolgada e entrei no quarto já escolhendo uma roupa dentro da mala.

- Não precisava ter fugido do assunto desse jeito – a voz inconfundível do espanhol tomou meus ouvidos – Era só ter me pedido se eu gostava ou não da foto.

Me virei a tempo de ver um sorriso convencido brotar em seus lábios. Ah, fala sério Alarcón! Me ignora á tarde, como se eu fosse um fantasma, e agora vem aqui me dizer que estou fugindo de um assunto? E ainda tendo a certeza de que é meu crush. Tudo bem, ele é, mas isso não vem ao caso. Ele entrou no quarto sem nem ao menos pedir e se sentou na cama.

- O que você quer? – Bati a porta alto o suficiente para enfatizar o tom afiado em minhas palavras.

- Flertar e dar risadinhas com Toni não te levou a nada, suponho?

Tirei a caixinha dos brincos que Toni havia me dado do bolso e atirei na cama, ao lado de Isco.

- Diga você.

Seu sorriso presunçoso hesitou quando ele abriu a caixa.

- É um lindo presente - sorri

- Admita que gosta que Toni a encarou o dia inteiro. Não sei se é porque o quer na sua cama ou porque gosta de ser desejada – ele quase cuspiu as palavras.

- Não pode ser pelos dois motivos?

- É claro. Mas ter um jogador de futebol te desejando é um jogo perigoso.

- Ah, faça me o favor! – bufei - Primeiro você brinca com a minha cara levando aquela lá na minha festa. Depois me ignora depois de eu ter te beijado na casa do Marco. Não tem mais o que fazer a não ser me irritar?

Isco se aproximou, e eu me preparei para seu cheiro, seu calor e a confiança que emanava dele. Ele estendeu as mãos de cada lado meu, apoiando se na comoda. Me deixando presa entre ele e o móvel. Me recusei a encolher o corpo.

- Você sabe que eu gostaria de fazer outras coisas carinõ – ele sibilou – Sei que você sente o mesmo e não seria capaz de desejar o mesmo com o nosso caro amigo Toni.

- Não seria? – me inclinei ficando a centímetros de beija-lo – E se eu transasse com Toni Kroos, o que você faria?

Não ouve resposta. Apenas vi suas pupilas dilatando e o ar entre nós se tornar subitamente mais quente. Os músculos do braço tensionado quase rasgando a camisa. A comoda rangeu sobre suas mãos.

- Se quiser que eu compre jóias para você, é só me falar Nina.

- Não quero seu dinheiro Francisco. Nem o dele. Tenho o meu para isso. Foi apenas um belo presente de um belo homem. Não ligo para o valor material.

- Sara disse que Toni sempre comprava joias para a esposa – ele cutucou. Eu sabia que havia falado dela apenas para me provocar - Disse que toda mulher gosta de andar por aí com algo que a faça sentir poderosa.

- Ah e ela disse isso enquanto te cavalgava ou enquanto estava entre as suas pernas? – ri irônica o empurrando para me afastar. Ele me deu passagem, mas continuou ali – Não preciso de joia nenhuma para me sentir poderosa Isco. Eu construí uma empresa sólida ao invés disso.

Isco se aproximou novamente, passos graciosos e lentos.

- É por isso que você está saindo com Toni? Ciúmes, Nina? – ele levou sua mão até meu rosto.

- Se eu estou com ciúmes então você está com ciúmes de Toni e do incrível cavalheiro que ele sabe ser – disse no que mais pareceu um rosnado.

Ele fechou os olhos por alguns instantes e levou sua outra mão para meu rosto também. Estávamos perigosamente perto. Porque estávamos com raiva. Ciúmes. E uma vontade louca de mandar tudo pros ares e esquecer que essa conversa se quer existiu.

- Eu ouvi o que você falou pra ele no iate, Nina – ele juntou sua testa minha – Que ele seria um homem pelo qual seria facil se apaixonar.

- E dai? – foi a unica coisa que eu pensei em dizer

- E dai que fiquei com ciúmes...disso. Porque não sou... esse tipo de pessoa – ele soltou as palavras como se pesassem – Eu sei que sou um cafajeste e que não mereço tal sentimento. Mas sempre quis ouvir tais palavras de alguém. Ainda mais alguém como você.

Hesitei. A vontade de beija-lo me atingiu com tudo, mas não era o momento. Eu ainda tinha coisas a dizer.

- Eu até lhe diria tais palavras, mas não quero ser apenas mais uma garota em seus braços – sussurrei

- Então não seja – ele ofegou

- E como fica Sara? E como ficamos eu e você no meio disso? – perguntei

Hesitando em responder, ele fechou os olhos

- Não podemos apenas viver e depois ver como ficamos?

- Pra que eu saia machucada mais uma vez? – ri irônica

- Não vou te machucar Nina – ele segurou em minhas mãos – Te dou a minha palavra.

“Minha palavra”... perdi a noção de quantas vezes essa frase ficou ecoando em mim. O que diabos eu faço minha nossa senhora? Como que eu saio de uma enrascada dessas? Não sei. Não faço a menor ideia. E prefiro não saber agora. Em um momento de lucidez, pela proximidade em que nos encontrávamos, saí de seus braços. Ele pareceu incrédulo. Virei-me antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa e entrei no banheiro, fechando a porta atrás de mim. Me despi com uma pressa, entrando em baixo d’água buscando relaxar. Buscando esquecer

 

NARRADOR

 

Ela já tinha passado shampoo e enxaguado o cabelo quando pegou o sabonete escorregando gentilmente pelo corpo. Um arrepio lhe subiu pela espinha quando a porta do box de vidro fosco se abriu deixando o vapor escapar para fora. Uma prece baixa escapando de seus lábios, pedindo que não fosse ele. Ela se manteve imóvel, de costas para quem quer que fosse, em alerta. A água ainda escorrendo pelo seu corpo agora tenso. Mas o pudor era a ultima de suas preocupações. O box se fechou de novo. O sabonete foi tomado de suas mãos com gentileza e mãos firmes passaram a lavar suas costas.

 A proximidade era assustadora, mas de um jeito bom. De alguma forma, a vergonha não era um sentimento que pairava sobre ambos. A respiração calma de Isco sob seu ombro a forçando a fechar os olhos para se conter. Conter a vontade de virar e tomar a boca dele para si. Confusão tomava seus pensamentos quando ela buscava entender o que estava acontecendo. Desistiu. Apenas aproveitou aquele momento sentindo as mãos firmes do moreno sob sua pele. Então de repente a massagem cessou e ela abriu os olhos pegando o sabonete que ele alcançava para ela por cima do ombro. A água sob seus pés se movimentou quando ele se virou de costas para ela. Esperando.

 Hesitante, ela começou a imitar os movimentos antes feitos por ele. Isco abaixou a cabeça aproveitando a atenção que recebia. Não uma atenção como aquela diária que todos lhe direcionavam. Algo com um significado maior. Amenizando o estresse de dias a cada toque das mãos dela em suas costas. Nina parecia decorar cada pedacinho por onde suas mãos passavam, a tentação de tomar seus lábios formigava em seu peito. Ela o desejava, ali e agora. Mas era proibido, porque ele não queria compromisso. E porque ele não sentia o mesmo. Depois de passar ao menos duas vezes o sabão no mesmo lugar ela afastou suas mãos e largou o sabonete enxaguando as mãos.

Isco continuava de costas para ela. Os dois agora tensos, esperando um pela reação do outro. Ela pigarreou e se esgueirou pelo lado dele, saindo dali sem encara-lo. Tinha medo do que poderia fazer se olhasse em seus olhos. Pegou uma toalha em cima do balcão, enrolou ela no corpo e desapareceu da visão do moreno que continuava na mesma posição acompanhando cada movimento dela. A água ainda jorrava do chuveiro. E ele, ainda tinha dúvidas sob seu amor por ela


Notas Finais


M E U D E U S D O C É U
IIIHAAAAAAA hahahaha
Gente, me puxei... sério...
ESPERO QUE TENHAM CURTIDO <3 ME FALEM!!!!! <3 <3 <3 <3 <3 <3


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