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História Polaroid - Primeiro encontro


Escrita por: jewellershands

Notas do Autor


Eu estou muito empolgada com algumas ideias que vêm surgindo, então resolvi postar algumas fics pequenas.
O problema é que eu jurava que essa seria um capítulo só hahahah
Um dia eu consigo, juro!

Boa leitura, amem esse casal comigo *u*

Capítulo 1 - Primeiro encontro


— Ei! 

Virei para o som daquela voz.

Ela estava por detrás de um modelo antigo da Polaroid, seu cabelo loiro e brilhante estava preso no alto de sua cabeça, balançando a sua volta, a sua empolgação comoveu-me.

— Ah, vamos… Um sorriso pra mim! 

Olhei para os meus pés, desconcertada pelo seu pedido. Soltei um suspiro curto e olhei para a lente de sua câmera, tentei dar-lhe meu melhor sorriso tímido. Era o máximo que eu conseguia. 

O flash me cegou por uns segundos, pisquei os olhos fortemente enquanto ela se aproximava sacudindo sua impressão. 

Aproximou o papel fotográfico do meu rosto, suas mãos ainda balançando-o no ar. 

— Assopre... 

Olhei com desconfiança e dei uns passos para trás. Aquilo já estava um pouco demais. Ela estava mesmo ciente que nunca a tinha visto antes? 

Aqueles olhos azuis, tão vividos, fizeram com que eu entendesse que estava perdida. Era um aviso claro de encrenca. 

— Juro que da sorte. — ela insistiu, dando um sorriso — Não que você precise de superstições para sair linda numa foto. 

Senti meu rosto corar. 

E como para tirar sua atenção de minhas bochechas rosadas, puxei seu pulso para perto e cobri o papel com um leve sopro.

Olhei de relance para ela enquanto assoprava e percebi que talvez estivesse demorando mais do que deveria.

— Satisfeita? — perguntei me afastando, voltei a me apoiar na sacada, agora de costas para a vista da cidade, os cotovelos relaxados sobre o parapeito. 

A garota de lindos olhos azuis e cabelos sedosamente loiros não parecia muito preocupada em me responder. 

Encarava fixamente a impressão em sua mão, levantando até a altura de seus olhos. Vi quando soltou um longo suspiro antes de olhar para mim sorrindo.

Alguém um dia já teria dito a ela o quanto ficava estonteante com aquele sorriso? 

— Olha, geralmente não fico com fotos de pessoas aleatórias — notei pelo seu tom de voz que havia um “mas” implícito na sua fala —  A sua vou ter que guardar… Ficou incrível!

Senti minha expressão acompanhar minha surpresa e depois minha pele voltar a ficar quente, tentei abrir a boca para me esquivar com ceticismo, mas sentia um pequeno nó na garganta. 

Tive que rir do meu embaraço, olhando para o chão, então notando o par de alpargatas amarelas que ela usava. 

Senti um pequeno palpitar por reparar  também no par de pernas compridas que saía de sua saia jeans. 

Senti certo alívio por ela ainda estar analisando minha foto.

— Não mudaria nada… — alguma parte minha queria saber se ela se referia a foto ou a mim, mas nunca teria tamanha coragem, apenas a contemplei completar: — ...Belos olhos. 

Ela me encarava agora, mas eu só conseguia pensar em como ela deveria estar mentindo para que eu me sentisse melhor. 

Ora essa, uma garota com olhos tão intensos não poderia ver graça em meu olhar sempre tão opaco e preguiçoso.

Ela era graciosa, media alguns centímetros a mais que eu, mas ainda assim, parecia mais delicada. 

Talvez fosse o tricô cor de palha, com mangas de princesa, que a fazia parecer ainda mais adorável. 

Mas o modo como ela falava e sua linguagem corporal a entregavam. Ela era ardilosa e sedutora, eu podia ver isso de longe. 

— Obrigada. — disse simplesmente.

— Não deveria agradecer.

— Talvez não mesmo. — dei de ombros, olhando para o canto oposto ao que estávamos, onde havia algumas pessoas conversando tranquilamente — Ainda acho que você está sem jeito de me mostrar o horror que saí.

— Como se fosse possível — parecia escutá-la revirando os olhos quando ela chegou até o meu lado esquerdo e empurrou seu ombro no meu, a foto virada em minha direção, para que eu pudesse ver. 

Peguei uma das extremidade da foto para enxergá-la melhor. 

Quase não me reconheci. 

Se eu tinha um ângulo perfeito, era aquele. Um pouco que de lado, com o sorriso incompleto pela timidez, os olhos mirando um ponto mais alto que eu, uma mecha de cabelo atrás da orelha e o coquetel de frutas em uma mão. 

— Viu? — ela indicou, puxando para si — Como posso me desfazer de uma obra como essa? 

Ri, revirando os olhos, puxando o copo para perto, sugando o líquido pelo canudo rosa neon. 

Ela guardava a minha foto dentro de uma bolsa azul clara que ela carregava de lado, parecia caber perfeitamente a sua máquina.  

— Você é conhecida do Naruto? — ela perguntou de repente. 

Sem que eu me desse conta, meu rosto se contraiu em aversão.

— Da Hinata, acredita? 

A garota de cabelos loiros sorriu, mexendo na configuração de sua câmera. Ela olhou-me de soslaio, os olhos provocativos.

— Ponto para mim então. 

Sustentei o seu olhar, tentando entender aonde ela queria chegar. Parecia insinuar alguma coisa, mas eu ainda não acreditava muito bem que teria tamanha coragem.

— Ino! — o primo de Hinata, Neji, chamava na porta da varanda, olhando para a loira ao meu lado, com uma câmera digital em mãos. 

Então era esse seu nome! 

— Ino… — eu repeti baixinho, entrando em seu jogo aos poucos. O som saia fácil, deslizava sobre a boca. 

Olhava para meu copo enquanto Neji explicava que Hinata queria umas fotos em frente aos arranjos da sala, mas sentia que por mais que Ino acenasse com a cabeça, em concordância, a sua concentração estava em mim. 

Eu poderia facilmente juntar as peças ou desesperadamente ignorar todos os sinais, escondendo-me por trás da minha desleixada auto-estima. 

Não sabia ao certo o que fazer, mas certamente não conseguiria evitar responder aos seus olhares. 

Neji Hyuga voltou para a festa, iria procurar Hinata novamente até que Ino os seguisse.

— Não se mova. — ela me disse — Continue aí, eu vou voltar. 

Arqueei uma de minhas sobrancelhas pintadas de rosa para ela. Ela acreditava mesmo que eu era fácil assim? 

— Olha, não garanto coisa alguma. 

Ino sorriu, aquilo parecia um desafio para ela. Para meu azar, ela deveria amar ser desafiada. 

— Me diga seu nome. — ela já se afastava quando acrescentou: — Se não estiver aqui, vou chamar no alto falante de Naruto. 

Sacudi os ombros, rindo ao imaginar ela na bancada da cozinha, com Naruto agarrando os seus pés para que descesse de lá, segurando o instrumento que reproduzia uma sequência de “Sakura Haruno, onde você está?”. 

— Negativo. Vai ter que descobrir sozinha. 

— Você não deveria brincar com a minha sanidade… A Hinata sabe como gosto de garotas misteriosas…

Percebi alguns pelos de meus braços se eriçando, ainda mais quando ela deu-me as costas e saiu quebrando os quadris para longe. 

Soltei o ar que eu prendia, largando meu copo vazio em um tamborete próximo, virando para a vista imensa a minha frente, as mãos no parapeito.

O vento assoprava meu cabelo e eu lembrei com um arrepio do seu olhar para mim quando eu estava soprando sua foto. 

Lembrei também de suas últimas palavras. 

Confesso que aquilo me desanimou um pouco. Talvez muito. 

Hinata tinha sido um ponto na minha vida. E eu estava ali porque gostava de ser torturada. 

Mas Ino também estar nessa era mais que eu queria suportar.

Bom, foi bom flertar um pouco, estava enferrujada mesmo, pensei, concluindo que “flerte” era a melhor definição para o que acabamos de experimentar ao lado da outra na sacada do prédio que Hinata e Naruto morariam. 

Passados alguns minutos e sentindo o ar fresco em minha pele, escutei alguém se aproximando. 

Uma parte minha desejava que fosse ela querendo que eu modelasse mais uma vez. 

Todas as outras decepcionaram ao ver que era o inconvenientemente insistente Lee, que trazia dois copos de vinho tinto. 

— Garoto, você é impossível! — eu exclamei, já perdia a conta de quantas vezes na noite tinha recusado uma bebida ou investida sua. 

— Só vim fazer companhia para uma linda mulher… 

Repugnante não saber aceitar um não, conclui, sentindo a veia da minha testa saltar. 

Era frustrante ter estado há uns instante com Ino e seu perfume doce e inebriante para agora estar com Lee e seu cabelo ensebado. 

— Com essa, já vai inteirar quantas vezes que te digo que sou lésbica? 

Lee deu de ombros, aproximando sem qualquer sinal de constrangimento. 

— A Hinata também costumava ser e bem.. — apontou para onde estávamos — Isso tudo é para provar o contrário. 

Senti meu sangue ferver, estava indo muito bem até escutar aquilo dito de forma tão inescrupulosa. 

Doía ainda. 

— Dá-me licença, espero sinceramente que você se afogue com esse vinho que trouxe-... 

Antes que eu tivesse a chance de terminar, alguém muito descuidado esbarrou em Lee. Percebi que a pessoa tentava tirar uma selfie, no grupo de amigos, com seu celular, quando empurrou seu corpo para trás. 

Praguejei e amaldiçoei a ideia estúpida de fotos em sacadas. 

Lee parecia preocupado, mas já era tarde, já havia entornado os dois copos em meu vestido. 

— Bom, que bom seu vestido não é todo branco. 

Olhei incrédula para aquele par de olhos grandes e escuros, as sobrancelhas grossas fazendo sombra por cima deles. Ele tinha uma expressão de desespero estampada.

— Isso deveria ser um pedido de desculpas? 

Lee coçou a nuca, desconfortável, enquanto tentava procurar as palavras certas, eu perdi a paciência. 

— Olha, só não chegue perto, ok? — fui dando-lhe as costas, procurando onde poderia me limpar sem que chamasse muita atenção. 

Vi de relance Hinata, seus cabelos negros e macios brilhavam de longe, dava seu melhor sorriso para Ino, que a fotografava sem parar, agora com a câmera profissional que Neji carregava, com lentes grandes e disparo automático.

Decidi que o banheiro não era boa ideia, não queria ter que passar por elas. 

Por isso, a cozinha, ao fundo do salão, pareceu-me a melhor opção.

E ficou por ser. 

Estava mal iluminada, o foco da comemoração estava na sala espaçosa e enfeitada, fazendo assim com que as pessoas evitassem aquele lugar escuro e distante. 

A não que estivessem mal intencionadas. 

Ou que fossem azaradas como eu e estivessem apenas tentando limpar manchas de vinho. 

O pano que eu tinha encontrado estava sendo muito útil, mas ainda assim estava muito difícil tirar completamente as marcas. 

Suspirei, sentindo as minhas pernas geladas, a água começava a acumular no tecido. Parei e olhei para alto, como suplicando misericórdia. 

— Você não esperou. 

A voz ressentida de Ino chamou minha atenção, olhei para trás e a vi parada entre a bancada e a passagem para a cozinha. 

A máquina pendurada em seu pescoço era novamente a Polaroid, mas diferente da primeira vez que a vi, seu corpo estava pouco iluminado, trazendo um ar ainda mais sedutor a ela, suas curvas parecendo mais irresistíveis. 

— Fui obrigada a sair de lá. — respondi com a voz péssima. 

Ela pareceu perceber porque se aproximou para entender o que acontecia, quando viu, arfou.

— Poxa, um vestido tão perfeito. 

Eu suspirei. Ele era.

Tinha namorado aquele tecido de cetim branco, estampado por cerejas e cheio de franzidos por semanas até comprar e ter a ocasião perfeita para usá-lo. 

Perfeita para lhe causar um estrago, isso sim. 

Ela continuou parada ali, observando enquanto eu esfregava o pano úmido onde o vinho tinha sido entornado.

Depois de muito insistir soltei o ar pesadamente, olhando-a de rabo de olho. 

— Vai ficar aí sem me oferecer ajuda? 

Ino riu, tirando a câmera do pescoço, repousando-a sobre o mármore as minhas costas. 

— Você não acha isso muito clichê? 

— Clichê? — perguntei enquanto ela se aproximava e tirava o pano de minhas mãos demoradamente. 

— É, isso mesmo… — disse, passando com ainda mais vagareza sobre meu vestido. — Estou aqui limpando seu vestido, branco, sujo de vinho, em uma festa que você não queria estar… Para completar, só falta o meu beijo. 

Meu coração deu um pequeno salto.

Ela era muito direta. Perigosamente direta. 

— Se não gosta de clichês por que está fazendo isso? — indiquei suas mãos cuidadosas sobre o tecido que vestia.

Ela sorriu, um sorriso diferente dos que dera na varanda, era mergulhado em muita tensão para parecer descontraído. 

— Eu disse que não gostava? 

Fechei meus olhos, sentindo seus dedos encostarem sutilmente na parte internas de minhas coxas. 

— Não vou beijar você aqui. — informei com um gosto amargo na boca, não era bem o que eu queria dizer, mas eu deveria tentar ter o mínimo de escrúpulo que conseguisse. 

— Então você vai me levar para sua casa, é? 

Sorri ainda com os olhos fechados, suspirando. Bela companhia traiçoeira que arranjei,  lamentei, em parte, mas ainda assim era uma lamúria. 

Pensei que talvez ela decidisse facilitar as coisas para mim, mas quando abri os olhos a vi deixar o pano sobre o chão e suas mãos foram para as laterais do meu corpo. 

Ela inspirou intimamente entre o meu pescoço e a minha clavícula, deixando um beijo terno na minha pele. 

Senti como se tivesse recebido pequenas descargas elétricas, o que parecera disparar os meus movimentos. 

Nossos lábios se tocaram um pouco tímidos de início, a boca macia dela procurando respostas sobre a minha. Minhas mãos foram cruzando a distância entre nós e lhe puxando para mais perto, até que nossos corpos estivessem colados, para que eu pudesse deslizar por sobre sua carne. 

Pareceu a deixa quando minha língua buscou por a dela, senti sua resposta imediata e possessiva.

Ela tentava manter o controle da situação, entrelaçando o cabelos de minha nuca e me trazendo para mais junto de si. 

O corpo dela era quente. 

Ela era completamente quente e irresistível, mas algo em sua atitude estava me incomodando… Talvez ela fosse muito dominante para mim. 

Sua perna estava caçando espaço entre as minhas e uma brecha fora suficiente para que começasse a me provocar de maneira mais intensa. 

Pressionando-me contra ela, movimentando-se provocadoramente no meio de minhas pernas. Minha mão foi tateando suas costas até pousar em seu quadril, sobre a sua bunda macia, dei-lhe um aperto possessivo.

Desvencilhei alguns segundos de seus beijos quando a senti ultrapassar alguns limites. 

A sua mão estava adentrando o meu vestido e brincando com a barra da minha calcinha, quando anunciei:

— Não sei como era com Hinata, mas as coisas não seguem esse ritmo comigo.

Bom, era eu quem ditava as coisas e quem fazia a maior parte do trabalho. 

Ino no máximo poderia ser um pouco autoritária, mas quem controlaria seria eu.

— Com Hinata? — ela pareceu espantada e confusa até encarar os meus olhos. 

Ela afastou-se rindo.

Odiei sentir ela distanciando do meu corpo. 

— Qual a graça? — indaguei, passando a mão sobre meu cabelo, depois juntando-o em um coque baixo. 

Mesmo com as penas úmidas por ter tentado me limpar há uns minutos, um calor forte acometia-me.

Ino, com as mãos na cintura fora falando:

— Eu e Hinata nunca tivemos nada, pelo contrário, sempre nos interessamos pelo menos tipinho... — odiei sentir seu olhar sugestivo sobre mim — Exceto por esse idiota em cima da mesa.

Olhei por sobre o ombro para avistar um Naruto embriagado, com uma gravata presa ao redor de sua cabeça, dançando em cima da mesa de centro. 

— Até hoje não entendo. — assumi, normalizando minha respiração aos poucos. Minha voz imbuída em pesar.

Ino suspirou, passando uns fios soltos de seu penteado para trás de suas orelhas, parecia ter dado por vencida.  Aceitando assim, que não mais nos atacaríamos na cozinha de Hinata Hyuga, agora uma quase Uzumaki.

— Você quebrou o coração dela, Sakura. 

Convenci-me que o arrepio que me alcançou não era por escutar meu nome saindo de forma tão sensual de seus lábios carnudos, mas por repentinamente ela sabe-lo.

Antes que eu pudesse a pressionar, ela continuará sem pudor:

— Quando foi para França, quem colocou os pedaços no lugar, a conquistou. 

Estreitei meu olhos, meu punhos fecharam-se como reflexo.

— Você não deveria saber isso tudo sobre mim. — cuspí, inquieta com aquela situação. 

Eu sabia que era má ideia dar corda para Ino!

A loira parecia inabalável a minha frente, brincando perigosamente com a corda de ajuste entre meus seios.

— O que você pensou? Que eu ia me agarrar com alguém na cozinha da minha amiga sem ter seu prontuário completo? 

Estreitei ainda mais os meus olhos. 

— Você joga muito baixo, Ino. 

Ela umedeceu os lábios, soltando um sorriso travesso. 

— Mal sabe do que sou capaz. 

 


Notas Finais


Primeiro gostinho para vocês!!

Bjs, até o próximo!

Obrigada por ter lido até aqui ;)


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