História Por acaso... - Clexa (Continuação de E se...) - Música 2.4

Lexa

Acordo antes do meu despertador e pela primeira vez em muito tempo sinto que realmente dormi de forma reconfortante e total, observo uma cascata de cabelo loiro na almofada ao lado da minha, a Clarke tem a boca ligeiramente entreaberta e dorme de forma adorável e tranquila com a cabeça em cima do meu ombro. Depósito um beijo casto na sua testa e ouço um leve resmungar sair da sua boca mas continua a dormir e agarra-me um pouco mais... Eu sobrevivi sem ela enquanto neste momento todo o meu corpo me diz que vou voltar a viver finalmente única e exclusivamente porque a tenho novamente nos meus braços! A noite anterior volta a minha mente, controlei demasiado bem a raiva que me invadiu quando ela me contou a verdadeira razão para se ter afastado de mim, quis sair desta cama e correr até aquela desprezível médica e arrancar-lhe todo aquele cabelo pseudo loiro da cabeça um fio de cada vez! Um pouco sádico talvez mas quem me poderia condenar por tal ideia quando ela deliberadamente magoou o amor da minha vida?! Perdi o controlo e acabei por a beijar numa tentativa de abafar a dor que lhe vi no seu azul olhar, aquele beijo foi tudo o que eu podia ter idealizado durante dois anos e muito mais, o inferno veio a terra e tudo ardeu! O sabor era o mesmo, o toque, a memória... Ainda consigo sentir aquele pequeno sorriso que ela soltava a meio do beijo nos meus lábios, as pessoas podem dizer que um beijo é só um beijo mas a verdade é que nenhum beijo se compara aquele que se troca com alguém que se ama. 

Não sei bem quando adormecemos, a noite foi passada entre conversas carinhosas e momentos um pouco mais quentes, não me pareceu o momento certo e por isso entre beijos e gemidos mais perdidos acabamos por nos afastar. Sei que ela sentiu o mesmo... Retiro-lhe uma madeixa rebelde da frente da face e quero ter o direito de estar assim com ela pelo resto da minha vida, será que ela me dá uma oportunidade?! Saio da cama com cuidado e vejo que não a acordo, no duche pergunto-me se teria a mesma ideia que ela caso me visse na situação em que ela esteve... Seria eu capaz de a afastar para a proteger?! Um dia li que uma verdade dita com má intenção pode vencer todas as mentiras que poderemos inventar... Ela mentiu-me para não me magoar, contudo com isso ela arrancou o coração do meu peito e o atirou fora... Se ela me tivesse dito a verdade... Seria diferente a dor?! Eu era diferente naquela altura, os meus sentimentos eram mais explosivos embora os tentasse controlar e provavelmente eu seria a pior pessoa para saber o que ela estava a passar... Não seria de forma alguma uma pessoa racional...

Antes de sair para correr com a Karina escrevo numa pauta que volto já e não a queria acordar antes de sair, como seria capaz de interromper aquele sono tão calmo que ela está a ter?! O sol está suave, espero a Kar enquanto alongo um pouco, estou na verdade viciada em desporto porque quando dou cabe do meu corpo as dores da alma parecem sempre um pouco mais suportáveis. Fecho os olhos quando o relato da Clarke chega a mim, quão desesperada estaria ela naquele momento para agarrar na mão da outra e lhe provar que nunca seria realmente dela por muito que tentasse?!

- Ei!

- Ei! - Abro os meus olhos para a Kar, ela olhar-me preocupada e acredito que não devo estar com a melhor das caras, embora tenha em mim a maior felicidade dos últimos tempos tenho também uma raiva desmedida e medo e preocupação e receio... - Dormiste bem?

- Sim e tu Lex?

- Também...

- O que se passa?! - Volto o olhar para ela de novo, o que lhe posso contar vai ser uma forma de a magoar, a música que lhe cantei ontem é o que realmente sinto quando penso nela e tenho em mim a certeza que se pudesse a amaria sem pensar duas vezes. Ela sempre me deu um amor incondicional que me fez querer retribuir, nunca a mereci e isso sei que a magoou tanto a ela como a mim... - Fala Lex, somos antes de qualquer outra coisa amigas!

- Tu és realmente a mulher perfeita, quem te prender será sem qualquer sombra para dúvidas alguém com muita sorte, e só desejo que realmente sejas muito feliz... 

- Lex das coisas que mais amei em ti foi a tua sinceridade, não importava o que acontecesse tu não eras capaz de mentir sobre os teus sentimentos, quando comecei a trabalhar para ti após te mudares para LA foi-me fácil entender que me iria apaixonar por ti... Tu és incrível! Quando me deste a tua amizade eu pensei que isso me seria suficiente, e foi durante muito tempo mas depois pensei ter um pouco mais e tu deste-me contudo nunca me mentiste... Sempre soube que ela... Bem ela é o amor da tua vida e não há como dizer isto de outra forma!

- Quis realmente resultar contigo...

- Eu sei Lex, por isso é que por vezes te odeio profundamente, a tua felicidade também é importante e tu metes a felicidade de todos acima da tua... Eu estou bem, ou irei ficar bem quando processar que a nossa relação chegou realmente ao fim, tu serias muito idiota se deixasses aquela mulher fugir depois da forma como vocês se olham... Diz-me o que realmente queres?

- Ela... Foi sempre ela... Quando a conheci pensei que ela era a mulher mais bela que alguma vez tive a sorte de ver, tinha aquela arrogância controlada e um jeito que até o mais suave dos movimentos me prendia totalmente a atenção... Ela podia ter qualquer pessoa que quisesse e parecia que me queria a mim, senti-me tentada a fugir a sete pés... E o acaso... O acaso parecia estar sempre pronto para nos fazer bater uma na outra até quando nem estávamos prontas para tal...

- Serendipity!

- Hum...

- Para mim é das palavras mais belas do mundo Lex, o som é algo extraordinário mas o significado... É algo mágico... Ter a sorte ou estar no caminho de algo realmente bom sem sequer procurar... Esse acaso que falas...

- Destino... Sempre tive a estranha sensação perto dela que a conhecia mesmo antes de a conhecer... Desde o sorriso aberto até ao olhar perdido... Tudo nela era meu antes mesmo de ser...

- Como podia eu lutar contra um amor assim diz lá?!

- Desculpa Kar...

- Um dia vou ter o mesmo Lex e só o vou saber reconhecer porque tu me mostraste o que é amar, sem medos ou rodeios vou amar assim porque sei que é real e que não se deve lutar contra...

- Tu sempre mereceste bem mais do que eu te conseguia dar...

- Não vejo como merecer ou não... Eu acredito piamente que o amor é o sentimento mais egoísta que não permite muito espaço para egoísmo! - Olho-a com confusão e ela logo gargalha com vontade, estamos sentadas na relva e sabe bem esta paz que existia em nós antes de toda a confusão de sentimentos, ela foi alguém com quem me consegui abrir sobre tudo o que sentia com o final da minha relação. - Já falaram do porquê dela ter terminado a vossa relação?!

- Sim... - Olho para a zona que sei que está o bangalô onde deixei aquela loira que faz o meu coração disparar. Conto tudo o que a Clarke me explicou durante a noite, tento novamente me colocar na posição dela e a verdade é que se alguém ameaçasse a minha mãe eu moveria o mundo para impedir que alguém magoasse a mulher que me fez ser quem sou. A Clarke pode ser a minha vida, a mulher que irei amar até ao meu último suspiro, contudo penso claramente que iria abdicar dela para proteger a minha família. - Estou tão perdida...

- Entendo o lado dela, como te disse o amor é egoísta procurando que não sejamos egoístas, ela foi egoísta quando não te permitiu ajudar contudo foi também incrivelmente altruísta ao não querer de forma alguma trair a vossa ligação. Estás a olhar para a zona dos bangalôs, devo supor que estavas com companhia na cama?!

- Kar...

- Eu não sou uma adolescente idiota Lex... Era estranho se vocês não se tivessem envolvido já tendo em conta os olhares e a tensão palpável!

- Na verdade... Nós... Não aconteceu nada disso... - Sinto as maçãs do meu rosto a queimarem, mordo o lábio inferior quando me recordo de um ou dois momentos em que o meu controlo ficou demasiado perto de irromper em chamas quando os beijos quentes que a Clarke me dava ficavam perto de destruir a minha sanidade. - Só durante a noite passada é que nos beijamos!

- Ela está na tua cama?

- Sim...

- O que raio estás tu aqui a fazer então?!

- Combinamos de correr todas as manhãs enquanto estivermos aqui!

- Eu sei Lex mas... Bem... Adoro-te imenso mas por vezes és muito tapada, vai ter com a tua loira e faz outro tipo de exercício...

- Kar...

- Eu fico bem... Vai ter com ela Lex!

Beijo a testa da Karina e corro para o meu bangalô, entro com o desejo louco de que a Clarke ainda esteja na minha cama, assim que passo a porta para o quarto tenho a melhor visão da minha vida. A loira está sentada na cama, o cabelo totalmente desalinhado, parece acabada de acordar e espreguiçasse com um sorriso aberto assim que me vê aparecer. O meu olhar cai depois para a camisa de dormir que ela tem vestida e a forma como o teu peito está demasiado saliente, engulo em seco e pelo sorriso que lhe vejo sei que ela notou isso.  

- Vi o teu bilhete... Pensei que voltasses mais tarde ou fazes corridas rapidinhas?!

- Acabei por não correr...

- Porquê?

- Basicamente porque tu estavas na minha cama... - Vejo-a corar, sorrio abertamente quando entendo que tenho essa peculiar capacidade, no passado era eu que me sentia várias vezes perdida e incapaz de controlar as minhas emoções e rapidamente ficava corada com um simples olhar dela. Repasso toda a noite na minha mente enquanto aqueles azuis olhos estão presos em mim, sinto que ficou tanto por dizer quando nos deixamos cair na nossa paz e tranquilidade de conversas fáceis e beijos aquecidos. - Sinto... Ou melhor penso... Ou... Não sei se te devo pedir desculpa por te ter beijado ontem... Eu... Fui... Merda... Fui totalmente impulsiva e espero que não tenhas levado a mal o que eu fiz...

- Já tinha saudades de te ver assim tão pouco fluente, podemos falar antes que tomes as tuas próprias conclusões sobre o que eu sinto ou penso... - Ela avança um pouco na cama e esqueço tudo o que estava a pensar quando o meu olhar se prende no peito dela que fica mais revelado para mim. Merda... O meu controlo é muito pouco neste momento! - Sempre adorei a forma como os teus olhos ficam quase negros quando estás excitada...

- Eu não estou excitada Clarke!

- Tens a certeza Lexa?! - Fica de joelhos no limiar do final da cama, eleva a mão direita e com a ponta dos dedos toca na pele do seu pescoço e vai descendo até ao vale dos seus seios, a minha respiração está acelerada e começa a ser complicado negar o impacto que aquela mulher ainda tem em mim. - Pelos vistos estou a perder qualidades...

- Não estás... Merda... Acredita que não estás... Foda-se... - Avanço para a cama sem pensar em nada, quando a beijo sei que ali deposito dois anos de saudade... De amor... De raiva... De inseguranças... De pensamentos negros e momentos perdidos... Dois anos sem ela... A língua dela dança com a minha, primeiro dentro da boca dela depois na minha quando ela puxa o controlo, há uma enorme vertigem em mim e parece que está em ebulição e todo o meu controlo está a poucos segundos de desaparecer por completo. - Clarke se queres parar para falar esta é a hora... Não sei se consigo parar depois...

- Lexa... - A voz rouca dela está arranhada quando eu deixo os meus lábios percorrerem o pescoço dela, beijo devagar mas chupo depois de forma um pouco descontrolada e agressiva sorrio porque sei que a vai marcar e que ela odeia! - Se queres parar para mas não o faças por mim... Eu quero-te...

- Clarke...

O controlo evaporou-se totalmente! Volto a beijar aqueles lábios quentes e deliciosos, a língua dela na minha é o momento alto destas férias, o som dos nossos gemidos começa a ser mais audível quando ela me morde o lábio inferior e o puxa para dentro a boca dela. Sinto um arranhar que irá deixar marca sem qualquer dúvida nas minhas costas quando faço a minha perna subir entre as das Clarke, ela está quente e mesmo com a pouca roupa que temos consigo sentir que ela está pronta para mim. Todo o meu corpo está no mais profundo e completo frenesim, eu preciso senti-la, começamos de forma descontrolada a arrancar as roupas, quando os nossos peitos se juntam não seguro um gemido mais profundo. Temos em nós a intensidade da nossa última vez em Nova York, aquilo foi para ela uma despedida e isto é para nós um reencontro onde os sentimentos parecem ser tão forte como no nosso adeus. A minha boca passeia pelo pescoço dela, desço lentamente até ao peito dela que sobe e desce em total descontrolo, fico feliz por saber que não sou a única que está perdida no desejo e no prazer, levanto o olhar para o rosto dela antes de levar a minha boca para o mamilo direito que está duro. Lambo e ela fecha os olhos azuis, quando chupo com vontade e mordo levemente um gemido rouco sai daqueles lábios formosos que foram uma das minhas perdições desde a primeira vez que a vi naquela pizzaria na minha primeira noite em Nova York. Um som parece começar a invadir o quarto e infelizmente não são gemidos perdidos... 

- Clarke... Acho que é o teu telemóvel!

- Lexa... Merda... Não pares...

- Babe... - Paro o meu caminho no umbigo dela, levanto o meu olhar para a ver frustrada, sorrio suavemente ao reparar que é mesmo o telemóvel dela. A mão dela está no meu cabelo e agora que parei consigo sentir como ela treme, mordo o lábio inferior e quero voltar ao nosso momento quente. - É melhor atenderes...

- É a minha mãe... - Vejo como fica preocupada e agarra logo no telemóvel, tenta mostrar um sorriso pequeno como quem me pede desculpa quando sabe que não tem que o fazer. - Mãe! Oh... Mas está tudo bem com a Madi?! Essa miúda vai ser o motivo dos meus cabelos brancos... Vou só tomar um banho e já vou ter ao restaurante para o pequeno-almoço!

- Está tudo bem?! - Pergunto após ela desligar, fecha os olhos e abre um sorriso pequeno, pouso suavemente os meus lábios nos dela e logo corresponde ao meu beijo casto que não quero terminar mas sinto que tenho que o fazer. Deito-me de barriga para cima e fecho os olhos, noutros momentos teria vergonha da minha nudez contudo ela já me viu inúmeras vezes assim e não consigo sair da cama mesmo que quisesse. - Tens que ir?

- Sim... A Madi está a fazer birra e não quer comer sem mim... - Sinto que ela se senta sobre mim, uma perna de cada lado da minha anca, engulo em seco perante aquela atitude dela e tudo piora quando sinto em mim o estado dela. Quente, molhada e toda minha... Recuso-me a abrir os olhos e saber que não a posso agarrar, não sei também em que ponto estamos e tudo agora está assustador! - Lex...

- Hum...

- Lex... Abre os olhos... - Ela mexesse em cima de mim, sinto os fluidos ficarem na minha pele, mordo o lábio inferior numa tremenda tentativa de me acalmar mas sei que ela está nua e sentir aquele calor dela está a tornar insuportável o desejo que carrego desde que a vi. Cedo e abro os olhos depois dela se mexer um pouco mais... Esta mulher é e sempre será a minha ruína! - Gosto tanto desses olhos verdes... Posso te contar algo sem que tu te rias?!

- Claro...

- Não estive com ninguém depois de ti! - Sento-me com ela no colo, prendo o olhar naquele azul que parece tão tímido neste momento, estou surpreendida porque esta não é de forma alguma a Clarke que conheci e que facilmente ia para a cama com qualquer pessoa. Custou-me envolver com outra pessoa, demorei a conseguir aceitar que outro alguém tocasse no meu corpo quando ainda sentia em mim a forma como os dedos da loira passeavam na minha pele com aquele jeito tão dela. Mas... Dois anos... Ela ficou dois anos comigo na pele dela... Aquele rosto que invadiu todos os meus sonhos está tão perto que me perco totalmente, beijo-a devagar e sou devorada naqueles sentimentos que carreguei em mim. Amo-a, depois de tudo o que vivemos eu amo-a e nada muda isso! - Não parecia certo...

- Desculpa não ter feito o mesmo...

- Não peças desculpa Lex, nunca me condenaste pelo meu passado, sei bem como ele foi uma junção pecaminosa de erros que embora me tenham ajudado a ser a mulher que amaste também foram arrependimentos... 

- Eu amo... 

- Também te amo Lex... - Vejo aquele sorriso aberto que foi o meu sonho durante aqueles dias longe, deixo o meu olhar descer por aquele corpo nu que mexe tanto comigo neste momento como mexeu na primeira vez que nos beijamos no chão do meu apartamento em Nova York, nem consigo apontar quantas vezes sonhei com aquele momento. - Tenho mesmo que ir ou o meu piolho não come...

- Hum... - Sento-me melhor na cama quando a vejo procurar pela roupa que arrancamos uma da outra faz poucos minutos, é impossível não sorrir quando a vejo atrapalhada, nunca pensei que estaria novamente com ela e com estes sentimentos que se tornaram toda a minha vida sem que eu me apercebesse quando eles apareceram. Nunca a soube explicar mas entendi que as palavras me faltavam sempre porque estes sentimentos não se mostram assim, eles são orgânicos e vivos em nós... Eu respiro a Clarke, eu vibro pela Clarke, eu posso ter tudo sem ela mas neste momento escolho qualquer coisa com ela... - Ela é uma miúda incrível!

- Sim é, tenho muita sorte... - Está vestida novamente, embora com a roupa de dormir, por momento estamos em silêncio no nosso canto. Há tanto para dizer, tantos momentos que queremos discutir, um passado que nos afasta e nos aproxima, contudo não há nada para dizer as palavras não tem a capacidade de expressar todo o espectro dos sentimentos que nos inundam. - Eu vou tomar um banho e vestir-me antes que a minha mãe volte a ligar, será que te encontro no pequeno-almoço?

- Claro... - Há agora uma insegurança em ambas, estamos deliberadamente a afastar-nos mesmo que seja por alguns momentos, não consigo adivinhar o que ela pensa mas reconheço que tal como eu não quer terminar o que quer que seja que criamos esta noite. Sinto-me sufocar com a memória de acordar totalmente sozinha com uma carta no lugar da mulher que mais amei na minha vida, ela observa-me enquanto agarro algo do chão para vestir e tem o mesmo nervosismo que eu tenho. - Não perderia o pequeno-almoço por nada!

- Lex... - Tento não olhar para ela, tenho medo que nada disto passe de uma partida da minha mente, sinto-a avançar sobre a cama e logo se senta no meu colo, força que olhe para ela e tem um sorriso meigo. - Lex eu estou aqui... Isto é real e eu não vou a lado nenhum, eu nunca devia ter ido a lado nenhum... Foi um erro Lex mas eu cresci tanto nestes anos longe, sei que agora sou a pessoa que realmente te merece! - Não sei o que dizer, sinto o martelar do meu coração e quando ela se aproxima o dela bate em ritmo com o meu, o medo é o sentimento mais incapacitante, fecho os olhos já a preparar-me para ela partir quando sinto uns lábios nos meus. As nossas línguas tímidas procuram-se e o meu corpo cai na cama de novo. As minhas mãos já encontraram o caminho para o peito dela e os gemidos que soltamos são prova de que queremos mais. - Lex... Merda... Não pares... Foda-se...
A tua voz rouca dá cabe de mim... - Chupo novamente o pescoço dela e se já estava marcado agora está pronto para ser a minha ruína. - Sou tua, sempre fui tua...

- Tenho mesmo que ir, para de me despir... - Soltamos uma gargalhada, os olhos azuis estão mais escuros e são um oceano em tempestade, o que faz o desejo! Sei que os meus verdes devem estar a fugir para um cinzento perdido em tudo o que mais quero, quero esta loira ao meu lado pelo resto da minha vida e de preferência nua na cama... - Consigo estar pronta em dez minutos, corre Woods e já nos vemos...

- Eu vejo-te sempre nos meus sonhos Griffin! - Ela que ia a sair do quarto para por momentos para me olhar, os olhos parecem prontos a chorar quando volta para mim e me beija com carinho e suavidade, isto somos nós mesmo depois de dois anos longe ainda sabemos como é estar junto. - Vai lá antes que o nosso pouco controlo se evapore...

- Eu já não tenho nenhum Lexa... Até já...

- Até já...

Corro para o banho porque realmente preciso que a água gelada acalme um pouco as minhas hormonas loucas com um sorriso enorme no rosto, observo-me no espelho quando me enrolo na toalha após um duche rápido, o meu sorriso é enorme e sinto o meu coração bater louco no meu peito. Já sentia falta desta adrenalina carregada de uma felicidade sem comparação, podia ter corrido o mundo e nunca sentiria aquilo novamente até ter aquela loira ao meu lado! Avanço para o restaurante, procuro logo a Clarke e é-me impossível não abrir um sorriso quando a encontro a brincar com a Madi na nossa mesa.

- Estás a babar Woods! - Anya está ao meu lado, dou-lhe um ligeiro encontram e abro um sorriso quando o meu olhar volta para a loira que solta uma gargalhada para a Madi. - Como vocês estão?

- Bem... Na verdade muito bem... - Deixo o meu olhar prender-se novamente na loira que criou um sorriso no meu rosto, ela está animada juntamente com a O e a Raven a brincarem com uma Madi que gargalha. - E tu e a Raven?! Que tal a mudança?!

- Amo-a Lexa... Porra entendo finalmente porque ficaste tão idiota quando a Clarke entrou na tua vida... - Avançamos para a mesa que tem fruta e tento não olhar para a nossa mesa, reparo que o pessoal da banda vai chegando e parecem animados com a ideia de gravarmos hoje, este nosso momento é algo que não quero perder. Sinto que volto a mim! - Mas há algo... Não sei como te explicar...

- Pelo inicio parece boa ideia An! - Logo me empurra devagar e ri, observo-a e pela primeira vez detecto um traço de tristeza no seu olhar, pouso a minha mão na dela e sei que tenho sido uma péssima amiga nos últimos dois anos. Evitei pensar na minha dor e isso só me fez cair mais nela, esqueci tudo o que me fazia bem e as pessoas que sempre me fizeram feliz. - Estou aqui para ti...

- Já alguma vez pensaste em ser mãe?! - Paro de olhar para o meu prato e observo a Anya, somos amigas há tanto tempo que conheço bem aquele olhar triste que ela carrega, volto no tempo e sei que quando estava com a Costia a ideia de ser mãe era algo real e palpável que voltou a aparecer nos últimos momentos que vivi com a Clarke. Nos últimos dois anos não pensei nisso... Até aquele orfanato... Até ver aquelas crianças... - Não me olhes assim é uma pergunta válida!

- Já... Sabes bem que sim... Tu e a Raven tem pensado nisso?

- Na verdade não... Esse assunto é proibido... A Raven não pode ser mãe, após o seu acidente ela... Merda... Ela não pode ser mãe da forma convencional... 

- Lamento imenso An... Mas há outras formas...

- Eu vejo-a com a Madi e entendo que ela quer mas quando falamos evita isso a todo o custo, estou desesperada Lex...

- Tudo vai ficar bem An... Vocês amam-se e isso é tudo o que importa... - Caminhamos para a mesa e logo reparo como a Raven olha para a Madi antes de repousar o seu olhar na An e sorrir apaixonada. Aquele é amor e felicidade, independentemente dos problemas que a vida ache que temos que enfrentar! - Bom dia meninos!

- Bom dia...

- Bom dia Madi! - A morena pequena fica logo tímida quando me sento ao seu lado, está no colo da Clarke que sorri abertamente para mim enquanto prende o cabelo num rabo de cavalo solto. - Dormiste bem?

- Sim... Mãe o que é isto?! - Sigo o olhar da Madi e mordo o lábio inferior quando ouço as gargalhadas animadas da O e da Raven, logo o olhar da Abby repousa em mim e pelo sorriso calmo parece estar feliz com os acontecimentos. Quando o olhar da Clarke para em mim afundo-me um pouco na minha cadeira, desperto gargalhadas em todos, aquele azul tão belo parece assustador neste momento. - Magoaste-te?

- Não meu anjo, deve ter sido um mosquito que me mordeu... Não faz mal...

- Um mosquito?! - O sorriso animado da O faz com que as gargalhadas aumentem bastante, já vejo algumas lágrimas animadas em alguns, ela abaixa o olhar para o pescoço da Clarke que parece capaz de me matar com o olhar. - Esse mosquito era enorme, o que achas Lexa?!

- Hum... - Tenho todos os olhos em mim e sinto que estou a corar de forma bastante violenta, deixo o meu olhar cair na Kar que embora tenha um sorriso no rosto entendo que está com traços tristes. - Estamos num ambiente quente provavelmente os mosquitos são um pouco maiores do que estás habituada a encontrar em Nova York!

Não podia ter dado uma resposta pior! As gargalhadas voltaram a irromper na nossa mesa e acabamos a tomar o pequeno-almoço num ambiente animado, evito os pedidos para não gravarmos hoje e aponto que o acordo era para o dia anterior, preciso mesmo de soltar toda esta criatividade que voltou com a paz que a loira que está ao meu lado trouxe. 

- Só para te avisar que esta marca terá consequências Lexa! - Tremo levemente quando a Clarke fala baixo no meu ouvido, sinto o calor do seu hálito e em poucos segundos o meu coração dispara e a minha respiração muda drasticamente. - Terei a minha vingança...

- Fico à espera Clarke!