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História Por detrás das câmeras - Isulio - 01


Escrita por: work_woms

Notas do Autor


Oi pessoal! Sejam bem vindos a “Por detrás das câmeras”, espero que gostem.

💛.

Capítulo 1 - 01


Chapter 1 - Quem torce por Isulio?

Isabela Souza p.o.v

Depois de um longo dia de trabalho, tudo o que eu necessitava era de um descanso. É certo que eu amo o que faço, e sempre me divirto durante as gravações, mas, não posso deixar de me sentir sobrecarregada com os muitos textos gravados na mente que devo encenar em frente às câmeras. Se eu fosse simplificar, diria que não é fácil ter que dar uma pausa na Isabela, para poder viver a Bia, e depois voltar para Isabela de novo. Isso, repetidas vezes durante o dia. Amo a Bia com todo o meu coração, mas essa mudança as vezes embaralha a minha mente de modo que eu fico cansada mais psicologicamente, do que fisicamente. A exaustão, acumulada com poucas horas de sono, me faz sonhar acordada com a minha cama. 

Nesse momento, eu me encontro no meu camarim. O lenço umedecido passeia deliciosamente sobre a minha pele facial, removendo os poucos resquícios de maquiagem que ainda restam da minha personagem. Eu prolongo a massagem com gosto. Não sei dizer a causa, mas o paninho está gélido o suficiente para fazer com que eu alongue meus minutos na cadeira apenas para continuar sentindo a sensação gostosa. Pode ser que eu esteja me maltratando, devido ao sono que me consome, mas não consigo parar de brincar com o lenço. 

— Isa! — Ouço a voz do meu colega e melhor amigo me chamar, seguida de uma batida na porta. Paro com os movimentos e respiro fundo. Hora de ir pra casa.

Levanto da cadeira fazendo esforço, pois a preguiça deixou os meus músculos fracos. Caminho até a porta, a abrindo logo em seguida, dando de cara com Guido..

— O que? — Pergunto saindo do camarim e fechando a porta atrás de mim. O loiro me olhou com um sorriso de canto e abriu a boca para dizer algo. 

— Escuta, o pessoal está indo comer... — Sinto que estou esquecendo de algo. Tateio meu bolso sentindo meu celular lá. Eu trouxe algo a mais? — Vim te chamar. Você vem?

Minha bolsa! Volto a abrir a porta e vasculho o lugar com os olhos. Acho a bendita em cima do sofá. Aha! 

— Olha, vontade de ir eu até tenho... — Ando até a bolsa e a pego — Mas coragem... — Me viro para ele e nego com a cabeça — Essa me falta. E muito.

— Ah qual é. Todo mundo vai, e a nossa protagonista favorita não pode faltar. — Ele diz com um sorriso galanteador enquanto eu saio do camarim e fecho a porta, tendo a certeza de que não esquecia de mais nada. 

Guido era muito bonito, possuía uma beleza "padrão". O típico loiro com olhos azuis. Era lindo, e o pior, era que ele sabia disso. Tanto, que usava muitas vezes da sua beleza para conseguir as coisas. Ele sabia como conquistar uma garota. Pena que a sua técnica não funcionava comigo. Talvez pelo nosso laço forte de amizade. Se não, quem sabe.

— Sabe que não vai conseguir nada me bajulando né? — Eu digo com um sorrisinho debochado, e me permito rir quando sua cara se fecha em questão de segundos — Desculpa, mas eu preciso ir pra casa colocar o meu sono em dia.

— Não seja chata Isabela, ainda são seis horas. — Ele diz apontando para o relógio em seu pulso.

— E por isso não posso estar com sono? — Faço uma carinha de cachorro sem dono, que foi totalmente ignorada por ele. Eu tinha esperança de que isso pudesse convencê-lo.

— Sabe de uma coisa? Eu não ligo pro seu sono. Vem.

Sua mão pega meu pulso com firmeza, e logo, me sinto ser puxada. Não tento fazer força contrária para impedi-lo, pois sei que será inútil. Normalmente eu até conseguiria bater de frente, mas com a moleza que eu estou, prefiro apenas me deixar ser levada

E claro, como se já não fosse óbvio, Guido consegue ser bem insistente quando quer.

Algumas pessoas pelo caminho nos olhavam estranho, outras nos ignoravam, e algumas até soltavam risinhos. Quando chegamos na parte externa do estúdio, aperto minha jaqueta com a mão solta. O frio de Buenos Aires era um fator que eu ainda não consegui me acostumar totalmente. Em comparação ao calor do Brasil, o frio parecia querer adentrar minha pouca pele exposta. 

Uma pequena rajada de vento soprou em nossos rostos. Tão suave que quase não sinto. Apenas percebo pelo tremor que me atinge a nuca quando os meus pelos se arrepiam. Guido deve ter sentido, pois vira a cabeça enquanto ainda me puxa e ri. 

Paramos de andar assim que chegamos aonde os meninos se encontravam. E com meninos, quero dizer Julio, Alan e Esteban. 

O nosso elenco é relativamente grande, ou seja, é justificável que haja "grupinhos" dentro dele. Todos temos nossa conexões, mas é inevitável que alguns tenham mais intimidade do que outros. A parte boa, é que ninguém é excluído. E lógico, todos do elenco se dão super bem. Ninguém tem rixa com ninguém. 

Um exemplo de grupinho, somos nós. Guido, Julio, Alan, Esteban, Giulia, Julia, Agustina, e euzinha. As vezes, a semelhança nos nomes de Julio, Julia e Giulia nos confunde, mas sempre damos um jeito. 

— Onde estão as meninas? — Eu questiono sentido a falta. 

— Estamos aqui! — Ouço um pequeno coro atrás de mim, tão do nada que me fez levar um leve susto. Contudo, meu corpo está tão mole que não teve nem reação.

— Em que lanchonete nós vamos? — Julio questionou com sua voz rouca e melodiosa, que tinha o som tão bom de se escutar, que as vezes me pegava pensando, que se eu tivesse uma voz bonita assim, eu cantaria dia e noite, noite e dia. 

— Uma que não seja muito no centro, por favor. — Pede Alan com súplica nos olhos.

— Sim, não estou com ânimo para comer formalmente. — Diz Giulia, arrancando olhares confusos de todos. 

— O que o cu tem a ver com as calças? — Pergunta Esteban. Solto um pequeno sorriso com a fala do rapaz. Esteban tinha um senso de humor que me lembrava muito o jeitinho brasileiro de ser. 

— É que eu vou poder me lambuzar de comida sem me preocupar se alguém irá ver ou não, como eu normalmente faço. — Diz dando um sorrisinho.

— Como um bebezinho. — Guido fala baixinho, mas eu consigo ouvir. Meus filhotes já são fofos por natureza, apaixonados conseguem ser ainda mais. A pequena demonstração de carinho de Guido me faz soltar outro risinho. 

— Bom, — Começa Agus — eu conheço um lugar ótimo. Me acompanhem. 

Ela diz e sai andando, sendo seguida por todos que foram se dividindo em uma ação automática. Agustina e Giulia foram com Guido. Alan, Júlia e Esteban foram em direção ao carro de Esteban, e eu fico pra trás.

Abandonada, sozinha... 

Será que se eu fugir pra minha casa agora alguém percebe? Eu devo sair de fininho ou apenas correr como se não houvesse amanhã? Não. Não tenho disposição para correr, terei que sair de finin...

— ISABELA! — Meu coração dá um pulo com o susto, e dessa vez, meu corpo reage. Solto um grito fino ao mesmo tempo em que dou um pulinho pra trás. 

Olho para o lado e me deparo com um Julio rindo como um idiota. É por este e por outros motivos, que o ser humano não tem paz na terra, por conta de pessoas como ele. 

— Você quer me matar do coração? — Levo a mão ao peito, como se de alguma forma ela fosse acalmar os meus batimentos cardíacos.

— Desculpa. — Diz ainda rindo — Mas eu te chamei umas mil vezes e você não respondeu. Estava dormindo acordada? 

— Claro que não... — Respondo mesmo sabendo que era uma pergunta retórica. Cruzo os braços e o olho séria ao ver que ele ainda mantinha um sorriso brincalhão e zombeteiro no rosto.

— Ah não, claro. Imagina. — Ele diz irônico, negando com a cabeça, apenas reviro os olhos — Vamos, vem comigo.

Ele começa a andar em direção ao carro dele com um sorrisinho de lado. Eu imito o seu gesto, não podendo segurar o sorrisinho ao perceber que pelo menos alguém lembrava de mim.

— Obrigada Julito. — Eu digo depois de estar perfeitamente acomodada no banco do carro.

— Obrigada nada, você que não paga meu lanche pra você ver. — Eu gargalho com sua fala. 

— Vai sonhando.

Julio liga o carro, e o som automaticamente já foi ligando junto. Estava tocando "Adore you" do Harry Styles. Ele tinha um gosto musical bem parecido com o meu, e isso me agradava.

Julio coloca as mãos no volante e fica olhando pra frente fixamente, sem se mover. Observo estranhamente a ação do garoto e já ia questionar, quando ele se vira pra mim e pergunta: 

— Onde que é mesmo o lugar?

— Você pergunta pra mim? Você é o motorista, você deveria saber. — Dou de ombros.

— Pra quem está com sono, você está muito afiadinha, Souza. — Um sorriso involuntário me escapa ao ouvi-lo dizer meu sobrenome. Não tenho absolutamente nada contra o espanhol que usamos na Argentina, mas devo confessar que o sotaque da Espanha é bem mais... gostoso, de se ouvir.

— Bom, se não me falhe a memória, a Agus disse que era pra seguir ela. — Digo me virando para olhá-lo. 

As orbes castanhas dos olhos de Julio estavam fixas em mim, e por um breve momento, eu esqueço como se respira. Não sei explicar o que ocorre, mas toda vez que eu tenho a atenção dele, eu perco o jeito. Já tentei pensar em um porque pra eu reagir assim, e cheguei a conclusão de que provavelmente, é por vergonha. 

— Bom, mas a Agustina está com Guido, que não está mais aqui. — Ele diz desviando o olhar pra frente e foi a minha deixa para deixar de olhá-lo também. 

— Parabéns gênio, perdemos eles. — Eu digo ironicamente. Será que ele percebeu que eu fiquei sem graça? Céus, Isabela. Que vergonha. 

— Ei! Só nos atrasamos porque você estava dormindo em pé, ok? — Ele diz e pelo seu tom, imaginei que estivesse sorrindo. 

Lógico que eu não sei se de fato está, pois não estou olhando. Deus me livre de olhar e passar vergonha de novo. Parece que eu nunca vi um homem bonito na vida. Espera. Homem bonito...? Deus, o que está acontecendo comigo?

Antes que eu pudesse dizer algo, sinto meu celular vibrar em minha mão. Olho para o visor e logo atendo a chamada de Giulia. Parece que sentiram nossa falta... 

Chamada on 

— Cadê vocês? — Eu pergunto assim que atendo já colocando no viva voz.

— Cadê vocês? — Ouço a voz de Agustina.

— Achei que vocês estavam nos seguindo, — Começa Guido — mas ai olhei pra trás e olha só, nem sinal de vocês dois.

— É que nós tivemos um pequeno contra tempo. — Diz Julio olhando pra mim acusadoramente. Eu apenas levanto as mãos em rendição.

— Meu Binuel acontecendo diante dos meus ouvidos, é muito pra mim. — Giulia diz com uma voz chorosa.

Julio e eu nos olhamos rindo da menina.

Calma Giulia. — Diz Agustina rindo — Bom, vou enviar a localização da lanchonete. Nos encontramos lá.

— Beleza. — Reponde Julio e logo encerro a ligação. 

Chamada off 

Fico olhando para o celular, em espera. Em questão de segundos uma nova mensagem chega. Abro a localização e vou guiando Julio até chegarmos no local. O estabelecimento estava quase vazio, fomos reconhecidos por algumas pessoas, que apenas nos cumprimentaram, sem invadir o nosso espaço.

Fizemos nossos pedidos e minha batata frita com cheddar e bacon foi a primeira coisa a chegar, ou seja, logo ela foi atacada pelos meus "amiguinhos".

— Brutamontes. — Falo em português, e ninguém entende. Dou um sorriso maléfico e todos começam a rir debochadamente de mim. Mais uma vez. Brutamontes.

• • •

Julio me deixa em casa por volta das oito e meia da noite. Era cedo, mas pelo fato de termos trabalhado bastante hoje, estávamos cansados. O som tocava baixinho, e as janelas abertas permitiam que um vento frio preenchesse o interior do carro de uma maneira reconfortante. Para completar a vibe gostosa, eu e Julio riamos de um vídeo besta que Julia havia enviado no grupo. 

— Deu trinta e cinco. — Julio diz com um sorrisinho assim que parou o carro em frente a minha casa. Estendeu a mão como se esperasse pelo dinheiro. 

— Ponha na minha conta. — Digo imitando seu sorriso. 

— Ela já está bem cara. — Ele aumenta o sorriso e arqueia a sobrancelha. E mais uma vez eu havia ficado sem graça por conta do olhar fixo de Julio. Olhar esse, que ele dava sem pretenção alguma.

— Tchau Julio. — Eu digo e já vou saindo do carro, mas posso ouvir uma pequena gargalhada. Ele esperou até que eu entrasse devidamente nos meus aposentos para então partir.

Depois de ter tomado um banho, ligo para os meus pais, e disse em palavras rápidas as atualizações. Eles não gostam de ficar no meu pé, dizem que já estou grandinha e confiam em mim, mas por ser uma figura pública sempre os deixo informados de tudo para não gerar preocupações. É o mínimo que pedem. 

Chego no meu quarto e me jogo na cama, só quero dormir, e é exatamente o que vou fazer, até que o toque do meu celular me chama atenção, é Giulia.

   Chamada on 

— Isabela Souza, do seriado Disney Bia, foi flagrada ainda há pouco, descendo do carro de seu abre aspas, colega de trabalho, fecha aspas, Julio Peña Fernandez, que a deixou em seu apartamento depois de um passeio misterioso após as gravações do seriado. E ai, quem torce por Isulio?

— Mas o que... — Começo a falar mas logo Giulia interrompe.

— Cara eu amo essas matérias. — Ela diz entre risos. 

— Isso que não faz nem dez minutos que eu cheguei em casa. — Eu digo rindo também.

— Pra você ver. Eu vou desligar, beijos, até amanhã. — E essa era Giulia. Aleatória e passageira. 

— Até!

   Chamada off 

Coloco o celular no criado mudo, e solto um risinho com o que Giulia havia me falado. Era engraçado pensar que algumas pessoas realmente acreditavam que eu e Julio éramos namorados. Não vou negar que costumo shippar alguns atores que fazem pares românticos, mas sei que nem tudo é como vemos na tv. Nunca me incomodei com os fãs nos shippando, e acho que ele também não. Quer dizer, eu espero que não. Porque se ele se incomoda, quer dizer que ele não gosta da ideia. E não é que eu ligue exatamente pra isso, mas não deixaria de me sentir ofendida.

Não. Estou pensando demais nisso. Devo parar. 

Me arrumo devidamente na cama e fecho os olhos. Espero o sono me dominar, e este não se demora. Amanhã será um longo dia.


Notas Finais


Digam o que vocês acharam, e até o próximo capítulo. ❤️


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