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História Por Draco - Ele é uma garota


Escrita por: SPierre

Capítulo 26 - Ele é uma garota


Hermione contava os segundos pelo tique do grande relógio acima de sua cabeça; Pansy ao seu lado lixava as unhas, sem se preocupar com o atraso de 2 minutos do contato na casa da corvinal. Sem o amigo de Ginny o plano para o jantar de hoje ia estar arruinado. 

    “Para de pensar, eu consigo sentir o cheiro das engrenagens desse seu cérebro em frenesi daqui. Ginny já confirmou tudo.” 

    “Desculpa, eu estou nervosa.” 

    A conversa parou quando passos foram escutados nas escadas de madeira que levavam ao ponto de encontro na torre. Ambas, ansiosas, ficaram encarando a escada, Pansy revirando os olhos quando viram uma garota loira surgir. 

    A menina as encarou e sorriu, inclinando o rosto em contemplação. 

    “A gente está esperando alguém, então, pode ir saindo.” Pansy disse amarga, já começando a ficar irritada com o atraso da paixonite de Ginny, a sonserina ia apresentar a ruiva para alguns amigos, porque esse corvinal já era. 

    “Ah… eu sei.” A loira deu um passo para frente, ainda sorrindo. “A Ginevra me disse para encontrar vocês aqui.” 

    Os olhos verdes de Pansy se arregalaram, notando pela primeira vez que o uniforme da garota tinha as cores da Corvinal. Ela encarou Hermione, que também parecia chocada. 

    “Você é o contato da Ginny?” Desembuchou, ainda sem acreditar no gênero da pessoa na sua frente. 

    “É… eu acredito que seja. Pelo menos eu sei que sou a única pessoa que ela pediu para vim encontrar vocês… e também a única que sabe do plano… então, eu devo ser sim. Sim, devo ser.” Ela sorriu mais ainda. E Hermione franziu o cenho. Eram rolhas nas orelhas dela? “Vocês são amigas da Ginevra? Parecem tão confusas…”

Pansy abriu a boca e a fechou. Respirou fundo e se aproximou da outra garota. 

“Pansy Parkinson. Aquela é Hermione Nott.” Ela estendeu a mão, que a loira encarou por alguns segundos antes de aceitar o aperto. 

“Luna Lovegood.” 

A morena encarou Luna de cima a baixo, inclusive dando uma volta ao redor da outra garota como se estivesse avaliando algo. Quando parou novamente de frente para Luna, Pansy lhe apertou as bochechas e fez a loira virar o rosto em várias direções. 

“Hummmm.” Pans levou a mão ao queixo, pensativa. Luna ainda sorria, os olhos azuis realmente brilhavam como Gin havia tido. “Aprovada.” Parkinson bateu palmas e virou para Hermione. “Ela precisa de brincos novos!” 

 

~D&H~


 

          “Você precisa parar de roer as unhas, agora!” Pans bateu nas mãos de Ginny, que bufou, voltando a roer as unhas no segundo seguinte. “Por sinal… Luna…” O rosto da grifinória ficou tão vermelho que parecia a gravata da casa dela.  

    “Psiu, vai começar.” Hermione se endireitou e encarou a mesa dos professores, onde Dumbledore se pôs em pé. O cálice que havia sido colocado em frente a sua cadeira na noite de hoje, brilhava com suas chamas em um tom azulado. Ginny,  aproveitando que era Noite das Bruxas e os códigos eram mais folgados, havia se sentado com as amigas. Não passou batido para Hermione a presença de Crouch na mesa dos professores, pois desde do incidente na Copa de Quadribol a garota realmente não ia com a cara dele. 

     O diretor andou até o cálice, quando todos os pratos haviam sido limpos depois do banquete, Draco ao seu lado, passou o braço pelo seu ombro, beijando sua têmpora com um sorriso jocoso. Todo seu grupo de amigos estava mais ansiosos que o resto do castelo, e Hermione duvidava que o sorteio tivesse algo a ver com isso. 

    “Bom, o Cálice de Fogo está quase pronto para decidir” disse Dumbledore. “Estimo que só precise de mais um minuto. Agora, quando os nomes dos campeões forem chamados, eu pediria que eles viessem até este lado do salão, passassem diante da mesa dos professores e entrassem na câmara ao lado” ele indicou a porta atrás da mesa, “onde receberão as primeiras instruções.”

    Pansy cruzou os braços, Harry, que estava sentado de frente para a namorada na mesa, a encarou com um brilho fascinado no olhar, pelo que Hermione e os meninos haviam descoberto do passado do pai do menino que sobreviveu, gostar de pegadinhas e trapaças era algo que corria no sangue da família. 

    Então, Dumbledore acenou a varinha, deixando o salão em quase escuridão completada. Ao seu lado, Draco virou o seu rosto, aproveitando o momento para lhe dar um beijo rápido. 

    “Agora…” Pansy agarrou o braço de Hermione, as unhas lhe beliscando a pele, e a castanha percebeu que as chamas do cálice mudaram seu tom para um vermelho, soltando faíscas e em seguida uma língua de fogo expeliu um pergaminho chamuscado, que Dumbledore pegou no ar. 

    “O campeão de Durmstrang” o diretor leu em alto e bom tom. “Viktor Krum.” 

    A escola explodiu em aplausos, todos, menos a mesa da sonserina. Depois de alguns segundos, e sem a presença de Viktor, todos ficaram em silêncio. 

    “Viktor Krum!” Dumbledore chamou novamente, e o Karkaroff ergueu a cabeça e tentou achar o aluno favorito. “Viktor?” 

    Então, do fundo da mesa da lufa-lufa uma garota se ergueu, e sem jeito andou até a mesa dos professores. Era a garota mais feia que Hermione já havia visto. Ela era enorme e peluda, usava o uniforme de Durmstrang e o rosto estava vermelho como um pimentão. 

    “Eu…” A garota começou, tentando falar baixo, mas com o silêncio no salão o eco carregou para todos. “E-eu…”

    “Sim?” Dumbledore encarou a menina com um pouco de piedade, porque a coitadinha parecia ter caído de cara numa poção de crescimento de pêlos. 

    “Eu sou o Viktor.” Ela disse. Tentando esconder o rosto com as mãos. 

    Silêncio. 

    “Viktor!!!!” Todas as cabeças viraram em direção ao grito. Um outro aluno de Durmstrang se pôs em pé, os olhos brilhando com excitação. “Meu amor, Viktor.” Então, ele correu em direção a garota e a beijou. A menina que se dizia Viktor ficou em choque, empurrando o outro garoto com força e o fazendo cair. “Meu amor, Viktor!” 

    “TIRA A MÃO DO MEU BEBÊ!” Outro aluno de Durmstrang se opôs, o rosto vermelho de raiva. E para o pavor de Viktor Krum, um por um de seus colegas começou a se manifestar, saindo de seus lugares e correndo até ele. A mesa de sonserina explodiu em gargalhadas. E os estrangeiros começaram a lutar entre si. Inclusive esquecendo como usar magia e passando a usar os punhos. Viktor enquanto isso, correu para a mesa dos professores e subiu na mesa, chutando todos que tentavam se aproximar. 

    “Viktor Krum é a garota mais feia que eu já vi na vida.” Draco ria tanto que seu rosto estava vermelho. 

    “Espero que isso ensine a ele uma lição sobre assédio.” Pansy cruzou os braços, sorrindo vitoriosa. “Por sinal, seus irmãos são geniais.” Comentou com Ginny. 

    Viktor Krum saiu correndo do salão, e no seu encalço toda a delegação de Durmstrang. Dumbledore acenou na direção de alguns professores, que seguiram o rastro de destruição que o grupo deixou. Após todo o estardalhaço o diretor limpou a garganta e o sorteio continuou. 

 

~D&H~

 

    No dia seguinte, Hermione, Ginny, Pans e Luna estavam na biblioteca no horário de almoço, quando Viktor, que voltou a sua forma normal, se aproximou. 

    “Hermione…” Todas as meninas pararam o que estavam fazendo e encararam o intruso, e até Luna que sempre mantinha um sorriso no rosto estava séria. “Eu… eu sinto muito. Eu não deveria ter cercado você daquele jeito, eu entendi que o que eu fiz foi errado.” 

    Pansy se pôs em pé, ficando entre Hermione e o apanhador búlgaro. 

    “Que ótimo, você só precisou estar na pele de uma mulher e ser assediada para entender que não é não! Quer um prêmio?” Ela cruzou os braços e o encarou. "Da próxima vez que você passar dos limites e aterrorizar uma garota, se lembra disso então, ah, e se você tentar alguma coisa com Hermione de novo, quando eu for atrás de você, não vai ser só uma pegadinha com poções.” Ela indicou a saída da biblioteca com a cabeça. “Vai se preparar pro seu campeonato filhote de gorila, e eu não quero ver você por aqui novamente.” 

Quando elas ficaram sozinhas novamente, Hermione encarou Pansy e sorriu. 

“Obrigada pela ajuda de vocês. Foi muito difícil batizar o suco do pessoal com a poção do amor dos gêmeos, Luna?” 

“Não. Depois da briga com o pessoal da tua casa, a delegação deles não queria mais se misturar com ninguém da nossa escola, eu só tive que largar a poção no suco da parte deles da mesa. E ninguém nunca me nota, ou dá bola para o que eu estou fazendo. Acho que a Pansy ter que fazer o próprio Viktor beber a poção de gênero foi mais difícil.” 

Pansy sorriu. “Ele voa todo dia no mesmo horário e deixa a garrafa dele no mesmo banco no campo. Foi facílimo."

“Como você sabia os horários dele?” 

“É o mesmo horário que eu e o Harry usamos pra dar uns amassos escondidos." 

As quatro meninas deram uma risadinha.

“Por que seus irmãos criaram uma poção de troca de gênero, afinal de contas?” Hermione tinha ficado curiosa sobre, desde que descobriu o que a poção fazia. 

“Ah!” Ginny sorriu com carinho. “Os meninos cresceram com um menino chamado Josh. Ele é primo da minha mãe por alguma parte da família, e ele costumava ir todo verão pra nossa casa. Alguns anos atrás Josh foi expulso da família e ninguém sabia o porquê. Até que os gêmeos começaram a trocar corujas com ele. Josh… bem, ele é ela. Joana, no caso, e ela percebeu enquanto crescia que não se via como um menino, e sim como uma menina. Quando ela contou para os pais… bem, a gente foi um escândalo, porque Joanna era a herdeira da família… e bem… Os gêmeos ficaram apavorados e achavam um absurdo que por algo tão pouco a família tivesse feito algo assim com ela. Então, eles começaram a trabalhar nessa poção desde então, porém, o máximo que ela dura é algumas horas. Quem sabe um dia o efeito se torne permanente.” A ruiva terminou a explicação encarando o rosto das três amigas, esperando uma reação. 

“A gente literalmente tem bruxos virando animais, mas o problema é se ele quer trocar de gênero?” Pansy revirou os olhos. “Que gente idiota.” 

Ginny sorriu para as amigas, e sentiu o rosto queimar, quando por debaixo da mesa, Luna apertou sua mão.


Notas Finais




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