História Por Ela Sou Verônica. - Vinte e Sete.

Point of View Zayn.

Donde ela tinha tirado aquilo de gravidez? Meu Deus do céu, quanto mais eu rezava mais coisas me aparecia e eu tinha que pensar para me livrar daquilo logo. Nem a Tracy nem a Andressa estavam comigo e eu me sentia perdido.

Afinal, eu nunca pensei na Verônica tendo alguma relação sexual com um homem. Jesus Cristo... Um homem. Só de imaginar isso já me dá calafrios. Bom, a Verônica não havia tido nenhuma experiência sexual e nem vai ter. Se alguma mulher não tem relações ela é oficialmente virgem.

Isso é meio constrangedor. Verônica virgem é meio triste por saber que afinal eu tenho 22 anos, e automaticamente a Verônica também. Todo mundo diz que ela é bonita e... Até o Harry estava dando em cima de mim. Porque eu tenho que ser virgem?

— Verônica, você está aí? – Vi quando Amber passou à mão a frente do meu rosto e eu a encarei.

— Não estou grávida. E— Eu sou... Você sabe. – eu nunca pensei que ia ficar tão envergonhado de falar com a Amber que eu era virgem. Não eu, mais a Verônica. Sinceramente isso está me confundindo cada vez mais.

— Ah. Tá. Você não pode ter filhos... Entendo. – ela suspirou. Cadê aquela Amber que pensava e era inteligente? Como assim não ter filhos, é claro que eu posso ser filho. Só que eu tenho um pênis!

— Amber, eu sou virgem. – falei assim e ela me olhou surpresa. Será que essa é a reação de qualquer amiga ao ouvir da outra que é virgem? Socorro, isso ainda pode ficar pior.

— Mais você é tão linda. Surpreendo—me alguém não querer ficar com você! – ela sorriu pra mim. Ah, aquele sorriso. Aquele sorriso que me encantava e que eu me apaixonava. Olhá—la era tão bom, como um hobbie pra mim.

(...)

Estava de alta depois de um dia inteirinho no hospital. Amber estava vindo me buscar. E a Andressa já havia vindo trazer minhas coisas muito antes para que eu pudesse me trocar e não precisar da ajuda da Amber.

Estava sentado na cama esperando o doutor vir me dar meus papéis. Ele sabia que eu era um homem. Sabia quando pegou Tracy falando de mim na versão masculina e ela teve que explicar tudo. Ele até levou numa boa, e me admirou falando que eu era forte em fazer isso.

— Zayn? – ele entrou na sala com uma prancheta e eu assenti. – Você é realmente muito bonita. – ele riu da piada sem graça e eu fiquei sério. – Desculpe. – Ri da sua educação.

— E então, o que foi? – perguntei com a minha voz normal e ele ficou de frente pra mim.

— Concluindo seus exames Zayn, você tem um cálculo renal. – Ele disse e eu arregalei os olhos, confuso. –Vou explicar. Cálculo renal é pequenas pedrinhas que ficam alojadas no seu rim. Dando desmaios, dores e etc.

— Ma— Mais eu pensei que o desmaio fosse pelo medo. – Tinha que admitir que eu estava realmente me cagando para aquela London Eye e prometo aos meus bisnetos que não vou mais lá. – E eu não sinto dor.

— Você vomitou. Deve ter comigo algo que seu estômago aceitou. De qualquer forma o desmaio foi sim pelo seu medo mais de acordo com os exames constatou isso. Então modere nas besteiras, e seja mais saudável. – a porta se entreabiu dando a visão do cabelo de Amber. – Verônica então é isso querida... Você já pode sair. – ele deu uma piscadela e eu dei um sorriso desanimado.

Assim que ele saiu, Amber veio me cumprimentar. Seu cheiro exalou por todo o quarto. Ela estava tão linda, tão perfeita. Ela me deu um saquinho do Starbucks e eu vi ali um sanduíche natural e um suco de uva.

— Bom dia Verônica, espero que goste... Eu não sabia que era seu gosto. – Sorriu tímida. – Vim te buscar e vou te levar na minha casa. – ela sorriu animada e eu a encarei.

— Como assim? – perguntei enquanto dava uma mordida no meu sanduíche.

— Para você almoçar comigo e poder conversar. Você vai conhecer o grande homem da minha vida e...

— Homem? Você tem um homem na sua vida? – Parei de comer assim que ela disse. Como assim um homem? Ela já havia me esquecido e arrumado outro cara e não me falou? Meu coração partiu em pedacinhos assim que ela disse aquilo, a fome que eu estava sumiu e eu não parava de olhá—la. – E não é o Zayn?

— Não. – ela disse rindo. – É muito melhor que o Zayn. Ele pelo menos não me magoou até agora. – Suspirei e abaixei minha cabeça. – Está tudo bem?

— Si— Sim. – sorri fraco.

Eu sabia que um dia isso ia acontecer. Só não sabia que estava tão perto de eu perder minha Amber. Eu a amava tanto e saber que agora ela estava com outro alguém me partia o coração. Acabei de comer e peguei minha bolsa e botei os papéis que o doutor havia me dado dentro dela. Amber afirmou se já poderíamos ir e eu assenti já meio desolado.

Ela estava beijando outra boca, e passando por um corpo que não era o meu. Tinha medo de conhecê—lo e ver que realmente ele poderia ser melhor que eu. Mandei uma mensagem para a Florentino enquanto estávamos saindo e ela riu da minha cara. Mais depois me desejou sorte.

(...)

— E ah, você vai poder conhecer a minha mãe. Ela é uma fofa. – Ela sorriu animada enquanto estávamos dentro do táxi.

— Se ela for simpática igual você, tudo bem! – rimos juntas. Estava mais frio que o normal em Londres. Eu e Amber papeávamos sobre filmes e atores, quando depois o taxista que nos levava se meteu no assunto fazendo a conversa fluir ainda mais.

Assim que ele avisou que chegamos eu desci do carro e fechei a porta, e logo depois Amber fez o mesmo. Entramos no prédio e ela cumprimentou o porteiro e fomos para o elevador.

— Estou tão ansiosa. – ela esfregou as mãos e abriu um sorriso de orelha a orelha. Enquanto cada vez mais eu me sentia com raiva e com o coração partido. – Chegamos!

Saímos do elevador e ela me puxava pelo pulso para chegarmos rapidamente na sua porta do apartamento. E aí que eu percebia mais que ele morava junto com ela, ou então ele já ficava no apartamento dela enquanto ela ia me buscar. Grande idiota ele era.

A mesma abriu a porta e eu vi sua mãe, que estava na cozinha com um livro de receitas na mão parecendo estar bem focada no que estava fazendo.

— Mamãe. – Amber a chamou e ela nos olhos. A mãe da Amber a lembrava mesmo. Tinha os olhos claros e o cabelo também mais claro que o dela. Logo ela veio ao encontro da gente e tirou seus óculos de leitura. – Essa é a Verônica. Minha amiga e minha assistente no trabalho.

— Olá Srta. Jackson. – a cumprimentei com um beijo na bochecha enquanto ela simpática fazia o mesmo.

— Me chame de Francine. – sorriu. – Nossa Amber, sua amiga é muito bonita. – ela disse me olhando e ajeitei meus óculos.

— Obrigada. – sorri e Amber me olhou. Olhou—me, ela me olhou como se nada tivesse acontecendo. Como se eu não fosse conhecer o cara que estava destruindo minha vida naquele momento. – E então?

— Ah sim. Calma, eu vou pegá—lo. – Ela saiu de vista subindo as escadas do apartamento. Pegá—lo, enquanto ela ia pegá—lo, eu queria pegá—lo na porrada isso sim. Socar a cara dele até ele ficar todo machucado.

Sentei—me no sofá e olhei as horas no meu relógio como um pequeno passatempo para não destruir a casa da Amber com o meu surto de ciúmes.

— Você é o amor da minha vida. – A ouvi falar e me virei.

Point of View Amber.

Eu não tenho muito que falar da reação da Verônica assim que ela viu o Gilbert no meu colo. Ela arregalou os olhos, sorriu e começou a rir. Abraçou—me e me girou rapidamente com o gato no meu colo. Assim que minha mãe começou a rir ela foi se acalmando.

— Esse é o Gilbert. – Falei ainda meio impressionada enquanto Verônica estampava um sorriso enorme. –Ele é lindo não é? – entreguei para que ela pudesse segurá—lo.

— Perfeito! – suspirou parecendo estar aliviada. – Quem te deu?

— Deixaram abandonado na frente do prédio da Kimberlly, então eu o peguei, e como eu me mudei, o trouxe comigo. – Ela sorria enquanto Gilbert lambia seu polegar. – Você pareceu bem mais contente quando viu ele.

— Claro! Eu sorri porque amo gatos! – fez carinho no bichano assim que acabou de falar.

— Ah que bom. – sorri. – Mãe, na hora do almoço a senhora pode nos chamar? – perguntei e Verônica me olhou. – O que foi?

— Chamar por quê? Vamos para onde? – ela disse confusa.

— Vamos subir, eu vou te mostrar meu quarto. – sorri.

Point of View Zayn.

MALDITA HORA QUE EU FUI INVENTAR DE VIRAR ESSA VERÔNICA! PUTA QUE PARIU!

Como assim eu e a Amber íamos para o quarto dela? Porque Senhor? O que eu fiz para merecer isso? Lembrar—me da última vez em que estive num quarto com ela me fazia lembrar que ela se entregou pra mim e nos entregamos um ao outro. E agora ela me inventa essa história de querer ir para o quarto.

Ela não me deixou falar. Nem falar também eu poderia até porque eu ia negar ir para o quarto, ela ia me perguntar um porque e eu ia falar o que? “Simples Amber, se não eu posso me excitar com você!”. Onde já se viu?

Eu não sabia em que surtar mais. Se era com o gato Gilbert ou com a história do gato. Ela me deu um gato na minha mão e eu odiava gatos, mais me pus a amar assim que vi que ele era o homem que estava fazendo ela feliz.

Ela abriu a porta e eu encarei seu quarto. Estava tudo arrumado do seu jeito. Ela me fez entrar e trancou a porta. Coloquei o Gilbert no chão e ele começou a caminhar todo molengo por aquelas quatro paredes.

— E então, gostou? – ela me perguntou e eu assenti. – Pode sentar na minha cama, considere um sofá. – ela riu enquanto colocava a bolsa no lugar e prendia um cabelo num coque.

— É bem decorado. – observava as borboletas adesivas que estavam coladas na parede esquerda do quarto. Elas eram coloridas e estavam por ordem de tamanho.

— Tenho que tirar isso, está me prendendo. – A vi colocando as mãos para trás e logo vejo a alça do seu sutiã cair, e logo depois vejo voando para cima da cama. Naquele momento minha respiração sumiu e tentei, tentei mesmo desfocar meus olhos dos peitos da Amber. – E então. O que quer fazer. – ela se jogou na cama e eu engoli em seco quando vi seus peitos em movimento.

Olhei para o quarto inteiro e tive a luz que eu precisava.

— Você. Meu Deus você tem uma bílbia. – minha respiração descompensada se aliviou assim que eu encontrei—a. Ela olhou para minha cara e eu a encarei. – E— Eu tenho paixão por bíblias. – sorri falso sabendo que eu já tinha um encontro marcado no inferno.

— Ganhei da minha avó, eu quase não uso... A ultima vez que usei foi no... Você deve imaginar... – ela encarava a bíblia com afeto e tristeza ao mesmo tempo.

— No velório do Zayn? – ela assentiu e mordeu o lábio. Suspirei e ficamos em silêncio. – Olha, eu vou tomar banho e você me espera aqui tá bom? Eu já volto. – ela abriu a gaveta. Tirou de lá um conjunto de calcinha e sutiã laranja.

Cruzei minhas pernas peguei seu travesseiro pra por em cima do volume que estava surgindo ali. Não, isso não podia acontecer.

— Eu só preciso ir pegar um sabonete ali embaixo. – ela saiu do quarto e fechou a porta.

Olhei para o conjuto que prosseguia em cima da cama, deixei a bíblia de lado, peguei seu sutiã e o encarei. Deus era tão perfeito. Imaginar os peitos da Amber ali. Imaginar ela usando aquilo pra mim. Apertei o sutiã e fechei meus olhos.

— Amber... – sussurrei. Já não negando que estava completamnte excitado.

Em um piscar de olhos eu vi a maçaneta rodando e joguei o sutiã para o chão e voltei a pegar a bíblia, não vendo caiu em cima da cabeça do gato.

— Mais o que... – ela olhou para o gato com seu sutiã. – Gilbert! – ela exclamou. – Verônica porque você não tirou...

— Amber eu nem percebi? – apertei a bíblia comigo. – Estava tão ligada nos versículos e me deixei levar. – sorri e ela pegou o sutiã, rindo do Gilbert que parecia estar se divertindo. Ela assentiu e foi indo para o banheiro, decidi folhear a bíblia e parar num versículo.

Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor. Provérbios 12:22.

— Cruzes. – sussurrei olhando a bíblia e mudei rapidamente as folhas. Eram muitas folhas e realmente o maior livro. A última vez que peguei numa bíblia foi quando eu tinha 16 anos e estava saindo da igreja com a minha mãe.

— VERÔNICA! – ouvi o berro da Amber do outro lado.

— O— Oi. – falei meio temente com o que estava por vir.

— Eu esqueci o shampoo que está dentro do guarda—roupa. Por favor, pega para mim! – Ela disse eu fechei os olhos e abri a bíblia mais uma vez.

Vigiem e orem para não caiam em tentação. O espírito está pronto, mais a carne é fraca. Mateus 26:41

Continua...