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História Por favor me ouça... - Amigo Erick...


Escrita por: Hideki4500

Notas do Autor


Então desculpem a demora, sempre na correria aqui em casa e minha mãe acabou de chegar. A conta de gás vai ser atualizada logo tbm.

Capítulo 5 - Amigo Erick...


Fanfic / Fanfiction Por favor me ouça... - Amigo Erick...

Meu celular vibrou depois da primeira hora no serviço, o peguei rapidamente esperando alguma boa noticia. Era Layla, ela estava me avisando que Marlo havia chegado e que ela estava indo para casa. Respondi com um simples "Ok" antes de voltar a trabalhar. Foi um dia monótono e eu realmente preferia estar morto do que passar um segundo a mais do que até as 22 Horas.  

 

Meu substituto chegou vinte minutos mais cedo para compensar o atraso de ontem e por isso fui embora para casa com mais calma. Pela primeira vez na minha vida tudo parecia dar certo. Caminhei até chegar em casa, quando girei a maçaneta a porta se abriu com um leve rangido. Nem Hikaru e nem Marlo estavam por ali. Caminhei até a porta do quarto deles, coloquei a mão na maçaneta e com um pouco de receio abri enquanto chamava por seus nomes. 

 

-Stuart. - Gritou Marlo, virei para o lado, ambos estavam nus, fiquei encarando a parede até que tivesse dado tempo para que se escondessem em baixo dos cobertores. - Você... Chegou cedo... 

 

-É, e até eu ter a visão do inferno eu pensei que o dia estava sendo no mínimo aceitável. - Falei em tom de deboche, não posso preocupar meus pais. - Bem... pelo jeito vocês fizeram as pazes. 

 

-Do que está falando? - Perguntou Hikaru parecendo inseguro. 

 

-Nada não... é... eu vou pro meu quarto, podem terminar seja lá o que estavam fazendo... - Fechei a porta e caminhei para o meu próprio quarto enquanto tentava esquecer o que acabei de ver. 

 

Fui ao banheiro e me olhei no espelho, meus olhos estão um pouco menos fundos do que geralmente, mesmo assim ainda não vejo vida neles. Não recebi mais nenhuma mensagem de Layla desde aquela em que ela me avisou da chegada de Marlo.  

 

Quase não me aguento mais de sono, mesmo assim me arrastei até a pequena banheira que havia no meu banheiro e liguei a agua quente e a fria juntas para que a temperatura se regulasse, eu não havia tirado a roupa e o tecido começou a se encharcar de acordo que a água ia subindo naquela grande tigela branca. 

 

Não dormi durante um longo período de tempo e sinto minhas pálpebras pesando assim como meu corpo que afundava cada vez mais naquela água morna... 

 

Recebi um forte tapa no rosto, aquela dor me fez despertar e ver Marlo e Hikaru me olhando preocupados, eu estava no chão frio do banheiro. Marlo tinha lágrimas nos olhos, Hikaru me olhava preocupado e deixando transparecer que estava zangado. 

 

-No que estava pensando? - Foi o que Hikaru disse. 

 

-Eu... - foi só o que saiu da minha boca antes de ele voltar a falar. 

 

-Acha que isso vai resolver os seus problemas? Que vai apagar seu passado, que vai fazer seu avô voltar? Ou que eu e Marlo vamos parar de brigar? -Ele respirou bem fundo antes de sair do banheiro, levou Marlo com ele. 
 
Tudo que pude fazer foi continuar deitado olhando para o teto, estava realmente frio agora que eu estava todo molhado. Eu não tentei me matar, mas caso tivesse morrido talvez eu nem ligasse. Não é a primeira vez que eu quase morro então acho que até já me acostumei com a idéia de estar andando na rua e de repente acontecer.  

 

Não me troquei e nem sequei antes de jogar na cama, o frio da água percorreu todo o meu corpo e encharcou os lençóis, com sorte eu não vou ficar doente amanhã... 
 
 

Levantei com um espirro na manhã de quinta-feira, não vou poder trabalhar. Marlo havia ligado para o mercado para avisar, ele saiu logo em seguida. Estou sozinho, talvez eu deva dormir mais... Ouvi o barulho da porta e passos, deve ter sido Hikaru que esqueceu alguma coisa e voltou e logo vai voltar para o dojo. 

 

A porta do meu quarto se abriu e vi o rosto de Layla, ela puxou uma cadeira e se sentou ao lado da cama. 
 
-Estranhei que não tenha ido ao meu apartamento, ou que não tenha ido ao motel ontem a noite... Então decidi vir aqui. - Ela falou, se esticou toda na cadeira, seu corpo pareceu querer saltar de dentro das roupas curtas. 

 

-Ah... E o Big John? - Perguntei, ela pareceu não escutar. - Bem... Achei que não fosse falar nada... - Disse entre um espirro e outro. - Eu tinha um amigo, ele se chamava Erick, o conheci na sétima série, as garotas caiam de amor por ele, acho que foi meu único amigo até entrarmos na oitava série... 

 

"Eu estava sozinho, como sempre estive até aquele momento. A primeira semana da sétima série do fundamental foi o mesmo inferno dos anos anteriores, continuava frio, solitário e escuro. Eu havia sobrevivido até a sexta série fugindo de valentões para evitar conflitos maiores, porem depois de um tempo eu já nem ligava mais e deixava que eles me pegassem para acabar logo com isso. 

 

Eles sempre me encurralavam depois da aula e então eu apanhava até alguém vir ajudar, mas então um dia foi diferente, um dia um garoto novo chegou. Todas as garotas começaram a cair de amores pelo rapaz novo, esse era Erick, ele até namorou com algumas delas no mesmo dia, sempre aparentando se importar mais com as garotas do que com as aulas ou qualquer coisa ao seu redor. 

 

Depois das aulas eu estava mais uma vez encurralado, levei um chute na barriga o que me fez dobrar e ajoelhar de dor, um dos garotos tinha um pedaço de pau e estava preparado para me bater com ele quando recebeu uma pedrada na cabeça e caiu largando a "arma". 

 

-Não gosto de covardes. - Foi o que ele disse. - Homens de verdade lutam um contra um, mas se todos quiserem vir eu aceito. 

 

Fomos todos para a diretoria, ele estava sorrindo mesmo sangrando ou sentindo dor. Ele não sabia lutar nada, apenas provocou para tirar os valentões de cima de mim. Erick era realmente meu melhor amigo, mesmo que nem nos conhecêssemos direito. Falei só com ele durante dois anos e ele falava comigo e com todos da escola mas sempre me tratou diferente, sempre tentando me ajudar com meus problemas, ele conheceu meus pais e certo dia até dormiu em casa por conta da chuva forte. 

 

Na oitava série até o meio do ano continuamos amigos, mas foi aí que começou a ficar diferente, mesmo sendo muito companheiro ele sempre enfrentou problemas com a família, a mãe dele havia morrido por conta do crack, o pai dele era auto recluso se sentindo sempre culpado pela morte da esposa. Bom, até ele começar a culpar o Erick. 

 

E então ele começou a ficar desligado, parou de sair com garotas e falava apenas comigo, achei que logo ia passar. Mas só piorou, ele começou a parecer sempre exausto, começou a ficar magro, não se alimentava direito e sempre caía sozinho. Eu sabia o que estava acontecendo, sabia o que ele estava usando, mas não podia falar nada. Ele teria que me contar. 

 

-Stuart. - Ele nunca havia me chamado assim até então, era sempre S/N - Não quer acabar com seus problemas? Eu conheço um cara, Big John, ele vai te ajudar, as pedras dele são milagrosas. - E foi assim que descobri, meu melhor amigo estava indo pelo mesmo caminho de sua mãe. 

 

Ele começou a ficar cada vez mais agressivo quando estava sob efeito da droga, haviam momentos lúcidos sim, mas quase nunca. A última vez que o vi lucido foi voltando da escola, ninguém mais tentava me bater nessa época. Ele estava em um beco, junto com ele um homem que estava muito mais novo do que quando o vi no motel.  

 

Big John falava com ele, não me aproximei muito para que não suspeitassem, mesmo assim as coisas que ouvi não serão apagadas. 

 

-Então Erick, que tal me pagar? Te apresentei meu produto mas ele não é de graça. - Falou o mais velho, eu o odiei naquele momento. 

 

-Eu vou te pagar... eu prometo, por favor, só mais uma semana e eu pago. - Suplicou aquilo que não era mais do que só uma sombra esquelética do Erick que conheci. 

 

-Sinto muito, mas não posso fazer isso, aí ninguém teria medo de mim. - Ele puxou uma arma de dentro do paletó e disparou. Me escondi enquanto o homem ia embora e então chamei a ambulância.  

 

Ele ficou um bom tempo internado, não falou muito depois que acordou e quando ficou um pouco mais forte o pai o internou em uma clínica de reabilitação, demorou um bom tempo até que ele saísse no final daquele mesmo ano, ingressamos juntos no ensino médio, ele parecia ter voltado a ser o Erick de sempre, depois do ensino médio eu nunca mais o vi." 

 

Mais um espirro assim que minha narração terminou, ela estava ali olhando para mim prestando atenção para ver se eu contava mais da história. Quando viu que eu não ia mais falar ela se levantou e caminhou até a porta. 

 

-Vou fazer um chá. Acho que vai te ajudar com essa gripe... - Ela disse enquanto abria a porta e saía logo em seguida. 

 

Passei cerca de trinta minutos sozinho enquanto ela fazia o chá, quando ela voltou trazia consigo uma bandeja e por cima duas xicaras fumegantes. Ela colocou a bandeja em cima do criado mudo ao lado da cama. 

 

-Então você já o conhecia... - Falou ela para mim. 

 

-Quem? 

 

-Big John... Acho que me juntar a ele foi o pior que já fiz... - Ela disse, novamente se esticou na cadeira e encarou o teto, sua expressão misturava raiva e vazio. - Isso é tão problemático... Eu acho que deveria procurar a polícia, mas se eu fizer isso provavelmente vou ser presa ou morta... Bem... Acho melhor e ir embora e te deixar sozinho. 
 
Ela se levantou, eu a vi dar os primeiros passos antes de ir em direção a porta, segurei a barra da sua camiseta, ela olhou para mim. 

 

-Eu não quero ficar sozinho... Eu vou ir com você. - Falei me levantando, espirrei mais uma vez e então senti meu corpo reclamar com dores e minha garganta queimar.  

 

-Achei que fosse me pedir para ficar... Você é estranho. - Não respondi, apenas me enrolei em um monte de roupas. 

 

Acho que nem cheguei a sair do quarto, pois acordei novamente quando já estava noite, eu estava enrolado nos cobertores, ouvi barulhos na parte de baixo da casa e então adormeci de novo até a sexta feira... 


Notas Finais


E foi isso, talvez amanhã tenha um capitulo novo.


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