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História Por que eu te Odiava? - JIKOOK - Yeol Yeoseot


Escrita por: Yizhanic e DoVennie

Notas do Autor


Boa leitura ♥️🦢

Capítulo 16 - Yeol Yeoseot


Fanfic / Fanfiction Por que eu te Odiava? - JIKOOK - Yeol Yeoseot


ESSE É SÓ O COMEÇO, PARK JIMIN

Essa frase estava dando voltas em sua cabeça desde o momento em que a viu naquele outdoor, deixando-o com um mau pressentimento enorme em seu peito. 

Como se já não bastasse o escândalo que Woosung fez antes de ser levado pela polícia, aquela mensagem iria ser mais um catalisador para envolver Jimin em mais polêmicas do que ele poderia imaginar. 

Além de ter um ex-namorado louco que não aceitava o término e o perseguia, agora havia alguém supostamente o ameaçando. 

Embora ele desejasse não ter que se preocupar com isso e partir logo para Atenas, sua mãe não concordou. Ela levou o caso às alturas, chamando a polícia até o local para resolver essa questão. 

Devido a isso, os voos foram cancelados por aquele dia, afinal os funcionários do aeroporto precisavam ser entrevistados para saber se algum deles sabia de algo.

Era inacreditável que uma coisa como essa estivesse acontecendo com ele, Jimin nem ao menos soube como reagir a toda essa situação. Sua cabeça estava cheia demais, ainda em choque com o reencontro com seu ex-namorado no banheiro, desejando apenas ficar em um lugar silencioso e calmo. 

— Quer um pouco de água? Você está pálido.

Jimin ergueu seus olhos e encarou Taehyung com um olhar vazio e fosco, contudo, assentiu com a cabeça. O ômega mais novo se aproximou e sentou ao seu lado, entregando para ele um copo com água, e ficando em silêncio. Soltando um baixo suspiro, Jimin levou o copo aos lábios e em seguida, voltou a ficar parado, fitando seu marido que conversava com um policial. 

Da mesma maneira que aquela mensagem e o reencontro com seu ex-namorado não saíam de sua cabeça, havia outra coisa que Jimin também não conseguia deixar de pensar. 

Ele se pegou pensando nas raríssimas vezes em que ouviu Woosung falando sobre Jungkook e em todas elas, o alfa demonstrava desgosto, raiva, ódio, mesmo que aparentemente eles não se conhecessem de fato. Contudo, naquele dia, durante aquele encontro tão desagradável, uma possível explicação para essa reação surgiu diante de Jimin.

Uau, há quanto tempo, não é?

Woosung havia falado isso assim que Jungkook entrou no banheiro, até mesmo antes desse momento, Jimin havia reparado na maneira como ele falou de seu marido, a raiva ao saber que foi Jungkook quem se casou com Jimin.

E a reação de Jungkook, retribuindo o hostil tratamento de Woosung para com ele, deixou claro para Jimin que eles se odiavam. 

Jungkook e Woosung se conheciam. De alguma forma, eles tinham uma relação de ódio um com o outro e o ômega não sabia como reagir diante disso.

Seu marido nunca mais deixou a Grécia depois do ensino médio, pelo que Jimin ficou sabendo, e Woosung também nunca saiu da Coreia antes. Como eles poderiam se conhecer e ter um relacionamento tão desagradável assim?

Com essa incógnita na cabeça, Jimin se levantou do sofá onde estava sentado e se aproximou de seu marido. 

Ele estava confuso, com raiva, sem ao menos saber do quê estava irritado, contudo, ele queria desesperadamente uma resposta, qualquer que fosse, que pudesse explicar aquele mistério para ele. 

Era quase uma necessidade. 

Jimin indagou, — Posso falar com você?

Jungkook olhou para ele, porém antes mesmo que ele pudesse dizer qualquer coisa, o toque de seu celular soou no espaço. Pedindo desculpas e licença por um instante, o alfa se afastou e atendeu a ligação, o que deixou Jimin um pouco desconfortável. No entanto, ele respirou fundo e aguardou, apenas esperando que não fosse alguma emergência.

Embora Jungkook estivesse um pouco afastado, por conta da audição apurada que Jimin possuía, ele ainda era capaz de escutar a conversa do mais velho e ela o deixou ainda mais impaciente.

Seu marido disse para a pessoa no celular, — Ele ainda está descontrolado?

O ômega desejava muito saber quem era que estava falando com seu marido e principalmente de quem ele falava, e sua impaciência já estava prestes a tomar conta de sua pessoa, no entanto ele precisava se acalmar ou acabaria enlouquecendo.

O que se tornou impossível depois das palavras de seu marido. 

— Tudo bem, estou a caminho.

Jungkook desligou o celular e pegou seu casaco, como se tivesse a intenção de sair e se esquecido completamente que Jimin ainda desejava falar com ele. Quando o alfa se virou, caminhando com pressa até a saída, Jimin imediatamente o seguiu, porém ao chegar do lado de fora, o alfa já estava dentro do carro e partiu. 

Decepcionado, o ômega voltou para dentro e se sentou no sofá da sala novamente, não percebendo que acabou assustando Taehyung com sua expressão amarga repentina. O mais novo indagou, — Está tudo bem?

Jimin respondeu, — Eu não sei o que eu tenho, não sei porque estou com raiva, não sei porque preciso tanto dessas respostas. Acho que estou enlouquecendo de vez.

Taehyung, — Que respostas?

Suspirando, o ômega mais velho falou, — Parece que o Jungkook e o Woosung se conhecem. 

Em choque, Taehyung entreabriu os lábios, sem saber o que dizer por alguns instantes. Ele ficou encarando o mais velho por quase um minuto antes de perguntar, — Por que você acha isso?

Jimin, — Eu nunca tinha reparado antes, mas depois de hoje, isso não sai mais da minha cabeça. Woosung, nas poucas e raras vezes que falamos de Jungkook, ele sempre se demonstrou extremamente hostil com ele. E hoje, Woosung disse para ele: “Há quanto tempo”. 

— Jungkook parece conhecê-lo também, retribuindo a hostilidade que Woosung o tratou. Eu acho que eles se conhecem e não se suportam, por alguma razão. Queria perguntar para Jungkook sobre isso, mas ele acabou de sair, e quanto mais tempo eu fico com essa dúvida na cabeça, mais impaciente eu fico.

Taehyung estava realmente surpreso com as palavras de Jimin, contudo, agora ele também não conseguia tirar o assunto de sua cabeça. Pelo menos, Jimin teria uma companhia para poder desabafar sobre esse assunto enquanto Jungkook não voltava. 

Se passaram quase três horas e nada do alfa retornar, e Jimin sentiu que a raiva que ele estava sentindo havia acabado de aumentar ainda mais, fazendo sua marca doer levemente pelo sentimento tão forte. Contudo, ele não se sentia insatisfeito com nada, exceto com a demora de seu marido, e por isso não entendia porque tinha esse sentimento dentro de si mesmo.

A menos que ele não esteja vindo dele. 

Sua marca fazia com que seus sentimentos e os de seu marido fossem compartilhados, eles sentiam o que o outro sentia quando tal emoção era muito forte, o que poderia machucar um pouco a marca, principalmente se ela fosse recente. 

Provavelmente aquela raiva estava vindo de Jungkook esse tempo todo e Jimin só reparou agora.

Naquele momento, ele até mesmo começou a agradecer por ter a marca em si. Olhando para o alfa antes que ele saísse, Jimin não conseguiu ver nenhum indício que indicasse que Jungkook estava com raiva, ele parecia tão calmo e tranquilo, como sempre. 

Aparentemente seu marido era especialista em esconder seus sentimentos e se não fosse pela marca, Jimin nunca saberia quando ele estaria chateado ou incomodado. 

Teria sido um tormento. 

Jungkook era observador. Ele sabia quando Jimin não estava se sentindo bem e isso o deixava preparado para cuidar dele no mesmo instante, contudo, sendo bom em esconder o que sente, Jimin jamais seria capaz de retribuir o cuidado do alfa. 

Sem perceber, um sorriso se formou em seu rosto ao pensar nisso, porém ele imediatamente desapareceu depois que uma dor forte em sua marca o fez soltar um baixo gemido. Taehyung olhou para ele, preocupado, e o mais velho apenas negou com a cabeça, levando sua mão até a marca em seu ombro como se isso fosse diminuir a dor. 

— Está tudo bem? — Taehyung indagou, olhando para Jimin.

O mais velho suspirou, — Eu não sei o que Jungkook está fazendo, mas ele está com muita raiva e isso está afetando a marca. 

Alarmado, Taehyung se aproximou e afastou a roupa de Jimin para verificar a marca, vendo a área da mordida vermelha e um pouco inchada. Ele disse, — E parece que está afetando muito. Vem, vamos ao médico antes que fique pior.

Jimin tentou protestar, porém Taehyung já havia o segurado firmemente, fazendo-o levantar de seu lugar. Caminhando um do lado do outro, o ômega mais novo se aproximou de Heejun, informando que eles precisavam ir até o doutor Wang e o alfa imediatamente se disponibilizou para levá-los até lá.

O consultório de Jackson não ficava muito longe da mansão da família Park, então não demorou muito para que chegassem até a clínica. Como era uma emergência, e Jimin era seu principal paciente, não demorou muito para que o alfa os atendesse. 

Ele perguntou, — Onde está seu marido? 

Soltando um suspiro, Jimin respondeu, — Eu não sei, mas parecia ser uma emergência. Ele saiu sem avisar nada.

O alfa cantarolou em compreensão, enquanto aplicava uma pomada gelada na marca. Jackson, — Eu espero que mister Jeon não demore muito então, sua marca é recente, vocês precisam estar próximos por um ou dois dias até que ela cicatrize completamente. 

Acenando com a cabeça, Jimin respirou fundo. Jackson, — Felizmente está tudo bem, eu apenas espero que o que quer que seu marido esteja fazendo, termine logo para não causar um efeito mais doloroso. Você tentou ligar para ele, senhor Jeon?

Jimin respondeu, — Não, eu nem pensei nisso. Achei que poderia estar atrapalhando o que ele esteja resolvendo.

— Compreendo, porém eu recomendo que o senhor fale com seu marido sobre isso, para evitar essa distância que pode machucá-lo. A comunicação é a base de um relacionamento.

— Certo, obrigado, doutor. 

Depois de alguns segundos, Jackson se levantou de sua cadeira, onde estava atendendo Jimin, e se aproximou de uma mesa enquanto o ômega arrumava sua roupa de volta. De repente, em meio ao silêncio do consultório, Taehyung falou, — Vejam.

Os três mais velhos imediatamente fitaram o que o ômega apontava, vendo uma notícia que estava passando na televisão da sala. Na tela, a repórter contava sobre os acontecimentos daquele dia e do seu lado havia uma imagem de Jungkook com Jimin em suas roupas de casamento. 

O rosto de Jimin ficou pálido ouvindo sobre o caso de mais cedo, tentado a jogar o aparelho pela janela, porém a televisão não era sua, então só pôde pedir para o doutor Jackson desligá-la, isso até que a foto de Woosung também aparecesse na tela. 

Heejun praguejou, — Esse maldito está em todos os lugares.

Jackson se virou para Jimin, — O Woosung é o seu ex? 

Jimin respondeu, — Sim, o senhor o conhece?

O alfa ficou em silêncio por alguns instantes antes de responder, — Ele é meu sobrinho, o único filho do meu meio-irmão. 

Perplexo, Heejun exclamou, — Ele é o filho de Kim Namjoon??

Embora Kim Namjoon morasse na Suiça, era impossível conhecer Jackson Wang, mas não conhecer seu meio-irmão mais velho. Filhos de alfas diferentes, os dois seguiram a mesma carreira e muitas vezes se ajudavam em suas descobertas, ainda mais que os dois faziam questão de falar sobre a genialidade um do outro. 

Jimin encarou o doutor com atordoamento, sem saber o que responder diante daquela informação. Tudo o que ele menos esperava era que seu ex-namorado fosse sobrinho de seu médico. Na verdade, não seria tão ruim se Woosung não tivesse arruinado sua vida, contudo, não era esse o caso. 

Além de criar um grande escândalo e colocar o nome de Jimin na boca de toda a sociedade como “O ômega que estava sendo perseguido pelo ex-namorado”, ele era a razão do porquê Jimin precisava ser atendido por Jackson.

Aquele era um mundo pequeno até demais. 

De qualquer forma, Jimin apenas esperava que seu médico não ficasse ressentido com ele por toda essa situação envolvendo Woosung. 

— Não se preocupe, senhor Jeon. Meu tratamento com o senhor continuará o mesmo, afinal nada disso é sua culpa, além de que foi meu sobrinho que escolheu seguir por esse caminho. — Jackson articulou, deixando Jimin um pouco aliviado. 

Em pouco tempo, a consulta foi encerrada e o ômega foi liberado. Dentro do carro de seu pai, o ômega ficou em total silêncio mesmo com Taehyung ao seu lado, ainda haviam muitas coisas em sua cabeça e aquela informação o deixou ainda mais paranóico.

Kim Namjoon era o médico que acompanhava seu marido e ele era pai de Woosung. Cada coisa nova que descobria apenas ligava Jungkook e Woosung ainda mais e Jimin não sabia mais lidar com tudo isso.

Droga, Jungkook, onde você está???

A noite já beijava o céu e nada de seu marido chegar, o que apenas deixava Jimin ainda mais impaciente. Ele fitava as janelas na sala de estar, esperando que um certo carro de cor branca entrasse nos limites da casa de seus pais, onde Jungkook e sua família estavam hospedados.

Ele não sentia mais nada em sua marca, como se a raiva que Jungkook estava sentindo antes tivesse desaparecido, coisa que o impossibilitou de saber o que seu marido estava sentindo naquele momento. 

Suspirando, o ômega desviou o olhar da janela e fitou sua enteada em seus braços. Sohee estava desperta, brincando com o pingente de lótus de seu colar com as mãozinhas pequeninas, fazendo um sorriso surgir nos lábios de Jimin. 

Com seus dedos, ele deixou um carinho nos cabelos negros da bebê que gargalhou alegremente antes de olhar para ele. Os olhinhos verdes o fitaram com um brilho alegre, recebendo em troca um sorriso largo e afetuoso. 

— Quer que eu segure ela agora? 

Jimin se virou para a entrada da sala de estar, vendo sua sogra ali, olhando para ele e Sohee com um olhar enigmático que o ômega mais novo não soube como interpretar. Um pouco envergonhado, ele responde, — É que eu queria ficar com ela por um tempo.

Jinah contrariou, — Doutor Wang disse que você deveria descansar pelas próximas horas. Não se preocupe, assim que meu filho chegar, vou dizer que você estava esperando por ele. 

Inconscientemente, o mais novo se sentiu incomodado com as palavras de sua sogra, sem ao menos saber o que responder. Jinah se aproximou e falou outra vez, — Vou levar a filha dele para o quarto, está na hora do cochilo dela. 

Sem ter coragem de contrariar a mais velha, Jimin colocou Sohee nos braços dela, vendo o pequeno sorriso que a bebê direcionou para sua avó. Havia um gosto amargo em sua garganta, contudo, ele apenas se despediu das duas e subiu para seu quarto. 

No caminho para seus aposentos, ele acabou esbarrando em seu sogro e seu cunhado. Com o coração aflito, o ômega se curvou para eles em saudação, recebendo um aceno de reconhecimento dos mais velhos antes que eles seguissem seu caminho em completa indiferença.

Talvez fosse mais uma de suas paranóias, mas Jimin tinha a sensação de que a família de seu marido não gostava dele. Era como se eles o repudiassem como quem detesta comida estragada, coisa que o deixou extremamente consternado. 

Contudo, ele os compreendia e não poderia fazer com que eles se esquecessem de sua antiga pessoa da noite para o dia. 

Pelo que parece, Park Jimin ainda iria atormentá-lo por um longo tempo, fazendo-o constantemente se lembrar de seu eu de nove anos atrás, amassando-o com aquelas lembranças tenebrosas de um passado que ele apenas tentava esquecer.

No entanto, não importa o quanto ele tentasse se afastar desses pensamentos, eles voltavam com ainda mais força, principalmente quando ele estava na presença de seu marido. 

Sem perceber, as lágrimas começaram a cair de seus olhos e sua marca começou a doer. Ele imediatamente se trancou em seu closet, escondendo-se no espaço completamente vazio, assim como estava seu interior naquele momento. 

Jimin não conseguiu segurar as lágrimas, contudo, tudo o que ele queria era uma companhia. Taehyung já havia retornado para sua casa e prometeu que iria para o aeroporto no dia da viagem para se despedir dele, o que apenas aumentou seu vazio.

Ele não sabe por quanto tempo ficou encolhido em seu closet, esperando que aquela dor passasse, porém foi tirado de seu momento infeliz por um aroma de cedro que alcançou seu olfato no mesmo instante em que a porta de seu quarto foi aberta. 

— Jimin?

Sua cabeça estava encolhida entre seus joelhos que estavam sendo abraçados por seus braços. Ao ouvir seu nome sendo chamado por aquela voz que ele tanto esperava, Jimin ergueu sua cabeça e encarou seu marido que se encontrava na porta do closet.

Ele nem ao menos percebeu quando estava nos braços de Jungkook. O alfa o levou com calma até sua cama, deixando-o chorar em seu ombro enquanto sua mão deslizava suavemente pelos cabelos loiros do mais novo. 

Jungkook não perguntou nada, porém permaneceu ali, ao seu lado, passando conforto para seu interior infeliz e atormentado, e era tudo o que ele estava esperando para tranquilizar sua mente. 


– – –

Aquela manhã estava sendo mais fria do que o dia anterior. Mesmo adormecido, Jimin se encolheu no calor quente ao seu redor, apreciando o aconchego que foi generosamente dado a ele. 

Em alguns minutos, seus olhos foram se abrindo, e seu corpo inteiro parecia mole, mas totalmente satisfeito e descansado. Era como se ele não dormisse bem há dias, coisa que deixou com um pequeno sorriso em seu rosto. 

Isso até que percebesse que havia um par de braços ao seu redor e um aroma forte e amadeirado rodeando sua própria pessoa.

Por um momento, um desespero bruto tomou conta de seu sistema, fazendo-o se virar para ver quem estava ali, segurando-o, e então, para sua surpresa, as feições belas e bem construídas de seu marido surgiram diante de seus olhos. 

Inconscientemente, ele paralisou, sem qualquer intenção, admirando o semblante adormecido do mais velho.

Ele era ainda mais bonito assim, de perto, com os rostos tão próximos que o ômega conseguia sentir a respiração do outro bem diante de sua face. A tez pálida em contraste com seus cabelos negros e seus lábios vermelhos deixavam Jimin sem fôlego. 

O ômega não sabia que horas eram, o céu lá fora estava nublado, o que o impossibilitava de saber o horário, no entanto, ele não viu problema algum ficar ali mais um pouco. Jimin não sabia se teria essa chance quando passasse a morar com o alfa, não sabia se eles iriam dividir um quarto ou se iriam ficar em cômodos separados, então não seria errado se ele aproveitasse aquele momento.

Ele se virou de frente para o alfa e se aproximou mais, colando seus corpos juntos. Sua cabeça estava bem diante do coração dele, as batidas calmas e ritmadas ecoaram em seu ouvido e o ômega se viu fechando os olhos novamente, deleitando-se com o calor aconchegante e completamente bem-vindo naquela manhã fria e o aroma relaxante de seu marido que pairava ao seu redor.

Sua respiração gaguejou quando os braços fortes se apertaram ao seu redor, fazendo-o ficar literalmente grudado no corpo do mais velho. Suas bochechas coraram e Jimin tinha certeza de que se por acaso se olhasse no espelho agora, veria um pêssego maduro e rosado no lugar de seu reflexo.

Contudo, ele não se afastou, apenas continuou ali na presença calmante de seu marido, fechando seus olhos novamente e permanecendo quieto.

Poucos minutos depois, Jungkook abriu seus olhos e se moveu levemente na cama, percebendo que havia algo em seus braços. Ou melhor, alguém. 

Ele abaixou seus olhos, encontrando a forma pequena de Jimin encolhida em seus braços, e mesmo sem perceber, um sorriso surgiu em seu rosto. O ômega parecia até mesmo muito melhor do que quando o viu na noite passada. 

Ontem, Jungkook havia ficado preocupado quando sentiu um incômodo em seu interior e como não estava vindo dele, só poderia ser Jimin.

Encontrá-lo chorando naquele closet escuro e vazio o deixou com o coração apertado. Ele deixou o ômega chorar em seu ombro até que ele pegasse no sono, mas acabou adormecendo também. Jungkook não se sentiu a vontade para perguntar o que havia acontecido, se Jimin desejasse falar, ele iria fazê-lo por conta própria. 

Seus dedos tocaram a franjinha loira do mais novo, tirando-a da frente dos olhinhos fechados para que ele pudesse admirar o semblante tranquilo do ômega. Os lábios rosados e gordinhos, bochechas fofas e macias, seu rostinho bem desenhado, tudo no ômega era tão encantador que Jungkook se perguntou se ele existia.

Ele obviamente existia. O corpinho pequeno, o calor e o aroma delicado de jasmim eram reais, seu calmo batimento cardíaco e sua respiração tranquila, era tudo real. Jimin parecia um pequeno anjo que o universo colocou em seus braços para que ele protegesse. 

Negando com a cabeça enquanto sorria, Jungkook cuidadosamente se afastou, vendo o mais novo se encolher por conta do frio, mas não se moveu mais, ainda adormecido. Com calma, ele pegou o edredom e cobriu o ômega novamente, antes de segurar em sua mão pequena e fofa, onde deixou um leve beijo, e recuar, deixando o cômodo.

Assim que a porta se fechou, Jimin se virou com a barriga para baixo, escondeu seu rosto no travesseiro e soltou um grito eufórico que estava entalado em seu peito. Depois de extravasar, ele se sentou na cama e segurou a mão que Jungkook havia beijado, a mesma mão onde estava a aliança de casamento, e deixou que um sorriso completamente bobo surgisse em seu rosto.

Diversas perguntas apareceram em sua cabeça de uma hora para a outra, fazendo-o questionar se seu marido sentia o mesmo por ele ou talvez esteja apenas começando a nutrir algo por sua pessoa, e o ômega não pôde deixar de se sentir feliz com essa chance. 

Ele ainda sentia os lábios macios em sua mão, os dedos leves tocando seu rosto e a mão quente acariciando seu cabelo, e enquanto se fingia de adormecido, Jimin desejou muito que o alfa o beijasse ali mesmo, louco para sentir os lábios de seu marido em sua boca. 

Contudo, o ômega sabia que Jungkook era um cavalheiro e jamais faria algo assim sem sua permissão, muito menos se ele estivesse adormecido.

Pelo menos, ele poderia sonhar com isso e aguardar pelo dia que aconteceria.

Deitando-se na cama novamente, Jimin levou sua mão até o peito e fechou seus olhos, imaginando dezenas de cenas diferentes em sua mente. Ele nunca se viu tão fissurado por alguém antes, nem mesmo seu primeiro amor foi dessa forma, tão intenso, tão forte. 

Jimin só esperava que seu coração não seja partido novamente, como das últimas duas vezes em que ele se apaixonou por um alfa. 

Ele não sabe por quanto tempo ficou ali, pensando em diversas formas de como seria seu primeiro beijo com Jungkook, até que finalmente cansasse de ficar na cama. Levantando-se, o ômega pegou seu celular sobre a cômodo e verificou as horas, sete e quarenta da manhã, antes de decidir se levantar e se arrumar para o dia. 

No caminho para o andar de baixo, Jimin estava com um sorriso insistente em seu rosto enquanto ele quase saltitava pelos corredores. E quando chegou até às escadas, seu sorriso aumentou ainda mais ao ver seu marido ali, tão lindo como sempre, com o celular em mãos, e de banho recém-tomado.

Jungkook olhou para ele e sorriu, — Alguém parece contente.

Jimin riu em voz baixa, corando, — Acho que só dormi bem mesmo, fazia um tempo que não tinha uma boa noite de sono. 

Não era de todo mentira. Ele realmente dormiu muito bem àquela noite e só conseguia pensar que foi graças a presença de seu marido que isso foi possível. 

O alfa achou o entusiasmo do mais novo adorável e desceu com ele para o andar de baixo, chegando até a sala de jantar onde os demais tomavam café da manhã naquele dia frio. 

Sua mãe estava caminhando pelo cômodo com Sohee em seus braços, esperando que uma empregada chegasse com o leite da bebê, enquanto Woong e Heejun conversavam e Sooyoung, Jinyoung e Seokjin se distraíam em seus celulares.

Com um sorriso, Jimin se aproximou de Sohee e disse, — Bom dia, Sohee. 

A bebê, que até então estava de mau humor, sorriu assim que viu o ômega e se curvou para frente, como se desejasse que Jimin a tomasse no colo. Vendo isso, o ômega indagou, — Posso pegá-la?

Jinah parecia prestes a negar, porém ao reparar que seu filho estava os encarando, ela suspirou e passou a neta para o ômega mais novo, vendo que ele já tinha aprendido completamente a segurar a bebê no colo. Em seguida, uma empregada avançou, segurando uma mamadeira com leite, e entregando-a a Jimin. 

Jungkook apenas observou a cena de seu esposo alimentando sua filha e não conseguiu impedir que um sorriso aparecesse em seu rosto. É claro que o ômega sentiu o olhar do alfa em si, no entanto fingiu estar concentrado em dar a mamadeira para Sohee para não deixar sua empolgação tão óbvia.

Agora ele definitivamente desejava que já estivessem em Atenas, onde ele estaria sozinho com seu marido e sua enteada na mansão, pronto para tentar criar uma aproximação maior entre os dois e talvez conseguir conquistar o coração do alfa. 

Tudo de ruim que aconteceu no dia anterior sumiu de sua mente de uma hora para a outra e agora Jimin apenas pensava em seu marido, sua voz, seu rosto, seu cuidado e sua atenção. 

Era a única coisa que Jimin tinha em sua cabeça.

Aquele dia frio era um excelente pretexto para Jimin ficar ao seu lado de Jungkook constantemente, ainda mais depois do que o médico o informou no dia anterior, e após um pedido de desculpas por ter passado o dia todo fora, Jungkook permaneceu ao seu lado durante toda a manhã e começo da tarde. 

Neste momento, eles estavam no sofá da sala. Sohee estava brincando com o colar de Jimin em suas mãos, aparentemente ela havia adorado a jóia tanto quanto Jimin, enquanto os recém-casados a observavam em silêncio, apenas admirando a forma pequena e fofinha da bebê completamente distraída. 

Vez ou outra, Jimin se pegava observando o homem ao seu lado, apenas para rapidamente disfarçar e voltar a fitar sua enteada tão adorável. 

Jimin comentou de repente, — Eu gostaria de estar na Grécia neste momento.

O mais velho olhou para ele, — Por que?

— É um motivo bobo, apenas gostaria de já estar lá. 

— Você não gosta da Coreia?

— É claro que gosto, só que esse lugar me sufoca. Eu queria ir para algum lugar onde ninguém me conheça, onde eu possa respirar de verdade.

Inevitavelmente um sorriso agraciou as feições do alfa. Ele disse, — Não se preocupe, iremos logo logo. Sua mãe ainda está preocupada com o que aconteceu ontem, então acho melhor ficarmos aqui um pouco enquanto a polícia tenta desvendar o culpado.

O sorriso e o ar tranquilo que estava ao redor do mais novo imediatamente se dissiparam. Jimin, — Eu tinha me esquecido disso completamente. 

— Não queria te deixar chateado.

— Não, você não me deixou chateado. Eu só… não entendo como alguém poderia fazer uma coisa assim.

Jungkook olhou para ele em silêncio por alguns instantes, como se estivesse debatendo internamente se falaria algo ou não. Depois de suspirar baixinho, o alfa pergunta, — Você acha que quem fez isso foi seu ex-namorado?

Jimin parou, congelado em seu lugar. Seus olhos se ergueram em direção a Jungkook, encarando os olhos azuis do alfa por um tempo antes de dizer, — Se… se eu disser que não acho, o que você pensaria?

O alfa suspirou, — Eu não pensaria nada, mas pela sua resposta, parece que você não acha que tenha sido ele.

— É que… não faz sentido para mim. Eu não acho que ele tenha planejado aquilo e mandado alguém mudar o outdoor. Deve ser outra pessoa.

O outro bufou, — Eu nem me surpreenderia se algum dia descobrissemos que realmente foi ele. 

Ouvindo suas palavras, Jimin se lembrou sobre o que estava debatendo no dia anterior. A angústia, a incerteza, a desconfiança e a paranóia em torno da suposta relação entre Jungkook e Woosung. 

Um pouco hesitante, o mais novo se aproximou e com a voz baixa, indagou, — Jungkook, posso te fazer uma pergunta?

Curioso, Jungkook o encarou e assentiu com a cabeça. Jimin, — Você… você e o Woosung se conhecem?

— Jimin… — ele começou, porém se interrompeu antes mesmo de continuar a frase, como se estivesse com receio em responder.

Jimin implorou, — Por favor. Ontem eu descobri que meu ex-namorado é filho do doutor que cuida de você, o senhor Kim Namjoon. Tudo fica girando em torno de você e eu… eu não sei o que pensar. Só me responda, por favor.

O outro encarou os olhos dourados do ômega por um longo minuto e então, falou, — Eu posso te fazer uma pergunta antes?

O ômega nem ao menos pensou e assentiu rapidamente com a cabeça. Jungkook, — Você nunca reparou que esse seu ex-namorado se parece com alguém?

Ouvindo suas palavras, Jimin foi teletransportado para a época em que conheceu Woosung. Aquele alfa que parecia ser alguém incrível, alguém a quem seus próprios amigos ômegas estavam encorajando-o a se aproximar dele. 

Os olhos escuros e aquele rosto o deixaram em transe por um longo tempo, mas o alfa não parecia conhecê-lo e muito menos reconhecê-lo, e isso foi uma das brechas que ele usou para colocar o luto de volta em seu peito e se aproximar do alfa.

Gaguejando, Jimin respondeu, — Eu… sim, eu achei que ele parecido com… mas… mas eu também pensei que era minha cabeça tentando me dar esperanças… e no final, ele nem mesmo me conhecia e o seu nome era diferente. Então eu pensei que era coisa da minha cabeça.

Sohee, que estava até agora distraída com o pingente de Jimin, encarou o ômega mais velho com seus olhos verdes brilhantes. Ela parecia preocupada, o que fez Jimin sorrir para ela e deixar um carinho em seus fios. 

De repente, ele sentiu mãos grandes e quentes em seu rosto, onde um polegar limpava as lágrimas que caíam de seus olhos. Jimin nem ao menos reparou que estava chorando e talvez tenham sido seus soluços que atraíram a atenção de Sohee e suas famílias para o local. 

Preocupado, Jinyoung indagou, — Hyung, está tudo bem? 

Sem responder a pergunta de seu irmão mais novo, Jimin olhou para seu marido novamente e perguntou, — Você está me dizendo que… é ele?

Jungkook suspirou pesadamente e acenou com a cabeça em resposta. 

Ele disse, — Sim, Woosung é Kim Taejun.




Notas Finais


🪷 Última modificação: [04/03/2024]

Embora tenha uma certa tensão 😓 e essa revelação 😬 no final, esse capítulo é um dos meus preferidos 🤩 e não, não tem nada a ver com o momentinho fofo 🥹 entre os Jikook 🤭♥️

Até o próximo capítulo ♥️☄️


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