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História Por seu orgulho e os meus conceitos - Um presente e algumas desilusões...


Escrita por: Nishka

Notas do Autor


Não to bem, e tia Nishka mal pode resultar em morte de alguns personagens MUAHAHAHAHAHAH ~parei

Capítulo 6 - Um presente e algumas desilusões...


Entrar numa faculdade sempre fora meu sonho, mas agora não sabia o que fazer. Estava estudando sobre o que gostava, mas o que vinha depois? Por mais que não quisesse lembrar, quando parava e pensava sobre tudo, Takanori me vinha a mente com uma onda de frustração tão grande que podia me afogar nela.

Não havia motivos para vê-lo, assim de repente, e no início do ano letivo não precisaria de reforço. Não tivera coragem de pedir nem seu e-mail, não tinha como falar com ele. Como quando esquecera de descobrir seu nome, sentia-me um inútil.

-Yuta-chan? - minha mãe, parada a porta com um sorriso bobo, me estendeu um envelope bege - É para você.

Joguei a mochila sobre o ombro e me aproximei, desconfiado. Dentro do envelope havia um convite simples. Era aniversário de Takanori.

Um motivo para vê-lo!

-Você vai?

A pergunta cheia de curiosidade me fez perceber que sorria como se tivesse ganho na loteria, engolindo as pressas minha empolgação. Dei de ombros e joguei o convite dentro da mochila, saindo logo dali. No entanto, no metrô, e mesmo durante as aulas, sempre voltava a abrir aquele envelope, correndo os dedos pelos arabescos simples que o decoravam.

Eu tinha um motivo para vê-lo!

Arrastei Reita para ir ao centro comercial e passamos pelo menos duas horas tentando encontrar um presente para Takanori. Tudo que sugeria parecia ruim ou exagerado para Reita, então desisti e acabei deixando que ele nos guiasse pelas galerias de lojas, mesmo que o aspecto delas só piorasse.

Quando queria pedir que fôssemos embora, ele parou e pediu que esperasse do lado de fora. “Roses Night” era o nome, e embora não fosse muito bom em inglês, sentia que havia algo errado ali. Reita demorou menos de cinco minutos e então saiu com uma sacola preta de papel.

-O que é?

-Um perfume - respondeu simples, me estendendo a sacola.

-Quanto? - perfumes eram caros e não podia gastar mais do que planejara com modéstia.

-Não me deve nada - retrucou dando de ombros - Eu sei o quanto é importante para você agradar aquele babaca.

Reita havia ouvido todo meu discurso sobre ignorar Takanori, mas agora se mostrava tão compreensivo quanto. Talvez por isso fosse tão dependente do meu melhor amigo.

-Mas você sabe, não é? - riu debochado - Se é para ser gay, você bem que poderia ser mais exigente. Um estudante sem graça? Você consegue coisa melhor, Yutaka!

Meneei a cabeça sem conseguir por fé nas suas palavras. Se faltava algo em mim era confiança. Nunca entenderia como algumas pessoas podiam ter tanta “consciência” de sua beleza. Por mais que Reita me dissesse que não era tão terrível assim, não era o que via no espelho.

-Ok, vamos fingir que posso conseguir me apaixonar por outra pessoa - sorri-lhe para garantir que estava tranquilo, mas claro, ele já me conhecia bem demais.

Nos despedimos na estação e fui direto para a mansão Matsumoto. Debaixo do moletom usava uma camiseta gasta e meu cabelo estava acabado. Tinha cara de estudante, completamente sem graça.

Foi Hina-san quem me recebeu a porta e não demonstrou reprovação alguma sobre minha roupa, apesar dela estar usando um vestido elegante. Levou-me a sala de estar e terminei de empalidecer ao ver Takanori empoleirado no sofá.

Engoli em seco e me aproximei, nervoso demais, até meio trêmulo.

-Parabéns, Takanori-kun - disse sem graça, lhe estendendo a sacola.

-Obrigado.

Pegou a sacola com as duas mãos e a deixou ao seu lado no sofá.  Hina-san me indicou um lugar vago e, enquanto era soterrado com doces e perguntas educadas, consegui relaxar um pouco. Takashima apareceu com seu sorriso fácil e se sentou ao meu lado, perguntando sobre a faculdade e assuntos amenos.

Por mais que o aniversário fosse de Takanori, era seu irmão quem mais falava e o assunto era eu. Meus olhos acabavam sempre buscando por ele, angustiado. Queria gritar que não deviam olhar para mim, não deviam esperar respostas divertidas logo de mim!

Queria que o enxergassem de verdade, que vissem a sua solidão. Queria poder abraça-lo.

-Yutaka-chan, quer mais chá?

Neguei com um aceno e busquei por Takanori mais uma vez. Um arrepio correu pela minha coluna quando percebi que me encarava intensamente, a expressão perdia de sempre. Ficamos assim por um instante, eu tentando dizer que queria protege-lo, ouvi-lo e garantir que nunca mais seria esquecido; ele tentando fingir que não se importava.

Abri a boca para falar qualquer coisa que o incluísse, mas a campainha tocou e o alvo do meu interesse se levantou.

Confesso que meu incômodo começou ali, porque Takanori se dera ao trabalho de se levantar e ir receber quem quer que fosse. Percebi que Kouyou me encarava com um pedido de desculpas pesarosa, mas não havia pelo que se desculpar.

-Ah, querido... - Hina-san se levantou com um sorriso perdido e desviei os olhos de Kouyou para segui-la.

Takanori parou há poucos passos do sofá, uma garota miúda de sorriso largo a sua esquerda.

-Essa é Meiko, minha namorada.

Hina-san pareceu tão feliz que não consegui odiar aquela menina. Os cachos falsos emolduravam um rosto de boneca e ela parecia tão doce! Takanori não me olhava mais, com medo talvez de que fizesse um escândalo. Mas eu não faria, claro que não.

-Ah, agora que vocês já tem companhia será que posso roubar o Yutaka-kun? - Kouyou não esperou resposta, puxando-me pela mão para fora.

Assim que a porta se fechou atrás de nós, Kouyou soltou minha mão, vindo parar a minha frente - Me desculpe.

Por que precisava desculpa-lo, se não fora ele quem me humilhara lá dentro? Por que o rosto dele sofria com o meu quando não era ele quem sabia do meu amor por si?

-Posso levar você para casa, ou qualquer lugar? - deu um passo a frente e me esquivei, começando a descer os degraus em direção a rua - Yutaka...

-Obrigado - disse num murmúrio desesperado.

Kouyou me salvara porque sabia que não me levantaria daquele sofá sozinho, mas não podia ficar ali, ou com ele - Yutaka, me deixe t...

-Por favor... eu estou bem - arrumei a mochila nos ombros e me apressei, passando pelo portão. Ainda ouvi seus passos até a rua e então um suspiro.

-Vou sair. Pelo menos fazê-los pensar que realmente tínhamos algo para fazer.

-Obrigado, Kou-san - repeti, envergonhado de mim mesmo.

Claro que Takanori não iria se interessar por mim. Claro que uma menina doce e provavelmente da sua idade teria muito mais chances. Já havia me convencido de tudo isso várias e várias vezes, e mesmo quando voltava a aceitar que o amava demais, tinha consciência de que cedo ou tarde sofreria.

Agora pensava se esse “tarde” não seria melhor. Era tão cedo para estar despedaçado... Meus olhos continuavam secos, minha boca aberta buscando por ar desesperadamente.

Não tinha certeza do por que, talvez por Reita ser muito mais do que meu irmão, mas liguei para aquele delinquente que fumava escondido enquanto falava em mudar o mundo.

-A festa está ruim? - riu animado, me fazendo desejar que fosse só isso.

-Ele tem uma namorada.

Reita ficou calado do outro lado da linha e respirou fundo antes de me dar algum apoio - Como assim? Ele sempre teve uma namorada? Ela surgiu de onde?

-Eu não sei... ele apareceu com ela hoje... Eu não... Eu não devia ter vindo - parei na primeira estação de trem, meu coração apertado, sufocando onde o ar faltava - Eu...

-Onde você está? Eu vou te buscar.

-Na estação... - apertei o peito com o punho, como se pudesse abrir a caixa torácica e deixar o ar entrar por ali - Nunca me disseram... que isso dói de verdade - ri amargo, respirando com dificuldade.

-Você está chorando?

-Não, eu nem consigo - as unhas contra a pele, a dor não chegava nem perto da que já sentia - Parece que falta o ar. Meus pulmões estão comprimidos. Meu coração... parece que vai parar.

Nunca mais queria preocupar Reita, mas ainda precisava dele naquele momento.

-O pior é que ele não vai, Yutaka. Ele ainda vai continuar batendo, você queira ou não.

 

 


Notas Finais


As mortes nem digo nada, mas o drama é garantido :v

~comentários são amor <3


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