História Por trás de portas fechadas - Unidos

Harry correu atrás de Draco o mais rápido que pôde. O loiro não podia simplesmente beijá-lo daquele jeito e depois sumir pelos corredores, deixando-o com uma série de interrogações e exclamações dançando em sua mente.

Os dois precisavam conversar.

– Draco! Espera, a gente tem que conversar sobre o que acabou de acontecer – Harry disse, quando finalmente o alcançou.

– Eu sinto muito, eu não... Me desculpa, eu não sei o que deu em mim – Draco tentou se explicar.

– Agora eu entendo a sua implicância com Zach... Você estava mesmo com ciúmes – Harry disse com voz suave.

– Eu não estou com ciúmes! – Draco desviou o olhar. Por Merlin, ele estava mesmo com ciúmes do lufano abusado.

– Não? Tem certeza? – Harry perguntou com um sorriso. Não sabia explicar, mas a visão de Draco encabulado era tão ou mais encantadora do que quando ele usava seus óculos.

– É que eu... Eu não confio nele... – Draco resolveu continuar seu teatro, mesmo já se dando conta de que era absolutamente inútil.

– E o beijo? – Harry questionou.

 O loiro olhou para Harry, pensando no que responder. Ele sabia o que o levou a beijar o grifinório há poucos instantes. Era como se o que Umbridge tentou insinuar ao seu pai tivesse se tornado uma espécie de profecia e ele estivesse se apaixonando pelo antigo rival.

Os sinais eram evidentes, embora ele os estivesse tentando negar: seu coração palpitava de um jeito diferente toda vez que via Harry, ficava ansioso pelos momentos em que os dois pudessem ficar sozinhos, e, quando o beijou, sentiu as tais borboletas no estômago de que tanto já ouvira falar, mas nunca havia experenciado de fato.

– É que eu... Eu acho que gosto de você... – Draco admitiu, enrubescendo. – Mas eu sei que é uma tolice minha... Eu te peço perdão... Não vai voltar a acontecer...

Harry olhou para Draco ainda se sentindo um tanto confuso. Era verdade que a relação dos dois tinha mudado muito nos últimos tempos. Se antes pareciam não se suportar, agora sempre que podiam ficavam juntos.

Ele percebia os olhos do loiro o buscando pelos cantos, como que para se certificar de que estava bem. E o grifinório acabava fazendo a mesma coisa. Até cinco minutos atrás, Harry podia jurar que os dois tinham se tornado grandes amigos, mas agora já não tinha tanta certeza de que era um sentimento de amizade o que nutria por Draco.

– Temos passado muito tempo juntos... A gente sempre dá um jeito de enganar todo mundo pra se encontrar... – Harry comentou, numa tentativa de organizar seus pensamentos.

Draco suspirou.

– Entendo... a gente pode parar de se...

– Não é isso... É que talvez... eu também... goste de você... – Harry disse, também ele agora ruborizando. Por Merlin, como sua vida tinha mudado. Quem poderia dizer que ele um dia estaria pelos corredores de Hogwarts se declarando a Draco Malfoy?

– Você o quê? – Draco sentiu seu coração disparar ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de Harry.

– Eu acho que talvez eu também, eu... eu goste de vo...

A frase de Harry foi abafada por outro beijo de Draco, que, dessa vez, o apertou com força junto de si. Queria guardar aquele momento para sempre em sua memória, com medo que estava que aquilo fosse um sonho e a qualquer momento fosse acordar.

– Eu vivo dizendo que você é um doidinho, alguém pode ver... – Harry o alertou, quando os dois finalmente se separaram.

– Você tem razão... Me desculpa...

– Tudo bem... Amanhã a gente se vê na Sala Precisa... – Harry disse, olhando em volta para se certificar de que os dois não estavam sendo observados. Se Umbridge ou qualquer membro da Brigada Inquisitorial flagrasse os dois, estariam em apuros com certeza, principalmente Draco. Não podia permitir que o Malfoy mais velho descobrisse o que estava acontecendo.

– Está bem... Boa noite, Harry...  – o loiro disse, sorrindo de leve.

– Boa noite, Draco...

E Harry seguiu para o dormitório da Grifinória, pensando na confusão em que se transformou seu coração.

Sala comunal da Grifinória

Quando Harry chegou à Sala comunal da Grifinória, Rony e Hermione estavam sentados próximos à lareira.

– Onde você estava? Você saiu no meio da comemoração e não vimos mais você... – Hermione olhou para o amigo com curiosidade. Ela não sabia explicar, mas Harry estava... diferente.

– O que andou aprontando? – Rony perguntou, também notando que havia algo de diferente nele.

Harry coçou a cabeça. Rony e Hermione eram seus melhores amigos e queria compartilhar pelo menos um pouco do que acabara de acontecer.

– Eu...  estava com uma pessoa e nós nos beijamos... Foi meu primeiro beijo – ele contou empolgado.

– Seu danado! – Rony disse dando um tapa de leve no braço de Harry e Hermione revirou os olhos. – Quem é? Não me diga que você e Cho finalmente se acertaram?

Harry enrubesceu. Não estava preparado ainda para contar que ele estava na verdade com Draco Malfoy. Não sabia como os amigos iriam reagir e não estava preparado para lidar com os questionamentos deles.

Não ainda.

– Não... não era ela... – ele se limitou a responder.

– E quem foi? – Rony perguntou curioso.

– Eu não posso dizer ainda... É segredo... – Harry disse.

– Ah, qual é! Não vai me dizer que é a Luna? Eu notei uns olhares... – Rony especulou.

– Não, não é a Luna. Vai continuar curioso porque eu não vou falar... – Harry riu das especulações do amigo.

– Deixa o Harry em paz, ele não quer falar! Mas diz, como foi? – Hermione perguntou também ela curiosa.

– Foi como alcançar as estrelas com a palma das mãos – Harry disse abobalhado.

– Ah... que romântico! Mas deixando a baboseira de lado, foi um selinho ou um beijo de verdade, se é que me entende? – Rony perguntou dando uma piscadinha e Hermione deu um tapa na cabeça do ruivo. – Ai, isso dói!

– Você é um homem das cavernas, mesmo! Não liga pra ele, Harry... Você está feliz, espero que logo possa nos contar quem é essa pessoa especial...   

Harry sorriu.

Hermione tinha razão.

Ele estava muito feliz.