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História Por você! - Capítulo I - Adeus


Escrita por: LealVi

Capítulo 1 - Capítulo I - Adeus


O clima era de estrema tensão na Quinta. Tonico havia descoberto sobre Samuel, Luísa era suspeita de ser cúmplice do escravo fugitivo, Pedro temia pelo amigo e ainda mais pela amante, Teresa era a única preocupada com as consequências que os rumores do possível crime poderiam acarretar sobre a família Imperial. 

Luísa estava tão temerosa com as consequências de ter forjado uma carta de alforria falsa que estava decidia a partir para a França. Já havia comunicado os imperadores. Pedro estava desolado. Não podia imaginar uma vida onde não tivesse a condessa. Teresa estava preocupada, mas o seu maior sentimento era de alívio, finalmente ela teria o caminho livre para reconquistar o amor de Pedro. Sem a presença física da condessa as coisas fluiriam mais fáceis. Pelo menos era isso que ela imaginava.

- Eu não acredito que você partirá assim, sem ao menos nos dar uma oportunidade de nos despedirmos! – Pedro gritou ao interceptar a carruagem da condessa já no cais.

- Pedro – respondeu Luísa com os olhos cheios d’água – Meu amor, não torne as coisas mais difíceis do que já são! 

Pedro desceu do cavalo. Estava nervoso, ofegante. Puxou a condessa para seus braços e chorou.

- Não vá! Vamos resolver essa situação! Tenho o melhor advogado cuidado do caso. – Pedro exclamou com a voz embargada pelo choro.

Luísa havia inventado uma desculpa para deixar o Rio de Janeiro. Segundo invenções da condessa, estava partindo a pedido de Eugênio, seu marido, que estava doente e necessitava da presença e cuidados da esposa.

- Eugênio precisa de mim. Meu filho precisa de mim. – disse Luísa – Pedro, o que vivemos foi o melhor e maior sentimento de minha vida. Jamais irei esquecê-lo! Mas chegou a hora, sabíamos que ela iria chegar! 

Era madrugada. A última chamada para a embarcação havia sido feita. Luísa precisava embarcar para a viagem. Pedro não se preocupou com quem pudesse testemunhar a cena e a puxou para um beijo. Um beijo de despedida, de saudade antecipada e de carinho pelas lembranças.

Essas lembranças passaram por seus pensamentos durante o último beijo. Tudo que haviam vivido tinha sido tão intenso que a despedida, de qualquer forma, seria dolorosa. Mas no fundo, lá no fundo, Pedro sabia que era o melhor para todos e o necessário. 

Luísa sofreu, mas desde a volta de Pedro da guerra já havia sentido diferença no comportamento do imperador. As coisas já não eram mais as mesmas, o sentimento já não era tão fervoroso como no início. Luísa sentia a cumplicidade de uma vida entre Pedro e Teresa em todos os momentos que estava na presença de ambos. Amava Pedro, mas sentira uma pequena indiferença nos últimos tempos, o que, de certa forma, influenciou na tomada de decisão pela partida. 

O navio partiu e, com ele, Pedro se sentia de coração partido. O sentimento era de abandono. Ele amava Luísa, ou pelo menos era o que estava acostumado a pensar.

Pedro voltou para Quinta. Teresa estava observando pela janela da sala quando avistou o marido adentrar pelo palácio de cabeça baixa quase não notando a sua presença. 

- Pedro! – Teresa disse com uma voz tão baixa, que mais parecia um cochicho.

- Teresa, o que faz acordada até essa hora? – Perguntou Pedro, surpreso por encontrar a esposa. 

Teresa sabia onde Pedro tinha ido. Ela sentiu a tensão e tristeza nos olhos do marido. Ele não sabia o que dizer ou como explicar. Teresa não precisava de explicações naquele momento. A Imperatriz tinha a alma tão bondosa que se solidarizou com o estado do marido. Deu alguns passos na direção dele, se aproximando o suficiente para pegar sua mão. Trouxe-a junto ao peito, encostou a cabeça na cabeça do marido e ficaram ali. A sós, em silêncio, por alguns segundos. 

Pedro suspirou. Por algum motivo que ele não saberia explicar, se sentiu aliviado. Ainda havia tristeza em seu peito, mas ele estava em casa. Sentiu tanta cumplicidade no ato de Teresa que se envergonhou. Como ele mesmo havia repetido para si mesmo durante tantas vezes nos últimos tempos, Teresa não cansava de surpreendê-lo. Como uma mulher poderia ter o coração tão maravilhoso?! A sua mulher, a sua própria mulher. A mulher que ele mais tinha magoado, e ele sabia disso. 

Pedro sentiu vergonha. Não conseguiu olhá-la nos olhos e, num impulso, a fim de se esconder dos seus próprios sentimentos e emoções, abriu a boca com dificuldade e uma frase saiu.

- Boa noite, minha querida! Preciso descansar. 

Teresa o observou subir as escadas em silêncio. Amanhã será um novo dia, pensou. Um novo tempo há de começar.. 

- Boa noite, Pedro! - Disse quando o marido já estava no topo da escada em direção aos seus aposentos. 

 

 

 

 



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