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História Por você! - Capítulo XVI - Impasse


Escrita por: LealVi

Notas do Autor


Atualização dessa fic, pq final de semana é quando eu mais tenho tempo de escrever e sou muito ansiosa pra deixar capítulo guardado.

Espero que gostem! 😘😘😘

Capítulo 16 - Capítulo XVI - Impasse


O imperador continuava no gabinete tentando entender o que realmente minha acontecido. Ele se lembrava que Luísa entrou pedindo ajuda, mas não se lembrava de como tinha ido parar deitado com a mulher em seus braços. – Eu não consigo me lembrar... Meu Deus, o que foi que eu fiz? Teresa jamais irá me perdoar! – Ele pensava preocupado, sentado no sofá, com os cotovelos apoiados nas coxas e as mãos sobre o rosto. 

Luísa, apesar de querer matar Teresa por ter lhe desferido um tapa no rosto, estava bastante satisfeita com o intriga que conseguira causar. 

 

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Teresa pensou em ir para Petrópolis, era o lugar onde mais se sentia em casa, mas também era onde, em todo canto, sentia a presença Pedro. Ela não conseguiria se reerguer no lugar onde, há poucos dias, estava nos braços quentes do marido. Teresa queria distância de Pedro. Distância de tudo que poderia lhe trazer a lembrança do imperador, distância de todas as memórias boas, das noite quentes de desejo e amor que eles tiveram juntos... era desta forma que ela sempre o perdoava. Por amor às lembranças, pela memória afetiva de momentos bons ao lado do marido e pela esperança novos tempos em sua própria vida. A Imperatriz, dessa vez, queria manter viva a cena que acabara de presenciar dentro da própria casa. Ao seu pensar, Pedro havia extrapolado todos os limites do bom senso e do desrespeito. Paixão nenhuma era justificativa para ter um encontro com a amante debaixo do mesmo teto em que dividia com família, principalmente depois dos últimos dias, de todas as juras de amor, daquela carta que ela pensou que fosse sincera. Ela não aguentava mais ter que superar, ter que juntar todos os seus cacos, de ter que se reerguer, ter que criar forças e se consolar. Sempre estava sozinha, era ela por ela mesma. Ninguém nunca estava lá por ela, ninguém era o seu esteio. Teresa era a base daquela família, daquelas pessoas, de Pedro, mas ninguém nunca se importava em ser o porto seguro da Imperatriz. Ser uma mulher forte tinha todos os seus contras... Todos pensavam que ela sempre superaria sozinha, ninguém imaginava que ela estava prestes a desabar. 

- Celestina, passarei um tempo na fazenda. Preciso pensar... sozinha. Não revele minha localização a ninguém, principalmente a Pedro. – Ela dizia à dama de companhia, já dentro da carruagem.

- Majestade, me deixe acompanhá-la. Já está tarde, ficarei preocupada! – A baronesa de Urú suplicou. 

- Preciso ficar sozinha, minha amiga e, mais uma vez, enfrentar os meus fantasmas. Vou ficar bem! Só preciso de tempo. – Teresa se despediu e foi em direção a fazenda da família. A Imperatriz era uma grande devota de Deus e da natureza. O tempo em contato com a terra a faria bem e lhe tiraria o foco do marido, pelo menos era o que ela pensava. 

 

.

 

Pedro continuava no gabinete, nem tinha percebido a partida da esposa. Estava dando espaço para Teresa se acalmar, para tentar conversar, com calma, mais tarde. Ele imaginou que ela não desceria para o jantar, também não se sentia confortável e nem tinha fome para estar sentado à mesa naquela noite. Ele subiu para o quarto, passou pela porta do quarto da esposa e pensou em bater, mas recuou. Ele também precisava de respostas, não tinha a menor ideia de como aquela situação tinha acontecido. Tentou se acalmar, colocar os pensamentos em ordem, tentando justificar o acontecido e desceu, novamente, na esperança de encontrar Teresa à mesa com o restante da família. 

Ela não estava lá. As princesas e seus maridos faziam a refeição e, quando Isabel percebeu a presença do pai, o questionou. 

- Papai, não irá se juntar a nós? 

- Hoje não, minha querida! Comi mais cedo e ainda não estou sentindo fome.

Pedro pensou em perguntar pela esposa, mas imaginou que ela já teria inventado qualquer desculpa para não estar presente. Se despediu da família e se trancou no gabinete.

Os empregados, que ouviram toda a cena de mais cedo, tinham ciência de que a situação era crítica no palácio. O imperador estava um caco e a Imperatriz tinha fugido, sem nem avisar à família de seu paradeiro. 

Todos da casa já haviam se recolhido, menos Pedro. O monarca ainda estava sendo atormentado pelos seus pensamentos. Ele precisou de coragem para, mais uma vez pedir perdão à esposa. – Pedro, o que você tem na cabeça? De novo? Teresa deve estar furiosa! – Ele dizia a si mesmo, enquanto ia em direção aos seus aposentos. 

O seu corpo insistia em querer bater na porta do quarto da Imperatriz , mas o juízo lhe dizia que era melhor esperar. – Amanhã, amanhã é melhor! Hoje ela não vai, se quer, me ouvir. – Ele se distanciou e entrou no próprio quarto. 

Pedro, que segurava o paletó em uma das mãos, o apoiou sobre a cadeira e começou a tirar a camisa. Se deu conta de que estava sem seu colete, não se lembrava de onde ele havia o deixado. Na camisa, sentiu o perfume de Luísa e, no automático, revirou os olhos em sinal de desprezo. A noite seria longa. Ele só pensava em Teresa e em como iria reverter aquela situação. 

 

 

.

 

Na manhã seguinte, Pedro estava ansioso pelo dia. Ele não tinha achado uma justificativa plausível para dar à mulher, mas queria ver Teresa. Pela primeira vez na vida, ele sentia todo aquele sentimento pela esposa e tinha medo que ela não o perdoasse. Ele sabia que não lhe faltavam motivos.

O imperador desceu as escadas e encontrou as filhas e os genros sentados à mesa. Isabel estava sentada à direta da ponta, lugar que era sempre ocupado pela imperatriz, o que fez Pedro imaginar que ela também não estaria presente no café da manhã.

- Teresa não desceu ainda? – Ele se viu questionando à Nicolau. 

- Vossa majestade, a imperatriz, ainda não saiu de seus aposentos. – O empregado respondeu.

Celestina, que era a única que sabia onde a Imperatriz estava, ficou tensa. Logo mais, todos perceberiam a ausência de Teresa na Quinta e ela teria que explicar o por quê de seu silêncio. 

Todos terminaram a refeição e, antes de se dirigir ao seus compromissos do dia, Pedro tomou coragem e se dirigiu aos aposentos da esposa. Ele bateu, algumas vezes, na porta e não obteve retorno. – Ela sabe que sou eu e não quer me ver! – Ele pensava. 

- Teresa! Teresa, por favor... – Ele pedia, ainda batendo na porta. 

Sem resposta, num impulso de coragem, ele girou a maçaneta e abriu a porta. O homem ficou confuso ao ver que a cama estava, perfeitamente, arrumada e que não havia nem sinal de Teresa pelo cômodo.  Se alguém sabia do paradeiro da esposa, ele tinha certeza de quem seria. Deixou o quarto e desceu, apressado, em procura da dama de companhia e fiel amiga de dona Teresa Cristina. 

- Celestina, onde ela está? – Pedro perguntou, impaciente. 

- Majestade, ela precisava de um tempo... – A baronesa tentou justificar. 

- Sim, eu imagino que ela não queira me ver e até consigo compreende-la, mas... Quando ela chegar, me avise! Preciso vê-la. – Ele deu as costas para Celestina e foi em direção à porta.

- Majestade... Eu não sei quando ela volta. – Ela respondeu temerosa, abaixando a cabeça para não ter que sustentar o olhar do homem.

- Como assim não sabe quando ela volta? – Pedro se aproximou da mulher e, com voz firme, indagou novamente. – Celestina onde Teresa está? Onde ela está? 

- Ela me fez prometer que não contaria...

- Baronesa, me diga onde a Imperatriz está, imediatamente! Isso é uma ordem! 

- Na... Na fazenda... – Celestina praticamente cochichou. 

- Na fazenda?! Sozinha? Não posso acreditar em tamanha irresponsabilidade. Você deixou a Imperatriz ir sozinha, por aquelas estradas, durante a noite... – Pedro estava preocupado e irritado com a atitude da esposa. – Prepare a carruagem, irei, imediatamente, buscar Teresa. 

- Majestade, dê um tempo à Imperatriz. Desta vez, o baque foi maior do que das outras vezes. – A baronesa tentava dissuadir o imperador de sua decisão, mas não obteve sucesso. 

- Celestina, eu amo Teresa e não posso dar a ela tempo para me odiar ainda mais! Eu sei o que ela pensa que aconteceu ontem e, posso lhe garantir, que nunca o fiz e jamais o faria. 

Celestina assentiu com a cabeça e estava prestes a fazer o que lhe foi ordenado quando, de surpresa, o deputado Tonico Rocha apareceu na sala.

- Majestade, desculpe! Não consegui conter o deputado. Ele exige uma audiência. – Nicolau tentava justificar a entrada não anunciada do homem.

- Pedroca, digo, majestade! Estava ansioso para lhe mostrar um presentinho que recebi... – Tonico sorria, irônico, chamando a atenção de Pedro. 

- Deputado, estou de saída. Teremos essa conversa em outro momento. 

Tonico, que tinha um papel em mãos, começou a ler.

“Sinto saudade de nossos encontros e de tê-la em meus braços...

Teresa tem sido um boa companhia, mas não supri a ausência que você me faz...”

Pedro reconheceu as palavras recitadas pelo homem, ele mesmo as tinha escrito em uma de suas cartas enviadas a Luísa. 

- Nicolau, Celestina, nos deixem à sós. – Ele se referiu aos empregados, que obedeceram.

- Quer que eu continue ou vossa majestade já se lembrou das baixarias que escreveu para aquela parva? Pobrezinha da Imperatriz! A mulher é um anjo... Agora você é um safadinho... trouxe a amante para dentro de casa. – O deputado debochava, constantemente, da situação. 

Pedro sentiu a fúria preencher todo o seu corpo. Agarrou Tonico pelo colarinho e o afrontou. 

- O que você acha que sabe sobre mim? – Disse furioso.

- Eu não acho nada, agora eu tenho é certeza! Pra ser sincero, sempre soube que aquela condessa era uma safada, mas eu quase não acreditei que era o imperador o amante da desavergonhada. – Ele empurrou Pedro, ajeitando o paletó. 

- Como conseguiu isso? 

- Se eu lhe contar que não tive que mover nem um dedo... Alguém queria que essas cartas, porque são várias, viessem parar em minhas mãos e eu só posso agradecer. 

Pedro quase não conseguia acreditar. Se não fosse pela leitura de parte da carta, ele juraria se tratar de um blefe. 

- É o seguinte... Se o imperador não fizer o que eu quero, vou ser obrigado a publicar todas as juras de amor que vossa majestade escreveu para a sua amante. O povo não há de gostar dessa traição contra a mãe dos brasileiros... Vou lhe dar três dias pra pensar, mas não brinque comigo. O imperador não sabe do que eu sou capaz! 

Tonico deu às costas e se retirou do palácio. Pedro estava estático, não conseguia expressar nenhuma reação. Ele, agora, tinha outro grande problema. Se Tonico publicasse as cartas que ele escreveu para Luísa, cartas essas que deveriam ter sido queimadas, ele estaria perdido. A imagem da família Imperial seria manchada para sempre e Teresa seria exposta de maneira nada merecida. O imperador estava num impasse contra si mesmo. Ou ele se cedia às chantagens de Tonico ou a sua família estaria em ruínas.  

Luísa, no dia anterior, havia ido até o palácio alegando que sua casa tinha sido invadida. – Foi isso! O assalto... foi essa pessoa quem pegou as cartas e entregou a Tonico. – Pedro tentava organizar, em sua mente, alguma linha de raciocínio que fizesse sentido.

 

.

 

- Caxias, preciso de sua ajuda! – Pedro entrou na gabinete do marquês, após ser anunciado por Ana.

- Majestade! Imagino que seja importante, para lhe trazer até aqui. – O marquês estava ansioso para saber qual o motivo da visita do imperador. 

- Na verdade, são dois problemas. O primeiro eu terei de resolver sozinho, mas no segundo preciso de você. 

Pedro contou todo o acontecido para o amigo. Desde a tarde anterior, quando Teresa o encontrou com Luísa, até Tonico recitando trechos das cartas que ele havia enviado à condessa de Barral. 

O marquês ficou impressionado em como o imperador tinha o dom de atrair problemas, mas estava preocupado com as consequências da exposição que Tonico tinha prometido fazer. 

- Primeiro, preciso saber quem fez isso. Precisamos descobrir quem entregou as cartas para Tonico e, depois, pensar em alguma forma de detê-lo. – Pedro argumentou. 

- E a Imperatriz? O que pretende fazer? Talvez, se ela continuar na fazenda, sofra menos, caso não seja possível deter o deputado.

- Eu não posso! Não ir atrás de Teresa é dar tempo para que ela alimente toda a raiva e  mágoa que está sentindo por mim nesse momento. Eu amo a minha mulher! Demorei muito tempo para amá-la e, agora que finalmente estávamos vivendo esse amor, tudo tem dado errado. Teresa é a minha força, o meu esteio... Eu vou trazê-la de volta imediatamente.


Notas Finais


Tonico chamando o imperador de Pedroca? Temos! 😅😂😂

Confesso que amei escrever as ofensas à Condessa.🔥🤭

Tadinha da Teresa, gente! Parece que a bichinha nasceu pra sofrer. Nada da certo! Pedro que se vire e desfaça essa cagada!

😘😘😘


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