História Porque Sasuke Uchiha... Alpha Red Spinoff - Brinde ao começo.

– Você só pode estar ficando louca! – Sasuke ressaltou depois de ter a ficha caída: Sakura deixou Itachi.

– Talvez eu esteja sendo mesmo. – Sakura deu de ombros.

O avião estava decolando, Sakura havia deixado tudo para trás na ideia de ficar com Sasuke. Escolher ele talvez fosse sua maior dúvida, mas também sua maior certeza.

– Vai me dizer que nenhuma das suas fãs fez loucuras por você? – Brincou e Sasuke deu seu sorriso de lado e encostou-se a cadeira, o voo estava vazio por conta do feriado e Sakura agradeceu, afinal por conta disso conseguiu pegar o voo tão em cima da hora.

– Você deixou o homem perfeito, na Ação de Graças da família perfeita por alguém que te deixou lá. Isso é mais do que loucura. – Ele explicou rindo, aquilo era inacreditável.

– Ele teve seus motivos para ir embora. – Deu de ombros outra vez.

– Ele é egoísta. – Falou de si em terceira pessoa.

– Ele me deixou porque achou que era o melhor pra mim. – Rebateu. – Mas ele não manda em mim, eu decidi arriscar! – Completou fazendo Sasuke a encarar satisfeito.

– Então coloque o cinto Haruno, vamos viajar para dentro do meu mundo. – Sasuke alertou e um sorriso sincero se abriu.

Sasuke gostava do intenso. Aventureiro e instável. Imprevisível, ninguém previa seus passos. Ele não pertencia a nenhum lugar, mas a todos os lugares, com ares e amores passageiros. Porém era no raso que ele se encontrava, gostava da superficialidade por medo de se envolver, se apegar e se decepcionar. E por mais que todos nós tenhamos um pouco de Sasuke, a intensidade dele fazia com que ninguém conseguisse amarra-lo, claro, até ele conhecer a Haruno.

Sasuke trouxe consigo uma grande bagagem de Londres. Lembranças, medos, incertezas... Ele sempre se sentiu o patinho feio da grande família Uchiha, uma mera sombra de Itachi ao qual era um exemplo para tudo. O melhor jogador, o melhor filho, melhor namorado...

Quando decidiu que não seria mais sombra, Itachi já havia conquistado a cidade inteira, Sasuke não se via mais ali, não tinha mais espaço a ser conquistado. Estava no território de Itachi. Foi então que a chance de morar em Londres trouxe uma oportunidade de vida nova. Recomeçar sem ter que ser comparado ao irmão, sem o peso do seu sobrenome. Apenas viver, se descobrir e conquistar sua autoconfiança.

Mas foi então que começou o último ano de Itachi, o auge do Uchiha mais velho. Sasuke viu ali a oportunidade de voltar, maduro e preparado para não ser mais a sombra, ser melhor. Não era sua pretensão roubar o trono do irmão, mas sim ganhar seu respeito, seu reconhecimento. Sasuke precisava da aprovação de Itachi, precisava dessa convivência, precisava acima de tudo da presença do irmão antes de tudo aquilo acabar.

Entrou para a mesma universidade de Itachi, depois na Fraternidade dos Alpha Red e logo no time NY BLOOD. Sasuke conquistava seu lugar pouco a pouco e até entrou na lista dos “pegadores” da Alpha Red, indo para o primeiro lugar da lista. Mas mesmo assim não era o suficiente, queria que Sakura, sua linda e determinada cunhada o quisesse, isso comprovaria que não era um mero aprendiz, uma sombra. Ficar com Sakura provaria que ele finalmente tinha superado o irmão, ou ao menos se igualado. Sakura era um troféu, era para ser apenas isso... Mas claro que Sakura não aceitaria isso, o desapegado Sasuke não tinha a pretensão de deixar uma garota apaixonada, mas deixou e em resposta Sakura como uma sereia, o arrastou da parte rasa de sua vida, o trazendo para uma imensidão proibida de desejo e paixão.

Sem se importarem com corações partidos, amigos e irmãos atingidos, resolveram enfrentar a todos para provarem do proibido. Itachi não era idiota e não aceitou, Ino sua melhor amiga não aceitou e quando caíram em si dos efeitos colaterais já estavam apaixonados, e nenhuma história de amor, apagaria a chama que fora acesa.

Sakura deixou o irmão perfeito, Sasuke sua estabilidade emocional, e entrando no avião, estavam decididos que daria certo, fariam dar. Ino aceitaria, Itachi superaria e com o tempo Sasuke e Sakura não seriam mais um tabu, uma notícia para a Diabólica. Eles seriam apenas um casal convencional.

O avião pousou às 5 horas da manhã em Londres e Sasuke e Sakura foram até o hotel que Sasuke reservou. Fizeram check-in, acrescentando o nome da Haruno ao quarto e subiram sem encontrar ninguém pelos corredores.

– Tinha me esquecido de como Londres é linda. – Sakura comentou olhando pela janela do quarto. Sasuke que dava gorjeta ao homem que trouxe as malas. Fechou a porta e foi até ela.

– Você é mais. – Sussurrou no ouvido de Sakura que se arrepiou. Sasuke sorriu sem ser visto por Sakura, deslizou suas mãos pelos braços dela e a abraçou pela cintura, carinhosamente. – Eu vou tomar banho. – Alertou a deixando.

Sakura olhava a bela vista privilegiada, de lá via o Big Ben e o rio Thames entre eles. Aquele cenário era de fato um grande calmante para sua tempestade interna. Estava um oceano de distância de todos seus problemas e tudo parecia um sonho até ali.

Deixou Sasuke sair do banho e foi ela tomar um banho rápido.  Estavam cansados, cansados de todas as maneiras. E deixar a água e o silêncio caírem sobre si era a melhor forma que encontrou para lavar a alma. Recomeçar era o que tinha que fazer. Sem comparações com Itachi, sem ressentimentos por Ino.

Enrolou-se na toalha e deu uma leve arrumada nos cabelos antes de sair do banheiro e encontrou um Sasuke igualmente de toalha com um vinho na mão e uma lareira ligada. Sentiu que tudo ficou quente, não sexualmente, mas aquilo lhe acolheu.

– Está querendo me impressionar Uchiha? – Sakura cruzou os braços e levantou o queixo como sempre fazia, ai ai, a mania das superiores líderes de torcida.

– Se fosse para impressionar eu tirava a toalha. – Respondeu e Sakura corou na mesma hora. Só de pensar no corpo nu de Sasuke lhe trazia batimentos rápidos e boas lembranças.

– Vamos brindar o que? – Sakura perguntou fugindo do caminho da conversa.

– Nosso começo. – Propôs pegando a taça e enchendo as duas taças igualmente com o caro vinho.

– Eu gosto da entonação dessa frase. – Admitiu andando até Sasuke, pegando a taça que lhe era estendida. – Estamos longe de todos que conhecemos. – Respirou fundo, satisfeita dando um longo gole no vinho que adoçou sua boa.

– Estamos longe deles, então não falaremos de nenhum deles. – Decidiu estendendo sua taça para Sakura brindar e ela encostou sua taça na dele.

– Me conte um pouco de você aqui então. – Sorriu sentando-se a cama. – Como foi morar aqui sozinho? – Perguntou colocando mais vinho.

– Cozinha intocada, quarto bagunçado... Nada fora do convencional. – Deu de ombros também voltando a encher sua taça. – Mas aposto que quer ouvir uma história descente. – Riu.

– Por favor. – Riu de volta prestando atenção ao que Sasuke falava.

– Me deixa pensar em histórias que não tenham outras garotas. – Falou pensativo e Sakura o bateu. – É brincadeira! – Afirmou, mas no fundo era verdade. Tinha motivos para sua cama estar sempre bagunçada. – Sabe, essas coisas só acontecem aqui. – Ele riu lembrando. – Uma vez, uma velhinha parecida com a rainha estava passando mal na rua na frente do meu prédio. Eu estava indo trabalhar, mas fui tentar ajudá-la e a coloquei no meu carro para levá-la até o hospital. – Ele contou e Sakura o interrompeu após beber a segunda taça.

– Isso não me parece algo que só aconteça aqui, só o fato de ela ser parecida com a rainha. – Riu deitando na cama. Sasuke deu um meio sorriso e deixou a taça sob a mesa perto da cama, junto à de Sakura.

– Eu nem terminei de contar. – Reclamou deitando junto a Haruno a deixando deitar em seu peito.

– Okay, continua. – Revirou os olhos, se arrumando nos braços do Uchiha. Como era bom estar dentro daquele abraço...

– O engraçado e lamentável foi que no banco de trás havia uma cobra. – Contou e Sakura se levantou, segurando a toalha.

– Você tá de brincadeira! – Riu e Sasuke a puxou de volta.

– Não estou. Sorte que a cobra não era venenosa e a mordida não matou a velhinha. – Riu lembrando e suspirou. – Às vezes penso que era melhor não ter ajudado. Parece que sempre que tento fazer algo bom da algo errado. – Confessou deixando o humor de lado.

– Todos nós erramos querendo acertar. O importante é querer acertar, o resultado não controlamos. – Amenizou. Sasuke só lhe beijou no topo da cabeça e lhe fez carinho enquanto meditava aquelas palavras. E em pouco tempo caíram no sono.