História Porque você é minha! - Porque você parece com ela!

Quinze horas seguidas no escritório. Hora após hora, Reunião após reunião e ainda ter que aturar as perguntas sobre a minha esposa. Incrível como eu ainda não sabia seu nome e como as pessoas não faziam questão de me contar. Temari com certeza sabia quem ela era e mesmo assim não me disse nada. Os anciões pareciam não se importar e as cartas me parabenizando não paravam de chegar.

Arrastei-me até em casa, arrastei-me até os lugares. Arrastar era a palavra desde que me casei, os ninjas que vigiavam a casa estavam lá de pé, escutei barulhos vindo da cozinha e acendi a luz.

Havia uma mulher mexendo no armário, procurando algo. Sabia que era ela por que estava toda coberta com exceção das mãos, notei que não estavam pintadas,como deveriam estar, A Doida da minha esposa no fim das contas era esperta, no fim ela sabia que eu não iria tocar nela, mesmo que no futuro eu tenha que ter um herdeiro, será bem no futuro mesmo.  A garota ficou parada, completamente imóvel como se com qualquer movimento eu fosse atacá-la.

Eu disse que ela podia fazer o que quiser, eu não estava afim de nada em relação a ela. Havia um pote de sorvete no balcão, á vi pegar uma colher e fui pegar uma garrafa na geladeira quando a vi sair correndo. Aquela mulher fugiu dele como o diabo foge da cruz.

Ela provavelmente estava procurando os biscoitos. Ele deveria parecer um cara horrível para ela fugir daquele jeito, nenhuma novidade naquilo é claro mas, ainda sim. Era ruim!

Eu sabia onde as empregadas escondiam os biscoitos, peguei um dos potes e subi as escadas. Bati na porta deixei o pote lá e entrei. Ela ainda estava acordada, se queria comer ou não o problema era todo dela.

Pela manhã, encontrei Haruki no corredor. Aquele garota vivia sempre alegre e seguindo a doida que casou comigo por todos os cantos:

– Haruki diga, para a Senhora Kazekage que estarei esperando por ela para o café da manhã.

– Sim senhor, Gaara Sama! - Ela diz e sai correndo. Sentei-me na mesa e informei a Lori san que ela podia fazer o café da manha da doida e comecei a ler o pergaminho e senti o cheiro dela antes de vê-la.

O cheiro de Orquídeas era intenso. Ela sentou e escutei ela gemer em aprovação á comida mas, foi muito rápido para que eu pudesse identificar algo. Esperei que ela terminasse de comer, usando aquele treco na cabeça seria impossível ela comer sem Haruki com ela.

Assim que Haruki saiu, eu disse tudo o que precisa dizer. Queria deixar bem claro tudo o que estava acontecendo, não queria criar esperanças ridículas nela.

– Estamos entendidos?    – Ele perguntou e a vi fechando e abrindo os pulsos e depois os colocando escondidos debaixo da mesa, como alguém que controla a sua raiva ou que está a ponto de pular no pescoço de alguém e dilacerá-lo. A garota que sim com a cabeça, concordando comigo, Que saco! Uma mulher idiota como aquela concordando com tudo o que eu disse sem dizer nenhuma palavra,se Kykyo estivesse ali, já teria lançado metade da mesa em cima de mim. – Eu fiz uma pergunta direta á você. Somos civilizados, me responda!

A mulher bufou – ainda bem uma reação. Achei que tinha casado com uma das marionetes de Kankuro – A doida se levantou e então a ouvi dizer:

– Estamos combinados, Grande Kazekage!

A voz dela, era idêntica a de....Não poderia ser. A garota saiu correndo e eu não sabia o que fazer. Todo o meu corpo paralisado apenas com aquelas poucas palavras, isso não podia ser verdade. Seu cérebro estava pregando mais uma maldita peça nele.  Mas ele tinha que tirar aquilo a limpo.

Tentei ignorar a sensação quente que aquela voz rouca me fez sentir, poderia ser só uma coincidência, mas parecia tanto. Fui atrás dela, subindo as escadas de dois em dois degraus. Bati na porta tendo a sensação que eu poderia derruba-la a qualquer momento.

– Abra a porta.  - Eu exigi, não houve nenhuma resposta. Nem de Haruki e nem a dela. Continuei batendo e nada. O silencio era absoluto! Poderia ser ela? A mesma voz, as coisas que aconteceram no dia do nosso casamento,o sumiço estranho de Kykyo,o discurso emotivo dos Kages, tinham motivo não eram só para mim, eram para ela.

Porque Kykyo era querida por todos eles,a amizade instantânea de Temari por ela. Tudo isso começava a fazer sentido.

Mas se fosse realmente verdade, Kykyo falaria com ele, não é? Ela não o deixaria no escuro, ou deixaria? A que ponto chegamos, eu ficar falando sozinho em meus pensamentos. Um mês com ela e ela não disse absolutamente nenhuma palavra comigo e aquela mulher do outro lado da porta fugiu dele varias vezes. Kykyo não fugia dele ou de ninguém nunca, não recuava e não tinha medo.

A mulher do outro lado da porta definitivamente não era Kykyo, não podia ser.

– Kykyo?  - Escutei minha voz estranhamente estrangulada chamar por ela e novamente não houve resposta, senti a inquietação da areia, entrando pela fresta da porta. Escutei um grito e recolhi a areia.

Kykyo nunca teve medo da areia, por que aquela areia sempre fez parte de quem eu sou e Kykyo não ter medo de mim, era o que tornava ela tão maravilhosa e especial, era o que a fazia ser o que era... Afastei-me da porta e sai daquela casa.

Eu estava realmente ficando louco, se achava que aquela ratinha assustada era a sua Kykyo.

....

Kykyo  (Pov)

—  Se acalme Haruki, não precisa temer nada. Não vai te machucar!  - Digo sorrindo para a minha pequena acompanhante apavorada, mas, sei que meu sorriso é de certa forma enervante do que um calmante.

—  Desculpe-me por isso, eu só..só.. estava se movendo e eu não… - Ela soluça e gagueja um pouquinho e sei que não posso forçá-la a ver aquilo como eu vejo, Gaara está estressado e cansado aquela demonstração da areia só significava o quanto ele estava abalado emocionalmente e ela só conseguia sentir pena, pois queria acalmá-lo e não podia. E o que me deixava furiosa era o fato de que Gaara mesmo tinha criado toda aquela confusão.

– Eu sei que não queria gritar.  Mas agora ele foi embora. Só respire fundo! - Ela obedeceu e eu fiz o mesmo. Gaara tinha chamado o seu nome, tinha chamado por ela com tanta duvida na voz que chegava a doer.

Ela podia estar errada e aquilo poderia ser cruel. Mas,ela ia fazer ele pagar pelo mês inteiro que fez ela passar feito uma muda, pelo acordo idiota que ele me propôs sem nem perguntar meu nome.

Vou me vingar pela idiotice toda dele, vou me vingar por ele me chamar de  “doida” “ a doida que casou com ele” toda a vez que pensa em mim ou fala de mim. Nem que isso me custe o casamento inteiro.

—  Haruki, vamos fazer algumas mudanças!

– Quais mudanças? - Vejo seus grandes olhos infantis se encherem de curiosidade e eu sei o quanto aquela garota já sofreu em sua vida, Haruki seria minha cúmplice até o fim do mundo.

– Primeiro, chega de Orquídeas. Eu estou enjoada desse cheiro. Quero o meu perfume de volta, meu shampoo e condicionador, eu os tenho nas malas!

– Achei que você gostasse de Orquídeas. Até colocamos elas na sala de descanso.

– Eu amo essas flores e adoro que tenham feito isso por mim. Mas não quero mais sentir esse cheiro em mim. Faz um Mês inteiro que não me sinto eu mesma, chega disso.

Haruki concordou e foi buscar minha mala. Trocamos todos os produtos no banheiro pelos meus próprios: Shampoo, condicionador, Óleo de massagem, Hidratante e todas as outras coisas. Tudo meu finalmente!

Coloquei todos os meus perfumes sobre a penteadeira e me joguei na cama.

– A senhora sempre usa esse cordão. Ele parece tão antigo e é tão bonito.

– Já combinamos que entre nós duas, você não precisa me chamar de Senhora. Eu só tenho vinte e um anos fala sério, não sou tão velha assim.

– Desculpe! - A Garota disse sorrindo e eu sorri me sentando, Abri o meu cordão para que ela pudesse ver as fotos lá dentro.

– Meu primo Sasuke que me deu. Eu gosto muito dele!  - Haruki faz o contorno dos rostos nas fotos.

– É muito bonito mesmo. Gaara Sama chamou você pelo nome, porque não abriu a porta?

– Porque ele não me quer Haruki, não do jeito que ele deveria querer a sua esposa!

– E o que você vai fazer?

– Eu vou ser a esposa dele. Como fui até agora, só que ele vai me ter em todos os lados, vai ficar tão rodeado de mim que vai ter apenas duas opções, tirar esse véu de mim ou me mandar embora de vez. Mas, espero que escolha a primeira opção.

Eu disse com um sorriso e Haruki revirou os olhos confusa. Enquanto eu me jogava na cama novamente.

As coisas iriam se resolver ou ela realmente iria ficar doida!