História Portal para o desconhecido - Laços despedaçados

No capitulo anterior:

Seus corpos transpiravam, as respirações estavam ofegantes. O ruivo sentiu que Rukia já estava quase chegando ao ápice de sua excitação. Movimentou-se bem rápido, e sussurrou em seu ouvido – Fala meu nome, amor! Por favor, preciso ouvir – Ela obedeceu prontamente, e não somente falou seu nome como gemeu enquanto o dizia.

- I-Ichi... Goooo...

Não demorou muito para que os dois chegassem ao ponto mais alto de seu prazer. E o tão almejado orgasmo chegou entre gemidos e juras de amor.

Laços despedaçados

Uma verdadeira explosão de prazer faz cessar movimentos intensos e frenéticos que seus corpos antes faziam, que mais parecia uma dança erótica e sensual que os transportaram ao paraíso.

A cabeça do rapaz exausto encontrou repouso entre os seios desnudo da mulher amada. Foi sentindo seu corpo pouco a pouco relaxando ao som das batidas do coração da morena, que estava acelerado.

A bela tenente tentava respirar pausadamente, a fim de, controlar sua respiração que ainda estava muito ofegante. Colocou as mãos na cabeça que estava encostada sobre seu colo e fez carinho em seus cabelos. O jovem ruivo ergueu a cabeça e selou seus lábios aos dela em um beijo calmo. Não tinha pressa, queria desfrutar ao máximo o sabor gostoso de seus lábios. Aos poucos foi unindo sua língua a dela e a cada cantinho que explorava sentia seu doce sabor que lhe dava tanto prazer.

Ichigo tirou seu corpo que estava sobre o de Rukia, deitou-se ao seu lado, ambos virados um para o outro. Ficaram se olhando por alguns minutos que mais pareciam uma eternidade, sem dizerem uma só palavra, apenas perdidos no oceano profundo de seus olhos. Era como se eles pudessem ver a alma um do outro através do olhar. Era como se naquele exato momento não existisse ninguém além deles. Estavam totalmente conectados, sentindo o mesmo sentimento.

O substituto pousou as mãos sobre o rosto da morena fazendo-lhe um carinho, ela fechou os olhos e logo em seguida os abriu e sorriu tão lindamente para ele, que não pode conter-se, e a presenteou com um lindo sorriso.

- Me perdoa, Rukia! Nunca quis te fazer mal – diz a ela quase em um sussurro de tão baixo que falara.

- Está tudo bem, Ichigo! Não quero sair do seu lado nunca mais – ela se achega para mais perto do ruivo e encosta sua cabeça entre seu peitoral. Kurosaki a envolve em seus braços. Seu coração ficou apertado no peito, pois não tinha intenção de voltar para casa junto da morena. Apesar dos momentos maravilhosos que passam juntos, nada havia mudado na cabeça dele. O perigo que os cercavam ainda era eminente, jamais ia expor a mulher amada ao risco.

- Não precisa se preocupar com isso agora. Estou muito feliz por você estar aqui, meu amor – diz ele. Tinha medo de ela ir embora. Era um misto de sentimentos contraditórios na mente do rapaz, que mais pareciam um redemoinho. Não queria que ela ficasse perto de si, pois ia correr perigo. Os mesmo Hollows que os atacaram no outro dia ainda estavam à espreita e poderiam lhe fazer mal novamente. Por outro lado, não estava mais aguentando ficar longe de sua amada. Amava tanto Kuchiki Rukia, que sua vontade era de nunca mais tirá-la de seus braços.

- Senti sua falta, Ichigo. Senti muito – fala baixinho, quase pegando no sono. Era muito bom escutar o coração do ruivo bater. O cheiro que exalava do rapaz era muito gostoso.

- Eu também senti... Nem imagina o quanto – ele percebeu que ela já havia adormecido em seus braços.

Aos poucos os olhos de Ichigo foram ficando pesados, era sinal de que o sono estava chegando. Não demorou muito até que ele também pegasse no sono. Os amantes dormiram abraçados, escutando a melodia que vinha de seus corações que batinha em um só compasso calmo e tranquilo, apesar da explosão avassaladora de minutos atrás.

Enquanto isso na sala de visitas do casarão:

Os cinco indivíduos estavam sentados junto à pequena mesa que tinha sobre si as xícaras vazias que foram servidas o chá. Estava um completo silêncio e ao julgar pela expressão de seus rostos, todos já não aguentavam mais esperar pelo casal que eles tinham deixado se estapeando no subsolo a pouco mais de uma hora atrás. 

- Será que Kuchiki-san matou o Kurosaki-kun? - Pergunta a ruivinha com sua típica cara de inocente.

- Matar? Só se for de...

- Claro que não querida! Eles não estão mais brigando, as reiatsu já se acalmaram. Devem estar conversado – Hachi interrompe Hiyori que ia falar uma besteira daquelas para Inoue. A verdade é que todos ali, com exceção da ruivinha, sabiam perfeitamente como a briga do casal tinha terminado.

- É verdade! Não tinha me dado conta disso – fala surpresa – Então acho que já vou indo, está ficando tarde e Kuchiki-san deve ficar um pouco mais com Kurosaki-kun conversando – todos que ali estavam se surpreendem com a inocência da garota.

- Ah sim! A conversa deve está muitoooo... Boa mesmo – fala Love com tom de ironia.

- Bota boa nisso! Esse Ichigo está me saindo um danadinho – completa Hiyori com mesma ironia da amiga.

- Danadinho como assim? – Inoue pergunta totalmente alheia ao que as garotas falavam.

- Não é nada não, Orihime-san. Elas estão brincando – Hachi que já tinha percebido os reais sentimentos da ruivinha por Ichigo, tentou encobrir as indiretas das companheiras para não deixar a garota triste.

- Então já vou indo. Obrigada pela hospitalidade! – Inoue se curva para cumprimentar os que ali estavam. Eles também a cumprimentam e a garota vai rumo à sua casa. Passaram-se das nove da noite e ela precisava dormir, pois no dia seguinte acordaria cedo.

Apesar de está feliz por Rukia ter ser acertado com Ichigo, o coração da garota ainda estava apertado no peito. Depois de ver tanto amor mútuo nos olhos de seus amigos, ela sabia que a única coisa que deveria fazer com os seus sentimentos por Ichigo era reprimi-los, pois o coração de seu amado já tinha dono, ou melhor, dona.

Ao amanhecer:

 Rukia se despreguiça na cama, abriu lentamente os olhos e estranhou o lugar onde acordara, levanta bruscamente, sentando-se na cama, olhou assustada a sua volta. Depois de uma longa analisada ela se lembrou da noite que passou com o “amigo”.

- Ichigo – chamou pelo rapaz ao notar que o mesmo não estava no quarto.

Pega suas roupas que estavam dobradas ao lado da cama e as coloca. Estava visivelmente abalada, não podia acreditar que a cena se repetia novamente.  Ajeita os cabelos no espelho e foi em direção a porta, queria sair logo daquele lugar.

- Aonde vai com tanta pressa? – pergunta o ruivo com as sobrancelhas arqueadas a morena que abriu a porta ao mesmo tempo em que ele.

- Hãm? Pen... Pensei que tinha sumido como fez da outra vez – murmura constrangida.

- Não fugi, fui pegar algo para você comer, imaginei que ia acordar com fome – ele diz enquanto coloca na mezinha uma bandeja com algumas gostosuras. 

- Desculpe – ela diz com a cabeça baixa. Ichigo segura em seu rosto a fazendo olhar para ele. Suas mãos eram tão grandes que quase cobriu seu rostinho delicado.

- Não tem motivos para me pedir desculpas – encosta sua testa a dela e esfrega gentilmente seu nariz ao da nobre – Eu quem te devo desculpas, Rukia. Não tinha o direito de fazê-la sofrer – sela seus lábios aos da morena em um beijo. A nobre ficou na ponta dos pés para conseguir entrelaçar seus braços no pescoço de seu amado. Ele pegou em sua cintura trazendo seu pequeno corpo para junto do seu. Lhe beijou de forma serena, sua língua explorava cada cantinho de sua boca e as mãos deslizam lentamente sobre as costas da morena. Rukia sentiu seu corpo amolecer nos braços de Ichigo.

- Não posso ficar aqui muito tempo com você, precisa voltar para casa meu amor – interrompe o beijo e diz enquanto afagava seus cabelos.

- Como assim voltar para casa? Você não vem comigo? – ela desfaz o abraço e pergunta surpresa com que ele acabara de falar.

- Não posso voltar com você, Rukia enquanto não for resolvida essa situação– Diz tentando acalmá-la. A pequena o empurra não permitindo ser abraçada – Não faz assim amor, tenta me entender. Preciso descobrir quem são os que estão atrás de mim e o que querem. Enquanto não descobrir isso, não posso voltar para casa, senão você ê e minha família correrão perigo.

- Então vou ficar aqui com você – fala enfática.

- Volte para casa, Rukia. Urahara-san está me mantendo informado de tudo que acontece na cidade de Karakura e alguns membros dos Vaizards estão cuidando da minha família para mim, assim ninguém poderá lhes fazer mal. Quando esses malditos derem as caras estarei preparado para eles – afirma o ruivo.

- Então Urahara sabia onde você estava? – Pergunta meio aborrecida.

-Sabia sim, eu pedi para não informar a ninguém o meu paradeiro.

- Se fez isso por mim, perdeu seu tempo. Não perguntei por você, à ele e nem a ninguém – agora sim ela estava aborrecida.

- Não queria te magoar Rukia, nem tão pouco lhe fazer sofrer. Eu não suportaria presenciar outa luta como aquela, em que três covardes quase te levaram a morte – Passa as mãos em seu rosto. Ele olha em seus olhos. Apesar de estar muito brava com ele, não conseguia resistir a seus toques – Eu amo você –  a beija carinhosamente.

A nobre se rende aos lábios macios e quentes de seu amado e enlaça seus braços ao pescoço dele. Ichigo aperta bem forte seu corpo contra o dela.  Apesar do momento não ser dos melhores, estava muito feliz por ter sua amada ao seu lado, poder tocar, beijar, era bom demais.

- Porque você tem que ser tão complicado, Ichigo? – Interrompe o beijo, mas ainda permanecia em seus braços, a cabeça da morena estava repousada sobre o peitoral do rapaz. Ele tinha sua cabeça recostada sobre a superfície da cabeça dela – Tive que lutar contra tudo que eu acreditava só para aceitar meus sentimentos por você. E agora que finalmente estou disposta a ir contra tudo e todos para ficarmos juntos, você recua? Não quero ficar longe de você, Ichigo.

- Vai ser por pouco tempo, nossos inimigos não vão demorar à dar as caras, tenha paciência meu amor – fala enquanto afagava os cabelos negros da morena. – Por favor, não desiste de mim.

- Sabe o que é mais curioso de tudo isso? – Ela sai de seus braços, dá alguns passos para trás e fala com a voz alterada – Quando fui embora com nii-sama você ficou magoado comigo, por mais de uma semana nem olhou no meu rosto depois que eu voltei. E olha que estávamos na mesma casa. Lembro-me de você dizer que eu não tinha o direito de decidir por você. Me diz, Ichigo. O que está fazendo agora não tem muita diferença do que eu fiz com você. Não é mesmo? Se aquelas palavras serviram para mim, então digo o mesmo para você. Essa é uma decisão que cabe a mim tomar e não você – suas palavras estavam bastante exaltadas.

- Vejo que não vamos chegar a lugar algum se continuarmos discutindo sobre isso. Só quero que entenda uma coisa, não vou deixar que nada ruim lhe aconteça, mesmo que para isso tenha que me odiar – ele abaixa a cabeça.

- Então é isso? Não se importa com a minha opinião? – agora suas palavras estavam embargadas pela tristeza que ficou ao ouvir o que seu amado acabara de dizer.

- Não! – foi direto em sua resposta.

- Acho que não tenho mais nada para fazer aqui – ela fala baixo, porém Ichigo a escutou perfeitamente.

A nobre abre a porta do quarto e se retira deixando o rapaz arrasado por ter sido tão duro com ela - Me perdoa meu amor! Mas não suportaria vê-la agonizando por minha culpa como na última vez – murmurou para si mesmo. Ichigo estava se sentindo o pior dos homens por ter que fazer sua amada sofrer. Depois de uma linda noite de amor, tudo que mais queria na vida era poder passar o dia inteiro com ela na cama, em seus braços, mas infelizmente teria que adiar mais uma vez. 

A morena tentava em vão limpar algumas lágrimas que desciam sem parar de seu rosto. Estava se sentindo mais uma vez rejeitada. Mesmo sabendo os motivos que levou Kurosaki a tomar essa decisão, não se sentia nada bem. Ela queria que ele confiasse nela e aceitasse sua ajuda e apoio, mas o rapaz era muito cabeça dura, não ia adiantar ficar discutindo. Por hora, a única coisa que poderia fazer era aguardar que seus inimigos mostrassem a cara, só assim ia poder estar novamente nos braços de seu amado.

Continua...