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História Possessed - Rito 2 - Capítulo 4


Escrita por: Historien

Notas do Autor


No pôster: Erick, Dante e Enzo

Capítulo 12 - Rito 2 - Capítulo 4


Fanfic / Fanfiction Possessed - Rito 2 - Capítulo 4

12

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, caímos direitinho na armadilha de Ulrich e sua seita, agora tudo que me preocupava era se as meninas estariam bem, eu precisava salvá-las. A nossa má sorte era eminente, não conseguíamos dar fim em algo sem que outras várias tragédias acontecessem. E agora aqui estávamos, Erick, Enzo e eu, sem reação, sem saber o que poderíamos fazer para ajudar nossas amigas e derrotar esses demônios, cada hora piorava. Mateus, possuído por Malum, se direcionou até Ulrich e disse algo com uma voz grossa e estranha que não dava para entender o que dizia, Ulrich apenas assentiu com a cabeça e pegou correntes de ferro, tentamos resistir, mas Malum estava poderoso demais e nos imobilizou, até mesmo a Enzo, que foi atingido com força e acabou desmaiando. Poucos instantes após nos amarrarem, Francis Ulrich disse para “aproveitarmos a estadia” e ambos saíram em direção ao elevador.

—Esses desgraçados vão me pagar. – Eu disse com ódio emanando em minhas veias.

—Dante, precisamos de calma, nem tudo está perdido. Precisamos entrar em contato com Mentor Paul, ele saberá o que fazer. Não podemos deixar que rasguem o terceiro véu. – Disse Erick

—Terceiro? Como o terceiro? Nem o primeiro tivemos como saber se eles rasgaram! – Eu estava intrigado.

—Dante você não entendeu? A saída de Malum para esse plano foi o rasgo do primeiro véu! Malum é como o “Messias” para essa gente, a função de um dos rasgos do véu é essa! Infelizmente ele conseguiu isso naquele ritual. O segundo rasgo infelizmente foi o que aconteceu mais facilmente para eles, todo o tempo em que eu estive no plano demoníaco imaginei que chegaria o dia em que eles me torturariam para que eu recitasse as palavras de abertura da passagem, eu até pensei que não aguentaria, mas quando você apareceu lá, e pelo pouco que consegui ver, achei que iriamos ter a sorte de lutar contra eles, mas infelizmente você iniciou aquelas palavras de expulsão e aquilo foi o rompimento do segundo véu. – Explicou Erick.

—Perdão, eu fui um idiota, eu não sabia que isso iria acontecer. Eu não sabia se poderia confiar em você. – Eu estava envergonhado.

—Isso é passado, está tudo bem, mas ainda precisamos impedi-los, as informações que temos não são suficientes, você conhece o encantamento do segundo plano? – Erick perguntou.

—Sim, por que? – Eu não sabia de que aquilo serviria naquele momento.

—Vamos inicia-lo, precisamos conversar com o Mentor Paul. – Erick explicou virando-se de costas com dificuldade para que nossas mãos, amarradas, se tocassem.

—Como assim? – Eu não fazia ideia do que Erick estaria planejando com aquilo.

—Apenas recite as palavras. – Disse Erick iniciando o processo de trânsito entre planos.

Eu o segui com as palavras e então pude ver que já não estávamos no plano terrestre, também não era o plano demoníaco, era uma enorme fazenda, tudo aqui era muito claro, e mesmo que eu não sentisse nada, parecia que meu corpo se aquecia e que o cheiro de natureza escancararia meus pulmões a qualquer momento. E então Mentor Paul apareceu bem distante, caminhando em nossa direção.

—Esse é um plano que apenas algumas pessoas conhecem, Mentor Paul está sempre conectado a esse local, ele costuma sempre nos encontrar aqui. – Explicou Erick

—A perturbação dos planos está maior do que sempre estivera, nunca tivemos tantos véus rasgados em um mesmo período de tempo, vocês unidos têm a oportunidade de impedir que algo pior aconteça, Malum está no plano terrestre, porém apenas como parasita, não o deixem sair em sua forma original, ou estaremos lidando com forças inimagináveis. As 10 virgens prudentes, a vela e o azeite, impeçam que o fogo as consuma, impeçam que o véu da alma seja rasgado. – A voz do Mentor Paul era terna, porém firme, aquilo me dava arrepios, encarei Erick e ele parecia sentir o mesmo do que eu, perguntei como voltaríamos e ele apenas segurou minhas mãos e fechou os olhos. Não precisei recitar nada, simplesmente me senti sugado de volta ao meu corpo, soltamos as mãos e percebi que estávamos desamarrados, vimos então que Enzo havia nos libertado, ele estava de pé nos observando.

—Acho que meu pai queria que eu me soltasse, ele sabe que essas correntes simples não são pareis para mim quando me transformo. O que vocês estavam fazendo? – Perguntou Enzo nos encarando.

—Nós estávamos em outro plano, e já temos uma ideia do que pode estar acontecendo com as meninas, também temos uma noção de qual é o objetivo de Malum com tudo isso. – Eu disse.

—Precisamos ir atrás deles o mais rápido possível, esse ritual foi evitado há alguns anos também, infelizmente um sacrifício aconteceu, uma das melhores expulsoras que conheci tentou enviar sua alma para o plano demoníaco para evitar, porém não conseguiu, ela estava em coma a última vez que a vi, porém quando retornei, Mentor Paul me disse que ela de alguma forma acordou, porém está sem dar notícias desde então. – Disse Erick com um grande peso no olhar.

—Você sabe o lugar que eles realizariam esse ritual? – Perguntei.

—Tenho certeza que é na própria casa da Sra. Lince, lá existe uma grande tenda com um altar, seus filhos se casaram lá, eu era criança quando compareci. – Disse Enzo enquanto descíamos no elevador.

—Você também estava no casamento branco? Ela convidou a todos nós do instituto para irmos, uma tragédia o que houve com seus filhos, ambos morreram em missões do exército. Lembro que naquele dia investiguei bastante sobre os envolvidos na seita esse dia, várias pessoas influentes da cidade. – Disse Erick.

Saímos da empresa e entramos no carro, estávamos muito apressados para poder chegar na casa da Sra. Lince, percebi que Enzo estava inquieto ao meu lado enquanto dirigia, passei a mão em sua nuca, ele me olhou e sorriu, mas logo voltou a atenção para a estrada.

—Está tudo bem Enzo? – Perguntei dando um leve beijo em seu ombro.

—Dante, meu pai está tramando algo, ele queria que a gente fosse para lá. Ele não é aquele tipo de pessoa que conversa sobre seus planos na frente dos outros, tenho certeza que eles têm algo horrendo preparado para a gente, e temo que as meninas possam estar em um perigo maior que o que imaginamos. Não podemos hesitar, devemos chegar lá já preparados para atacar, sem perguntas ou questões. – Enzo respondeu.

—Não podemos agir por impulso minha gente, entendam que essas pessoas são perigosas, porém são inteligentes, as lições do Mentor Paul iam além de chegar e estraçalhar o que houver pela frente, temos que passar por toda uma concentração e análise de ambiente e cenário, sei que as consequências nesse caso podem ser piores, mas geralmente são o melhor meio, na maioria dos casos causa uma derrota permanente! – Disse Erick do banco de trás do carro.

—Eu concordo com Erick, o que não podemos fazer é botar tudo a perder, a gente mata todos e o que acontece? O restante da seita está livre e quem sabe quando teremos um contato tão direto com alguém? – Perguntei.

—É só que... Meu pai... Ele não pode continuar fazendo tanto mal e saindo impune com isso. – Disse Enzo.

—A garota que falei mais cedo, a que estava em coma e depois acordou e desapareceu, lembram? Bem, éramos um grupo de expulsores, Gabriel, Jesse e eu. Gabriel era meu amigo mais próximo e se formou junto comigo no Instituto do Mentor Paul, era um genus daemorium de uma família bem moderna, naquela época a família dele já não seguia os rituais comuns de sua espécie. Já Jesse iniciou o treinamento quando estávamos prestes a nos formar e ajudei-a a estudar diversas coisas, ela aprendia tudo com uma naturalidade exorbitante, a moça passava seus dias estudando, se vestia de um jeito um tanto masculino para a nossa época, não tinha amigos, as pessoas a consideravam estranha, e não estranho no meio social, mas estranha no meio dos expulsores que já são naturalmente estranhos – Erick pausou rindo e continuou: —Jesse era extraordinária, então nós meio que nos apaixonamos... Gabriel ficou muito intrigado em como ela conseguia dominar tudo melhor até mesmo do que nós, todas as vezes que expulsávamos algum ser imundo ela fazia praticamente todo o trabalho, sem ao menos fazer muito esforço. Logo em seguida, nós e as pessoas do instituto, começamos a descobrir algumas coisas sobre a seita, o Mentor Paul já sabia de várias coisas e outros expulsores tentavam evitar o que estava havendo. Fomos designados para seguir um rapaz que estava no casamento dos filhos da Sra. Lince, ao fim do casamento o seguimos até uma capela a beira da antiga lagoa da cidade, fomos observar e vimos que lá haviam 5 moças mortas, a cena era uma das mais horríveis, com a minha indignação por ver garotas tão jovens naquele estado, entrei de supetão naquela capela, várias pessoas surgiram e tentamos lutar contra eles, mas falhamos, no fim eles disseram que um sacrifício deveria ser feito, que trocariam as 5 moças sobreviventes pela alma do expulsor mais forte, tentei ir no lugar dela, mas eles sabiam do poder dela, então Jesse aceitou, quando ela estava prestes a ser sacrificada, vi seu olhar se encontrar com o de Gabriel, então ela piscou para ele, que se transformou  e correu para salvar as garotas, ela então se virou para mim e disse que me amava, e rasgou a própria garganta. As pessoas da seita fugiram como sempre fizeram. Estranho foi que quando tudo acabou percebi que sua garganta estava curada, porém ela não acordava. Desde então comecei a procurar sobre a seita por conta própria, Gabriel não quis continuar, ele estava agindo muito estranho e não conseguia mais realizar expulsões, segui sozinho até entrar no caminho de Francis Ulrich, nessa época Mentor Paul me explicou como agir e que talvez Jesse estivesse no plano demoníaco, então foi quando descobri o plano da seita de realizar o ritual para libertar Malum, interrompi o ritual e me salvei, salvei Mateus e destruí os planos da seita indo para aquele plano e de bônus eu encontraria Jesse, mas tudo que encontrei foi solidão. O que quero dizer com tudo isso é que, eu poderia ter evitado tudo se não tivesse agido por impulso e sim estudado a situação. – Erick terminou e ficamos em silêncio o restante da viagem.

***

Chegamos até a casa da Sra. Lince, era uma mansão linda. Sra. Lince sempre foi elogiada por diversas pessoas da cidade e por expulsores também, foi uma surpresa saber que ela estava envolvida com a seita dos Ulrich. Ao descermos do carro em frente aos grandes portões fechados, não víamos sinal de movimento algum. Tivemos que pular o muro, nada estava acontecendo.

—Acho que eles não estão aqui. – Disse Érick enquanto olhávamos as janelas da mansão para ver se algo de estranho estava ocorrendo ali.

—Uma mansão dessa magnitude deveria ao menos ter seguranças, algo não está certo aqui! É aqui, tenho certeza. – Disse Enzo.

Resolvemos entrar na mansão e vasculhamos por todos os lados, quarto atrás de quarto e nenhum sinal. No terceiro andar da casa havia uma grande janela que dava pra ver todo o quintal e os grandes campos que o seguiam até chegar ao rio, nesse andar, próximo a janela, uma espécie de telescópio estava, me aproximei e espiei, pude ver um garoto de cabeça baixa e boca sangrando ele gritava algo.

—Tem um rapaz ali, olhem, ele grita, está acontecendo algo – Exclamei.

Erick então correu para poder visualizar.

—Mas o que um rapaz teria a ver com aquele ritual das virgens? Não eram 10 garotas? – Perguntou Enzo.

—Aquilo não é um rapaz, é minha Jesse, o cabelo dela é assim! Precisamos salvá-la, rápido! – Erick se virou e só pude ver aquela enorme mão o puxando pelas pernas.

Me virei rapidamente e Francis Ulrich e Mateus estava ali, porém as mãos de Mateus estavam de um tamanho extraordinário e com aparência horrenda, parecia que Malum não estava mais conseguindo se manter no corpo de Mateus. Enzo rapidamente começou a se concentrar para se transformar, porém Mateus o segurou pelo pescoço com a outra mão, Francis Ulrich arregalou os olhos e disse para que não machucasse Enzo.

—Esse garoto inútil já nos atrapalhou demais! – Disse Mateus com uma voz horrenda, ele então lançou Erick em minha direção e fomos lançados através da janela, que se estilhaçou em minhas costas, enquanto caia pude somente ver a outra mão de Mateus se fechar no pescoço de Enzo, que caiu de uma vez ao chão.



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