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História Possessive Heart - Querendo ou não


Escrita por: iCRalx e Cxmalx

Notas do Autor


Olá!

BOA LEITURA!

Capítulo 8 - Querendo ou não


Fanfic / Fanfiction Possessive Heart - Querendo ou não


Hailey Baldwin P.O.V.


Não havia tanto para fazer no momento. Justin estava no banho a algum tempo e como eu já tinha o feito antecipadamente, tudo que me restava era esperar por ele.

Sentada ao lado da janela do quarto, me encontrei paralisada com a imagem em minha frente. Olhar para aquela mesma vista e observar a escuridão no céu, ver a chuva cair aceleradamente - o que não me permitia sair -, me deixava um pouco frustrada. Eu queria conhecer mais do local, porém não quero correr o risco de ficar doente, eu teria que voltar amanhã e ir direto para a escola, dar aula.

ㅡ Hailey ㅡ virei minha cabeça em direção ao som, encontrando Justin apenas de toalha. A mesma se encontrava enrolada em sua cintura, o que fiz questão de não olhar muito. Eu não gostaria que me olhassem apenas de toalha, sendo assim: o que eu não quero para mim, não quero para os outros ㅡ, o que tem de tão interessante aí fora?

Como eu já não o olhava, apenas ouvi seus passos em minha direção. Com uma súbita brisa quente batendo em meu rosto, me mexi com o súbito desconforto. Justin estava muito próximo a mim.

Movi minha cabeça novamente para onde o homem estava antes, não me surpreendendo ao dar de cara com seu peitoral tatuado. Afastei meu corpo, erguendo a minha cabeça, com o olhar vidrado na parede - como se tivesse algo realmente interessante ali.

Não sendo minha total intenção, não respondi ao seu questionamento, esquecendo totalmente o que falava para assim aplicar minha atenção no que eu fazia.

ㅡ É melhor eu... ㅡ inevitavelmente tive que me apoiar em seu corpo para conseguir me levantar devido a falta de espaço, porém, quando já de pé, afastei minhas mãos dele, quase como se tivesse levado um choque. Respirando fundo, me coloquei a falar novamente, desta vez em uma frase completa: ㅡ É melhor que eu saia ㅡ apontei para aquele cenário a minha frente, balançando o dedo em questão para o corpo de Justin, antes de o recolher, e assim, finalmente me afastar de uma vez.

Me coloquei a andar em passos apressados até a saída do cômodo, um tanto nervosa. Já estando de costas, extremamente perto do batente, fui impedida de ir mais alguns passos além pela voz firme de Justin.

ㅡ Você pode ficar ㅡ logo em seguida senti seus dedos se arrastarem por todo meu braço, parando-os exatamente em cima do meu pulso. Seus olhos desceram dos meus para o local no qual se prendia a mim, soltando-se vagarosamente e, mais uma vez, descendo a mão, mas, dessa vez, estacionando a mesma sobre a palma da minha, deixando meu braço estendido, melhorando sua vista para a pulseira em meu braço. Justin a analisava com cautela, passando os dedos pelos poucos pingentes suavemente ㅡ Desde quando você está usando isso? ㅡ subiu o olhar para o meu rosto, fitando-o, mantendo uma mínima face descontente.

Confusa, virei meu corpo totalmente para ele, tentando entender o porquê disso agora.

ㅡ Desde sempre ㅡ respondi, sabendo que se tratava de uma hipérbole.

Eu a usava desde que Shawn veio me visitar - às vezes a tirava por puro esquecimento, mas na maioria do tempo sempre estava aí -, pouco antes de conhecer Justin, então não fazia sentido lhe explicar exatamente sobre se a ordens dos fatos complicaria a minha resposta.

ㅡ Eu não te vi com isso ontem ㅡ eu não conseguia manter uma frase sólida em minha mente, um medo tomava conta de mim e eu não sabia o porquê, só tinha ciência que o jeito que Justin me encarava me assustava muito.

ㅡ Sim, você está certo ㅡ estava tão confusa que demorei para formular uma frase coerente, assim dando chance a feição impaciente dele aparecer ㅡ Mas eu a coloquei hoje de novo, estava junto com as coisas que você pegou, Justin.

Eu simplesmente havia tirado o acessório para dormir pouco antes de Justin chegar e me levar para aquele tipo diferente de festa, sendo assim, ela acabou ficando dentro de uma das minha bolsas de cuidado com a pele, justamente a qual Justin trouxe para cá.

ㅡ Por que colocou isso agora? ㅡ arqueou as sobrancelhas, dando mais entonação no seu semblante.

ㅡ Porque... ㅡ mordi a parte interior da minha bochecha, tentando não olhar para seus olhos, mas era impossível. O modo que ele me olhava... aquilo... aquilo... ㅡ Isso é importante?

ㅡ É ㅡ foi curto ㅡ Responda.

ㅡ Eu apenas quis usar ㅡ meu olhar agora foi direto ao chão, fugindo do seu ㅡ Faz pouco tempo que ganhei, Justin, não quero deixar um presente de lado, ainda mais com o valor sentimental que esse tem.

ㅡ De quem você ganhou? ㅡ por que ele estava assim? É somente uma pulseira - ao menos para ele ㅡ Me diga ㅡ Justin enlaçou a mão em volta do meu punho, segurando de forma firme, aparentando estar no ápice da conversa.

ㅡ Do Shawn ㅡ soltei o ar que segurava, voltando a fitá-lo ㅡ Ele me deu, logo quando...

Justin, que não me deu tempo algum para impedir - ou me pronunciar de alguma forma -, levou ligeiramente a mão no espaço entre o acessório e meu braço, segurando a corrente do mesmo com brutalidade, mostrando em sua atitude o quão estava ansioso para remover aquilo do meu braço.

Porém, por mais que ele estivesse tentando tirar aquilo de mim normalmente, a força que aplicava estava puxando-a com força, e a forma que tentava implacávelmente abrir o acessório, estava o fazendo se arrastar por minha pele, trazendo uma sensação de ardência.

Franzi o cenho, mordendo um dos meus lábios, enquanto tentava com uma outra mão agarrar o braço inquieto de Justin e fazer ele parar com aquilo. Se o incomodava tanto, ele deveria me falar e não... tentar arrancar aquilo de mim.

Quando finalmente abriu o fecho da pulseira, senti o alívio momentâneo, até que, no momento seguinte, uma dor fina se instalou no local tanto insistido por Justin.

Ao deixar meu antebraço mais perto do meus olhos, pude ver que alguns arranhões e uma linha mais extensa, provocada pela corrente, como se estive queimada, instalada no meu pulso.

A dor mais forte veio - eu não tive controle -, entretando aquilo não era tão potente quanto a frustação presente em mim, a frustração sobre a atitude de Justin quanto a tudo aquilo. Não tinha uma razão, não havia coerência.

ㅡ Justin... ㅡ meus olhos arderam, dando sinal de que as lágrimas já estavam ali, prontas para serem liberadas - e não era nem pela dor em si ㅡ Por que você fez isso?

ㅡ Não quero você usando algo que outro homem te deu.

Sua cabeça foi abaixada, deixando no mesmo nível que a minha, reforçando sua ideia.

ㅡ O quê? ㅡ fechei minhas pálpebras com força, tentando achar algo que me desse uma desculpa para seus pensamentos ㅡ Mas... isso não tem nada de mais...

ㅡ Hailey... ㅡ me censurou.

Nesse altura eu já não sabia onde havia ido parar a pulseira. A mesma não se entrava mais nas mãos de Justin.

Eu não tinha controle sobre meu corpo, sem ao menos perceber eu me afastava dele e mal sabia o porquê. Parecia automático. Justin permanecia parado, me olhando com aquela mesma feição, aparentando que eu havia feito algo de errado... Eu tinha feito?

ㅡ Eu não entendo...

ㅡ Você não precisa entender.

Não preciso? Era algo que me envolvia e eu não precisava entender?

ㅡ Mas...

ㅡ Você me pertence, é tudo que eu tenho para explicar ㅡ enruguei a testa, tentando buscar uma boa linha de raciocínio. Não queria ter pensamentos precipitados sobre isso, pois essa não sou eu, só que... como assim "pertence"? ㅡ Você quer presentes? Eu te dou ㅡ não... ㅡ Você não precisa dessas coisas, apenas de mim.

Pisquei rapidamente, tentando achar em algum lugar da minha mente um botão em que fazia tudo isso parar, tornar esse nosso diálogo algum tipo de sonho lúcido.

ㅡ Justin ㅡ o homem a minha frente suspirou, aparentemente estando um pouco mais calmo. Passou as mãos rapidamente pelo seu rosto, logo em seguida as levou para o meu, segurando firme no meu queixo, fitando-me diretamente nos olhos ㅡ, eu estou tentando, mas não consigo entender onde você quer chegar com tudo isso.

ㅡ Hailey, você é minha ㅡ por que ele está falando isso agora? Nós acabamos de nos conhecer ㅡ Você é a minha mulher... Eu não espero que entenda isso agora.

ㅡ Eu pensei que... ㅡ deixei a frase morrer. Ele estava falando sério? Eu e Justin?

Quando exatamente tudo isso aconteceu?

ㅡ O quê? ㅡ iniciou um carinho no lugar em que seu polegar estava posicionado ㅡ O que você pensou?

ㅡ Nós somos amigos...

ㅡ Não ㅡ afastou seu corpo, arrumando sua postura para uma mais firme, ainda mantendo suas mãos no mesmo lugar ㅡ Não somos amigos, você é minha mulher ㅡ sussurrou de forma áspera ㅡ Aceite.

Quando foi que ele decidiu isso?

ㅡ Nós ㅡ indiquei nós dois com as mãos ㅡ acabamos de nos conhecer ㅡ coloquei para fora o que pensava, já que o mesmo insistia em me encarar como se estivesse me lendo - por um momento foi reconfortante, estávamos conversando olho no olho, mas passou a ser desconfortável -, reforçando isso no modo que falava ㅡ Não sei se é uma boa ideia.

Suspirei. Justin era... era um homem de gênio forte e, por mais forte que eu me considerasse, não chegava aos seus pés. Somos diferentes nesse quesito e eu odiaria começar algo sabendo o final.

ㅡ O que quer dizer com isso?

ㅡ É que... que você me deu esse... ㅡ tentando procurar uma palavra certa, deixei a frase pairar, porém continuei: ㅡ Você me nomeou assim ㅡ me referi ao apelido ㅡ e eu nem... nem sei nada sobre você e...

ㅡ Se você quiser, eu conto tudo que perguntar ㅡ não era isso, não era o que eu queria passar. A última coisa que eu preciso no momento é que Justin se sinta pressionado para falar de si mesmo.

ㅡ Não é isso, Justin.

Era assim que funcionava? Foi por esse motivo que as coisas deram errado no meu antigo relacionamento? Era assim que começava com um? Os relacionamentos de agora são assim? Eu tinha quase certeza que a resposta era e é não. Quase.

ㅡ O que é então? ㅡ elevou a voz, não tão alto, mas o suficiente para que eu percebesse que ele estava se irritando. Outra vez.

ㅡ Eu não sei se isso é certo... ㅡ voltei a olhar em seus olhos ㅡ Você fez algo que...

ㅡ Fala de uma vez ㅡ ordenou.

ㅡ Justin, você me machucou... ㅡ o local do machucado parecia pulsar ㅡ Você podia ter me falado que a pulseira te incomodava ㅡ gesticulei, tentando não mexer tanto no pulso ferido. Só acabaria sentindo mais dor ㅡ Eu realmente acho que teria sido melhor e mais fácil ir por esse caminho.

Justin olhou-me de cima a baixo, parando seu olhos no meu pulso, que, agora, estava sendo protegido pela minha mão esquerda. O loiro suspirou, tornando a falar:

ㅡ Era isso?

ㅡ Estou tentando dizer que... ㅡ desci meu olhar para o que minha mão cobria, torcendo levemente os lábios para o lado ㅡ que nós deveríamos conversar primeiro, para tomarmos qualquer atitude ㅡ balancei a cabeça, afirmando o que falava ㅡ Seja lá o que faremos a seguir. Parece uma coisa minúscula, mas isso quer dizer muito para mim... e sobre você.

ㅡ Você está dizendo que eu tenho que te perguntar primeiro se você quer ser a minha mulher? ㅡ arqueou as sobrancelhas, levando a mão até sua bochecha, coçando a mesma - num ato ansioso ㅡ Não vou fazer isso.

ㅡ Eu não...

ㅡ Independente da sua resposta, você seria a minha mulher ㅡ afirmou, mostrando toda sua certeza sobre ㅡ, querendo ou não.

Justin queria um relacionamento amoroso comigo e não aceitaria um "não" como resposta. Novamente não era a mensagem que eu queria passar, somente queria entender quando foi que entramos nesse nível, quando nos tornamos algo a mais.

Talvez tivesse sido depois do beijo - só que tudo ainda parecia o mesmo depois.

Não querendo contrariá-lo, permaneci quieta. Não queria discutir mais. O pouco que acabei de conhecer do Justin me mostrava que ele não mudaria o seu pensamento assim, fácil.

ㅡ Deixa eu ver como está isso aí ㅡ sobrepôs sua mão a minha, retirando a que protegia meu pulso, me puxando pela mesma em direção a grande cama de casal que se encontrava no meio do quarto. Justin parou, parecendo analisar o meu ferimento, que, no momento, não doía tanto ㅡ Eu já volto ㅡ empurrou-me lentamente, fazendo com que eu me sentasse no colchão.

Com alguns passos curtos, Justin entrou no closet - que era localizado ao lado do banheiro -, saindo de lá vestido com apenas uma boxer. O mesmo entrou no banheiro, voltando com algumas coisas na mão, que, pela distância, eu não consegui identificar do que se tratava.

Sentando-se ao meu lado, Justin pegou um pequeno vidrinho com um líquido transparente dentro, aplicando o que tinha nela na grande quantidade de algodão que carregava, encharcado o mesmo, puxando meu punho para si, passando o algodão no ferimento, escorrendo um pouco do líquido - que indetifiquei ser antisséptico pela embalagem -, me fazendo apertar os olhos e me mover para um pouco mais longe, na tentativa de me distanciar - por impulso, pela dor repentina ao sentir a ardência - Justin - com a mão firme em meu braço - não deixou eu me afastar mais.

Ele sabe o que está fazendo?

ㅡ Justin... ㅡ um pouco hesitante, chamei sua atenção ㅡ Você não quer que eu faça isso?

ㅡ Eu faço ㅡ em um tom arisco, ele falou. Seu olhar me passava um receio ao ver ele continuar o que fazia antes ㅡ Eu te deixei assim, então é melhor que eu mesmo faça algo sobre ㅡ por um lado eu achei até fofo, mas ao lembrar o porquê daquele machucado deixei esse sentimento de lado.

Me pareceu até errado esquecer daquilo.

Prosseguindo com o ato, Justin retirou o algodão, que estava avermelhado - não tanto, pois o ferimento não saía sangue -, pegando uma caixinha azul, que parecia ser de algum remédio, contudo ao ler um pouco do que estava escrito na caixa, reconheci que se tratava de um adesivo estéril. Justin tirou o mesmo da caixinha, retirando o plástico que protegia a parte que tinha a cola, colocando o mesmo com precisão em cima do machucado, o cobrindo, passando os dedos indicadores em volta, deixando a cola mais firme em minha pele.

ㅡ Justin, não precisa disso tudo ㅡ sussurrei, encolhendo meus ombros ao sentir uma pressão no ferimento ㅡ Basta lavar com água corrente.

Ele levantou o olhar, balançando a cabeça, negando sobre a minha afirmação. Podia ver em sua feição que apenas água não era suficiente para ele. Não parecia certo.

Justin deixou a caixinha com o restantes dos adesivos caírem no chão, e empurrou com o pé a mesma para de baixo da cama, junto com o antisséptico. Quando sua atenção voltou para mim, percebi logo em seguida a minha cara de paisagem ao olhar seu ato. Justin passou suas mãos pelos meus ombros, apertando - com uma firmeza reconfortante - os mesmos, logo descendo para meu antebraço e puxando-me para si, parecendo sério demais.

ㅡ Eu vou te beijar ㅡ avisou.

Assenti, mesmo que não fosse propositalmente - eu não conseguia me controlar.

Seus dedos deslizaram rapidamente por minha bochecha até chegar em meu cabelo, o prendendo entre os seus dedos. Daquele local, o loiro levou a mão pouco mais abaixo, sendo mais firme no aperto - mas sem machucar -, então aproximou o seu rosto do meu, deixando o meu lábio entre seus dentes, e, como se estivesse preparada para seu próximo ato, eu fechei os meus olhos, apenas esperando.

Com sua língua pedindo passagem, fiz o esperado, cedi. Levei as mãos para seus ombros, sentindo sua pele quente. Justin se aproximou um pouco mais, escorrendo uma de suas mãos para a minha perna, acariciando aquele local.

Arrastando a mão para pouco mais para cima da minha coxa, Justin reiniciou um beijo, que veio de modo mais rápido e com muito mais vontade.


Justin Bieber P.O.V.


Franzi o cenho, não entendendo o que exatamente havia acontecido.

Em um momento estávamos bem, a convencendo de algo bom - ótimo - e, no outro, Hailey simplesmente me afastou e foi parar do outro lado da cama, como um animalzinho assustado.

ㅡ Você disse que... ㅡ respirou fundo, para, decididamente, completar alguma fala ㅡ Você disse que nós dois ㅡ apontou para si, então para mim ㅡ tínhamos um relacionamento agora pouco e... ㅡ acenou a cabeça para o lado esquerdo, demonstrando estar pensativa ㅡ se a gente começou a namorar hoje, você não acha que é muito rápido para... termos algo assim, mais íntimo?

ㅡ Não, eu não acho ㅡ arrastei meu corpo pela cama, até estar perto o suficiente de Hailey naquele momento. Levei minhas mãos ao seu rosto começando a depositar uma carícia - que eu fazia com os dedos -, a vendo se surpreender com o que saiu da minha boca.

ㅡ Acho melhor irmos devagar.

Devagar? Eu já estou indo devagar demais, já estou no meu limite. Estou aguentando por enquanto, apenas tentando não a assustar, no entanto não era bem assim que aconteciam as coisas em minha mente, comigo, então acho que já deu - Hailey sabe o que eu quero, ela tem o que eu quero, e eu quero ela. Se ela ainda não compreendeu, vai passar a compreender - desde já - a quem pertence.

ㅡ Eu estou indo devagar ㅡ inclinei meu corpo para frente ligeiramente, querendo toda sua atenção em mim ㅡ Por que não vamos um pouco mais rápido? ㅡ a mão que já cansava de acariciar a extensão de sua perna, escorregou por todo seu corpo, aterrissando entre seu quadril e coxa.

ㅡ Eu quero continuar devagar.

Desviei minha atenção de Hailey, respirando fundo. Se para isso dar certo eu teria que ir do seu modo por algum tempo - o mínimo que eu conseguir -, eu o faria.

ㅡ Também preciso ir embora ㅡ sussurrou, olhando-me fixamente ㅡ Amanhã eu trabalho e... Vai ser melhor que eu não falte, assim, do nada.

ㅡ Isso não vai ser possível ㅡ não havia como voltarmos quando já estávamos aqui, no meio do caminho para o destino correto. Hailey teria que esperar um pouco ㅡ Iremos voltar em alguns dias, mas não agora.

Hailey franziu o cenho, ajustando a própria postura, respirando fundo, piscando lentamente, parecendo pensar sobre as minhas palavras.

ㅡ Ah, não, Justin ㅡ chacoalhou as mãos ㅡ Eu simplesmente não posso fazer isso ㅡ parecia um tanto mais desesperada ㅡ Não posso correr o risco de perder meu emprego.

Suspirei, olhando a minha volta, procurando uma resposta que ela consiga ingerir com mais facilidade.

ㅡ Nem ao menos pense nisso outra vez ㅡ mantive a voz firme ㅡ Quando chegar a hora, tudo vai estar bem. Não vai ter razão para essa preocupação.


[...]


Um tanto confuso, abri os olhos lentamente, tendo em minha vista uma pequena névoa embaçando meus olhos, piscando lentamente expulsei aquilo, para logo depois detectar um som irritante. O motivo de ter acordado tão de repente.

Pensando que aquilo poderia despertar Hailey - que dormia calmamente ao meu lado -, peguei o aparelho o mais rápido que meus sentidos conseguiam agora, atendendo a ligação, observando ser Calvin antes de deslizar o dedo na tela.

Eu poderia ter desligado, deixado o celular no mudo e voltar a abraçar Hailey, mas eu queria mesmo saber o que ele queria pela madrugada. Tinha que ser algo realmente importante.

ㅡ Justin, não quero saber o que você está fazendo ㅡ pontoou ㅡ Não quero saber onde você está e nem com quem você está ou para onde você vai ㅡ sua fala era direta e bem desperta ㅡ, somente vou dizer pra você não pisar na Carolina do Sul, ressaltando que você pode estar com a pessoa que eu acho que está ㅡ e então ele parou de deter o oxigênio em seus pulmões e suspirou ㅡ Não sei o que você pretende fazer exatamente com aquela casa, só não entra nela, só não vai pra lá.

ㅡ Por quê? ㅡ havia acabado de abrir os olhos, de acordar e Harris queria me impor suas ordens.

ㅡ Furacão ㅡ disse como se fosse óbvio, mas também como um grande lembrete ㅡ Não coloque ninguém em risco ㅡ reforçou ㅡ Nas próximas 24 horas acho difícil alguém poder entrar lá, a situação está realmente difícil ㅡ nesse caso, parece que eu e Hailey teremos que viajar de novo pela madrugada ㅡ Na Colúmbia não há tanto risco, pois não fica tão próximo da costa. Contudo os voos podem ser arriscados ㅡ lembrou ㅡ Em Atlanta está longe do que está acontecendo lá. O furacão não passa por aqui.

Desde quando estávamos em temporada de furacão? Eu devo estar muito perdido para não saber que tudo isso estava próximo. A cidade em que estávamos era vizinha a Atlanta, e esse me parecia o motivo de chover forte lá fora - apesar de não ter risco. Se fossemos rápidos, mais rápido estaríamos lá.

Eu não posso perder mais tempo, ainda essa semana eu queria estar na Carolina do Sul e, se o risco for o preço, então que seja. De qualquer forma, era uma desculpa maior para irmos para lá o mais rápido possível.

ㅡ Certo ㅡ ao terminar de falar, Calvin encerrou a ligação imediatamente, me deixando em completo silêncio.

Eu teria que dirigir até o aeroporto - onde está meu jatinho -, para depois podermos ir para Colúmbia - que é a cidade onde está a casa de Hailey. Teria que ser rápido, mas não tanto quanto da última vez. Ainda teria que arrumar as malas.

Eu pretendia ficar nessa casa por mais tempo e não queria ter que sair dela às pressas - como agora. Talvez amanhã a tarde viajassemos para o outro estado, a outra cidade, não agora - eu planejava -, mas já que é preciso, vai ter que acontecer.


[...]


Diferente da nossa primeira "viagem" Hailey ficou a maioria do tempo acordada - no máximo ela pode ter dormido por somente meia hora - e, como já havia imaginado, ela estava bastante confusa com tudo, com onde estávamos indo.

Pousamos a alguns minutos em Colúmbia. Durante o voo Hailey ficou quieta, ela parecia estar pensativa, talvez imaginando onde iríamos parar. Somente ao sairmos do avião que ela voltou a falar comigo normalmente, bem surpresa com onde estávamos.

Já a caminho do condomínio de alto padrão - e eu só soube dessas características quando entramos no táxi -, escorreguei minhas mãos em seu braço, sentindo uma paz súbita no ato.

ㅡ O que nós estamos fazendo aqui? ㅡ seu olhar brilhava em nostalgia, refletia em conforto. Estava animada, confusa e sorridente.

Certo, era isso que eu queria; um sorriso seu. Não precisava de absolutamente mais nada se ele estivesse plantado em seu rosto.

ㅡ Você vai ver, babe ㅡ aquela sua posição me deixava ainda mais certo de que eu faria sua felicidade com o que programei nessa cidade.

ㅡ Eu já havia... ㅡ respirei fundo, jogando toda minha atenção em Hailey, no que falava ㅡ Eu já morei aqui antes ㅡ virou seu rosto para a janela do carro enquanto seu sorriso banhava o meu ser de felicidade ㅡ Antes de Atlanta ㅡ continuou ㅡ Eu gostava daqui.

Para a minha surpresa e melhora do dia, não chovia mais, o sol reinava. Indícios de que o céu iria respigar não era concreto, não era aparente, dessa maneira tudo seria melhor.

ㅡ Gostava? ㅡ de repente a ideia de que ela iria gostar do que fosse ver ficou no passado. Será que não é uma boa ideia?

Talvez ela não quisesse isso tudo. Talvez ela estivesse evitando o máximo possível esse lugar e eu a havia trazido para ele, por isso que não morava mais aqui.

Porém, de qualquer forma, isso não explica o seu sorriso. Contradiz sua ação.

ㅡ Gosto ㅡ corrigiu, tornando a me fitar subitamente ㅡ Você não? Digo, já esteve aqui antes?

A vontade de lhe apertar entre meus braços permanecia em mim desde mais cedo e eu só não havia feito ainda, pois minha mente não parava de pensar no que poderia dar errado, porém no momento nada me impedia - Hailey estava bem com tudo aquilo em nossa volta -, então eu coloquei em prática, a envolvi em um abraço, encostando parte de seu rosto em meu peito.

ㅡ Nunca.

ㅡ Certo... ㅡ murmurou, quase como se fosse uma palavra automática, vagando. Seu murmuro se perdeu no ar após minutos e mais minutos de silêncio, até a mesma intervir no próprio, trocando totalmente de assunto com uma pergunta qualquer ㅡ Por que você tem tantas tatuagens? ㅡ a ponta dos seus dedos tocavam suavemente em cada desenho do meu braço esquerdo.

ㅡ Não sei ㅡ dei de ombros ㅡ, eu só gosto.

Naquela nossa mesma distância de corpos ela continuava a arrastar os dedos pelos rabiscos em minha pele, outra vez dando espaço para que tudo se tornasse quieto, até que chegássemos ao destino. Depois de eu me afastar dela, entreguei o dinheiro ao motorista, me posicionando para sair do carro, quando reparei o quanto Hailey estava estática olhando para o lado de fora.

ㅡ Que coincidência... ㅡ soprou tranquilamente.

ㅡ O quê, babe?

ㅡ Esse lugar... ele... ㅡ ela aparentava estar imensamente perdida encarando cada centímetro da paisagem ㅡ Eu... já... ㅡ balbuciou, com as sobrancelhas juntas ㅡ Aqui era a minha casa ㅡ concluiu ㅡ Eu não entendo, como que... Eu pensei que estivesse à venda.

Repentinamente ela olhou para mim, sorriu rapidamente, fitou a parte de fora através da janela e abriu a porta do carro ligeiramente, se colocando de pé. Sua visão era reta, ela olhava diretamente para a casa - que era bem maior do que o imaginado.

Saí ligeiramente do veículo, para poder alcançar Hailey - antes que ela corresse ou andasse para a entrada -, indo fazer todo o processo de chegada de viagem, pegando as nossas malas na parte traseira do carro.

Hailey continuava a sorrir, expressando seus sentimentos. Aquela sua alegria e confusão se expandia a cada minuto que passava, porém ela foi caindo aos poucos quando um homem - que aparentava ter entre 40 a 50 anos - apareceu. Ela estava em estado de choque, surpresa, ficou alarmada, porém, ainda assim, feliz, olhando para ele.

Em conjunto com tudo isso, me sentindo um tanto deslocado, me coloquei ao seu lado, sentindo a urgência de entender o que acontecia.

ㅡ Hailey? ㅡ o homem demonstrava os mesmos sentimentos ㅡ Meu Deus, você voltou! ㅡ ao desmontar a feição estática, ele iniciou um semblante que demonstrava alegria, e, aparentou, que essa foi a deixa para Hailey voltar a exibir seu sorriso, agora ainda maior, fazendo ameaça a estender os braços. Mais ligeiro que antes, segurei no braço da Hailey, impedindo, antes que ele se encaixasse de uma vez.

O que ela estava pensando? Que tipo de afeto é esse com esse cara? Eu preciso saber por que a Hailey ficou tão feliz de vê-lo, mais feliz do que com a surpresa que lhe fiz.

Porém a indignação plantada na feição do homem se sobressaiu ainda mais.

ㅡ Justin, por favor ㅡ suspirei ㅡ Quero...

ㅡ Não, Hailey ㅡ mesmo que ela não tivesse feito algum pedido para mim, eu neguei ㅡ Você quem é? ㅡ fiz minha pergunta por cima da sua, soando seco.

ㅡ Manuel Mendes ㅡ acenou com a cabeça ㅡ Será que dá pra você soltar a Hailey agora?

Arqueei minhas sobrancelhas, afrouxando os dedos no braço de Hailey, mas não soltando. Quem era ele?

Parecia conhecer muito bem Hailey e parecia um sentimento mútuo. Os dois se conheciam e muito bem. Precisava de respostas.

ㅡ Eu sei o que estou fazendo.

Seu queixo se ergueu, como se tivesse detectado uma ameaça. Analisava o que via e parecia extremamente incomodado.

ㅡ O que é isso, Hailey? ㅡ seu dedo indicador foi em minha direção até a de Hailey, apontando.

ㅡ Nós namoramos, eu acho ㅡ comentou Hailey, como se estivesse tentando nos acalmar.

Agora ele parecia realmente surpreso.

ㅡ Namoram? ㅡ balançou a cabeça para voltar a olhar para a loira, no entanto, repentinamente seu olhos desceram de novo para pouco acima do antebraço de Hailey, o qual eu segurava ㅡ E o Shawn sabe de tudo isso?

Me voltei para Hailey, não entendendo exatamente nada quando Shawn foi colocado em meio àquela conversa. Por que Hailey tinha que falar isso para Shawn? Que diferença faria? Então ele realmente tinha influência que eu achava que tinha ou era algo muito além?

Como se ele fosse protegê-la de mim. Eu sou a proteção dela.

ㅡ Não, ele não sabe ㅡ gesticulou nervosa, parecia ansiosa por uma explicação ㅡ Acabou que as coisas aconteceram rápido demais e... Bem, não consegui falar com ele ainda.

ㅡ Hailey ㅡ a chamou depois de escutar a resposta da sua pergunta ㅡ, você não quer ir comigo para casa? ㅡ ele aparentava estar apreensivo ㅡ Digo, a Karen vai querer te ver ㅡ ela parecia ansiosa pra ver a mulher citada ㅡ Podemos conversar um pouco sobre... sobre tudo ㅡ propôs.

ㅡ Eu quero, e muito ㅡ ela queria ir com ele? Ela iria me deixar sozinho? ㅡ Mas... ㅡ cessou sua fala antes ㅡ Eu não posso, acabei de chegar ㅡ suspirou, lançando um curto olhar para a sua casa ㅡ Quero muito um pouco de calma para olhar tudo aí dentro mais uma vez.

ㅡ Sim, é claro ㅡ assentiu, se mostrando totalmente compreensivo ㅡ Mas antes de ir, preciso te perguntar uma coisa ㅡ esfregou uma das mãos na nuca, agora num tom muito mais desconfortável ㅡ Sei que é pouco provável que você saiba, já que eu falei com Shawn esses dias, porém quero saber ainda assim e vindo de você ㅡ por que todo esse suspense? ㅡ Você tem notícias do Carl?

Antes ela parecia estar se escondendo do nome "Carl", mas agora ela estava exposta demais. Quem é Carl?

ㅡ Não... ㅡ somente disse ㅡ Na verdade, faz bastante tempo que eu e Shawn falamos sobre ele.

ㅡ Tudo bem ㅡ ele balançou a cabeça em afirmação, suavemente ㅡ Nada fora do normal.

ㅡ Sinto muito...

ㅡ Você não tem o porquê de sentir ㅡ deu de ombros ㅡ Está tudo bem, eu disse ㅡ agora quem parecia estar preocupada era Hailey, mas com ele, com o homem a um metro de nós. Por que ela se importava com ele? ㅡ Eu já vou indo ㅡ era tudo o que precisava neste segundo ㅡ Por favor, venha nos ver.

Hailey assentiu levemente, parecendo especialmente frágil demais no momento, enquanto olhava para o homem, diante dessa última troca de palavras.

ㅡ Irei ㅡ confirmou.

Ele assentiu lentamente, distribuindo o olhar por todo o jardim a sua frente, antes de tornar a falar:

ㅡ Até mais ㅡ acenou ㅡ Só... toma cuidado ㅡ ele me encarou por um breve segundo, depois deu as costas, afastando-se mais e mais, ao mesmo tempo em que eu me soltava de Hailey, tornando a olhá-la, desta vez com um propósito maior.

ㅡ Quem é ele?

Hailey retribuiu meu olhar com calma, torcendo os lábios para o lado minimamente, antes de realmente responder.

ㅡ É o pai do Shawn ㅡ entendendo minha pergunta, ela foi mais direta ㅡ, é como se fosse um tio para mim.

Certo, porém essa única conversa havia deixado mais dúvidas do que achei que fosse possível em relação a essa cidade.

ㅡ E quem é Carl? ㅡ aproximei-me ainda mais dela.

ㅡ Carl é... um amigo ㅡ outro amigo? Quantos amigos ela tem? ㅡ Meu melhor amigo ㅡ seu semblante se mostrava triste, porém ao mesmo tempo parecia querer se mostrar bem.

Essa conversa com esse homem havia deixado Hailey para baixo. Não seria algo que eu deixaria se repetir.

Como eu já havia compreendido tudo que ela tinha falado, dei continuação ao que fazíamos, seguindo a ir em direção à casa, agarrando as malas que estavam ao meu lado.

ㅡ Eu posso levar uma.

ㅡ Não.

Eu continuava a andar para a porta de entrada, que eu julgava estar aberta - por eu saber que as empregadas que contratei estariam lá. Ao adentrar no primeiro cômodo, que era a sala, percebi que Hailey estava com seu corpo estático, enquanto mexia sua cabeça para olhar para todos os lados.

ㅡ Eu gosto tanto daqui ㅡ murmurou.

Ela gostou.

ㅡ Eu comprei para você ㅡ no mesmo instante que soltei a frase, observei ela virar rapidamente pra mim ㅡ É seu.

Descrente, ela olhou a sua volta, balançando a cabeça para os lados, negando sobre as minhas palavras.

ㅡ Como assim? ㅡ queria saber.

ㅡ É tudo seu, babe ㅡ apontei com os braços.

ㅡ Como? Como você sabia dessa casa? ㅡ ela segurava a emoção de incrédulidade ㅡ Mas... Meu Deus! ㅡ espantou-se tão repentinamente, que acabei levando um pequeno susto ㅡ Não, Justin! Você não pode fazer isso.

ㅡ Babe, era sua e... Bem, agora é sua também.

ㅡ Mas como você sabe? ㅡ repetiu, passando a ser persistente.

ㅡ Não importa ㅡ não era importante como eu cheguei a comprar essa casa ㅡ O que importa é se você está feliz com isso.


Notas Finais


Eu não sei muito sobre furacão, mas o que eu sei está aí.
Espero que não tenha nenhum erro.

O que acharam?

Xx iCRalx
Xx Cxmalx


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