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História Posso te Contar Um Segredo? - Uni duni tê, o escolhido foi você


Escrita por: burningtoasts

Notas do Autor


Olá! Após ter escrito vários capítulos que levaram para um caminho que não desejei para esta estória, resolvi reescrevê-los, até que um bloqueio criativo destruiu todas e qualquer chances que haviam de "Posso te Contar Um Segredo?" continuar de pé. Aconteceu, no entanto, dias depois, o fim de "Pretty Little Liars", que ficou na minha cabeça por alguns dias, comigo questionando o por quê de I. Marlene King ter diferenciado tanto o roteiro da série do roteiro dos livros. Decidi, então, que nenhum dos dois (nem livros, nem série) foram 100% agradáveis e coesos para mim. Então, uma luz no fim do túnel me deu a ideia de deletar da mente (e do armazenamento do PC) uma linha do tempo especial e vários capítulos escritos e finalmente me dedicar a algo que sei que trará resultados positivos.

Dessa forma, apresento-lhes, caros seguidores, a mais nova versão de Rosewood – uma que te assustará.

Boa leitura, xoxo

Capítulo 1 - Uni duni tê, o escolhido foi você


Fanfic / Fanfiction Posso te Contar Um Segredo? - Uni duni tê, o escolhido foi você

Vamos imaginar que você acabou de ganhar um sorteio. O prêmio é um conjunto magnífico de caneca, blusa e almofada estampado com o design do seu seriado favorito. É lógico que você, ao receber a notícia, saiu berrando pela casa e sua mãe gritou com você por ser tão estranha. Ela mal sabe o porquê. Você nunca, nunquinha ganhou num sorteio. Achava que era a pessoa mais azarada do mundo. Até que seu nome apareceu no topo da página e um e-mail de confirmação chegou à sua caixa de entrada. Imagine tudo isso.

É uma coisa muito boa, certo? Excitante, até. Agora imagine uma situação semelhante, mas que lhe causa um sentimento completamente oposto. Imagine que o prêmio do sorteio seja aquilo que você mais odeia, tipo ficar uma manhã inteira numa fila de caixa eletrônico. Ou passagens de ônibus de ida e volta para uma cidadezinha no interior que ninguém dá a mínima. Ou ficar uma hora e quarenta e sete minutos esperando por um garoto que no final manda uma mensagem de texto avisando que acha que não vai dar certo. Ou algo muito pior. Imagine tudo isso também.

Cinco garotas bonitas e aparentemente inofensivas de uma cidade da Pensilvânia ganharam um sorteio incrível. E o prêmio foi muito recompensador. Porém, veja bem, a palavra “recompensador” pode significar muitas coisas para muitas pessoas – depende de quem está sendo recompensado.

A pergunta de um milhão de dólares é: elas gostaram do que ganharam? Há, porém, uma verdade intrínseca: elas mereceram.

 

 

Às 22h45 de uma noite de domingo, os olhos verdes de Emily Fields abriram abruptamente; a jovem logo pulou para fora do saco de dormir e olhou ao redor. Aria Montgomery, uma de suas amigas, uma garota fora de órbita e artística aos extremos, estava dormindo em posição fetal em uma poltrona. Hanna Marin, outra amiga, o ser humano mais gentil e doce do planeta, dormia solenemente num sofá em frente a Emily. As três estavam no celeiro (transformado numa área de lazer) da família de Spencer Hastings, outra amiga delas. Mas onde estava Spencer? E onde estava Alison DiLaurentis, a quinta, mas não menos importante, integrante do grupo?

Emily foi até a porta do celeiro, a abriu, e olhou para fora. O vento frio jogou-se nela, e a fez estremecer. Ela voltou e resolveu acordar as amigas. No instante em que sua mão estava a cinco centímetros de distância de Aria, um grito ensurdecedor a assustou. Emily nem mesmo precisou mexer nas amigas para acordá-las.

– O que foi isso? – questionou Hanna, com uma voz rouca. Emily a olhou rapidamente. Seu cabelo tomara uma forma estranha devido à posição em que Hanna estava dormindo. Aria, à distância, olhava para as duas, assustada, com os olhos arregalados.

– Eu não sei – respondeu Emily com um muxoxo. – Por acaso vocês sabem onde Spence e Ali estão? – Emily olhou-as, mas ambas balançaram a cabeça negativamente. – Ótimo. Vamos procura-las, então?

Emily começou a caminhar, mas foi interrompida por um puxão de Aria.

– O que foi? – murmurou Emily abruptamente.

– Nós não podemos ir lá fora, Emmy. – A voz de Aria soava assustada e infantil. – Você não ouviu o grito? Algo coisa muito ruim deve ter acontecido!

– É justamente por isso que temos que ir achar as duas! – exclamou Emily, empurrando a mão de Aria para longe. As duas se olharam por um tempo, e Hanna parecia tão assustada quanto Aria. Emily respirou fundo. – Desculpa, Aria, desculpa mesmo. Não precisava ter sido tão brava. – Emily sorriu para Aria, que tentou sorrir de volta, mas o medo não a permitia, pelo menos não corretamente. – Nós só vamos dar uma volta lá fora, ok? Se não virmos as meninas, voltamos para cá e ligamos para elas.

Hanna e Aria assentiram veementemente e começaram a seguir Emily. Quando as três estavam próximas o suficiente para uma delas abrir a porta, um estrepitoso baque na parte exterior da construção as assustou terrivelmente. Era como o som de um taco de hóquei batendo no chão, ou algo parecido. A porte então bruscamente se abriu, mais um grito pode ser ouvido, e um fluxo gélido de vento abraçou Emily, Aria e Hanna de modo pavoroso. Nenhuma delas abriu a boca para falar nada, até que Spencer e Alison apareceram de supetão, dando gargalhadas.

– MEU DEUS DO CÉU, VOCÊS TINHAM QUE TER VISTO A CARA DE VOCÊS! – Alison berrou com a mão na barriga. Spencer apontou para ela e concordou. Uma lágrima escorria pelo seu rosto.

Aria, Emily e Hanna, ao ver as duas rolando no chão e aproveitando-se do medo delas, cruzaram os braços ao mesmo tempo, fizeram cara de raiva e as observaram. Não conseguiram, no entanto, deixar de rir. A cena fora, realmente, algo inacreditável. Elas caíram direitinho na brincadeira. Alison e Spencer correram atrás das três, tentando abraça-las, ainda gargalhando.

Praticamente no minuto seguinte, “Where Have You Been” reproduzia no volume máximo. Alison rebolava e sensualizava, enquanto Emily e Hanna tentavam imita-la, Spencer pulava para lá e para cá e Aria jogava os cabelos e o corpo de uma forma aleatória. A noite fria não impedia de forma alguma a performance das cinco amigas –  na verdade, a temperatura só as incentivava a suar mais e mais.

Era sempre assim. Spencer arranjava o lugar. Alison roubava as bebidas do pai. Hanna preparava lanches. Aria escolhia os filmes, os episódios, as playlists. E Emily ligava para as mães para convence-las a deixar as outras irem – sempre a mais convincente e mais respeitada. Não havia limites para as cinco. Se alguma delas decidisse que seu próximo encontro seria numa plantação de milho no meio do inverno, então as cinco tornavam o local, a situação e o momento os melhores do universo.

 

 

Na manhã seguinte, a luz do sol invadiu o celeiro. Quatro das cinco meninas estavam lá, dormindo feito anjos. Enquanto isso, fora do celeiro, Spencer se exercitava. Seus braços e pernas abriam e fechavam várias vezes, sucessivamente. Na mão direita estava seu iPod, reproduzindo Britney Spears através dos fones de ouvido. Spencer estava num pique recorde para uma manhã de segunda-feira de férias. Ela tentava não pensar em nada enquanto mudava de exercício e seu corpo repetia os movimentos automaticamente. Tentava direcionar sua mente para um lugar bem distante, quase inalcançável, com muita paz e relaxamento. Mas sua mente continuava voltando para o início das aulas. Era o início do segundo ano, e Spencer precisava, mais do que nunca, dedicar corpo e alma para suas notas, suas atividades extracurriculares, seu clube de teatro e tudo aquilo que a ajudasse em um dos momentos mais importantes e mais esperados de sua vida: a transição do ensino médio para uma faculdade digna de Spencer Hastings.

“I Wanna Go” era a faixa seguinte. Assim que a melodia repetitiva da faixa alcançou seus ouvidos, Spencer parou os movimentos pré-determinados e começou a dançar indiscriminadamente. Assim como na noite anterior, ela dançava no ritmo da música, sem uma coreografia específica, mas sim algo como um improviso bagunçado. Enquanto se jogava, se visualizava quinze anos mais velha, bem-sucedida e independente do dinheiro de sua família. A Spencer que ela visualizava vestia uma roupa diferente para cada dia de trabalho e para cada evento superchique que ela comparecia. A Spencer que ela visualizava amava várias pessoas e nenhuma ao mesmo tempo. A Spencer que ela visualizava era amiga de pessoas importantes, como Ellen DeGeneres, Barack Obama e a Rainha da Inglaterra. A pessoa que ela visualizava era seu objetivo de vida, e nada poderia atrapalhar Spencer de conseguir o que queria.

Um puxão forte e abrupto tirou Spencer do transe. Seu iPod caiu no chão, junto com os fones. Ela olhou para a frente e sua mãe estava com seus grandes olhos semicerrados, mas com uma cara de susto.

– O que foi isso? – Spencer quis saber, olhando para a mãe.

– Spencer, algo terrível aconteceu.

 

 

Enquanto isso, Aria caminhava pelo celeiro procurando o pé direito de sua bota de couro. Lembrava que na noite anterior estava tão elétrica que arremessou as botas para diferentes lugares. Procurou, procurou, procurou e procurou. Finalmente, achou o pé direito embaixo do sofá, incrivelmente o único lugar no qual não procurou.

Hanna, Emily e Alison dormiam calmamente no chão, e Spencer não estava em nenhum lugar à vista. Aria pegou seu celular e leu no visor 8 NOVAS MENSAGENS. Não queria lê-las, também não queria ficar no celeiro, não queria sair para comer, não queria acordar as meninas. Aria não estava certa de nada. A noite tinha sido algo maravilhoso. A diversão foi limitada, mas aproveitável o suficiente. Então... sim, Aria estava certa de uma coisa: a noite. Não, duas coisas: a noite e sua arte. Aria queria pintar a cena das horas anteriores que estavam em sua cabeça. Queria pegar um pincel, vários tons de azul e jorrar tudo aquilo que estava em sua mente num quadro. Queria transformar sua atividade passada em algo imortal.

Aria, então, queria alguma coisa. Mas não havia pincel nem quadro ali, no celeiro dos Hastings. Então improvisou. Fechou os olhos, levantou a ponta do dedo indicador e começou a pincelar o ar, imaginando as curvas, as cores e as feições. De sua boca saia uma melodia fora de ritmo, quase um murmúrio. Aria girava, e seu longo cabelo preto – e a mecha rosa – tomava espaço ao seu redor. Naquele momento, ela sentia-se genuinamente feliz. Um sentimento de paz maravilhoso tomou conta de seu corpo, e Aria imaginou-se fazendo o mesmo nas ruas de Paris. E imaginou Halbjörn ao seu lado. Ela o amara intensamente durante os dois anos em que viveu na Islândia, três anos atrás. Não sabia porque Halbjörn era um personagem de sua fantasia momentânea, mas deixou-se levar.

– A qualquer momento você vai cair de bunda no chão.

A voz de Alison a trouxe de volta para a realidade e Aria, de fato, caiu de bunda no chão. As três garotas gargalharam com o resultado.

– Desculpa ter acordado vocês – disse Aria, envergonhada.

– Sem problemas, Aria – respondeu Hanna. – Nós adoramos ver você dando várias voltinhas.

Antes que Aria pudesse pensar em algo para responder, a porta do celeiro abriu com um estrondo. As quatro assustaram-se e viram Spencer entrar correndo, vestindo roupa de treino. Seu cabelo loiro estava amarrado num coque alto bagunçado, e seu rosto exibida feições de cansaço e terror. Aria não sabia como interpretar a cena.

– Meninas, vocês não vão acreditar no que aconteceu. – A amplitude da voz de Spencer as assustou ainda mais, e elas se entreolharam. Todas, após, focaram-se de volta em Spencer, esperando uma resposta. Spencer respirou fundo. – Jenna Cavanaugh morreu.

 

 

Eu não acredito nisso, pensou Hanna. Sua mente estava embargada, e, naquele momento, ela sentia-se a pessoa mais horrível do mundo. Seu corpo cheinho parecia estar sendo puxado para baixo, como se a força da gravidade tivesse aumentado de potência. Ela lentamente enrolava com o dedo indicador uma mecha de seu cabelo grande, loiro e oleoso. Hanna olhou para o chão e viu que havia uma mancha no final de sua calça, provavelmente de sorvete.

Ela, as meninas e a família de Spencer estavam na sala de estar da residência, assistindo ao 911 Enquirer, um programa televisivo de notícias transmitido pela emissora local. Uma repórter magra e morena vestindo um terninho preto narrava uma série de acontecimentos da noite anterior na Salt Lake Street.

Aparentemente, oito horas atrás, a jovem Jenna Cavanaugh, uma estudante de Rosewood High School, saiu com duas amigas para comemorar a promoção do pai no emprego. Após visitarem dois bares diferentes, as três amigas resolveram dormir na casa mais próxima, que era a casa dos Cavanaugh. Juntas, elas passaram a noite fofocando e bebendo, até que Jenna recebeu uma ligação de um número desconhecido e saiu da casa, deixando as amigas para trás e se dirigindo para o quintal da residência. A partir daí, nem a polícia ou os familiares, vizinhos e amigos sabem o que aconteceu com precisão. Na manhã seguinte, a madrasta de Jenna a achou esfaqueada, na grama do quintal.

Isso, Hanna pensou, só pode ser uma terrível brincadeira.

Ela olhou discretamente para as meninas, que pareciam tão preocupadas com a situação quanto elas. Ela então olhou para a Sra. Hastings, que mantinha a mão na boca, chocada com a notícia. O Sr. Hastings, ao lado, permanecia quieto e calado, vez ou outra teclando algo no celular. A irmã mais velha de Spencer, Melissa, sentada numa poltrona perto de Hanna, fingia desinteresse enquanto serrava as unhas e revira os olhos todas as vezes em que uma foto de Jenna aparecia na tela da tevê.

Aria, Spencer, Alison, Hanna e Emily não conseguiam evitar se sentirem culpadas por algo – mas não o quê, nem por quê.

Dois anos e meio antes, quando o segundo e último semestre do sétimo ano começou, Jenna Cavanaugh chegou em Rosewood High. Era ela deslumbrante – seus cabelos sedosos e macios mexiam-se quando ela caminhava, seu corpo magricelo e esbelto era complementado por suas roupas caríssimas, e seu rosto quadrado tinha um tom de mistério que deixava todos intrigados. Todos, menos Alison.

Naquela época, Alison havia completado um ano e alguns meses em Rosewood. Quando ela chegou na escola, também teve uma recepção calorosa e abismada. Então, para Alison, a presença de Jenna e sua recém-criada e indesejada reputação eram uma terrível ameaça. Assim, um dia, quando Jenna estava almoçando com alguns jogadores de hóquei de campo, Alison juntou-se a eles e começou a berrar com Jenna e revelando para todos que Jenna fez lipoaspiração para ficar mais magra e limpeza de pele para remover suas espinhas. Alison, ainda, mostrou uma foto claramente editada de uma Jenna mais nova, com um rosto repleto de espinhas e um corpo mais redondinho. Os meninos do hóquei começaram a rir de Jenna na mesma hora, assim como grande parte do resto da escola, e Jenna faltou as aulas durante uma semana.

Quando Jenna retornou, ninguém a olhava na cara, os holofotes saíram de seu rosto, e ela logo tornou-se amiga de Mona Vanderwaal e Stacey Pembleton, duas meninas que, segundo Alison, eram tão perdedoras quanto Jenna.

Alison era esse tipo de garota. A it girl do cenário social de Rosewood High. Ela era filha de dois corretores de imóveis; a casa dela era rodeada de árvores gigantes, tinha uma pintura magnífica e três empregados; a mãe dela era o rosto de comerciais da Saks e o pai dela tinha uma pequena coleção de carros; e a própria Alison não vestia nada que custasse menos do que ela pudesse comprar. Ela era invejada pelas meninas, e desejada pelos meninos. Sua vida era perfeita nos olhos dos outros. Por isso que Hanna, Emily, Aria e Spencer ficaram lisonjeadas – e assustadas – quando Alison lhes apareceu elogiando uma caligrafia, uma roupa, umas pinturas ou uns itens de papelaria. De súbito, as cinco tornaram-se melhores amigas. Sem que ninguém suspeitasse, elas começaram a um reinado de popularidade na escola. Que se mantém inabalavelmente.

– Que pena estou sentindo dessa pobre garota – queixou-se a Sra. Hastings, cruzando os braços. – Meninas, vocês não ouviram nada ontem? Quer dizer, a casa de Jenna não é tão longe da nossa.

Foi então que Hanna se deu conta. A mãe de Spencer havia lembrado de algo muito importante. A Salt Lake Street era uma rua impecavelmente limpa e com fim, situada no sudoeste de Rosewood. Apenas quatro casas faziam parte da rua. A casa dos Hastings, na ponta, coberta pelo bosque; mais atrás, a casa dos Vanderwaal, onde morava Mona e sua mãe; em frente a esta, a casa dos Cavanaugh; e, mais distante, a casa dos DiLaurentis, cercada por trás pelo bosque.

As meninas haviam passado a noite no celeiro dos Hastings, próximo da casa dos Cavanaugh, e não haviam visto nada – absolutamente nada. Jenna fora esfaqueada até a morte bem pertinho delas.

Quase que instantaneamente após a Sra. Hastings falar, os olhos das cinco se arregalaram. Haviam compreendido a gravidade da situação. Melissa as olhou com suspeita, mas logo voltou-se para seu celular. Aria abruptamente levantou-se.

– Preciso ir para casa, meus pais devem estar me procurando.

Rapidamente, Hanna, Emily e Alison também se levantaram, sorrindo e cumprimentando os pais de Spencer. Elas logo estavam fora da casa, cada uma pegando um caminho diferente para suas casas. Hanna e Aria entraram no Subaru da mãe de Aria e logo estavam vagando pelas ruas sinuosas da cidade. Aria girava o volante e trocava a marcha suavemente, enquanto Hanna estava jogada no banco do passageiro com o lado direito do rosto encostado na janela. Quando se deu por si, elas já haviam chegado na Blake Street. Desceram do carro e se abraçaram, ainda em silêncio.

– Você acha que nós poderíamos ter prevenido a morte de Jenna? – Hanna se afastou um pouquinho e se recostou no carro, cruzando os braços. Sua voz soava rouca e calma, mas, por dentro, Hanna fervia com pensamentos indesejados e invasivos.

– Mas é claro que não, Hanna. – Aria a olhou, analisando-a. – Você, por acaso, ouviu ou viu a Jenna ontem à noite?

Hanna balançou a cabeça negativamente e Aria então posicionou os braços nos ombros de Hanna, tentando acalmá-la.

– Não se preocupe, Han. Nós não somos culpadas pelo o que aconteceu com Jenna. Algum maníaco a atacou durante a noite, e não havia nada que pudéssemos fazer, ok?

– Ok – murmurou Hanna. Seus olhos lacrimejavam.

– Agora vem aqui – disse Aria e abraçou a amiga mais uma vez.

Hanna e Aria se despediram e cada uma foi para um caminho diferente. As duas eram muito próximas, principalmente devido ao fato de serem vizinhas de frente. Sempre que possível uma estava auxiliando a outra em alguma coisa importante.

Cada uma das cinco meninas sentia-se devastada, apesar de Jenna nem ter sido amiga delas ou coisa assim. Havia um aperto no peito de cada uma, como se elas pressentissem que algo ruim fosse acontecer a qualquer momento, mais uma vez. Naquela segunda, elas passaram a tarde fazendo atividades comuns, ficaram em casa, conversaram e socializaram nas redes sociais, jantaram com suas famílias e foram dormir tranquilamente.

Bem, quase todas elas.

 

 

Às 23h12 daquela noite, Alison acordou depois de um terrível pesadelo. Ao seu lado, na cabeceira, seu celular tocava indiscriminadamente. Ela pegou-o e viu que havia recebido uma mensagem de texto de um número desconhecido. Quem envia SMS hoje em dia?

Assim que o aplicativo de mensagens foi aberto e Alison leu o conteúdo na caixa de entrada, seu coração acelerou.

Sentindo-se estranha? Saiba de uma coisa muito importante: você matou Jenna. É sua culpa, Ali D. Espero que você compareça à minha festinha particular no seu quintal, que começa agora mesmo.

 

Que porra é essa?

A mente de Alison foi invadida por um turbilhão de pensamentos, faziam-na enlouquecer. Seu corpo de repente ficou fervendo, e transpirava rapidamente. Alison pulou para fora da cama e vestiu uma calça de moletom e uma camiseta de tweed. Correu para fora do quarto, pegou um antigo taco de beisebol do irmão e andou pé ante pé até a janela da porta traseira. Olhou minuciosamente para cada canto do quintal. Ela então ouviu um barulho estranho, como se alguém houvesse pisado num galho de árvores. E, diabos, a casa dela era rodeada de malditas árvores.

Alison então decidiu chamar o pai e virou-se para voltar para o andar superior, mas antes que pudesse faze-lo, a porta traseira foi escancarada, permitindo que uma jorrada de vento frio adentrasse a casa.

Com o susto repentino, Alison congelou no início da escadaria, tentando entender o que estava acontecendo. Ela olhou para cima e implorou para si mesma que uma luz estivesse acesa, indicando que alguém havia acordado. E, quando Alison abaixou a cabeça novamente, uma figura preta mascarada estava à sua frente. Ela tentou subir as escadas, mas uma forte dor na parte de trás da cabeça a atingiu e, nos instantes antes de apagar completamente e sucumbir à escuridão, viu o taco de beisebol sendo segurado por uma mão vestida com uma luva preta.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Prometo a vocês que vou me esforçar o máximo para entregar os capítulos mais rapidamente!


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