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História Pra Sempre - O Reencontro


Escrita por: TamyFranco

Capítulo 17 - O Reencontro


Sarah


 

-Doutora Sarah a paciente será transferida de manhã. - explica uma enfermeira.

Acabei de receber a notícia de uma cirurgia urgente que terei que realizar logo cedo, uma paciente em estado grave, ela vem de Nova York, passou mal por falta de ar e foi descoberto que ela tem cardiomiopatia, isso não é nada bom, nada mesmo!

-Ok, vou me preparar para a cirurgia então, você alerta a equipe? - olho alguns prontuários.

-Aviso sim doutora, pode deixar. - a enfermeira sai pra avisar a equipe.

Resolvo ligar para mamãe, sempre antes de uma cirurgia gosto de ligar para ela, me sinto mais segura depois de ouvi a voz da mamãe para realizar qualquer procedimento que exigirá bastante de mim, me sinto mais confiante.

-Oi Sarah! - diz mamãe com a voz sonolenta.

-Oi mãe, desculpa te acordar! - nem lembrei de olhar as horas antes de ligar, já estou a tanto tempo nesse hospital que perdia a noção das horas.

-Vai fazer alguma cirurgia filha? - pergunta mamãe sabendo do motivo da minha ligação.

-Vou sim, logo de manhã… - respiro fundo.

-Vai dar tudo certo filha, você sempre se sai bem, só relaxar! - mamãe me acalma.

-Como é bom ouvir isso de você mãe, você não tem noção do quanto me ajuda! - sorrio.

-Por isso não me importo com o horário que você liga, sabe que sempre que precisar estarei aqui pra você Sarah… Pra qualquer coisa! - enfatiza ela.

-Obrigada mamãe! Enfim… Preciso ir, tenho que me preparar para a cirurgia.

-Vai lá filha, ficarei orando por você.

-Obrigada mãe, te amo!

-Tambem te amo filha!

E desligo, respiro fundo e sigo pelo corredor pensando na cirurgia.


 

[…]


 

John


 

Vejo mamãe sendo colocada na ambulância, papai vai acompanhando ela, a contragosto, mas ele disse que não larga dela por nada, mandei Patrik para a empresa segurar as pontas lá, disse que qualquer coisa avisava, então pego meu carro e sigo em direção ao hospital de São Francisco, acabo chegando primeiro que a ambulância, o que é bom porque vou investigar quem é a tal doutora que vai operar minha mãe.

-Bom dia! - digo a atendente da recepção.

-Pois não? - diz ela.

-É… Minha mãe vai passar por uma cirurgia hoje… Gostaria de saber quem é a doutora que vai operá-la.

-Cirurgia do que? - pergunta ela teclando no computador.

-Do coração. - respondo.

-Qual o nome da paciente?

-Valéria Simon.

-Só um instante que vou verificar. - ela digita em mais algumas teclas. - Ah… Quem vai realizar a cirurgia é a doutora… - meu celular toca.

“Péssima hora!”

Faço sinal pra atendente me dar licença e atendo.

-Alô! - digo meio impaciente.

-Oi amor, tudo bem? - diz Jéssica do outro lado da linha.

-Oi Jéssica. - solto o ar passando a mão no cabelo. - Não tá nada bem as coisas por aqui…

-O que aconteceu John? Me deixou preocupada!

-Mamãe passou mal ontem e vai ter que fazer uma cirurgia do coração hoje, aliás, daqui a pouco, ela deve estar chegando com a ambulância aqui em São Francisco. - me sento em uma cadeira na recepção.

-Meu deus John! Que notícia triste! - Jéssica demonstra preocupação. - Mas por que São Francisco? Não tinha como ela fazer essa cirurgia em Nova York mesmo?

-Infelizmente não, o médico de lá disse que não realizava esse tipo de cirurgia, e que aqui em São Francisco tem uma médica especialista nessa cirurgia, e cá estamos.

-Poxa John! Bom… Ainda bem que acharam quem faça essa cirurgia.

-Menos mal. - tento soar positivo.

-Assim que conseguir uma folga aqui vou pra ai.

-Não precisa Jéssica…

-Precisa sim John, sua mãe é como se fosse a minha, ela merece minha consideração, você sabe o quanto a amo!

-E ela tambem sente o mesmo por você. - a ambulância para em frente ao hospital. - Jéssica preciso ir, a ambulância acabou de chegar. - começo a ir em direção a ela.

-Vai lá amor, e me mantenha informada…

-Pode deixar, tchau!

Nem dou tempo dela se despedir e desligo, meu pai desce e logo em seguida os enfermeiros começam a levar a mamãe para dentro do hospital.

-Ocorreu tudo bem com a viagem? - pergunto ao papai.

-Tudo sim John, ela ainda está desacordada, mas os enfermeiros disseram que tá tudo bem.

Coloco meu braço em volta de papai e começamos a seguir mamãe.


 

[…]

Sarah


 

-Tá tudo pronto pessoal? - pergunto a equipe na sala de cirurgia.

-Tudo sim doutora Sarah. - diz o anestesista.

-O coração tambem já está no jeito. - diz outra enfermeira.

Solto o ar confiante e saio da sala para receber a paciente, ando de um lado para outro impaciente, olho as horas no relógio de parede, de repente o elevador abre e uma equipe de enfermeiros estão em volta de uma maca… A paciente.

-Levem ela para a sala de cirurgia, a equipe médica já está aguardando. - digo assim que a paciente passa por mim, difícil ver quem é por que ela está entubada.

Infelizmente por erro de sistema não consegui saber seu nome, veio os dados dela necessários para realizar o procedimento, mas o nome mesmo, não veio, sei lá o que ouve de verdade, enfim… Ela chegou e essa cirurgia será realizada. Antes de eu entrar na sala de cirurgia o elevador abre novamente e dois homens saem de lá, um mais velho e outro mais jovem, eles vem se aproximando e sinto que já os conheço, começo a andar em direção a eles, o mais jovem apoia o senhor e o leva para a sala de espera, eles não notam minha presença, me aproximo mais com o coração na mão.

“Não pode ser!”

O rapaz volta para o corredor e assim que ele levanta a cabeça nossos olhos se encontram… John.


 

[…]


 

John


 

Sarah? É ela mesmo ou é impressão minha? Ela se aproxima mais e fica a alguns passos longe de mim.

“Só pode ser um sonho!”

-Sarah? - pergunto sem acreditar no que estou vendo.

-John? - ela tambem demonstra surpresa.

-O que faz aqui? - pergunto analisando suas roupas, ela está com roupa de hospital.

-Trabalho aqui. - responde ela ainda me encarando. - Sou médica.

-Realizou seu sonho. - John me lança um sorriso.

-Pois é… - olho em direção a sala de cirurgia. - Preciso ir, uma paciente me aguarda pra um transplante…

-Espera… Você é cardiologista?

-Sim, sou.

Passo as mãos no cabelo nervoso, não consigo acreditar que quem vai fazer a cirurgia da mamãe é a Sarah, sim a vida da minha mãe está nas mãos de Sarah Parker.

-John… Você tá bem? - pergunta ela notando meu nervosismo.

-A paciente que te aguarda é minha mãe. - solto.

Sarah arregala os olhos.

-Dona Valéria que está naquela sala? - pergunta ela nervosa.

-Sim. - solto o ar dos pulmões.

-Por essa não esperava! - Sarah respira fundo e olha para os sapatos.

-Sarah… - ela volta a me olhar. - Salva minha mãe… Por favor! - meus olhos estão marejados.

Sarah fica me encarando, ela se aproxima e pousa sua mão em meu ombro, estamos tão próximos que sinto seu perfume, as lembranças voltam como um vulcão em erupção, ela olha no fundo dos meus olhos.

-Confia em mim John? - sussurra ela.

-Sempre! - respondo e uma lágrima escorre por minha bochecha.

Sarah a enxuga.

-Fique com seu pai, agora preciso salvar sua mãe. - ela se afasta. - Fique calmo tá!

Faço que sim com a cabeça e Sarah segue em direção a sala de cirurgia, assim que ela fecha a porta atrás de si as lágrimas me dominam, um sentimento misto me invade, desespero, saudade, angústia, medo, tudo junto e misturado, ainda estou em choque, não consigo acreditar que é a Sarah que vai realizar a cirurgia da mamãe, nesse momento só consigo ter certeza de uma coisa… O quanto ainda amo Sarah Parker.


 

[…]


 

Sarah


 

Não consigo acreditar no que acaba de acontecer, rever John depois de 18 anos é… Estranho, bom, mas estranho, enfim… Tenho um longo desafio logo a frente… Salvar a vida da mulher que acabou com a minha.

-Vamos lá equipe, vamos trabalhar! - digo entrando na sala de cirurgia.

Me aproximo da cama onde dona Valéria se encontra, ela está bem diferente da mulher que conheci, não lembra em nada aquela mulher valente e cheia de si de antes, está pálida, de cabelos brancos e algumas rugas, e sua expressão mostra que ela andou sofrendo, com a saúde creio eu.

-Doutora Sarah a anestesia já foi aplicada. - me diz o anestesista.

-Ok, obrigada. - vou até meus equipamentos para começar o procedimento.

A cirurgia leva horas, resolvi apagar por um momento de quem se trata a paciente, deixei meu lado profissional falar mais alto, apesar de tudo, é um ser humano que se encontra ali, merece ser salvo. Assim que finalizamos a cicatrização de dona Valéria me afasto para o resto da equipe fazer o seu trabalho, retiro minha roupa que usei na cirurgia e saio porta à fora e me encosto na parede, respiro fundo antes de encontrar John novamente, assim que começo a dar uns passos em direção a sala de espera John vem ao meu encontro… Apavorado.

-A cirurgia terminou? Como foi? Minha mãe está bem? Você conseguiu salvá-la? - John me lança um monte de perguntas.

-Sim, a cirurgia terminou, deu tudo certo, aparentemente dona Valéria está bem sim, agora ela será transferida pra UTI para recuperação, foi sim uma cirurgia delicada, então só poderemos saber como vai ser conforme sua recuperação e sua reação aos remédios, mas de imediato… Ela está bem sim. - consigo explicar.

John me encara com os olhos marejados e me abraça, seu perfume me invade, seu braços fortes me envolve, as lembranças me vem a mente, seu sorriso de menino, seu toque, seu beijo, seu abraço, nossas conversas, tudo volta de repente.

-Obrigado! - sussurra ele ainda me abraçando.

-Só fiz meu trabalho John. - faço carinho em suas costas.

John se afasta, mas seu rosto fica a milímetros do meu, sinto sua respiração acelerada, lentamente ele faz carinho em meu rosto, fecho os olhos diante do seu toque.

-Sarah… - ele sussurra meu nome. - Como senti sua falta!

-Doutora Sarah… - uma enfermeira me chama.

Me afasto rápido de John.

-Sim. - respondo me recompondo.

-A paciente será levada para a UTI. - anuncia ela.

-Ótimo, obrigada. - me viro para John que tambem está encabulado pelo flagra que levamos. - Preciso avisar seu pai.

-Sim, claro, ele está ansioso por notícias. - John passa as mãos no cabelo.

“Ele não perdeu essa mania quando fica nervoso!”

-Ele está na sala de espera? - pergunto.

-Sim… - John me dá passagem e seguimos para a sala de espera.

Assim que encontro senhor Homer me dá pena, ele está acabado, sua preocupação com a mulher está estampada em seu rosto.

-Pai! - John o chama. - A cirurgia já terminou. - comunica ele.

Senhor Homer levanta a cabeça e me vê.

-Olá doutora… - ele vem até mim. - Como está minha mulher? - pergunta ele preocupado.

-Deu tudo certo na cirurgia senhor Homer, ela foi transferida para a UTI para recuperação, por enquanto ela está sedada, mas logo o senhor poderá vê-la. - digo.

-Isso é ótimo! - ele chora. - Obrigado doutora! - ele segura minhas mãos nas suas.

Pelo jeito ele não me reconhece, tambem, nos vimos de verdade uma única vez na vida, naquele maldito jantar, onde passei minha maior humilhação. Procuro esquecer o que houve e me concentrar no agora.

-Se o senhor desejar poderá retornar para casa e descansar um pouco…

-Não! - ele me interrompe. - Não vou deixar Valéria!

-Pai a Sa… - John pigarreia. - A doutora Sarah está certa, você precisa descansar, ficar aqui não vai adiantar nada, não podemos ver a mamãe agora…

-Mas John… - senhor Homer é teimoso.

-Vamos pai, por favor, o senhor tem que estar bem quando ver a mamãe de novo. - insiste John.

-Tudo bem… - ele olha para mim. - Você me avisa se minha mulher acordar?

-Claro! O senhor será o primeiro a ser avisado! - o tranquilizo.

-Então vamos John, sei que não vou conseguir pregar o olhos, mas pelo menos um banho eu tomo. - senhor Homer vai seguindo em direção ao elevador.

-Sarah… - John me encara. - É…

-Vai com seu pai John, ele precisa de você agora. - interrompo.

-Mas…

-Agora não John, não é o melhor momento. - sei que ele tem muitas coisas a dizer, assim como eu, mas agora não dá, aliás, nem sei se devemos ter mesmo essa conversa.

-Você tem razão… - ele se aproxima. - Sempre teve. - John fica me encarando.

-Tchau. - me esforço pra dizer.

-Tchau. - ele se afasta e vai atrás de seu pai, antes do elevador fechar ele acena.

Respiro fundo assimilando tudo o que aconteceu.


Notas Finais


Finalmente!!!


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