História Pra Sempre Minha. - Meu sorriso :D

POV Alice

 

 

Acordei, e já estava tudo claro dentro do apartamento. Agradeci mentalmente  por não ter bebido muito ontem a noite. Tentei me espreguiçar, mas logo lembrei de alguém ao meu lado. Me virei devagar para observa-la, linda e com frio. Maldade fazer ela dormir aqui no chão. A cobri durante a noite com meu casaco, a partir dai acho que ela dormiu melhor. Eu não podia negar estar chateada, fiquei muito puta com ela, e isso não vai passar tão rápido.

 

 

Nunca senti na vida, tanto medo de perder alguém. Eu sei que deveria ter confiado nela, ter mostrado para aquele cara que ela estava comigo. Sempre fui assim decidida, se a pessoa me quer ok, vamos lá, se não quer bola pra frente! Não gosto disso de fazer ciúmes e tal. Mas a maneira como eu me senti ontem me surpreendeu, tive vontade de socar ele. – Acabei rindo por pensar nisso. Daquele tamanho ele acabaria comigo.

 

 

 

Vejo a Débora se mexer, acordando. Ela se vira pra mim, e me abraça, sorrindo fraco.

 

 

- Bom dia.- Digo suave, mas não consigo sorrir.

 

 

 

- Oie!- ela responde.

 

 

 

- Acho que a gente vai ficar um pouco dolorida, me desculpe.- digo

 

 

 

 

Ela tentou se mexer e viu que era verdade. Gemeu e depois sorriu.

 

 

 

- Te desculpo!- ela diz

 

 

 

 

Antes que eu pudesse responder, o telefone dela começou a tocar, estava meio longe, ela fez cara de preguiça então me levantei peguei, olhei por curiosidade pra ver quem era. E pela minha cara ele viu que não era coisa boa.

 

 

 

- Seus pais! – digo.

 

 

 

- Meus Deus, que horas são?!- ela levanta preocupada.

 

 

 

 

- Quase 8:00h.. – digo entregando para ela.

 

 

- Merda.. Merda.. Eu disse que ia dormir em casa!- ela diz olhando para a tela.

 

 

 

Atendeu...

 

 

 

Ela começou a falar, e eu fui para o banheiro, provavelmente no final da ligação teria que leva-la correndo para casa. Lavei meu rosto, não tinha nada lá ainda, então nem escovar o dente podia.

 

 

 

Quando estava saindo dei de cara com a Débora que me procurava.

 

 

 

 

- Preciso ir..- ela diz com um pouco de preocupação no rosto.

 

 

 

 

- Imaginei.. deixa só eu pegar as coisas. Tenho que pegar meu carro na boate.- digo passando por ela caminhando em direção a sala.

 

 

 

 

- Alice.. – ela me chamou mas não parei.

 

 

 

 

 

- Vamos.. – disse pegando meu casaco e a coberta que eu havia levado para lá.

 

 

 

Ela apenas assentiu. Saímos e me veio uma curiosidade “Como ela entrou aqui”.

 

 

- Como você conseguiu subir?- perguntei.

 

 

 

- Fiquei com medo, mas o porteiro não falou nada por que?- ela pergunta.

 

 

 

- Eu tive que subornar ele, pra me deixar subir, implorei mesmo.- digo com raiva..- Safado.- finalizo.

 

 

 

 

- Fazer o que se eu tenho cara de confiável e você não!- ela diz rindo..

 

 

 

- É pode ser.. Ainda mais por estar trazendo bebida e com cara de choro. – digo sem dar muito importância, mas ela me olha fixamente. Não queria tocar nesse assunto.

 

 

 

Vi que ela ia falar algo, mas logo as portas do elevador se abriram então saímos, e já era outro porteiro que estava de plantão. Ele nos olhou mas não falou nada, a gente estava saindo né?!

 

 

 

Fomos caminhando, pelas ruas vazias, de um domingo de manhã. Ela pegou minhas mãos e entrelaçou nossos dedos. Não fiz movimento de recusar, e sentia ela me olhando. Chegamos ao carro, guardei as coisas na mala. Achei até estranho ela não reclamar por ter bebido, e estar levado o que sobrou para casa.

 

 

 

A viagem durou pouco, corri um pouco mesmo com ela reclamando. O telefone celular tocava sempre, e ela não atendia. Imaginei ser os pais dela, por ser tão cedo, mas logo uma outra duvida surgiu... Podia ser ele. Perguntei não quero brigar, mas sei lá...

 

 

 

- Seus pais?! Atende e diz que estamos chegando.- digo, não quis ir direto ao ponto, mas ela é sincera.

 

 

 

 

- Não são eles.- ela diz e eu olho um pouco para o lado, mas logo volto a olhar a rua. – É o Rafael.- diz sem muita explicação, Acertei.

 

 

 

 

-Hum..- Resmunguei.- Atende..- digo.

 

 

 

 

- A gente tinha marcado de caminhar hoje cedo, mas não vai rolar.- diz.. – E não fingi que você quer que eu atenda. Por que você não quer.

 

 

 

- Não quero mesmo.- Digo. – Mas não manda em você...

 

 

- Alice.. eu já disse..- ela tenta...- Achei que a gente estava bem...

 

 

 

 

- Estamos bem, e você faz o que você quiser..- digo sem olhar pra ela.

 

 

 

 

- Eu amo você.. E é ridículo a gente ter essa conversa de novo. Você esta sendo infantil, e tá começando a me ofender. – ela diz bem séria. Já havia estacionado.

 

 

 

 

- Desculpa. – digo, acho que agora eu estava exagerando.- Quer que eu entre com você?!- pergunto.

 

 

 

 

- Assim?! Não obrigada.- Ela diz chateada, se referindo a minha postura antes.

 

 

- Desculpa, mas não posso negar que esse cara em irrita profundamente. Não quero brigar com você! Se quiser eu entro e a gente explica o que aconteceu ou eu assumo a culpa e digo que insisti muito para você ficar..

 

 

- Não, ta tudo bem, eu enfrento a fera... Vai pra casa dormir direito. – Diz saindo do carro.

 

 

Sai também, e chamei por ela. Ela parou e me olhou emburrada. Segurei ela pela cintura, mas ela virou o rosto quando eu ia beija-la.

 

 

- Hey..- tento.

 

 

- Eu não escovei o dente e nem você então...!- diz séria.

 

 

-Eu não ligo, e você também não!- digo e puxo ela pra me beijar. Relutante, mas logo cede. E me da um beijo muito bom.

 

 

 

- Eu te amo, e vou dizer isso sempre!- ela diz fazendo carinho no meu rosto.

 

 

 

- Eu confio em você...- digo olhando nos olhos dela.

 

 

 

Ela sorriu, e se soltou de mim. E foi caminhando pra casa, eu fui para minha,  melhor fui para a casa dos meus pais. Mas tranquila, mas não satisfeita, queria ainda poder conversar com esse cara, tirar ele do caminho de vez.

 

 

Chegando fui tomar banho, fiz minha higiene tão necessária e quando ia deitar recebi uma mensagem da Débora.

 

-“Abri pra mim. Tô chegando ai!”

 

 

“O que houve?! Tá tudo bem?!” Pergunto.

 

 

“Te explico quando chegar ai. Abre!”- Ela escreve. Corri para o portão.

 

 

 

Meu pai estava em casa, mas acho que não vai encrencar não. Ultimamente ele tem ficado quieto. Vi ela vindo na esquina, estava com os cabelos molhados, dei tempo de tomar banho.

 

 

- Vem...- digo puxando ela já pra dentro.- O que houve?!

 

 

- Eles estão um saco.. Não dava pra ficar lá.- Ela diz sentando na minha cama.

 

 

 

- Entendi. Brigaram muito por ter dormido fora?- perguntei sentando do seu lado.

 

 

-Sim, quase meia hora de sermão, quando acabou fugi pra cá.- Ela diz..- Tem problema?!- pergunta.

 

 

 

-Claro que não.. você é minha companhia preferida. – digo sorrindo.

 

 

-Vem aqui, Amor?!- ela me puxa pra cama.- Me da um beijo com essa boquinha limpa..-diz fazendo graça, só posso ri e beijar minha namorada linda.

 

 

 

Ficamos ali o resto do dia, vimos series, filmes, tentei falar em estudar, mas a Débora estava irredutível em mostrar o quanto ela queria ficar perto de mim hoje. E eu achei ótimo. A Duda Ligou e zoou a gente pela a crise de ontem, e contou que a prima chegou e ela já estava irritada.

 

 

Assim eu a Débora estávamos bem... Eu gosto dela, gosto de passar meu tempo com ela. Não quero mais brigar..

 

 

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Assim algumas semanas se passaram...E Já estamos indo para o meio de setembro.

 

 

Junto a isso o aniversario da Débora se aproximava, Eu não sabia exatamente o que fazer. Pedi para que ela escolhesse, e ela só quis que a gente saísse para jantar. Achei que seria algo romântico, mas ela tinha outros planos.

 

 

Além de nós duas, ela também havia chamado a Duda e a Prima dela. Prima que não é prima né?! A Marcela é enteada do tio da Duda, quando seu tio se casou e apresentou elas para a família a Duda já tinha seus 13 anos, então não deu pra criar aquele vinculo de família. Sempre quando a Duda viaja volta com alguma historia sobre essa “Prima”, sempre ela é irritante, ou como ela é chata, essas coisas.  De inicio não entendi o porquê da Débora chamar a Marcela, mas as coisas foram ficando mais claras. Mesmo sem conversar sobre isso, ela teve a mesma impressão que eu, que tem algo por trás dessa briga das duas. A Débora e a Marcela, conversaram um pouco, quando foram apresentadas, mas nada que desse tempo de contar segredos, pelo menos que eu tivesse visto.

 

 

Mas a Débora perceptiva que é,  já ligou os fatos, e por isso insistiu que queria a Marcela no nosso jantar. Sei que a Duda não vai gostar muito quando souber, mas o que posso dizer, quem manda é a Débora né?!

 

 

Assim escolhi o restaurante, pensei até em levar ela para aquele em que fomos no dia do pedido de namoro, mas preferia guardar para outra ocasião que estivéssemos somente nós duas. Afinal, faríamos dois meses em breve.

 

 

 

É incrível como o tempo passa rápido né?! Até dois meses atrás, nós estávamos ficando a trancos e barrancos, nos conhecendo de um jeito diferente que a gente já conhecia. Eu acreditava saber tudo sobre ela, mas a cada dia venho descobrindo coisas, algumas que eu gosto mais, outras que eu gosto menos, tipo quando estamos deitadas na cama e ela tenta esquentar os pés geladso em mim, nossa eu odeio!

 

 

 

No Apartamento a vida é ótima, to adorando morar sozinha. A Débora vem sempre que pode, mas os pais estão levando a sério as restrições que fizeram. Não querem ela comigo o tempo todo, dormi aqui, só uma vez na semana,  na sexta ou no sábado,  dias que não tenha aula na manhã seguinte. Achei um saco, mas pelo menos, agora nada nos impede de transar, e eu fico com um ótimo humor por isso.

 

Não importa o horário que ela venha aqui, pode ser numa manhã sem aula, pode ser a tarde, ou nas noites que ela pode dormir aqui, quando da vontade, nós fazemos, e essa cumplicidade, esse desejo mútuo me encanta. Ela está cada dia mais a vontade, ela já expressa o que quer, e sabe bem o que fazer comigo. Preciso dizer que to virando passiva? Não né?! Na verdade a nossa relação está bem acima disso.

 

 

 

Esse tempo mesmo pouco tem me feito amadurecer bastante, as conversas, as discussões,  não somos um casal perfeito, a gente briga sim, e muito, mas sempre fazemos as pazes. Minha mãe me disse numa das nossas conversas, Para eu nunca dormir brigada com quem eu amo. Nem que eu passe a madrugada inteira conversando para tentar consertar as coisas, eu devo tentar, ou perdoar ou ceder, mas jamais deixar que esse sentimento fique por muito tempo. Ela disse que esse é o melhor conselho para fazer o relacionamento durar. Levei isso como um conselho de vida. E esta dando certo.

 

 

Depois de convidar a Duda para o jantar de  quinta, tinha a missão de convidar a Marcela, mas a Débora queria ver a reação dela, então fiz ela vir junto. Chegamos na sala dela, que ainda tinha aula. Ficamos olhando e acho que ela nem viu a gente. Quando o professor saiu, nos entramos e ficamos em volta dela. Que deu um bonito sorriso. Ela ainda está se enturmando, então conhece pouca gente daqui, já levamos ela para a boate e a Duda quase fez um escândalo.

 

 

- Oie, meu casal preferido..- diz guardando suas coisas.

 

 

 

A Marcela está no primeiro período de Economia, por isso ela veio para Campinas, havia passado no vestibular para a nossa universidade. Para orgulho dos pais, e morar Com a Duda e sua mãe iriam evitar custos que eles não estão podendo arcar. Ela é uma mulher intrigante posso dizer assim.. parece ser muito racional e  decidida. Bem madura para sua idade.

 

 

 

- Olá! Como você tá?!- pergunta a Débora.- A Gente veio fazer um convite.- completa ela.

 

 

- E não pode recusar hein..- digo sorrindo.

 

 

 

- Ai.. não quero ir na boate com vocês não! Da ultima vez vocês sabem o que aconteceu..- ela diz enquanto já caminhávamos pra sair da sala, nos duas rimos.

 

 

 

-Não é isso, É algo mais importante.- a Débora continua.- Meu aniversario na quinta. Queria que você fosse..- Faz uma manha pra tentar convencê-la.

 

 

Ela ficou olhando para nos duas, e pensando no que iria responder.

 

 

 

- Vamos Marcela, vai ser algo mais intimo, pouca gente.- digo para incentiva-la.

 

 

- Íntimo quer dizer que a minha priminha vai estar, e eu não estou a fim de atura-la me insultando sem motivos..- Diz triste.

 

 

 

- A gente não vai deixar ela fazer isso..- diz a Débora.- E Já esta mais que na hora de você se entenderem.

 

 

- Você acha que eu não quero isso.. sempre andei de bandeira branca na mão- diz levantando só braços em rendição..- Mas ela.. Por que eu tenho que ir, nós nem somos amigas...- diz agora olhando para Débora, que me olha pedindo ajuda.

 

 

 

A Marcela fica super na defensiva, enquanto a Duda tenta ofende-la de qualquer forma, mas sempre de um jeito infantil, ela nunca pega pesado como já vi fazer com pessoas que ela realmente não gostava ou não quer por perto.

 

 

- Você precisam acabar com isso. – Digo séria. – Vai ser uma oportunidade de vocês se acertarem...E nós estamos tentando ser suas amigas..

 

 

- Ok, mas se ela ficar de chatice eu vou embora..- diz fazendo um bico.

 

 

- Ta bom- respondemos juntas eu e Débora.

 

 

 

Explicamos onde ia ser, ela disse que iria sozinha e que não ia falar sobre isso com a Duda, porque se não ela se arma mais. Concordamos já que também não falamos nada para a Duda. Dali fui direto para a empresa e elas para suas casa.

 

 

 

A Semana correu e já era quinta-feira, liguei para a Débora pela manhã bem cedo avisando que ia passar lá para buscar ela. Mesmo reclamando ela cedeu, e mesmo que não quisesse eu iria. Hoje é seu dia especial e eu queria que fosse tão especial quanto foi o meu.

 

 

Comprei flores, porque sei que ela adora! Passei bastante perfume queria agrada-la e sei que desde sempre ela adora meu cheiro. Para agora pela manhã será só isso. Tenho mais alguma surpresas para a noite.

 

 

Cheguei lá e esperei por ela no portão... Ela saiu e abriu um sorriso enorme. Tenho a impressão que este sorriso ela só da pra mim. Sinto que é meu.. Exclusivo, e adoro fazê-la sorrir desse jeito. Sorrir o meu sorriso.

 

 

 

- Sabia que ia fazer algo..- Diz vermelha.

 

 

 

- Pelo menos não fingi ser surpresa.- digo abraçando ela. – E ainda caprichei no perfume. – ela da um cheiro em meu pescoço, me arrepiei toda.

 

 

- Obrigada por existir..- ela diz ao me soltar.

 

 

- Você está brincando né?! Eu é que tenho que agradecer.. e faço isso todos os dias, por você ter me dado uma chance Débora. Eu nunca fui tão feliz como agora. Você iluminou me mundo, me deu esperança.. Obrigada..- seus olhos se encheram de lagrimas.

 

A beijei, suave... e depois nos abraçamos e ficamos assim por um tempo.

 

 

 

- Vamos nos atrasar..- ela diz, mas não se move para me soltar.

 

 

 

- Eu queria passar o dia so com você..- digo fazendo um bico..

 

 

 

- Mas você trabalha e não pode faltar atoa. A noite estaremos juntas..- diz

 

 

 

- Fazer o que né?! Seus pais vão te levar aonde no almoço?!- pergunto enquanto entramos no carro.

 

 

Conversamos até chegar na faculdade, na minha primeira aula, era uma matéria chata, não podia ficar faltando sempre, mas dessa vez precisava, assisti aula na turma da Débora. Ficamos lá no canto, trocando caricias e olhares... Pela turma ser cheia, pouca pessoas me notaram lá.. então deu pra curtir um pouco, depois voltei pra minha aula mesmo.

 

 

A noite logo chegaria e eu poderia comemorar de verdade com a minha namorada.