História Prazer, a filha do batman - Anjo ou demônio

Assim que cheguei no galpão, avistei Joker à minha espera. Corri em sua direção.
 

- A essa altura do campeonato já devem estar atrás de mim. - Não esperei para dizer.

- Não irão - Joker parecia tranquilo - Fez-me vir até aqui para isso? Apenas diga que eu lhe obriguei àquilo. Ou pode dizer que foi uma prova de amor.
 

Ao citar a última frase, um sorriso irônico se estendeu em seus lábios. Resolvendo o assunto, vi Joker se afastar de mim e ir em direção à maldita lamborghini roxa.
 

- Acabou, então? - Gritei para que ele pudesse me ouvir.
 

- O que quer dizer com isso?
 

- Você sabe bem.
 

Ouvi ele rir.
 

- Boa noite, Margot.
 

E então ele adentrou ao carro. Sendo tomada pelo desespero ao imaginar que nunca mais o veria, entrei na frente da lamborghini. Ele acelerava, mas ao me avistar, freiou cantando pneu. O carro então estava apenas alguns centímetros de distância de mim.
 

- VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR! - Gritei enquanto batia no capô do carro. Ele não parecia surpreso.
 

- Céus, você é muito chata. - Disse descontraído enquanto saía do carro de luxo.
 

- Fiz tudo o que você mandou - Falei enquanto me aproximava dele - E ainda estou a fazer. Provei que te amo, aceite isso!
 

Enquanto já sentia as lágrimas em meus olhos, avistei um caminhão parar atrás sua lamborghini, que impedia o trânsito.
 

- Entendi, entendi! - Exclamou ele erguendo suas mãos. Não parecia contente - Não sou alguém que pode ser amado.
 

Eu o fitava indignada. E enquanto isso, eu ouvia a bozina do impaciente caminhoneiro que gostaria de passar.
 

- Sou uma ideia! - Ao afirmar, bateu uma única palma, causando um breve eco - Um estado de espírito. Executivo minha vontade de acordo com meu plano.
 

Enquanto ele dizia, rodiava-me sorridente. Respirei fundo.

- E você, Margot - Ele parou para ficar frente a frente comigo. - Não é parte do meu plano.
 

Tão próxima de si, segurei cada lado de seu rosto com minhas mãos.
 

- Me deixe entrar - Falei - Eu prometo... Prometo que não vou machuca-lo.
 

Ele se afastou de mim, rindo.
 

- Uma promessa de verdade? - Questionava irônico.
 

- Ei, imbecil! - O caminhoneiro gritou enquanto descia do automóvel e vinha em nossa direção - Será que da pra discutir com sua vagabunda em outro lugar?!
 

Enquanto Joker ria, puxei de sua cintura um revólver e não pensei duas vezes ao atirar contra o maldito caminhoneiro, o matando. Já estava sem paciência para aquilo.
 

- Eu iria falar: "Eu não diria isso se fosse você" - Disse Joker, analisando o homem morto ao chão, mas ele não parecia se importar.
 

E então, seu olhar retornou-se para mim e a arma em minhas mãos agora mirava contra sua cabeça. E Joker, ao perceber isso, sorriu divertido.
 

Meu coração batia rápido, e eu me perguntava se aquilo era mesmo o certo. Mas afinal, eu já estava persistindo no erro há muito tempo.
 

- Faça - Disse ele referindo-se à minha intenção de atirar em si - Faça, faça, faça...
 

- Você tem medo do meu coração e de uma arma não? - questionei indignada.
 

- FAÇA - Ele gritou impaciente. Louco.
 

Sem mais delongas, ele pegou a arma de minha mão, desferindo-me um tapa no rosto logo em seguida.
 

Enquanto ria, o vi apontar a arma contra a própria cabeça irônicamente.
 

- Se você não fosse tão louca pensaria que estava insana. - Disse - Então já que você quer tanto, vamos para a sua segunda prova de amor.




 

Ponto de vista da autora




 

Bruce agora ia a caminho do departamento de Polícia de Gotham city. Acabara de visitar Bárbara no hospital, que estava em coma e em estado grave. Segundo o medico, ela havia levado um tiro na barriga que atravessou sua coluna vertebral, o que havia grandes chances de lhe deixar paraplégica para sempre.
 

As mãos do milionário suavam frio enquanto um misto de sentimentos ruins se formavam em seu peito. Sua mente era uma confusão, mas questionava-se também por que Joker estava sempre atrás de Margot.
 

Assim que alcançara seu destino, estacionou sua Porsche preta em frente à delegacia, adentrando à mesma logo em seguida.
 

Passando pelos corredores, finalmente alcançou o escritório de ninguém menos que Amanda Waller.
 

A mulher havia sido uma das únicas sobreviventes do massacre que Joker cometera contra o asilo Arkham. Havia agora se tornado uma das diretoras do departamento de Polícia.
 

Dando dois toques à porta, o homem não esperou resposta para adentrar ao recinto.
 

- Amanda. - Disse à mulher a sua frente, sentada em uma cadeira de frente para uma mesa executiva - Foi o Joker que...
 

- Que atirou contra Bárbara. - Interrompeu Amanda, completando a frase de Bruce para demonstrar que já tinha o conhecimento do que ocorrera.
 

Bruce suspirou exausto, enquanto sentava-se em uma cadeira de frente para Amanda, apenas com a mesa entre os dois.
 

- Parece cansado, Bruce - Disse a mulher analisadora - Devia parar de trabalhar à noite.
 

- Não quero seus soldados interrompendo meu trabalho com Robin. - Disse o Wayne, ignorando o comentário de Amanda. - Eu trabalho sozinho.
 

- Sei disso. - Disse a mulher - Mas é uma questão nacional, senhor Wayne. Não apenas sua.
 

- Joker é responsabilidade de todos, eu sei. Mas é a minha cabeça em uma bandeja que ele quer.
 

- Então por que fez àquilo com Bárbara?
 

- Para atingir o comissário, que entrou em seu caminho. - Deduziu.
 

- Entrou em seu caminho assim como Margot? - Questionou irônica - Isso não faz sentido.
 

- Deixe Margot fora disso - Disse prontamente.
 

- Estranho é que ela sempre está no mesmo lugar que ele. - Riu - Como comparsas.
 

- Margot é uma vítima.
 

- Exato. - Disse prontamente - Um anjo que se transformou em demônio.
 

- O que quer dizer com isso?
 

- Talvez Margot esteja ao lado do príncipe palhaço do crime. Talvez ele tenha a alienado.
 

- Isso é impossível.
 

- Eu não deveria estar lhe dizendo isso, senhor Wayne - a mulher mantinha firme sua opinião - Mas Margot foi visitar Joker no asilo Arkham duas vezes antes do massacre. Receio que ela tenha o ajudado, assim como a falecida doutora Harley Quinn fez.
 

- Mas por que Margot? - Ele não queria acreditar.
 

- Carne fresca. Útil em seus planos.
 

- Mas ela me disse que irá depor contra ele.
 

- Talvez ela esteja com plano de fugir
antes disso.
 

E então, Bruce assimilou as palavras de Amanda. Sempre que citava Joker, Margot parecia encantada e o defendia. Não parecia nunca satisfeita em ficar contra o príncipe palhaço do crime. Tudo fazia sentido agora.
 

- Já são dez da noite. Ela devia ter aparecido aqui há uma hora atrás para depor - Disse a mulher apontando para o relógio - Se ela não estiver em sua casa agora, já teremos a resposta.
 

Bruce então levantou-se rapidamente da cadeira e saiu da delegacia.
 

Entrou em seu carro e pisou fundo no acelerador em direção à sua mansão. Em poucos minutos, alcançou seu destino.
 

- Margot! Margot! - Gritava Bruce pela casa, abrindo todas as portas em busca da menina.
 

- O que foi, senhor Wayne? - Questionou Alfred ao avistar seu patrão desordenado.
 

- Onde Margot está?!
 

- Eu não sei. - Disse ele - Talvez em seu quarto?
 

Bruce então correu para o segundo andar até o quarto da menina. Abrindo a porta do mesmo, apenas avistou uma janela aberta, que continha uma emenda com vários lençóis, que davam como uma espécie de corda até o jardim.
 

- Margot fugiu pela janela - Bruce murmurava para si mesmo - Por Joker?! Por que?!
 

Sem conseguir acreditar, o homem se viu sem chão. O príncipe palhaço do crime havia tirado tudo de si. Margot estava fora de sua sanidade, Bárbara estava por um fio no hospital...
 

Bruce então correu para contactar Jason. Junto do menino prodijo, ele planejava encontrar Margot e trazê-la de volta, e se fosse necessário, até mesmo interna-la no hospital psiquiátrico de Arkham.