Lembranças -
Depois das insistências de Taeyeon e Tiffany, eu caminhei até a mesa mais afastada do refeitório que ficava ao lado da saída do local. Lá sentada isolada dos outros muitos alunos estava Bae Joohyun, tinha se passado exatas uma semana desde sua chegada e ela não tinha feito nenhum amigo ainda. Talvez eu pudesse ser a primeira. Inspirei fundo e com isso me sentei ao lado da menor, que se assustou um pouco ao me ver do seu lado.
Sorri sem graça para ela, a Bae com timidez ajeitou seus óculos e sorriu. Era um sorriso lindo demais.
— Oi... Já deve saber meu nome, né — Quebrei o silencio entre nós.
— Quem não conhece você... — Sussurrou o que pareceu ser mais para ela mesma do que para mim, não havia entendido muito bem sua fala, mas apenas ignorei. — O que venho fazer aqui?
— Você me pareceu muito solitária então eu vim fazer companhia, mas se quiser eu posso ir embora.
— Não — Segurou minha mão, me surpreendi com o contato repentino, senti como se uma onda elétrica se passa-se pelo meu corpo. Minhas bochechas se esquentaram levemente. — Fica
aqui, não quero ficar sozinha...
Foi naquela hora que eu percebi o quanto Joohyun era frágil e sozinha, precisava de um apoio é uma amiga. Sorri fechado e disse:
— Sempre ficarei do seu lado.
Atualmente -
Depois da confissão repentina de Soojung, ela e meu pai ficaram brigando por horas até que se cansaram um do outro. Foi cada um para o seu lado - Krystal se trancou em seu quarto, não deixando nem eu entrar e meu pai ficou horas dentro de seu escritório conversando com alguém. Eu fiquei sem saber o que fazer, meu pai olhava para Soojung como se ela fosse uma estranha "criatura" que morava na mesma casa que ele, e ela retribuía esse olhar do mesmo jeito.
Eu sabia que o Jung não tinha tanta coragem de fazer com Krystal o que fez comigo, pelo motivos de que ela era durona e batia facilmente de frente com ele, então ele não conseguia manipular ela.
Estava sendo um completo purgatório ficar em casa, então eu sempre me trancava no quarto nos fins de semana e quando era os dias de semana de aula, ficava horas estudando - mesmo não sendo tão necessário -, além de sempre ter que ficar um tempo a mais na escola para estudar com a Kwon.
Nas nossas horas de estudos não puxávamos papo uma com a outra, era apenas estudo e íamos embora. Talvez Yuri deve ter entendido bem o meu recado naquele dia e estava ficando mais no seu lugar, mas não sei... Aquilo me incomodava, de... de certa forma eu gostava da sua insistência em se aproximar de mim e ficar me cantando a cada 5 minutos. Não sei. Deve ser apenas coisa de minha cabeça.
Tinha se passado já uma semana desde tudo e com isso havia chegado o dia do campeonato das líderes de torcida. Meu tornozelo já estava muito bem nesse dia, mas como estava fora de forma a Kwon ficou no meu lugar do mesmo jeito. Tudo ocorreu muito bem, já que vencemos! Tenho que admitir... Yuri havia mandado muito bem.
Com a nossa vitória as líderes deram a ideia de festejar aquilo, então já que bem alguns dias depois do campeonato seria o aniversário de Yoona resolvemos comemorar a vitória na festa da Lim.
E agora estou aqui, me arrumando para o aniversário de Yoona. Ajeitava meu penteado para ficar o mais perfeito possível.
Vestia um vestido azul claro e vinha até meus tornozelos, meus cabelos estavam soltos e tinha um arco de flor nele. Já que o tema da festa de Yoona era algo mais casual e real, eu diria. Depois da décima conferida meu visual me apressei em sair o mais rápido possível de casa.
Desci as escadas com rapidez já me direcionando para a porta. — Vai aonde em plena quinta-feira Sooyeon? — Ouvi a voz de meu pai ecoar pela sala, estaquei no lugar.
Não falávamos um com o outro desde que Krystal falou sobre sua sexualidade. O clima havia ficado mais pesado do que antes, estava difícil de convivermos uns com os outros principalmente com ele. Nunca pensei que viria meu pai como um completo estranho que mora comigo, era até difícil chamar ele de pai depois de tudo.
— Estou indo para a festa de aniversário da Yoona, aliás já estou atrasada. Tchau.
Sem deixar o mais velho questionar sobre mais alguma coisa sai de casa. Caminhei até o motorista e adentrei dentro do carro que me levaria logo para a festa da Lim.
[...] - Yuri Kwon
— Você está linda Yul! — Exclamou meu irmão mais velho, que surpreendentemente estava em casa depois de tempos. Sorri largo.
— Tenho que me preparar para pegar as gatinhas — Brinquei, o mais alto deu uma risada soprada e caminhou até mim com um sorriso orgulhoso.
— Parece que foi ontem que eu peguei você no colo ainda bebezinha — Falou, revirei os olhos de um jeito divertido.
Ele sempre tinha esses lapsos de velho, em que ele falava como o tempo tinha passado rápido e que não parece que eu tenho 18 anos.
— Estou parecendo um velho falando, não é? — Perguntou risonho, assenti. — Desculpa. Eu não me aguentei... Bom! Tenha uma ótima festa maninha, nada de chegar depois da meia noite, entendeu?
Ri fraco. — Entendido velhote, até mais tarde. Me deseje sorte com as meninas — Caminhei até a saída de casa, abrindo a porta.
— Você não precisa! — Gritou em resposta.
— Verdade.
[...] - Jessica Jung.
Fazia alguns minutos que eu havia chegado na festa da Lim, a casa já estava infestada de adolescente doidos da cabeça que se pegavam em qualquer lugar e se embebedavam sem se importarem com suas dores de cabeça do dia seguinte. Em meio daquela multidão finalmente consegui avistar Yoona, que já parecia um pouco grogue e tinha uma garrafa de vodka em mãos.
— JESSIQUINHA! — Gritou no meio do pessoal, estava tocando um som de música muito alta de fundo então eu meio que entendia a sua gritaria, mas com certeza era por causa da bebida também.
A Lim caminhou em minha direção com os braços abertos e sem esperar deu um abraço apertado em mim, logo se separando e me abraçando de lado. — Seja bem vinda a minha festa, pode beber a vontade. Só aproveita amiga.
— Obrigada Yoong, aliás, feliz aniversário — Entreguei o presente que havia comprado antecipadamente para ela. Era um colar que ela estava de olho numa vez que fomos para o shopping juntas.
— Muito obrigada Jessi! Vou... — Soluçou, soltando uma risada. — Guardar isso aqui lá em cima, por enquanto aproveite a festa. As outras meninas estão no quintal.
Com isso a Lim me deixou sozinha no meio do salão principal de sua casa, soltei um suspiro e fui até o quintal para encontrar com as outras meninas.
Depois de horas conversando com as meninas, eu bebia e bebia tudo o que alguns mordomos davam para a gente beber. Devo ter bebido umas três garrafas de soju e diga-se de passagem que eu não sou tão resistente com bebida. Mas eu não tava nem aí, apenas queria beber até não dar mais e cair desmaiada no chão.
Quando estava preparada para pegar mais uma garrafa de soju, Tiffany foi mais rápida e roubou a bebida de minhas mãos. — Já está na hora de acalmar os ânimos, sem garrafas para você Jung.
Tentei pegar a garrafa de sua mãos, mas o fato de eu estar meio bêbada dificultou bastante isso. Bufei irritada.
— Mas que chata você Stephanie — Resmunguei. Me levantei da cadeira que estava sentada com as outras garotas e fui atras de outra bebida, a Hwang não destruiria a minha noite.
Enquanto caminhava pelos corredores, senti uma mão agarrar meu pulso e sair me puxando para um local afastado de todo mundo. Estava prestes a gritar por ajuda, quando a outra mão da pessoa tampou minha boca. Prensou meu corpo contra a parede daquele corredor vazio. Arregalei os olhos.
— DongHae?! — Exclamei ao o Lee tirar as mãos de minha boca.
Eu podia estar meio bêbada, mas ele estava completamente acabado. Podia sentir o forte cheiro de álcool vir dele, estava completamente fora de si. Ele me lançou um sorriso.
— Oi amor... Senti sua falta — Senti sua mão descer até minha cintura. Estava me sentindo completamente desconfortável com todo aquele contato. O mais alto começou a despeitar beijos pelo meu pescoço deixando-me cada vez mais desconfortável.
— DongHae eu não estou com vontade agora... — Tentei afastar ele para longe de mim, o que foi inútil já que ele era bem mais forte que eu.
Parou o que fazia e me encarou com uma expressão mais irritada e triste. — Você nunca está Jessica! Não fala comigo, fica fugindo de mim — Falou com a voz completamente alterado. — O que ela tem que eu não tenho?
Franzi o cenho confusa. — O que?
— O que Kwon Yuri tem que eu não tenho?! Você prefere ficar com aquela... aquela aberração?! — Perguntou irritado, arregalei os olhos.
— Ei! Você aí, não aprendeu que não é não? — Senti ar me faltar ao ouvir aquela voz, virei meu rosto para o lado encontrando uma Kwon irritada com que via, também parecia bêbada. — Sai de perto dela.
DongHae a encarou, sentia suas mãos soltarem minha cintura e agora serem cerradas em um punho, ele estava completamente alterado. — Sai daqui aberração!
Disse o Lee dando um empurrão no ombro da Kwon, fazendo-a ir para trás. — Não toca em mim — Disse
com uma voz embargada, arregalei os olhos ao ver Yuri descontar um soco no nariz de DongHae, que fez o mais alto cambalear para trás batendo contra a parede do corredor.
A Kwon balançou a mão fazendo uma careta de dor enquanto resmungava alguns xingamento. O Lee estava meio encolhido com as mãos no nariz que sangrava muito.
Ao se recuperar do soco no nariz, ele encarou a morena a sua frente com completa fúria e sem nem esperar saiu voando para cima dela. Derrubado-a no chão enquanto golpeava diversos sócios em seu rosto. Ela estava sem escapatória, eu... eu tinha que fazer alguma coisa se não ele poderia acabar matando-a.
Foi então que olhei para a única coisa no corredor, peguei o objeto e taquei com força contra a cabeça do Lee. O vaso se quebrou por inteiro e DongHae caiu desmaiado no chão do corredor. Arregalei os olhos, merda. Coloquei as mãos na boca assustada com o que tinha acabado de fazer. Será que... que ele está morto?! Eu acabei de quebrar um vaso na cabeça do meu namorado! Mais que merda Sooyeon.
— Você está bem Jessica? — Acordei de meus pensamentos ao sentir a mão de Yuri tocar meu ombro. Desviei meu olhar do corpo desmaiado de DongHae no chão e encarei-a. Seu nariz estava sagrando e tinha cortes na boca e bochecha, além de um olho roxo.
— E-eu matei ele...? — Perguntei assustada.
— Não, apenas deixou ele desacordado — Respondeu encarando também o corpo do mais alto.
— O que fazemos? Eu quebrei um vaso na cabeça dele!
— Foi em legítima defesa, nada vai acontecer com você, mas não podemos deixar ele aqui... Que tal abandonarmos ele debaixo da ponte? — Brincou, tentando quebrar o clima tenso.
— Sem brincadeiras Kwon! Vamos falar para as meninas sobre isso.
Com isso chamamos as meninas e explicamos toda a situação para elas, então Tiffany disse que seria melhor chamar Heechul para levar o Lee desmaiado para casa. Foi isso que fizemos, depois de toda a confusão Yoona resolveu terminar com a festa por dizer que o clima de festança havia acabado.
Todos iam embora aos poucos, estava sentada no banco do quintal dos Lim esperando as meninas decidirem as coisas. Meu motorista não viria por já estava fora de seu expediente.
Estava encolhida no lugar tentando ainda processar tudo que havia acontecido, prestando nem atenção no que as meninas falavam.
— Quer que eu vá com você Jessi? — Acordei de meus pensamentos ao ouvir Tiffany me pergunta algo.
— Eu posso levar ela — Disse Yuri rapidamente fazendo todas encararem ela com as sobrancelhas erguidas.
A Kwon estava com alguns curativos no rosto - feitos pela Tiffany - e sua mão estava enfaixada. Me sentia culpada por ela estar tão machucada assim.
— É que a Tiffany mora no centro e seria muito cheio para ela, já que eu moro do dois quarteirões de distância da casa de Jessica... Eu poderia levar ela — Rapidamente se justificou.
— Verdade, por mim tudo bem... Tudo bem por você Jessi? — Perguntou a Young, agora todas me olhavam.
Apenas assenti ainda meio assustada com tudo que tinha acontecido. Todas assentiram.
Caminhei ao lado de Yuri até seu carro em silêncio, ela abriu a porta para eu adentrar e assim fiz. Ela
logo entrou no automóvel também e deu partida. Em todo o percurso ficamos em silêncio, com a mais alta dirigindo e eu encarando a janela. Me perguntava do por que dela ter me salvado, nós nos odiávamos, certo? Por que ela arriscaria a vida dela pela minha? Aquilo me lembrava tanto aquele momento...
Lembrança -
— Vamos Jung! Passa o dinheiro para o lanche vamos! — Disse o maior de jeito autoritário fazendo-me encolher-me no lugar.
Com as mãos trêmulas peguei o dinheiro no meu bolso de trás da calça. Antes de entregar ponderei um pouco, era meu dinheiro para o almoço, sem ele passaria fome, mas ao o mais velho apertar mais a minha camisa irritado com a demora entreguei a quantia rapidamente.
— Acho bom Jung — Disse com um sorriso d canto. Já ia guardando o dinheiro em sua jaqueta.
— Ei! Você! — Uma voz gritou irritada, chamando a atenção do valentão e a minha. Arregalei os olhos ao ver Joohyun com uma expressão irritada e com as mãos cerradas em um punho. — Por que não mexe com alguém do seu tamanho? — Eu riria de sua fala na hora se não fosse trágico, a Bae
era uma formiguinha perto dele.
Ele soltou minha camisa fazendo eu voltar com os pés ao chão. — A nerd se revoltou ao eu mexer com a namoradinha dela? — Brincou, corei com sua fala. — O que vai fazer comigo em? Toco de amarrar jague.
Ela bufou irritada e disse à altura, ou não:
—Acabar com sua raça, seu galinha! — Aquilo enfureceu muito o mais alto e resumindo o que aconteceu no final. Joohyun acabou também sem dinheiro para o almoço e de brinde ganhou um óculos quebrado, e olho roxo.
— Por que fez isso Hyun-ah? — Perguntei, estávamos sentadas no campus da escola encostadas na árvore que havia ali. Ficávamos ali no período de almoço.
— Eu não deixaria ele fazer aquilo com você Jess. Aquele valentão ainda vai provar o gosto de meu soco.
Ri com sua fala.
Atualmente -
Sorri fraco com a lembrança. — Obrigada — Quebrei o silêncio entre mim e a Kwon, ela me encarou confusa.
— Pelo que?
— Por ter salvado minha vida —Falei, ela me olhou meio surpresa e logo sorriu.
— Bom, mesmo ganhando uma bela surra, de nada.
Desci meus olhos até a sua mão esquerda mesmo enfaixada podia ver o hematoma roxo e um pouco de sangue. Suspirei.
—Doi muito? A mão.
— Doi um pouco, mas nada que eu não aguente... — Ficamos em silêncio novamente, até que ela parou o carro e me encarou. — Entregue. Vou te acompanhar até a porta.
Assenti e saímos do carro juntas, caminhamos até a porta de minha casa. Sorri e disse:
— Então é isso... Boa noite Yul-Kwon — Ela sorriu.
— Pode me chamar de Yul, não precisa ser tímida — Brincou, revirei os olhos divertida.
—Boa noite Yul, muito obrigada — Sorri fechado.
— Boa noite Sica — Disse me dando um apelido. Nós despedimos, mas mesmo assim continuávamos mantendo um contanto visual. Sem perceber tinha caminhado até a Kwon ficando de frente para ela.
É como se meu cérebro tivesse ignorado qualquer aviso de meu pai e passado por um lapso, talvez toda bebida que eu consumi fez eu cometer um ato tão repentino, por que nem eu acreditei em mim ao ter puxado Yuri para um beijo. Eu não sei, mas parecia tão certo e errado fazer aquilo. Sentir os lábios de Yuri contra os meus foi uma coisa tão surreal... Comece se meu estômago se remexe-se.
As clássicas borboletas na barriga.
Ela arregalou os olhos com meu ato repentino. Mas antes de ter a chance de corresponder eu acordei para vida, lembrando de tudo que havia me acontecido no passado, sobre Joohyun... E com isso empurrei-a para longe e sem dar explicações adentrei rapidamente dentro de casa.
[...] - Yuri Kwon
Passei meu polegar pelo meus lábios ainda não acreditando no que havia acontecido. Ela... ela havia me beijado, Jessica Hetero Jung me beijou. Isso parecia tudo tão surreal, nunca pensei que isso fosse acontecer tão cedo e que fosse ela a me beijar.
Ao ter seus lábios contra os meus eu entrei em completo êxtase, como se meus pés flutuassem do chão. Como se borboletas voassem pela minha barriga. Conseguia ainda sentir o gosto de seu gloss de cereja, era tão hipnotizante.
O caminho até minha casa foi tomado por pensamentos sobre Jessica Jung e seus mistérios. Tinha tanta coisa sobre ela que a mesma escondia. Era misteriosa, não conseguia entender o seu jeito, uma hora era uma homofóbica chata, outra era apenas uma pessoa frágil e sensível, e na outra hora estava me beijando.
Eu realmente não te entendo Jessica, mas se tem de uma coisa que eu sei é que eu estava criando sentimentos por ela e talvez isso fosse recíproco. Ou não...
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