História Precisa-se de um namorado - XXXIII: Colecionadora de fracassos

Fevereiro 11, 2017

Virei o meu rosto para o lado fazendo com que ele desse um beijo na minha bochecha.

-Er...que bom que você conseguiu a presidência, tenho certeza que será um ótimo administrador. –disse tentando amenizar o clima.

-Pois é. –disse ele se levantando.

-Você não tem que trabalhar hoje não?

-Não, hoje é sábado. –e eu mordi meu lábio por tamanha estupidez que saiu de meus lábios.

-Ah, sim. Hum, vamos tomar café juntos?

-Pode ser. –disse ele, um tanto quanto pensativo.

P.O.V. JUSTIN

Irritado! Era assim que eu estava me sentindo. Centímetros de distância para tocar meus lábios nos seus formando um beijo e ela acaba por virar o rosto. Estava furioso, tenho certeza que se eu dissesse que sou o “príncipe” ela me beijaria rapidinho.

A raiva que eu estou sentindo é tão grande que por pouco não gritei com ela e disse: “EU ESTOU AQUI PORRA, EU TE AMO! SERÁ QUE NÃO DÁ PARA GOSTAR DE MIM TAMBÉM?”.

Por que é tão complicado falar para ela o que eu sinto? Seria pelo fato de eu saber que seria rejeitado?

Vi que Mustin estava nos meus pés. Aproveitei que Mel estava no banho e peguei o cão em meu colo levando para a sala. Peguei a ração dele e botei em um pote e a mesma coisa fiz com a água.

-Vamos tomar alguma coisa no Starbucks? –perguntou Mel aparecendo na sala.

Ela estava incrivelmente linda, mais linda do que já é, claro. Céus, como ela pode ser tão perfeita? Ela usava um vestido branco, que dava uma aparência mais delicada a ela. Nos pés calçava uma bota que ia até sua coxa. Eu amava o estilo dela. Seus cabelos estavam caídos sobre seus ombros e sem a sua costumeira maquiagem.

-Justin? –me despertou ela.

-Er, sim. –disse sorrindo.

Saímos do seu apartamento e fomos até o elevador.  Ela segurou em minha mão como sempre fazia quando estávamos em lugares fechados. Quando tocamos nossas mãos eu senti um pequeno choque. Ah Senhor, até parece que eu sou a garotinha da história.

Para você ver o quanto eu mudei por essa mulher... Sempre fui um cara carinhoso e romântico com as garotas. Com todas que eu ficava deixava bem claro que não tinha nenhum tipo de sentimento por elas, ao meu ver, é melhor falar na cara do que deixá-las iludidas como muitos homens fazem.

Entramos no meu carro e em silêncio fomos para o Starbucks.

[...]

-Então você já sabe o que vai fazer terça? –perguntei.

-Vou fazer o que eu faço em todas as vezes que tem essa data: chorar e me lamentar por não ter um namorado! E esse ano vou chorar mais ainda, afinal...tive dois meses pra encontrar alguém, e o máximo que eu consegui de encontros foram: um maníaco por limpeza, um gordinho porco, um garoto que me deu um perdido, um assassino de cães, um professor maluco, um palhaço sem graça, um garoto interesseiro, um homem que não quis nada comigo e...assim vai indo. –disse ela, me fazendo gargalhar um pouco.

-É, seus encontros não foram bons. –disse.

-Pois é.  –murmurou ela.

-E o tal príncipe? –perguntei a ela.

-Não sei o que deu nele, ele não anda falando mais comigo. Ele deve ter encontrado alguma garota. -disse sorrindo. Ela estava usando o seu sorriso número 3, aquele que ela usa quando está com vontade de chorar mas prefere sorrir.

-Tenho certeza que ele não encontrou ninguém!

-E como você tem tanta certeza? –perguntou ela.

-Porque ele não seria louco de ter uma garota linda e apaixonada por ele, e mesmo assim ficar com outra garota. –disse, mas como estava muito nervoso as palavras saíram meio emboladas.

-Me acha linda é? –perguntou ela debochada.

-Você sabe que sim. –disse, vendo ela corar e abaixar a sua cabeça envergonhada.

-Bom preciso ir, eu chamei as meninas para almoçarem comigo hoje. –disse ela.

-Tudo bem, também preciso ir. –disse levantando e deixando o dinheiro de nossos cafés na mesa.

-Bom, então tchau. Até amanhã? –perguntou ela confusa. Assenti confirmando.

Nos despedimos com um abraço e eu mordi meu lábio ao vê-la se distanciar de mim.

P.O.V. MEL

-Olá. –disse para Lucy assim que abri a porta de meu apartamento para ela entrar.

-Não sabia que tinha convidado ela. –disse Anna revirando os olhos.

-Também é bom ver você Anna. –respondeu debochada. -Bom dia Mel. –disse Lucy sorrindo, fazendo Anna a encarar confusa.

-Por que não foi trabalhar ontem? –perguntei para Anna.

-Estava na casa do Ryan e acabei perdendo a hora. –disse ela.

-Hum... –murmurei sorrindo maliciosa.

-Vou falar agora porque sei que você vai descobrir mais cedo ou mais tarde... Eu e o Ryan estamos ficando. –disse ela sorrindo.

-Coitado do tal Ryan. –disse Lucy.

-Fica na sua, cobra morena. –disse Anna.

-Ei meninas, sem brigas.

-Estou tranquila se essa vaca loira não falar nada. –disse Lucy.

-A única vaca que tem aqui é você, imitação de noiva do Chucky. –disse Anna.

-Antes noiva do Chucky do que uma travesti loira se sentindo A piranha. –foi ai que comecei a rir.

-Meninas... agora somos amigas, vamos parar ok? Isso tá muito infantil pra vocês duas, por favor! –comentei rindo fraco.

-Amigas? –perguntaram as duas juntas.

-Olha Mel, eu sou SUA amiga e não dela. –disse Lucy.

-É um favor para mim não ter a sua amizade. –falou Anna.

-Olha, tudo bem uma não gostar da outra, mas eu sou amiga das duas portanto não briguem.

-Tudo bem. Só não vou brigar com ela, pois sem que se brigássemos um dia você preferiria a mim do que ela. Não estou afim de humilhar ninguém.  –disse Anna convencida.

-Se ela preferisse você com o tempo iria se arrepender, afinal, você é uma puta. –disse Lucy.

-O garota, cuidado com o que você fala. –disse Anna levantando do sofá que estava sentada.

-Não cuido não, loira burra. –retrucou ela.

-Preconceito querida? –perguntou Anna.

-Nem um pouco, mas sabe o seu tom loiro é bem oxigenado. –falou ela.

-Sou loira naturalmente, além de idiota é cega? –perguntou Anna.

-Sério que é natural?? De tão mal cuidado dá até impressão que ele é um loiro falso. –disse Lucy.

-Por favor meninas, já chega. –disse implorando.

-Vou parar porque sou madura o bastante pra não levar a sério o que essa menina fala. –disse Anna.

-Que bom que pensa assim, porque eu também não levo a sério o que você fala. –disse Lucy.

-Pronto, resolvido a troca de farpas. Agora vamos fazer o nosso almoço e depois iremos agir como pessoas civilizadas para escolher um filme. –disse por fim.