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História Predestinada - A garota que eu tanto odiei


Escrita por: Maysants

Notas do Autor


Mais um capítulo sem revisão, perdoem qualquer erro ortográfico e boa leitura.

Capítulo 10 - A garota que eu tanto odiei


Fanfic / Fanfiction Predestinada - A garota que eu tanto odiei

Gabrielle-POV

Seguimos escada a cima ainda me sinto confusa com tudo isso, porém tento não pensar no que tanto me incomoda agora e foco meus pensamentos apenas nos momentos conturbados de agora a pouco.

Após chegarmos no corredor seguimos para o quarto que Esme me acomodou mais cedo, por coincidência fica de frente ao de Jasper, assim que nos aproximamos somos surpreendidas pelo mesmo na nossa frente, seus olhos fitam os meus por alguns momentos e se desviam para Rose mantenho meu olhar em seu rosto e sua postura aparenta desconforto seus olhos se voltam novamente para mim, e ouço cautelosa suas palavras.

— Elle, posso falar com você por favor. – Sua voz melodiosa soa pelos meus ouvidos e eu quase suspiro em aprovação observo suas feições perfeitas, seus cachos úmidos caem sob seus olhos dourados tão peculiares, sua feição demonstra arrependimento e isso me motiva a escuta-lo.

Adentro seu quarto e observo o quão organizado ele é, observo a ampla coleção de livros de Jasper, todos organizados em prateleiras firmes, a noite já decai e a escuridão lá fora é nítida através das grandes paredes de vidro transparente, sinto minhas emoções em conflitos, descido encarar Jasper. Suspiro assim que coloco meus olhos nele, sua postura continua rígida e isso mostra o quão está desconfortável ou nervoso, sua mandíbula travada lhe dar um ar extremamente atraente tenho que admitir.

— Sinto muito por ter agido daquela forma com você, estou passando por um momento delicado e isso tem me estressado um pouco. Espero que possa me desculpar. – Fala suplicante e consigo sentir sua sinceridade.

— Eu não entendo, isso tudo tem alguma coisa haver comigo? – Pergunto mordendo meu lábio inferior em ansiedade. Sinto seus olhos em minha boca mas ele desvia para meus olhos novamente.

— Não, problemas pessoais apenas. – Jasper fala mas sei que está mentindo.

— Não foi o que percebi, na verdade sei que está mentindo, só não entendo o por que, eu desculpo você apenas com uma condição. – Falo determinada e vejo que o surpreendi.

— Diga.

— Que seja sincero comigo, apenas isso.

— Tudo bem. – Fala desviando seu olhar do meu.

— Não se preocupe vou fazer apenas uma pergunta nada invasiva, apenas responda sim ou não, OK? – Pergunto o encarando atentamente, não quero deixar nenhuma de suas expressões passar despercebidas por mim. Jasper me olha profundamente por segundos demais, parece me admirar, será que?... não pode ser, ele mal me conhece. Souto uma risadinha incrédula que parece despertar Jasper, e sou surpreendida por sua voz que sai como um sopro mas ouço perfeitamente pela pouca distância.

— Linda. – É o que sai de seus lábios tão perfeitos. – Sinto minhas bochechas esquentarem e meu celebro trabalhar rapidamente, então é isso, ciúmes.

— Hum, então vai responder ou não? – Falo por fim interrompendo aquele momento.

— Ah... sim desculpe, pode perguntar. – fala e parece despertar.

— Só quero que me responda se esse seu comportamento tem haver comigo? Se estou interligada nesse seu problema pessoal? Seja sincero. – Pergunto tentando arrancar a verdade.

Jasper desvia seu olhar do meu e segue até a janela observando a escuridão que cerca a casa lá fora, em seguida volta a me fitar vejo que está hesitante.

— Sim. – É tudo o que diz.

Suspiro fechando meus olhos me sinto instigada a perguntar o que está me corroendo, mordo meu lábio inferior não sei se devo, abro meus olhos decidida a perguntar.

— Você estava com ciúmes? – Sou direta e extremamente objetiva, sua expressão demostra surpresa e incredulidade, sua reação quase me faz rir.

Jasper permanece calado e isso confirma minha pergunta, suspiro me questionando, por que ele sentiria ciúmes de mim? Não faz sentido, ele continua me olhado e parece esperar uma reação minha, meu coração se aquece, seus olhos são tão hipnotizantes.

Sigo até Jasper quebrando a curta distância entre nós vejo sua postura ficar em estado de alerta, sua respiração parar instantaneamente e sua mandíbula travar, mas em nenhum momento seus olhos desviam dos meus, fico na ponta dos pés e deposito um singelo beijo em sua bochecha gelada, não sei exatamente por que o fiz apenas senti vontade.

— Tudo bem eu desculpo você. – Falo já me afastando com as bochechas extremamente quentes. Jasper me olha cauteloso seus olhos tem algo que não consigo decifrar talvez surpresa.

— Fico feliz. – Jasper fala estampando um discreto sorriso em seus lábios rosados. Suspiro admirada com tamanha beleza, deveria ser crime ser tão perfeito.

— Então...é melhor eu ir. – Falo e seguimos até a porta. Tento mudar de assunto e não deixá-lo desconfortável.

— A propósito amei a coleção de livros, posso dizer que você tem bom gosto. – Falo sincera me retirando de seu quarto.

— Obrigado, posso emprestar alguns se quiser. – Me sinto realmente tentada a pegar um, mas talvez outra hora, não quero parecer inconveniente demais além do que já fui.

— Talvez uma outra hora. – Falo e sigo para o quarto em que Rosalie me espera com o banho preparado.

Assim que adentro o quarto observo enquanto a loira parece separar uma peça de roupa em cima da cama.

— Como foi a conversa com Jasper? Ele não falou mais idiotices não é? – Pergunta enquanto se aproxima com um lindo vestido de lã de mangas longas e gola alta nas cores preto e branco.

— Acho que vai servir. – Fala e estende o vestido para mim. Seguro delicadamente o tecido macio e quentinho do vestido e sigo até a cama o depositando na mesma.

— Bem, ele pediu desculpas, e parecia sincero. Ele não fez por mal. – Encaro Rosalie atentamente, seus olhos me observam mas sua feição é suave e não vejo traços de curiosidade em seu rosto.

— Não se preocupe ele é estranho as vezes mas você acostuma, ele é apenas um pouco mais reservado que nós. E acho que gostou de você, pois ficou bastante nervoso pelo que percebi. – Fala e solta uma risadinha. Sinto minhas bochechas esquentarem e sigo até o banheiro deixando a loira para traz.

— Preparei a banheira para você, espero que goste. – Sua voz entra abafada no banheiro.

— Obrigada Rose está perfeita. – Falo enquanto levo minhas mãos até a água da banheira que está realmente deliciosa. Retiro minhas roupas e adentro delicadamente na água, minha pele se arrepia com o choque de temperatura, refaço o coque em meu cabelo e suspiro apoiando minha cabeça na base da banheira.

Minha mente vagueia em pensamentos confusos, me sinto estranha, o que estou fazendo, eu não deveria estar aqui, essas pessoas são completos desconhecidos e certamente não são normais, mas acho que já é tarde para me recriminar por isso. Mas apesar de tudo me sinto bem em está aqui e isso é estranho, mas, aquém eu quero enganar, nunca fui normal. Ignoro todos os meus instintos que pedem para me afastar dessas pessoas.

Dou de ombros e tento relaxar um pouco, fecho meus olhos, desligo meu corpo de qualquer tipo de pensamentos ou emoções.

Após terminar meu banho que não faço ideia de quanto tempo durou retiro-me do banheiro enrolada em uma toalha branca, sigo até a cama onde encontro um par de lingerie novinho ainda lacrada, na  cor preta com detalhes nude que sinceramente é um luxo.

O quarto assim como o restante da mansão é lindo e muito confortável, uma decoração realmente digna de revistas, o quarto suíte possui um closet que parece ser enorme chega a ser maior que o meu, minha casa é simples apesar dos cômodos espaçosos.

Eu optei por uma casa aconchegante e simples, inclusive ainda tenho que agradecer a  ex-propietária por deixar tudo mobiliado e organizado para a minha chegada foi muita gentileza da senhora Jones, mesmo eu tendo comprado a propriedade com um valor a mais ao pedido por ela e pago pelos seus serviços ela foi muito gentil em toda a organização.

Termino de me arrumar e me observo pelo grande espelho que tem no closet, o vestido ficou perfeito em mim e destaca sutilmente minhas delicadas e marcantes curvas e o contraste do preto e branco combinam com minha pele. Desço para o andar de baixo, encontro Alice e os rapazes todos na sala. Alice logo salta ao meu encontro assim que me aproximo do fim da escada.

Jasper foca seus lindos olhos em mim e parece me admirar descaradamente, tento ignorar esse fato por me sentir um pouco desconfortável. Ele parece perceber e desvia seus olhos de mim.

— Vem sente-se com a gente. – Fala já me arrastando para o sofá onde parecia está em uma conversa calorosa com os meninos.

Sinto um pouco de receio, mas sigo até o sofá e me acomodo ao lado de Emmett, me retraio um pouco me sentindo tão pequena perto dele.

— Não precisa ter medo de mim ursinha polar, não vou te morder. – Fala em tom zombeteiro, suspiro indignada. Será que sou tão gorda assim para parecer um urso polar.

Faço uma careta estranha com o apelido. Edward sorrir minimamente, apenas ignoro não sei qual foi a graça.

— Então o que gosta de fazer? – Alice questiona. Fico confusa.

— Hum, quer saber os meus hobbies? – Ela apenas acena com a cabeça.

— Bom... curto muito leitura, pintura, eu costumava fazer aulas de música quando Marcos era vivo ele me enchia de compromissos para ocupar minha mente durante todo o dia, ele me ensinou a apreciar a arte musical como ninguém.– Falo e sinto uma pontada no  coração. Não quero me afundar em pensamentos deprimentes agora, então tento mudar de assunto, a atmosfera já estava ficando um pouco pesada.

— Então Edward você prometeu tocar piano para mim ouvir. – Falo e observo ele assentir.

Seguimos até o piano e nos acomodamos no banquinho tão excêntrico que o acompanha, sinto os olhares de todos em cada movimento nosso. Me acomodo ao lado de Edward e o observo.

— Então o que gostaria de ouvir?

— Me surpreenda. – Falo sorridente.

Ele sorrir e leva seus dedos as teclas do piano, uma melodia calma e bonita começa a eclodir por todo o ambiente, meus ouvidos sensíveis captam cada melodia com extrema apreciação, admiro Edward tão concentrado em cada nota. Por um momento o observo com nostalgia ele me lembra um pouco Marcos, seus traços sua postura e a maneira de agir e falar, seus movimentos são suaves e sutis, sinto meus olhos encherem de lágrimas, suspiro tentando expulsar essa sensação, enquanto Edward finda sua canção.

— Você está bem? – Questiona preocupado enquanto me observa atentamente.

— Sim...eu só. – Soluço baixinho e sinto mãos em meus ombros, Esme se encontra bem atrás de mim seus olhos transmitem compaixão e preocupação. Tento me recompor não quero parecer mais desprezível do que já aparento, não quero ser digna de pena eu não preciso disso, ninguém se importa de verdade, Marcos não se importou em como me sentiria com a sua partida, ele foi egoísta, mesmo jurando me amar. Não, não, não, não quero pensar nisso agora, não agora.

Fecho meus olhos sentindo uma onda de calmaria, que não é minha, meus ombros relaxam, minha cabeça pesa e sinto mãos envolverem meu corpo. A última coisa que escuto antes da escuridão me abraçar completamente é a voz preocupada de Jasper.

— Vai ficar tudo bem anjo.

Acordo totalmente confusa minha cabeça lateja incessantemente, sinto o gosto amargo do desgosto em minha boca e ele não é bom, sou tão ridícula, me sinto os piores dos seres vivos, e me odeio por ser assim tão desprezível, soco as almofadas com todas as minhas forças enfio meu rosto nas almofadas e grito frustrada. Eu não mereço existir. 

Mais uma crise existencial é isso, desanimo, pessimismo, insatisfação, falta de amor próprio, falta de afeto, falta de motivos para continuar seguindo em frente, ser uma ex-depressiva não significa que você superou seus anseios ou que está curada, sintomas, é o que me afligem, agora estou na mesma situação que me encontrava quando não sentia vontade de viver. Estou me afundando e não tenho mais forças para lutar ou algo pra me apoiar, sou um poço vazio e escuro. Tudo que eu mais temia em voltar a ser. A garota que eu tanto odiei e que fui durante tanto tempo, que só quer se livrar da dor.



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