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História Predestination - Quando Você Não Sabe o Que Fazer


Escrita por: Marimachan

Notas do Autor


Voltei dos mortos! Nem vou me demorar muito aqui para não levar muitos tomates na cara XD
Boa leitura! ;)

Capítulo 28 - Quando Você Não Sabe o Que Fazer


Sentando-se sobre o colchão, decidiu-se por finalmente levantar-se. Não fazia ideia de quanto tempo ficara acordada, largada na cama e imersa nos próprios pensamentos, mas o relógio a dizia que já passavam das 7 da manhã.

Depois de ter vivido tudo o que viveu no dia anterior, Lucy obviamente não tivera uma boa noite de sono. Durante a madrugada até conseguiu dar alguns cochilos, mas todos eram findados com ela ofegando e suando, após ter tido pesadelos tão horríveis quanto os que tivera no período em que acreditara que Natsu estava morto. Ter a consciência de que ele não morreria por culpa dela a fazia se sentir um pouco mais tranquila, mas não deixava de aterrorizá-la a ideia do que aconteceria caso Natsu não fosse quem era.

Para acrescer o desespero e a culpa interior, vinha também o caos que todas aquelas informações causaram. Céus, ela acabara de descobrir que estava praticamente destinada a encontrar e se apaixonar por aquele idiota, e ao mesmo tempo em que isso a deixava feliz, também trazia uma confusão ainda maior para seu coração.

Se ele sabia disso, por que nunca demonstrara que a tinha como algo muito maior que uma amiga? Ou será que ele demonstrou ao seu modo e ela que jamais percebera tal coisa?

Se a segunda opção estivesse certa, ela sem dúvidas se sentia a pessoa mais tapada do mundo naquele momento. No entanto, lembrou-se que antes de ir embora, Natsu era tão tapado quanto ela ou provavelmente pior.

Riu baixinho consigo mesmo ao pôr-se de pé e seguir para o banheiro.

Lembrar-se dos anos que passara e tudo o que vivera ao lado dele a fazia sorrir bobamente. Eram tantos momentos que queria guardar para a vida toda, que ficava em dúvida se seu cérebro era capaz de armazenar todos eles. Ao mesmo tempo, pensar nisso também a fazia retornar para a tristeza de recordar-se dos quatro anos longe dele, e das consequências que isso tudo trouxe para ambos.

Suspirou após enxaguar o rosto, olhando-se no espelho.

Precisava recuperar esse tempo e também redimir-se por todo o mal que o causara. Ela só precisava descobrir como faria isso.

Tinha esperança de que ao menos a partir daquele dia as coisas começassem a melhorar entre eles. Esperava, do fundo de seu coração, que Natsu passasse a permitir sua aproximação; e tinha de confessar que a pequena esperança de que ultrapassassem de uma vez por todas a barreira da amizade aumentou em seu interior com todas as novas descobertas, se comparado com a ideia de reaproximação anterior.

 

Depois de um dia inteiro na guilda, porém, descobriu que sua esperança estava bem longe da realidade. Embora tenha reparado que a interação dos outros membros com o mago do fogo tivesse aumentado consideravelmente — por mais que ele ainda mandasse todo àquele que o enchesse demais à merda —, isso não parecia valer para ela.

Lucy tentara muitas vezes naquele dia iniciar uma conversa que ela sabia que os dois precisavam ter, mas todas elas tinham sido frustradas por Natsu desviando do assunto ou simplesmente cortando-a e afastando-se. A frieza deixara de existir, mas a distância permanecia ali, firme como uma rocha. E isso estava deixando-a exausta.

— Talvez você precise apenas insistir mais um pouquinho — Levy fora quem opinara após tomar um gole de seu chá.

Ela confessava tudo à amiga enquanto conversavam numa mesa um pouco mais afastada da muvuca na qual o centro do salão se encontrava — os homens aparentemente decidiram disputar uma quebra de braço e todos assistiam torcendo para um ou outro.

— Mais do que já insisti, Levy-chan? — Suspirou desanimada, com o copo seguro entre as mãos. — Eu só queria entender por que ele continua me afastando, se agora eu já sei de toda a verdade...

— Pode ser que seja justamente por isso, não? — sugerira compreensiva. — Quero dizer, acho que está bem claro pra todos que por mais que o destino de vocês dois esteja entrelaçado de tal maneira, ele jamais quis te forçar a seguir isso, mas sim que você fosse feliz fazendo suas próprias escolhas... talvez o que ele precise, seja entender que estar ao lado dele é a escolha que você fez, Lu-chan. — Sorriu gentil.

— Tenho certeza de que ele já sabe disso. — Abaixou a cabeça, olhando o líquido esverdeado e quente que saboreava. — Acho que já entreguei todos os indicativos possíveis, Levy-chan. — Corou levemente, fazendo com que a amiga retivesse um riso baixinho.

— Então coloque-o contra a parede mais uma vez. — Ambas se encararam. — Da última vez que fez isso, você conseguiu com que ele admitisse que te amava. Talvez com uma segunda vez consiga com que ele fale o que está acontecendo. — Deu de ombros, simples.

A loira soltou o ar uma última vez antes de beber o último gole do chá.

— É, talvez você esteja certa. Mas acho que vou persistir mais um pouco em me reaproximar, uma hora ele vai ter que parar de me ignorar. — Ficou séria. — E se ele não fizer isso, juro que vou obrigá-lo a fazer com força bruta — declarou ameaçadora, o que levou a uma gota de suor escorrer pela testa da azulada.

— Ganbatte.

(...)

Se Happy estivesse falando sobre alguma coisa séria, ele sem dúvidas estaria sendo um péssimo ouvinte. Mas como o gato só sabia falar sobre como o sanduíche de atum de Mira estava delicioso naquele dia, ele não sentiu qualquer peso na consciência por seus pensamentos estarem vagando em algum lugar bem longe dali.

Enquanto caminhava à beira do caminho de água corrente que originava-se a partir da fonte iluminada ao centro do parque, Natsu tentava responder às questões que ele mesmo criara em sua mente.

Primeiro de tudo: ele seguiria o conselho de seu irmão e sua cunhada? Permitiria a aproximação de Lucy sem esforçar-se para afastá-la como tinha feito até ali?

Segundo, se a resposta para essas perguntas fosse sim, como ele faria com que aquele relacionamento permanecesse no mesmo patamar que permanecera por todos aqueles anos? E esse último questionamento em específico talvez fosse o que mais martelava em sua cabeça.

Por mais que estivesse muito propenso a permitir a presença e a aproximação de Lucy, isso não queria dizer que deixaria as coisas evoluírem como provavelmente fariam se ele apenas se deixasse levar por suas emoções e as dela.

Ele tinha de encontrar uma forma de não sucumbir às próprias vontades — dentre elas a de beijar a maga celestial toda vez que se aproximava demais; de impedir que qualquer coisa daquela natureza acontecesse entre eles.

E essa era a parte mais difícil.

Como ele manteria a sanidade toda vez que Lucy se aproximasse com aquele maldito cheiro de baunilha e morango se isso se tornasse muito frequente? Ou então, como conseguiria controlar seu próprio corpo sempre que ela lhe olhasse com aquele maldito sorriso que ela sempre lhe dirigia? Céus, como diabos ele impediria seu corpo de reagir a qualquer mínimo toque que ocorresse entre eles?

Parecia-lhe impossível demais. E isso o levava a questionar se realmente era sensato permitir tal aproximação. No entanto, as palavras proferidas por seu irmão e pela Primeira não paravam de martelar em sua mente e o sentimento que elas lhe causavam o deixava inquieto e angustiado.

— Natsu? — A voz de Happy finalmente o tirou do transe em que entrara desde que começaram aquela caminhada noturna pelo parque da cidade.

Ele olhou para o companheiro, que voava ao seu lado.

— O que foi, Happy?

— O que foi pergunto eu. — Emburrou-se. — ‘Tô te chamando há horas e você não tá nem aí pra mim. Não deve nem ter ouvido o que falei até aqui.

Esforçou-se para não desdenhar o drama do amigo.

— Foi mal, companheiro — pediu ao acariciar levemente o pelo azulado. — Estava apenas pensando demais.

A expressão do gatinho automaticamente mudou de uma embicada para uma bem mais sugestiva e maliciosa.

— Estava pensando na Lucy, né. — Ele levou a patinha sobre a boca. — Ele gooxta dela.

— Eu não sei o que fazer agora, Happy — confessou ao sentar-se num dos bancos em frente à fonte, ignorando o tom de deboche anterior.

O exceed subiu em sua coxa esquerda, encarando-o agora de forma confusa.

— O que quer dizer, Natsu?

Ele abaixou o olhar para encarar o azulado.

— Que eu quero a amizade da Lucy de volta, mas não posso deixar isso evoluir... entende?

— Não. Não entendo, porque isso não faz sentido, Natsu. — Ele cruzou os bracinhos. — Você gosta da Lucy, certo? — Recebeu um aceno positivo do mais velho. — E ‘tá na cara que ela gosta de você. Então porque vocês não se casam de uma vez, fazem filhos e são felizes? — questionou bem direto, o que levou ao rosado a arregalar os olhos brevemente por conta da “ousadia” do felino.

Logo suspirou, contudo, conformado.

— Eu bem que queria... — sussurrou tão baixo que fez Happy questioná-lo o que havia dito. — Nada. — Desdenhou ao gesticular com as mãos. — A questão é que eu não posso deixar isso acontecer, Happy. Quero a Lucy de volta, mas como éramos antes de eu ir embora. Nada além disso. Eu só não faço ideia de como fazer isso — explicou frustrado.

O gatinho o encarou pasmo.

— Você ficou difícil demais de entender, Natsu. Desisto — declarou sentando-se sobre a perna do rapaz, o que o fez rir contidamente.

— Desculpe por isso. — Acariciou mais uma vez o pelo do exceed, o que os levou a alguns instantes de silêncio.

— Né, Natsu — chamou baixinho, encarando o chão. — Você realmente não irá morrer, né?

No mesmo instante foi como se um caminhão de areia tivesse assolado seus ombros. O aperto que ele sentiu no peito sem dúvidas o fez ficar sem ar por alguns segundos, mas logo se obrigou a recuperar-se.

— Claro que não. — Sorriu tranquilizador, bagunçando um pouco dos pelos sobre a cabeça felina. — Não vai se livrar de mim tão fácil, companheiro.

Happy sorriu ao virar-se de frente para o mago mais uma vez e não se conteve em abraçá-lo.

— Nunca mais vamos nos separar, Natsu — declarou enquanto escondia a face contra o peito do mais velho. — Promete?

Mesmo sentindo o aperto aumentar e intensificar-se, ele correspondeu ao abraço, aliviado pelo fato do gatinho não estar olhando em seus olhos naquele momento, pois se estivesse, sem dúvidas eles o trairiam. Todavia, compeliu-se a reafirmar a promessa que o gatinho lhe pedira para fazer, mesmo que sua consciência o incriminasse veementemente por estar mentindo de maneira tão hedionda.

— Nunca mais.


Notas Finais


Essa ceninha final com o Happy me partiu o coração, confesso. </3
Bem, vemos claramente que Natsu está num belo dilema aqui aheuaheu'
Quer Lucy perto, mas não tão perto. XD
Vamos ver no que isso vai dar!
Acho que posso já informar que no próximo teremos uns momentinho NaLu pra suprir um pouco das nossas necessidades. XD

Até o próximo, minna! :)


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