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História Predestination - Quando as Palavras São Duras


Escrita por: Marimachan

Notas do Autor


Boa noite! Aqui estamos nós de novo.
Um pouquinho de descontração, mas também um bocado de drama (isso que dá passar a infância assistindo novela mexicana XD)! Eita nois. Segura aê o parquinho pegando fogo e forninho caindo junto, minha gente.
Boa leitura! ;)

Capítulo 11 - Quando as Palavras São Duras


Algumas horas haviam se passado desde que Zeref se tornara oficialmente um membro da Fairy Tail. Depois daquele momento, a algazarra voltara a reinar no salão e a festa só se tornava cada vez mais barulhenta no que as horas passavam — e a quantidade de bêbados aumentava. O grande grupo que antes já dividia a mesa, agora também era acompanhado de Mavis e Zeref, e a distração com as perguntas que eram o tempo todo direcionadas ao Dragneel mais velho acabou fazendo passar despercebido o fato do mais novo não estar mais no balcão como antes. Mas ninguém podia culpá-los, já que agora possuíam um companheiro realmente muito interessante.

— Aonde está o Natsu? — Erza, porém, fora quem questionara, procurando pelo rosado por entre a multidão que os cercavam, chamando a atenção do restante do grupo.

— Lá. — Juvia apontara para um canto da guilda em específico, fazendo com que todos olhassem na direção indicada.

E tinham que confessar que se surpreenderam com o que viram. Na mesa mais afastada do centro do salão estava Natsu, acompanhado de Cana e Gildarts. Nada de novo até aí, já que o Dragon Slayer sempre fora próximo ao mago mais velho. O inusitado, entretanto, era o que eles estavam fazendo. O ruivo gargalhava animado, enquanto incentivava algo que parecia uma competição entre a morena e o rosado. Uma competição alcoólica.

— Eles parecem animados. — Uma gota escorria pela testa de Sting, admirado com a quantidade de copos e garrafas vazias empilhados sobre a mesa.

— Ele é louco? — Erik questionou pasmado. — Está mesmo tentando competir com a Cana?

— Bem, uma oponente a altura eu ousaria dizer — Zeref suspirou, dividido entre o divertimento e a reprovação em sua voz.

— Uma oponente a altura? — Erik tornou a falar. — Nem o próprio Gildarts conseguiu derrotar ela! — expressou o quão descrente estava quanto a aquele ponto em específico.

— E desde quando o Natsu bebe assim? — Levy fora a próxima, admirada com a agilidade do outro em entornar as bebidas, as quais Kinana e Laki se esforçavam em repor à mesa.

— Realmente — Mira concordara. — Ele nunca foi de beber...

— Nunca precisou disso, na verdade — Lucy lembrou-se, com uma gota também escorrendo pela testa, de como ele costumava causar euforia e bagunça só de existir por ali.

— Bem... — Zeref começou. — Vocês irão perceber que algumas muitas coisas mudaram. — Suspirou resignado. — Essa é uma delas.

Alguns presentes franziram a testa com a informação, sem saber muito bem o que pensarem sobre ela; outros, por sua vez, apenas continuaram admirados com a cena que se desenrolava ao longe. Até que a surpresa voltou a atingi-los de maneira estupenda.

Cana corria em direção ao que eles sabiam ser o banheiro, parecendo que iria colocar seu estômago pra fora a qualquer momento — o que os levava a sentirem como se estivessem presenciando um fato histórico.

— Há! Ganhei! — Assistiram Natsu cantar vitória para em seguida entornar de uma vez um último copo.

Gildarts, depois de alguns segundos imerso em imensa surpresa, voltou a gargalhar alto.

— Você fez mesmo isso! — bradou, também levando sua garrafa a boca. — Surpreendente. — Riu mais um pouco.

— Ele não parece estar alto... — Juvia comentou, ainda admirada pelo feito.

— Porque provavelmente não está. — Zeref deu de ombros ao ingerir sua própria bebida, de forma muito mais moderada que seu irmão, entretanto. — Precisa haver uma quantidade de álcool muito grande pra que ele fique, pelo menos foi o que observei nos últimos anos.

— E aquilo não é uma quantidade suficiente? — Teru questionou, arregalando os olhos enquanto encarava a pilha de recipientes vazios levados em várias viagens pelas balconistas que assumiam no lugar de Mirajane naquela noite.

— Aparentemente não. — Ele assistiu com diversão a expressão dos companheiros. — Mas é bem provável que ele já esteja bem animado — brincou.

— Poderíamos ir lá chamá-los pra se juntarem a nós, não acham? — comentou Sting esperançoso.

Embora não quisesse demonstrar, sua vontade de conversar mais com o “senpai” era tremenda, principalmente por não vê-lo ainda há mais tempo que os aliados da Fairy Tail.

— Eu tentei. — Erza suspirou. — Mais cedo, quando ele ainda estava sozinho no balcão eu tentei trazê-lo pra cá, mas nem sob ameaças ele veio. — Fechou a cara.

— E não foram ameaças as quais se deva ignorar — Jellal comentara sombrio, bebericando de seu copo, havia presenciado a tentativa de sua esposa.

— E ele negou ainda assim? — Sting murchou ao receber a confirmação da ruiva.

— Nós todos tentamos, na verdade — ela voltou a falar. — Eu, Gray e Juvia, Wendy e até o Happy. — Apontou para o azulado, que estava distraído conversando com os companheiros exceeds.

E, de fato, o gatinho ficou boas horas ao lado do mago de fogo, matando a saudades e conversando, mas quando ele chamou para que se juntassem ao grupo recebeu uma negativa categórica e um tanto impaciente do amigo, o qual declarou que a próxima pessoa que o fizesse aquela pergunta seria esmurrado. Então, após mais alguns minutos fazendo companhia ao rosado e então ver que Cana passara a distraí-lo, Happy resolveu voltar ao grande grupo.

Desse modo, todos já haviam tentado trazer o mago do fogo para a mesa e falharam miseravelmente.

Quer dizer, todos exceto...

E naquele momento Lucy quase entrara em pânico ao sentir os olhos de seus companheiros de time sobre si. Encolheu-se na cadeira, num ato involuntário de quem queria sumir da vistas alheias.

— Lucy, falta você! — Erza exclamou quase indignada por não ter percebido aquele detalhe antes.

— Erza...

— Falta você tentar! — ela repetiu. — Faça isso — ordenou seriamente, fazendo a loira estremecer.

— Oe — Atsushi pronunciou-se sério. — Você não pode simplesmente obrigar a Lucy a ir falar com aquele cara se não é isso que ela quer fazer agora, Erza — retrucou na defensiva, vendo que a maga celestial havia se sentido desconfortável com a ideia.

— Todos tentamos! É a vez da Lucy. — Continuou irremediável. — Ela precisa tentar antes de eu mesma arrastá-lo pelos cabelos caso recuse mais uma vez — afirmou autoritária. — Não vou admitir que aquele idiota passe a véspera de Natal sem sequer falar com seu time direito. — Cruzou os braços, encarando o rosado ao longe, que ainda conversava com Gildarts.

Atsushi estava prestes a retrucar novamente, e dessa vez apoiado por Teru, Erik e, por mai incrível que parecesse, Wendy também. No entanto, foram impedidos por Lucy, que levantou-se com um ar um tanto quanto decidido. O grupo a encarou, ela suspirou.

— Eu também quero saber por que ele está evitando todo mundo — respondeu à pergunta muda de seu namorado.

— Lu- — Zeref pretendia chamá-la, mas a mão delicada de Mavis sobre a sua o fez se calar antes que isso fosse percebido.

Ele a olhou indagador, mas a menor apenas negou com a cabeça, indicando que ele não deveria tentar impedi-la, por mais que na visão deles aquilo fosse o mais prudente a se fazer.

Enquanto isso, do outro lado, Gildarts tentava aproveitar a oportunidade de sua filha ainda não ter voltado para escavar um pouco mais a fundo o cara que sentava à sua frente naquele momento.

Era visível e inegável o quanto Natsu estava diferente do que se lembrava e ele não atribuía isso apenas a sua aparência física e tão somente ao seu novo gosto pelo álcool. O Dragon Slayer estava se comportando diferente de várias maneiras, inclusive, ele observara, no fato de manter toda a distância possível da mesa que se encontrava mais para o centro do salão.

— Então... — chamou a atenção do mais novo, fazendo-o olhá-lo. Esboçou um sorriso ladino. — Como está lidando com isso? — questionou aleatório, fazendo o outro levantar uma de suas sobrancelhas enquanto tomava um gole da garrafa em mãos.

— Com isso o quê? — perguntou de volta, em um tom indiferente, embora suspeitasse que iria se arrepender de ter realmente dado conversa.

— Bom... Sua parceira está namorando o novato — foi direto, enfatizando a palavra que lembrava-se do mago utilizando sempre para se referir a companheira de time.

Natsu então constatou que, de fato, estava arrependido. Ainda assim, não esboçou qualquer reação que demonstrasse isso.

— E...? — continuou ainda fingindo indiferença, convincentemente aliás.

— E você não está puto? — Ergueu sua própria sobrancelha, um tanto surpreso. — Ou pelo menos incomodado?

— E eu deveria porque...?

Gildarts desdenhou ao bufar brevemente.

— Porque ver a sua garota com outro cara não deve ser divertido — ironizou, novamente sendo direto.

— Não deve ser mesmo. — Deu de ombros ainda no mesmo tom anterior. Ele deveria ganhar um Oscar só pela sua atuação primorosa.

Seu teatro foi abaixo, porém, assim que sentiu seu corpo tencionar por inteiro ao sentir o cheiro que se aproximava da mesa. Gildarts, perspicaz, não deixou aquela passar, soltando um risinho malicioso ao ver a maga celestial vir em direção a eles.

Merda — xingou mentalmente, forçando-se a tentar focar em outra coisa que não fosse o sorriso provocador do ruivo ou o cheiro embriagante que se aproximava cada vez mais.

— Natsu. — Ouviu finalmente a voz de Lucy, atrás de si.

Negou-se a olhar para trás, entretanto, respondendo apenas com um resmungo rabugento.

— Nós... — começou ela, hesitante pelo tratamento distante que recebia. — Eu preciso falar com você. — Mudou de atitude, porém, tornando sua voz mais firme.

— Já está falando — respondeu mal-educado, deixando claro o quanto estava indisposto a falar com a loira.

Essa, por sua vez, sentiu uma veia pulsar em sua testa. Aquela indiferença toda estava começando a irritá-la. E foi por isso que não pensou muito ao levar sua mão direita ao cabelo basto do rapaz. Em um gesto nada delicado puxou-o até que sua nuca fosse entortada, obrigando-o a encará-la quase de cabeça para baixo.

Natsu xingou, sentindo a dor ao ter seus fios sendo puxados.

— Olhe pra mim quando eu falo com você! — ordenou irritada, ignorando a risada de Gildarts e os xingamentos seguintes do Dragneel, que não eram nada leves, aliás.

— Nós vamos conversar — informou, soltando os fios cor de rosa.

Logo em seguida, entretanto, agarrou o pulso do antigo colega de time, arrastando ele por entre as mesas lotadas para fora do salão abastado de gente, novamente ignorando com primor todos os xingamentos e reclamações provindas do outro.

— Ela realmente conseguiu — Sting admirou-se.

A mesa toda, bem como alguns outros magos no lugar, encarava a cena de Natsu sendo arrastado por Lucy, indignado. Ela realmente parecia ser a única a conseguir tal feito.

 

Xingando uma última vez, Natsu sentiu seu pulso finalmente sendo solto. Ele e Lucy se encontravam nos fundos da guilda, com a vista para o lago. Respirava fundo, na tentativa de acalmar sua irritação e controlar outros pontos específicos de suas vontades. Vendo que o silêncio permaneceria, contudo, bufou irritado mais uma vez.

— E então? — chamou a atenção da maga, que parecia perdida no próprio mundo. — O que diabos é tão importante que seja necessário você me arrastar como bem entende? — questionou não conseguindo evitar o sarcasmo na voz.

Lucy fechou a cara, inflando as bochechas. Ele amaldiçoou-se quando percebeu que quase sorriu ao rever, pela primeira vez em anos, tal cena.

— Pare de falar assim comigo! — exigiu voltando a se irritar também. — Aliás, pare de tratar todo mundo assim! — completou lembrando-se que não era apenas ela que estava recebendo tal tratamento.

— Você quase arranca meu cabelo e ainda me arrasta a força pra fora e quer que eu te trate diferente disso? — questionou indignado.

Ela abaixou o olhar, um tanto envergonhada agora que a raiva passava.

— Desculpe — pediu. — Mas se eu não fizesse isso você não iria falar comigo. – Cruzou os braços, parecendo uma criança emburrada.

Ele revirou os olhos. Tinha de admitir que assistir Lucy de tão perto, agindo exatamente como ele se lembrava dela o remexia de muitas maneiras. Todavia, nunca fora uma pessoa paciente, menos ainda nos últimos três anos. Ele não demorou muito a sentir seu corpo tencionar novamente, porém, quando percebeu o olhar da loira se transformar e sua voz sair mais baixa.

— Por que está fazendo isso? — questionou, voltando a baixar os olhos.

— Isso o quê? — tentou adiar a obrigação de respondê-la, se fazendo de desentendido.

— Evitar todo mundo — respondeu séria, tornando a encará-lo. — Você está nos evitando e nos tratando dessa maneira. Temos o direito de saber pelo menos o porquê disso.

Por um momento ele ficou em silêncio. Por mais que soubesse a resposta, não era a que queria e muito menos a que iria dar. Ficou por alguns segundos assim, até que suspirou contrafeito.

— Eu só não tenho a paciência do Zeref para aguentar vocês me enchendo de perguntas o tempo todo — respondeu uma meia-verdade.

Era fato que ele realmente acabaria mandando todos à merda se continuassem enchendo o saco, à procura de mais detalhes de sua vida no tempo em que esteve longe.

— E então por isso resolve ignorar todo mundo e se afastar? — devolveu indignada. — Nós não te vemos há quase quatro anos, Natsu! Você desapareceu sem mais nem menos! Não tivemos sequer notícias suas! É claro que temos muitas perguntas a te fazer! — concluiu ainda no mesmo tom, embora agora também externasse um pouco da mágoa que sentia.

— E eu não quero respondê-las — expressou simples, embora sério. Decidiu completar, porém. — E eu não devo a vocês qualquer satisfação além da que já dei. Não pretendo dar nada mais além disso.

Ela simplesmente não conseguia medir os danos do corte em sua alma que sentiu ao ouvir tais palavras. A maga o encarou, estática, não sabendo se sentia estupefata ou ainda mais magoada. Talvez os dois fossem adequados ao momento.

— Como... como pode dizer algo assim? Nós... nos importamos com você. — Ela percebia sua voz vacilar enquanto seus olhos começavam a arder.

— Pois não deveriam. Vocês viveram os últimos quatro anos sem a minha presença, continuem assim — completou.

— O quê... está dizendo? — Ainda tentava digerir as palavras duras. — Você é nosso companheiro... de guilda... de time... — A loira se perdia nas próprias palavras. — Você é... meu parceiro...

E ela não sabia o peso daquelas palavras.

Esse era o único pensamento que vagava pela mente dele. Ela realmente não fazia ideia.

Internamente sentiu sua própria alma se conturbar mais e se contradizer. Ao mesmo tempo em que tudo o que queria era apenas quebrar a distância entre eles e beijá-la pelo que acabara de ouvir, também sentia toda a revolta da injustiça de toda aquela merda. Mais uma vez sentiu raiva; do mundo e de si.

Fechou os punhos e os olhos, num gesto ineficiente de tentar conter os próprios sentimentos. Quando abriu-os, porém, tudo o que tinha era o motivo de não poder fazer o que seu corpo e coração pediam. Ela não tinha que passar por aquilo, aquele era um fardo que somente ele precisava carregar. E foi com isso em mente que decidiu proferir as palavras mais dolorosas que algum dia já havia proferido em sua vida.

— Era, Lucy. — Lucy, não Luce. Ela encarou-o ainda mais atônita. — Vocês estão muito bem sem mim, você está muito bem sem mim, então como falei antes: continuem assim. Voltar para a guilda não significa que eu voltei para vocês. Então apenas me esqueçam e me deixem em paz de uma vez — concluiu duramente.

Seu tom era tão gelado quanto o vento que ia de encontro a eles. Ou ao menos era assim que ela enxergava. Recusava-se a acreditar que estava ouvindo tais coisas, mas não havia nada para se agarrar e assim continuar enganando a si mesma.

— Agora, se me der licença, tchau — o mago despediu-se, já virando-se para ir embora.

Lucy observou-o em silêncio e, sentindo pequenos espaços em seu rosto gelarem ainda mais, percebeu que suas lágrimas escorriam sem permissão.

— Você me prometeu! — gritou, finalmente saindo do transe e exprimindo o que sentia, em meio ao choro que começava a se intensificar. Ele parou sua caminhada por um segundo. — Você prometeu que voltaria para mim, Natsu!

— E você fez muito bem em esquecer isso e desistir de me esperar cumpri-la — respondeu seco —, porque não pretendo fazer isso algum dia — completou voltando a andar até sumir das vistas da garota, ignorando todo e qualquer sentimento de desespero por finalmente estar encarando de frente a realidade de que havia, de uma vez por todas, perdido-a para ele mesmo. 


Notas Finais


Desculpem! Tivemos NaLu, mas acho que não foi muito o que vcs desejavam, né? ^^'
Gente, me parte a alma escrever essas cenas, mas né, sem elas a história não existiria e o desenvolvimento do casal tmb não hehe'
Ainda assim, de corações partidos, espero que tenham gostado! Prometo que uma hora eles chegam lá kkkkk'
Um grande beijo! E até o próximo! ;)


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