Acordei me sentindo um pouco tonta e permaneci de olhos fechados. Ouvia vozes discutindo ao fundo.
-O que ele está fazendo aqui? -a voz conhecida saiu carregada de raiva.
-Ele é um aprendiz da firma de advocacia, veio ajudar no caso. -a outra pessoa na sala dizia confusa.
-Quero ele fora daqui. -passos pesados ecoavam. -Agora!
-Sehun... Temo que não poderemos fazer isso.
Recobrei a consciência cem por cento e abri os olhos.
Analisei o lugar rapidamente e percebi estar em uma pequena enfermaria.
-Sehunnie? -minha voz saiu sussurrada, mas foi o suficiente para chamar a atenção dos homens presentes na sala.
-Ahra? Você está bem? -se aproximou e fez um carinho de leve em meu rosto.
-O que aconteceu? -me sentei devagar na maca com seu apoio, me sentia fraca.
-Você viu uma pessoa desagradável e teve uma crise de pânico.
Lembrei de Jiyong e do sorriso prepotente que deu assim que me viu na porta. Meu corpo se arrepiou e um tremor se espalhou por meu corpo, fazendo Sehun me abraçar forte e dizer que tudo ia ficar bem.
Fiquei agarrada nele igual um bebê e me recusei a soltá-lo.
-Dalgi, nós precisamos ir pra reunião. -começou a dizer calmo. -Prometo que vou ficar do seu lado o tempo todo e não vou deixar ninguém encostar em você, tudo bem?
Discordei rapidamente e continuei em seu colo. Ele suspirou.
-Sabe, não é nenhum sacrifício para mim ficar aqui com você. -beijou minha testa. -Mas imagina o que Nari iria fazer se descobrisse que nós não fomos na primeira reunião? -senti um frio descer por minha espinha ao pensar na reação de omma. Oh me apertou em seus braços e depois grudou nossas testas, roubando um beijo rápido. -Não vou deixar nada de mal acontecer. -fez carinho em minha bochecha. -Você é minha agora, e mesmo que não fosse, te cuidaria para o rosto da vida.
Meu coração batia rápido no peito e as borboletas brincavam livres pelo meu estômago.
Beijei Sehun sem pressa e com muito custo me levantei, arrumando minha roupa e cabelo, e vestindo o salto que haviam tirado do meu pé.
-Me compra sorvete depois? -minha fala saiu abafada, já que estava com o rosto enfiado no peito de Hunnie, o abraçando. Ele apoiou sua cabeça na minha e pude ouvi-lo sorrir.
-Claro que sim.
Suspirei e adentrei a sala, já que não podia mais adiar o inevitável e estávamos no meio de um processo importante.
Alguém decidiu processar appa por alguma circunstância jurídica da filial japonesa e agora estávamos aqui discutindo o que fazer.
Apenas falava alguma coisa e prestava atenção uma vez ou outra, estava mais focada em ignorar o homem alto de cabelos tingidos -em um loiro terrível, diga-se de passagem- e em segurar a mão de Oh por baixo da mesa.
Olhei para o relógio pendurado na parede. Duas horas haviam se passado. Suspirei.
Queria ir para casa e descansar, não ficar presa em uma sala com senhores de meia idade e meu ex idiota.
Após mais uma hora e meio sentada ali, todos decidiram que já era tempo para um intervalo.
Levantei devagar e me escorei em Sehun, que me arrastava para fora. Uma mão em meu braço me parou, gelei naquele instante.
-Ora ora, quer dizer que piranha já superou e está com outro? -riu cínico.
Bile queimava minha garganta e ameaçava sair. Grudei em Oh e enfiei meu rosto em seu peitoral.
-Será que você pode deixar ela em paz? Ou vou ter que quebrar sua cara novamente?
-Vai defender essa vagabunda? -meu ouvido começava a zunir com cada palavra que saía pela sua boca. -Aposto que pra você ela já deve ter abrido as per... -pude ouvir um estalo e Hun me soltando, dando um soco em Jiyong.
-Se você abrir essa boca imunda para falar o que quer que seja sobre a minha garota pode se considerar morto.
Me pegou delicadamente e me dirigiu para fora do prédio, fazendo com que eu entrasse em seu carro. Sacou o celular do bolso do blazer e logo aproximou o aparelho da orelha.
-Vou levar Ahra para sua casa, ela não está se sentindo bem. -uma pequena pausa. -Não, não... Vou ficar junto com ela. -suspirou. -Eu me resolvo com o Senhor Oh depois, não se preocupe. -desligou e deu ignição.
~
Acordei me sentindo sufocada. Abri os olhos e uma cabeleira negra invadiu minha visão. Sehun dormia com metade do corpo em cima do meu, sua cabeça repousando em meus seios. Sorri. Fiquei em dúvida sobre acordá-lo ou não. Um ronco ecoou pelo quarto.
-Hunnie. -cutuquei suas costelas. Ele resmungou e se mexeu. -Sehuun, levanta. -se mexeu mais um pouco.
-Mas aqui, -bocejo. - tá tão fofinho.
-Estou com fome, Hun. -tentei jogá-lo para o lado da cama, mas seu corpo era mais pesado que o meu.
-Também estou. -me abraçou mais forte, suspirei. Senti duas mãos apertando meus seios e soltei um grito, empurrando Oh para longe, o derrubando da cama. -Eles cresceram ou é impressão minha?
-Ya! Pervertido! -joguei um travesseiro nele. O mesmo voltou pra cama, começando a me fazer cócegas.
-SEHUN! YAA, PARE! -perdia o ar em meio a tantas risadas. -HUNNIEEE.
Ele finalmente parou depois de algum tempo e passou a me observar, chegando cada vez mais perto. Nossos lábios finalmente se chocaram, ele não precisou sequer pedir passagem. Uma das suas mãos pousou em minha cintura e a outra foi até meus cabelos.
Ficamos trocando beijos até ouvirmos batidas na porta.
-Sehun? Ahra? -Chanie soou do outro lado da porta. -Irene e eu vamos sair com uns amigos para dar uma volta. Querem ir junto?
Olhamos pra um do outro e concordamos.
-Estaremos prontos em meia hora. -gritei enquanto me levantava.
Separei a roupa que iria usar e tomei um banho rápido. Assim que saí já pronta do banheiro pude ver Sehun com roupas diferentes das que usava antes.
-Como se trocou tão rápido? Suas malas não estão no hotel? -perguntei enquanto ajeitava o boné sobre sua cabeça.
-Então, história curta. -coçou a nuca e sorriu envergonhado. -Seu primo me deixou ficar aqui.
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