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História Prelúdio (Taekook - Vkook) HIATUS - Capítulo 29 - Sinapse.


Escrita por: cureaqua2

Notas do Autor


Boa leitura!!!

Capítulo 30 - Capítulo 29 - Sinapse.


Posso sentir meu peito explodir em ansiedade ao ver o ponteiro do relógio da livraria marcar meio-dia. Havia esperado por esse momento a manhã inteira e não posso acreditar que finalmente chegou. 

– Hobi-hyung, então estamos indo. – Acenava Taehyung com sua mão livre. A outra, como qualquer um poderia imaginar, estava entrelaçada com a de Kookie. Era inevitável não se sentir sozinho ao olhá-los por um dia inteiro. – Não esqueça de nos atualizar mais tarde! 

Aquele sorriso zombeteiro estava estampado mais uma vez na expressão de ambos. Desde que eu contara sobre meus sentimentos acerca de Jimin, aquela visão se tornara extremamente comum. Só não fico bravo, pois faço o mesmo com eles quando estão a demonstrar afeto bem na minha frente.

Fighting, hyung! – Jungkook faz um gesto parecido com um soco para indicar forças.

Rio soprado.

– Obrigado, obrigado. Vou deixá-los a par de tudo, não se preocupem. Agora, vão! – Assinto várias vezes e indico para saírem logo. 

Quando assim o fazem, respiro fundo em meio a gargalhadas de nervoso e timidez. Eles sabiam como me animar e me deixar constrangido ao mesmo tempo. Por sorte, o movimento estava parado hoje e não havia nenhum cliente no momento, se não eu teria sido capaz de dar um soco em cada um dos meus amigos antes de irem. Eu apenas arranjei uma desculpa para que Jqimin pudesse vir aqui hoje, o que tem de mais nisso? Nós só arrumaríamos algumas estantes juntos e eu aproveitaria sua companhia. Nada muito especial. Ok, tudo bem que eu sempre digo no nosso grupo da livraria que qualquer momento com ele é especial, que só de ouvi-lo gargalhar me deixava bem, mas mesmo assim. Não é como se eu fosse me declarar hoje. Decidi esperar um pouco, o momento certo. Posso parecer bobo, mas gostaria que fosse algo especial. Já tenho até planejado mentalmente. Eu o convidaria para uma espécie de encontro, que ele pensaria ser uma saída entre amigos, e nos divertiríamos a tarde inteira. Depois, pararíamos aqui na livraria de novo para que eu pudesse lhe mostrar uma edição nova de sua coleção favorita e, assim que ele a segurasse, iria notar que não havia nada de diferente no mangá. Então, eu o pediria para abrir, porque a diferença estaria dentro. E, quando ele o fizesse, um papel com minha declaração apareceria diante os seus olhos. Dentro do primeiro mangá que ele alugara aqui. Seria algo como o símbolo do nosso relacionamento ou algo assim.

Sinto minhas bochechas esquentarem com a imaginação. 

– Jung Hoseok do céu. – Esfrego o rosto na tentativa de diminuir o rubor. – Menos, menos... 

 

O relógio já passava das 13h e o sexto cliente saía pela porta, mas Jimin ainda não havia chegado. Era estranho ele se atrasar dessa forma, ainda mais sem avisar. Pode ser que algum imprevisto urgente tenha surgido ou que simplesmente acordou tarde, como costuma fazer depois de ter treinado uma noite inteira...

Encaro a tela do celular para conferir se tinha uma notificação nova e me vejo decepcionado por não ver nada. 

Jiminnie,... – Digo em voz alta a mensagem enquanto a digito. Um costume meu não muito agradável, já vivenciei eventos vergonhosos por conta disso. – ...aconteceu alguma coisa? Qualquer coisa... podemos... marcar... outro dia. 

Enviado. Agora é só aguardar a resposta e ficará tudo bem...

 

Pelo menos era o que eu pensava antes de mais uma hora passar pelo ponteiro.

 

Termino de atender mais um cliente e começo a discar o número de Jimin o mais rápido que conseguia, tentando ao máximo me acalmar para não pensar no pior. Entretanto, como eu temia, a voz da caixa postal se fez presente muito rápido. O telefone estava desligado. 

Não. Jimin deve ter avisado alguém, falado alguma coisa. Não posso me desesperar ainda. Respira fundo, Hoseok. Está tudo bem, nada aconteceu. A bateria dele acabou, só isso. Não seria o mesmo caso de Yoongi-hyung. Jimin está vivo. Ele não atende por outro motivo. 

… Mas e se não for paranoia minha? 

– Taehyung-ah. – Digo assim que disco outro número, sem me preocupar com cumprimentos. – Jimin mandou alguma mensagem pra você? Sobre ter saído ou algo do tipo? 

Não. Por quê? Aconteceu alguma coisa? Jimin ainda não apareceu? – Sua voz estava ficando alarmada. 

– Pergunte ao Kookie se o Jimin mandou alguma coisa pra ele. Ele está aí com você, certo? – Recebo uma confirmação do outro lado. Era óbvio que estava. 

Ele também não recebeu nada... – Merda. – Hyung... – Taehyung parecia relutante em dizer algo, mas mesmo assim o fez. – Não entre em desespero, certo? Não vai acontecer nada a Jimin. Nada. 

Embora meu amigo quisesse me passar tranquilidade, era óbvio em sua voz que esta também é uma tentativa de se acalmar. Tenho certeza que teme o mesmo que eu, até porque ele me viu preocupado com Jimin em uma de suas visões e...

A visão. 

Meu Deus, o Taehyung já tinha visto isso. Embora fosse quase inútil por não saber de todos os detalhes. Mas... será que eu vou descobrir alguma coisa aterrorizante daqui algumas horas?

Não. Não. Não. 

– Vou tentar ligar para Seokjin-hyung. Eles são bastante próximos. Ele deve saber de alguma coisa. Se eu descobrir algo, te ligo de volta. – Ouço um “hum.” – Vai dar tudo certo, Tae. Você está certo, nada vai acontecer a Jimin. – Tento o tranquilizar também antes de desligar a ligação. 

Procuro na lista de contatos o número de Seokjin-hyung, mas minha expectativa de conseguir notícias fora frustrada ao não ser atendido. 

Um gelo percorre meu coração. E se os dois tiverem sofrido algum tipo de acidente? Os dois são melhores amigos e Jin-hyung costuma dar carona para ele, então há a possibilidade de que tenham se machucado no caminho para cá. A não ser que eu deixei passar alguma informação importante e… 

Ah. 

Tinha esquecido que hyung provavelmente iria começar um curso de culinária hoje. Ele falou sobre isso o dia inteiro ontem, como pude esquecer? 

Realmente, não deve ser nada. 

De qualquer forma, eu precisava saber. Mesmo que no fim seja algo bobo, eu preciso de uma confirmação de que todo esse mau pressentimento é apenas fruto da minha imaginação.

Antes de encerrar o expediente às pressas, pego a chave da loja e derrubo a do carro devido à tremedeira. Nunca pensei que agradeceria tanto por aqui estar vazio.

– Vamos... – Tento dar a partida no carro, mas falho. – Agora não. Tanto momento pra você parar de funcionar e você vai parar justamente agora, Princesa? – Sim, é o nome do meu carro. – O que eu fiz pra você, hum? Eu te dei... não. 

Bato frustrado no volante e depois na minha própria cabeça. 

Eu esqueci de abastecer. Que porra, Hoseok!

– Raciocina. – Inspiro profundamente. – Ônibus. Posso tentar pegar ônibus. – Tateio os bolsos em busca do cartão.

Nada. 

Dinheiro... 

– Só pode estar de brincadeira com a minha cara... 

Sem mais delongas, abro em fúria a porta do carro e passo a correr o mais rápido que eu conseguia aguentar, similar – não, ainda muito mais rápido – ao da vez que eu e os meninos nos “atrasamos” para a escola. Preciso conferir todos os lugares que Jimin frequenta para ver se consigo algum tipo de informação. 

Paro em frente ao estúdio de dança, sua segunda casa. 

– Com... licença, boa tarde. – Digo com um pouco de dificuldade e tento recuperar o fôlego. Não posso me cansar agora. – Qual é o seu nome? 

O recepcionista parecia bem jovem e, a julgar pela sua expressão um tanto desesperada, um funcionário novo. Provavelmente é seu primeiro emprego. 

– Choi Yeonjun. – Mostra seu crachá. É, apenas dezenove aninhos. Acabou de sair da escola. – No que posso ajudá-lo, senhor?

– Yeonjun-ssi, por acaso algum Park Jimin veio treinar hoje? Ele faz balé e... 

– Ah, você procura Jimin-hyung? – Abro um sorriso. Então ele o conhecia e estava bem familiarizado. – Infelizmente ele não veio praticar hoje... – Sua expressão ficou triste. Acho que eu estava o contagiando com a minha expressão decepcionada. – Mas, se o senhor quiser, pode deixar uma mensagem para ele que eu a entrego.

Nego com a cabeça. 

– Tudo bem, não precisa. – Dou uns goles no bebedouro ao lado da entrada para recarregar a energia. – Mas, muito obrigado, Yeonjun-ssi. – Abro um sorriso e faço uma pequena reverência com a cabeça em agradecimento.

Em outras circunstâncias, eu provavelmente iria bater um papo com o garoto, jogar conversa fora pelo simples fato de tê-lo achado esforçado e legal. Porém, o desespero não pararia de me consumir enquanto não tivesse notícias de Jimin. Há muitos lugares para conferir e não posso perder um único segundo.

Sendo assim, corri em direção aos seus pontos favoritos. Desde as cafeterias que prometera me levar um dia, até os parques cheios de artistas de rua se apresentando. Entretanto, não avistei sua silhueta delicada em nenhum desses lugares. Em nenhum, absolutamente nenhum, pude ver aquele cabelo alaranjado no meio da multidão.

 

Esta chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens...

 

– Droga... – O celular tremia em minhas mãos enquanto eu tentava mais uma vez, sempre atento aos arredores. – Atende, atende... 

 

Esta chamada está sendo encaminhada...

 

Desligo. 

– Park Jimin... – Sussurro em sofrimento e cubro o rosto com ambas as mãos, entregando-me à frustração. 

Não me importo com os olhares das pessoas ao me ver aqui, agachado em meio a calçada, a bloquear seus caminhos. Estou pingando em suor, meus pulmões e garganta parecem arder como chamas, e minha perna parece que vai se abrir novamente – como no dia do acidente.

Eu quero chorar. Gritar. 

Torço para que tudo não passe de um desespero desnecessário. De uma paranoia idiota, sem sentido.

– Onde você está? – Digo em voz alta, como se isso pudesse fazê-lo ouvir. – Você está bem... certo? 

Você precisa estar bem. 

Precisa. 

Precisa estar bem para rir da minha cara e me dizer como fui um otário em me preocupar tanto. Para que eu possa te abraçar e nunca mais soltar. Eu nem mesmo te disse como me sinto. Não quero sentir aquilo de novo... a sensação de perder alguém que gosto, sem ter a oportunidade de me expressar e me despedir. Não quero. Não quero. Não quero.

Por favor... 

 

Just when you thought it was safe, we’re back… [1] 

 

Essa música...

É o Seokjin-hyung me ligando! 

Alô, Hope. Vi que me ligou. Aconteceu alguma coisa? Desculpa não ter atendido, estava na estrada. 

Nesse momento, sua voz parecia como a luz no fundo de um túnel. Ou um precipício dependendo do que ele responderia depois.

– Hyung. – Tento disfarçar a minha dificuldade em falar. – Tem notícias do Jimin? Ele ficou de vir na livraria, mas não apareceu... 

Ah! – Meu coração para. – O Jimin tinha ido no interior ontem pra cuidar da avó dele e fui buscá-lo hoje, mas o trânsito estava péssimo e foi uma desgraça chegar em Seul. – Perco o equilíbrio e me sento no chão com tudo. Estou tão aliviado. – Já deixei avisado pra ele que da próxima não irei fazer isso, vou passar essa tarefa pra você. – Não pude deixar de rir junto com ele. Hyung tinha uma risada muito contagiante. – Pensei que ele tinha te mandado alguma mensagem falando sobre. 

– Não... – Respondo ao me levantar. Quase solto um grunhido de dor ao sentir a perna latejar. – Mas o importante é que ele está bem.

Ouço um som de reclamação do outro lado da linha. 

Aquele nanico. Aposto que pensou que iria te dar trabalho. Mas, olha só, agora você tá aí, todo preocupado com voz de quem tá morrendo. – Sinto meu sangue subir na cabeça. Acho que não consegui disfarçar meu cansaço, afinal. – Enfim, fica tranquilo que logo ele chega aí. Embora fosse mais fácil remarcar, porque logo, logo, já são seis horas. 

Olho para o relógio do celular, incrédulo. Corri por três horas? Isso explica muita coisa.

– Hyung, você deixou ele em casa faz pouco tempo? 

Uma ideia me vem à cabeça, mais parecida com um impulso. 

Aham, faz mais ou menos cinco minutos. Ele disse que ia se arrumar, então pode ser que demore uns quinze pra chegar aí. 

Vejo a minha localização atual. Talvez dê certo. Não é muito longe. 

– Obrigado, hyung. Preciso fazer uma coisa. – Me despeço antes de começar a correr mais uma vez. 

Eu precisava vê-lo. Mesmo que eu soubesse que estava bem, eu precisava vê-lo o mais rápido possível. Com meus próprios olhos. Embora meu corpo estivesse implorando por uma pausa até agora a pouco, nesse momento eu não sentia mais nada – como se tivesse me acostumado com a dor.

 

Não quero perder mais nenhum único segundo.

 

– Jimin! – Exclamo. 

Ele estava ali, parado em frente ao portão da sua casa, usando uma roupa de frio creme tão bonita e delicada quanto a si mesmo. Seus cabelos ruivos bagunçados pelo vento. 

Eu havia chegado a tempo.

– JIMIN! – Grito com todo o meu fôlego, agora tendo sua atenção em mim.

E antes que ele pudesse ter alguma reação, eu o abracei.

– H-Hobi-hyung? – Gaguejou, surpreso. – O que aconteceu? Está tudo bem? Você está tremendo!

Agora que eu estava com ele em meus braços, pude finalmente sentir meu corpo se relaxar completamente. Se não fosse por um pequeno esforço, provavelmente teria desmoronado e colocado todo meu peso nele. 

– Fico feliz que esteja vivo... – Sussurro e agarro-o mais forte. – Estava com tanto medo de perdê-lo... 

Tanto, tanto, tanto medo. Tanto medo que eu poderia me desabar em lágrimas nesse exato momento. 

Silêncio.

– Eu estou bem, hyung... – Sinto uma mão acariciar minhas costas com cuidado. Sua voz era carregada de tranquilidade, como se estivesse tentando me passar conforto. – Desculpa por não avisá-lo... Fui cuidar da minha vó e onde ela mora não tem sinal... – Assentia enquanto ele se explicava para mostrar que eu estava o ouvindo. Esse carinho nas costas é realmente bom. – E pra piorar, meu celular acabou a bateria na volta... desculpa, de verdade, Hobi-hyung. 

– Não precisa se desculpar, Minnie... – Minha respiração finalmente estava voltando ao normal. Por outro lado, a dele pareceu parar após chamá-lo assim. – Minha reação foi exagerada, eu sei disso. É só que... – Eu precisava falar agora. – É só que eu fiquei terrivelmente assustado com a possibilidade de perder mais alguém que eu gosto. Sem ter confessado meus sentimentos. 

Afasto-me do abraço lentamente e seguro seus ombros enquanto observava seus olhos agora confusos. 

– Eu gosto de você, Park Jimin. Como nunca gostei de alguém. Eu gosto de você. – Meu coração parecia querer sair pela boca. – Por favor, seja meu namorado. 

 

E foi só quando o vi chocado, é que percebi o que disse por último. 

 

Meu Deus. Por que eu falei desse jeito se nem sei a resposta??? 

– Q-Quer dizer, se você quiser, lógico. – Droga. Eu quero me esconder. – M-Mas se você não quiser, eu vou entender e... 

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, sinto-o segurar meu rosto com suas mãos gordinhas e puxá-lo para mais perto de si. Ele me beijou.

Agora era a minha vez de ficar chocado e piscar várias vezes. 

– Eu também gosto de você, hyung. Há muito mais tempo do que imagina, então... – Suas bochechas estavam vermelhas, assim como suas orelhas. Uma visão extremamente fofa. – É melhor não voltar atrás das suas palavras sobre o namoro. 

Incapaz de me expressar em palavras, tomo para mim aqueles lábios carnudos mais uma vez enquanto abraçava gentilmente sua cintura. Por mais que esse momento tenha sido completamente diferente ao que eu vinha planejando nesses últimos meses, eu não me importo. Finalmente havia dito aquelas três palavras à tempo, sem arrependimentos, e estava com aquele que gosto em meus braços... 

– Nunca fui tão sincero em minha vida.

Para nunca perdê-lo.

 

 

 




 

 

 


Notas Finais


[1] - A música é Chicken Noodle Soup do Webstar e Young B

E eu voltei! Nem acredito que consegui escrever essa cena! Tenho imaginado essa declaração dos Jihope desde que iniciei o planejamento de Prelúdio, quase quatro anos atrás. Parece um sonho chegar até aqui T-T Enfim, espero que tenham gostado da atualização de hoje e que tenham paciência, mais uma vez, se um bloqueio criativo me atingir DE NOVO. Mas vou tentar ao máximo não atrasar nessas próximas, porque estamos literalmente a um passo da reta final KJHALSDJFHL (surtando). Vejo vocês na próxima <3 Beijinhos <3


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