História Presas e Garras - Mitw - Rosa pervertida e sem noção

Pov Pac

            Olhei novamente pra tela do meu celular e vi que já são 23: 59, apenas mais 1 minuto e eu completo meus 16 anos, como sempre meus pais não estão em casa e ela... nem quero pensar nela, nunca mais. Ouvi o badalar dos sinos de uma igreja que tem aqui perto, isso significa que são 00:00, finalmente é meu aniversário, mas não tem ninguém aqui, e mesmo que tivesse, eles não lembrariam, nunca lembram... Sai de meus pensamentos ao ouvir um uivo, achei estranho, não há lobos na cidade e nem nessa região em que vivo. Finalmente algo legal pra acontecer, continuei ouvindo os uivos ao longe, e o que eu vou fazer? Simples, ir atrás. Coloquei meu moletom azul do Pac-man, que eu levo pra todo lugar, uma calça jeans e um tênis qualquer, peguei meu celular e carregador, não preciso de nada mais que isso, fui em direção a porta, girei a maçaneta... estava trancada, como eu imaginava. Corri pro meu quarto, nele existe uma janela que não está trancada, meus pais sabiam que eu não alcançava e que eu teria medo demais pra fugir, mas eles estão enganados, hoje sim eu fujo daqui.

            Peguei uma cadeira e um pano na cozinha, subi na cadeira e conseguir alcançar a janela, amarrei o pano sobre minha mão e soquei o vidro, não preciso me preocupar com a vizinhança, já que não ligam pra nada sem ser a vida deles. Consegui, de alguma forma, pular a janela, agora eu estou indo em direção a uma floresta não muito longe daqui, seguindo o GPS do celular é claro. Os uivos continuam cada vez mais alto, sinônimo de que estou me aproximando, alguém pensaria que eu sou louco por estar fazendo isso, mas acho que louco são as pessoas normais, que não tem nada a oferecer ou diferente pra fazer. Existe ou motivo pra eu fazer isso, ninguém sentiria minha falta se eu desaparecesse, por isso estou aqui, ou eu vou ver esse lobo ou vou morrer tentando, hoje acaba minha maldita vida de pessoa normal.

            Depois de caminhar um pouco avisto uma pequena entrada, toda velha e caindo aos pedaços, acho que está assim porque ninguém vem aqui, já que estão ocupados demais com suas vidinhas sociais, internet e blá blá blá. Bem, eu não posso falar delas, porque eu também sou assim, meu celular é meu mundo... ou o que restou dele, não tenho coragem de falar não nem pra uma mosca, e minha timidez só ajuda a piorar. Queria que Cellbit ainda estivesse aqui, ele era meu único e melhor amigo, com ele sim eu podia mostrar minha verdadeira personalidade, mas ele não está mais nesse mundo, espero que esteja em um lugar melhor... meu amado Cellbit.

            Com esses pensamentos em mente uma lágrima escorreu por meu olho direito, limpei rapidamente ela, aposto que se ele estivesse aqui ele brigaria comigo, ele não gostava de me ver chorando, ainda mais por sua causa. Estava tão distraído pensando naquela hiena que mora no meu coração que não percebi o que estava diante dos meus olhos. Ouvi apenas um barulho alto, tudo ficou em câmera lenta, minha visão foi ficando turva e tudo ficou mais frio, senti algo molhado embaixo de mim, meu corpo todo doía, mas consegui mexer minha mão e coloquei sobre meu rosto, um liquido vermelho escorria pela mesma, obviamente aquilo era sangue. Vi faróis ao longe, tudo indica que eu fui atropelado e o canalha nem parou pra me ajudar... mas eu acho que é melhor assim, esse é o fim que eu mereço. Um pequeno sorriso se formou em meu rosto, apenas fechei meus olhos esperando a morte chegar.

???: Ei, porque você está sorrindo se vai morrer? – Abri meus olhos, assustado com aquela voz, tudo que vi foram cabelos rosas ao vento. – Ah, desculpa, acho que você não consegue falar, erro meu. – ouvi uma risada meio sem graça – Bem, eu não sei o porque estou fazendo isso, mas algo em você me chamou atenção e, gostando ou não, eu sempre fico com aquilo que me interessa. Meus parabéns, a partir de hoje, você é meu.

            Senti-a subindo em cima de mim, chegando bem perto do meu pescoço – Bem vindo ao meu mundo... coisa fofa – Ela disse e logo em seguida senti algo perfurando meu pescoço, uma sensação eletrizante passava por meu corpo, o que já doía antes começou a doer pior ainda, aquela sensação era agonizante, mas logo eu parei de sentir a mesma, pois acabei desmaiando.

            Quando acordei, minha cabeça ainda rodava um pouco e meu corpo doía, sentei sobre a cama até meus sentidos voltarem, depois que eles voltaram eu comecei a pensar direito e analisar as coisas. Onde eu estou? Estava em uma cama muito bonita, toda vermelha, em um quarto, muito grande por sinal, que não era o meu. Me levantei e me deparei com um espelho, o que me deixou bastante corado, já que eu estava completamente pelado, corri e me enrolei com o lençol daquela cama, me aproximei do espelho e vi uma marca sobre meu pescoço, encostei meu dedo sobre a mesma, mas logo tirei, pois doeu. Ouvi a porta sendo aberta, me assustei e tentei ver quem era, o que não deu muito certo, já que apenas senti algo se jogando em cima de mim, me fazendo cair na cama.

???: AHHHH, QUE BOM QUE ACORDOU COISINHA FOFAAAAAAA!!!! – Abri meus olhos e vi aquela mesma menina de antes, com seus longos cabelos rosas – Você já tá melhor coisinha fofa? – Corei por ser chamado assim.

– Estou... – falei meio sem graça.

???: Você deve estar se perguntando o que está acontecendo aqui, certo? – Afirmei com a cabeça – Vou tentar explicar da maneira mais fácil possível. Quando te encontrei na floresta, algo em você me chamou a atenção, coisa muito difícil de acontecer, ai eu resolvi te tornar meu familiar.

– Familiar?

???: Isso mesmo, todo vampiro tem um.

– Vampiro? Então essa marca no pescoço significa que...

???: Isso mesmo, eu te transformei em um vampiro coisinha fofa.

– Pare de me chamar de coisinha fofa – disse corado – meu nome é Tarik, Tarik Pacagnam.

???: Prazer... Pac, por causa do seu moletom e seu sobrenome, vou te chamar assim. Meu nome é Ariel, a rainha dos vampiros.

Continua...