História Presente Divino - Capítulo 20

Em uma página de um livro de história

Foi o fim de uma década

Mas o início de uma era

Long Live- Taylor Swift

Luna riu ao ser pressionada contra a porta recém fechada, depois de uma despedida rápida de Larissa, para não dizer fuga, o sorriso no rosto da prima dizia muitas coisas, os lábios de Paulo alcançaram os seus outra vez e ela sentiu o sorriso do jogador contra seus lábios enquanto ele pressionava a testa contra a sua vagarosamente.

- Não vai me mandar embora, vai? -ela riu baixo enquanto encarava o belo par de olhos verdes a sua frente, escuros e desejosos ela podia senti-los queima sobre sua pele como fogo.

 Juntou sua mão a dele enquanto caminhavam pelo espaço iluminado pelo pequeno abajur sobre a mesa de canto.

- Na verdade, acho que tenho outros planos para você essa noite- soltou uma pequena gargalhada quando sentiu as mãos do jogador presas em sua cintura e a respiração quente e acelerada contra seu pescoço foi capaz de reavivar todo seu corpo, céus, como ela tinha sentido sua falta.

- Que ótimo- declarou ele contra o pescoço feminino, o perfume não era mais o mesmo, ainda assim, tinha um aroma mais forte, combinava com o jeito decidido que Luna tinha agora, duvidou que discordasse de algo quando o assunto em questão era ela- Porque que eu lembre, eu sempre adorei seus planos- Luna soltou um pequeno grito quando ele a virou e prendeu seus braços com um pouco mais de força contra o pescoço do jogador, agora estavam outra vez frente a frente.

- Isso se deve ao fato de que eu sempre tive ótimas ideias- ela sussurrou antes que o jogador voltasse a selar os lábios dos dois.

Passaram pelo quarto da filha rapidamente, apenas um instante para que observassem o modo como ela dormia serena.

- Tem tanta tranquilidade nessa cena- Luna sorriu ao ouvir a voz do homem ao seu lado, seu coração parecia aquecer mais a cada instante e se perguntava se toda aquela felicidade que sentia, era mesmo real.

- Ela parece um anjo- sussurrou ela, o olhar de ambos se encontrando por um breve instante, um sorriso rasgando ambos os rostos e então voltaram seus olhares a filha.

- Obrigada- Luna voltou a encara-lo quando a voz masculina soou outra vez segundos depois- Ela é o melhor presente que eu poderia ganhar um dia- um sorriso rasgou o rosto da mulher.

- Então acho que eu devo agradecer a você também- ele sorriu- Ela é o melhor de nós- ele a puxou para mais perto de si.

- Acho que temos planos inacabados, senhorita- ela sorriu, apenas para provoca-lo um pouco mais.

- Não sei se me lembro- mordeu o lábio inferior contendo um sorriso e Paulo deu-lhe um selinho breve.

- Sendo assim, acho que tenho o dever de trazê-los a sua memória- seguiram de mãos dadas os poucos passos até o quarto de Luna.

- Eu senti sua falta, a cada segundo- sussurrou o jogador contra o ouvido feminino, assim que a porta do quarto fora encostada, Luna sorriu acariciando os cabelos macios e castanhos, sendo inebriada pelo aroma do shampoo de alguma marca de luxo.

- Eu sei-os olhos verdes alcançaram os castanhos, intensos como ela poucas vezes vira- Porque eu também senti a sua- sorrindo ela juntou seus lábios aos dele outra vez, um beijo exigente, intenso e ao mesmo tempo desejando que aquele contato não tivesse fim.

As roupas foram tiradas vagarosamente, as mãos de Paulo percorrendo cada canto do corpo feminino, ele tinha paciência e a admiração podia ser vista no brilho e fogo que crepitava de seus olhos, mesmo quando seguiu a trilha de estrias que ela tinha desenvolvido durante a gestação.

- Tem vergonha delas? – a voz dele soou rouca e Luna engoliu seco ao ver que ele deveria ter percebido o vermelho em suas bochechas- Porque? -a voz dele a despertou outra vez.

- Não sei- foi sua resposta simples e sincera, talvez pelos preceitos e conceitos estéticos estabelecidos pela sociedade, pela estética incapaz de lidar com as imperfeições e marcas da vida.

 - Eu as acho lindas- Luna franziu as sobrancelhas duvidando que aquilo fosse realmente sincero, quantas vezes tinha escutado que homens costumavam pensar exatamente ao contrário- É sério- ele parecia ler por onde iam seus pensamentos – Duvido que tenha visto algo em você que me desagradasse alguma vez, pode sentir em cada parte minha o quanto te desejo- Luna engoliu em seco, as mãos sobre o abdômen do jogador sentindo a pele quente contra suas mãos e então juntou seus lábios aos dele em um beijo intenso, as mãos seguiram por cada canto se sua pele em uma exploração lenta que liberava suspiros e gemidos baixos dos lábios femininos cujos Paulo adorava.

Luna também não teve pressa, o tempo tinha sido longo até ali, Paulo tinha mudado muito concluiu enquanto suas mãos seguiam a trilha pelo peitoral do jogador, a respiração descompassada quando ela chegou à barra de sua cueca a fez sorrir, eles estavam ali outra vez.

Perderam-se um no outro, vagarosamente, saudosamente e mesmo que fosse como uma tortura para ambos, eles precisavam sentir ao máximo um ao outro, perdidos nos olhares e nos beijos, entregues de um modo tão íntimo e tão sincero que só eles conseguiam.

- Eu te amo- Paulo sussurrou completamente entregue ao momento, Luna sentiu seus olhos tomados pelas lágrimas.

- Eu também te amo- declarou sem medo, não havia mais como voltar atrás, ela estava marcada por ele, como ele por ela.

Luna sorriu ao acordar naquela manhã e sentir os beijos molhados do jogador contra seu ombro nu, o braço masculino em sua cintura por baixo dos lençóis, se permitiu sonhar com um momento como aquele todos os dias e gostou tanto do que via que sentiu certo medo, Paulo ainda era dono do seu coração como fora durante todos aqueles anos.

- Me diga que temos tempo- sussurrou ele, a mulher riu, tinham passado grande parte da madrugada entregues ao desejo de querer sempre mais.

- Infelizmente não temos, porque você jogador- declarou ela virando-se para ele e fazendo um breve carinho nos fios castanhos, Paulo tinha o rosto marcado pelo travesseiro o que na visão dela, deixava-o ainda mais atraente, a perfeita visão de um menino “travesso”- Tem uma filha muito pontual- ele sorriu juntando os lábios dos dois rapidamente.

- Posso vê-la acordar? -Luna sorriu diante da expectativa dele diante do momento.

- Claro que pode- sussurrou ela, Paulo deixou o cômodo pouco tempo depois, já vestido e Luna seguiu para o banheiro, um largo sorriso surgiu em seu rosto quando encarou a si mesma no espelho sobre a bancada do banheiro que tinha conjugado ao seu quarto, sabia que aquele não era o melhor caminho, mas o que podia fazer se seu coração estava prestes a explodir?

Luna observou segurando o riso enquanto Paulo tentava orientar a filha de um jeito e ela teimava em comer suas frutas picadas de outro.

- Ela é teimosa- Luna soltou seu riso enquanto a filha soltava um gritinho e fazia uma careta para Paulo que apenas rebateu com um arquear de sobrancelhas.

- Você ainda não viu nada- declarou a mulher presa ao bombolini recheado com creme de confeiteiro a sua frente, tanto doce aquele horário não cairia muito bem, mas quando os viu na sacola sobre o balcão ela simplesmente não conseguiu evitar, desde que chegara a Itália havia entrado para o fã-clube do doce.

Quando terminaram Sara tinha restos de comida por todo seu rosto e pijama, Luna analisou demoradamente a cena catastrófica ela sabia bem o trabalho que aquilo lhe traria depois, mas era tão encantador ver a filha adquirir sua própria independência aos poucos.

- O que fazemos agora? -questionou o jogador, Luna encarou pai e filha e suspirou, feliz por compartilharem um momento como aquele juntos.

- Não tem treino hoje? – questionou ela.

- Não, viajamos em três dias para um jogo na Alemanha- Luna apenas acenou, eles ainda não tinham falado sobre eles- Posso passar o dia com vocês? – Luna sorriu.

- Claro que sim, agora essa garotinha precisa de um banho- pegou a filha nos braços.

- Eu cuido das coisas por aqui- Luna pensou em algo para dizer ao invés disso apenas acenou e seguiu pelo corredor com a pequena correndo atrás dela.

 Almoçaram juntos, Paulo tinha pedido a comida em um restaurante qualquer, a tarde eles assistiram episódios de Marsha e o Urso, Paulo não parecera nem um pouco incomodado com isso e Luna imaginou que ele sentia falta de momentos como aquele, obviamente ele estava sempre ali, presente o máximo que podia, mas ele não estava em todos os momentos e aquilo pesava para ele, tentou se colocar em uma posição como a dele, mas doeu tanto que desistiu.

Depois Sara convenceu o pai a segurar suas bonecas enquanto carregava ainda mais brinquedos para os braços sobrecarregados do jogador.

Quando a pequena tirou seu descanso quase no fim da tarde, os dois sentaram juntos no sofá da sala.

- O que quer fazer? -Paulo a puxou para mais perto de modo que ela quase ficasse em seu colo.

- Passar o máximo de tempo com você- sussurrou ele e ela sorriu.

- É um bom momento para discutirmos como ficam as coisas a partir de agora? -ela franziu o nariz e mordeu o lábio nervosa, Paulo suspirou.

- Eu não quero me afastar de você ou de Sara, não quero sair da sua vida- declarou ele, os olhos brilhavam decididos- Eu só vou se você me disser que quer- Luna respirou fundo.

- Eu não quero- sussurrou antes de juntar seus lábios aos dele.

Acabaram assistindo um filme de romance que pouco prestaram atenção entre beijos e carinhos.

Depois do jantar, Luna arrumou tudo com a ajuda de Paulo e se preparou para colocar a filha para dormir, sequer soube como acabou presa entre correr atrás da pequena e escutar as gargalhadas dos três.

- Eu vou pegar você- Sara apressou seus passos saltando em sua velocidade máxima, enquanto os cabelos castanhos balançavam com os movimentos, Paulo aguardava no fim do corredor.

- Vem filha, vem filha- ele chamava com os braços abertos, quando Sara o alcançou ele a pegou para si em um abraço e a jogou no alto, ela riu outra vez, adorava aquilo, mesmo que o coração de Luna sempre desse um descompasso.

Sara fazia sua bagunça enquanto Luna tentava preparar tudo, tinha decidido que fariam biscoitos de nozes com chocolate naquela tarde, Sara estava adorando brincar com aquele pedaço de massa com os dedos e fazer sua própria “zona”.

- Você adora isso, não é? -questionou Luna para a filha depois de limpar o balcão e concluir que ainda demoraria alguns minutos até que estivesse pronto, Paulo jantaria com elas naquela noite, tinha viajado para a França a três noites e ela não se esforçava para negar o quanto sentia sua falta.

- Papa- chamou a pequena e Luna sorriu, eles passavam muito tempo juntos ultimamente e ela sentia a diferença que fazia para a pequena, quando não estavam na casa do jogador, estavam no apartamento dela.

- Ele chegará em breve- respondeu com um sorriso compreensivo, Sara apenas a encarou por um longo tempo como se aquela informação não fosse o que gostaria de ouvir.

Quando Paulo chegou no início da noite Sara saltou em seus braços e ele a acolheu levantando com ela e prendendo-a em seu abraço.

- Oi filha, você sentiu saudades? -acariciou os cabelos castanhos enquanto a pequena apenas o abraçou por um longo instante, aquilo o fez de certa forma sentir-se horrível, ele sabia que era sua profissão, que era sua carreira e aquilo que amava fazer, mas imaginar que em algum momento aquilo seria a distância entre ele e Sara lhe trouxe um gosto amargo e uma dor que ele nunca imaginara sentir.

Seus lábios colaram aos de Luna em seguida, ele tinha sentindo tantas saudades de tê-la em seus braços naquelas noites.

- Como vocês ficaram? -questionou ele enquanto os três jantavam juntos, Luna percebia o modo como ele parecia diferente desde que chegara, perguntou se teria sido algo na viagem que o aborrecera, se conheciam a anos sabiam as mínimas mudanças em cada um.

- Bem, Sara e eu fizemos biscoitos hoje- Paulo sorriu.

- Eu adoraria ter ajudado- Luna bebeu um pouco do suco em seu copo.

- Na próxima esperamos você- ele acenou, Sara pegou um pedaço de brócolis na sua fatia de pizza.

- Ela gosta de verduras- Paulo observou a filha e Luna sorriu.

- Sim, ela gosta, não puxou ao pai- declarou a mulher e ambos sorriram sabendo que ela não estava errada- Porque não conta como foi a viagem? -e Paulo passou os próximos minutos relatando sobre o jogo, os treinos, e a saída de mais uma Champeons e o quanto tinha ficado chateado por isso, Luna tinha assistido ao jogo e eles tinham conversado por quase duas horas aquela noite pelo celular.

Depois que Sara dormia, os dois sentaram lado a lado no sofá da sala, a televisão desligada enquanto Paulo acariciava o ombro da mulher carinhosamente.

- Está tudo bem? -questionou ela, ele suspirou.

- Tudo- ele parou- Ou pelo menos acho que sim- Luna esperou que ele continuasse enquanto deitava sua cabeça sobre o ombro dele- Essa noite quando cheguei aqui e Sara correu para os meus braços eu me senti culpado, eu nunca vou poder ser 100% presente pra ela ou pra você, hoje eu perco a hora de colocar ela na cama, em um dia será a apresentação de escola ou de balé, então serão os aniversários...- Luna colocou um de seus dedos sobre os lábios dele e os olhos verdes caíram sobre ela, estavam tristes, ela constatou.

- Paulo eu sei disso- sorriu de modo suave, acariciando o rosto do jogador- Eu sempre soube e sim, talvez a Sara fique chateada por isso, mas eu sei, eu entendo você e acredite quando eu digo que ela também entenderá em algum momento- ele engoliu seco- Eu sei o quanto você ama o que faz, o quanto ama nossa filha, o quanto a quer feliz e o quanto presa pelos momentos que pode ter com ela, quanto ao resto nós daremos um jeito, eu sei disso- ele acenou juntando seus lábios aos dela.

- Eu já disse que amo você também? -ela sorriu enquanto sentia a barba por fazer do jogador roçar contra seu queixo.

- Hoje ainda não- ele riu.

- Eu te amo- ela sorriu, os lábios quase colados aos dele.

- Eu também te amo- e então o beijou.