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História Pressure - Traps


Escrita por: ig2000

Notas do Autor


Oi, queridos, espero que estejam bem.
Aqui está mais um capítulo da história para vocês.
Espero que estejam gostando.
Boa leitura.
xoxo

Capítulo 31 - Traps


Fanfic / Fanfiction Pressure - Traps

O sonido do meu salto entrando em contato com o solo chamou a atenção de três homens que faziam a segurança de uma bela mansão. Mansões de traficantes sempre são as mais ostentas.

–Avisem ao chefe de vocês que Mackenzie Foster está entrando. –Eu disse totalmente segura.

–Desculpe, senhorita. Mas terá que aguardar a permissão dele. –Um dos seguranças deu a ordem. Bufei. –Chefe. –Ele chamou seu chefe por uma espécie de escuta.

–Eu faço melhor que isso. –Tomei a escuta da mão dele. –Ryan Butler, aqui é Mackenzie Foster ordenando que me deixe entrar. Preciso dar um abraço no meu irmãozinho.

Ouvi Ryan rir do outro lado da linha.

–Entrada concedida, Foster, a casa também é sua. –Ele deu permissão e desligou o aparelho logo em seguida.

Me virei para o segurança e bati o aparelho comunicador em seu peito, devolvendo-o.

–Abram a porra dos portões! –Ordenei. Prontamente, os seguranças liberaram minha entrada.

Joguei uma mecha de cabelo para trás do ombro e atravessei os portões da casa. Ryan esperava-me na sala de estar e estava preparando duas carreiras de pó para cheirar.

–Não acha que é cedo demais para isso? –Perguntei chamando sua atenção para mim.

–Qualquer hora é hora para ficar louco. –Ele inclinou-se e inalou todo o pó jogado sobre a mesinha de centro.

–Que bom que pensa assim. –Retirei da minha bolsa duas garrafas de vodca e levantei. –Porque hoje eu quero enlouquecer.

–Ora, ora. Então os boatos de que Mackenzie virou boa mãe eram falsos? –Ryan questionou debochado.

–A vida é curta demais para não ser uma vadia. E além do mais, as vadias de hoje em dia precisam de uma comandante. –Dei uma piscadela. Ryan ria aplaudindo-me.

–Você ocupa esse posto como ninguém. –A voz de Emma soou ali.

–Não fico muito atrás de você, piranha falsa. –Virei para trás e dei de cara com ela. Encaramo-nos seriamente por alguns segundos. Emma pareceu não entender o meu comentário. Soltei uma gargalhada para cortar o clima.

Ela estava tão diferente! Seus cabelos agora negros chegavam ao seu ombro. Não tinha mais nada feliz em sua aparência. Ela deixara o azul feliz de lado. Eu não a reconhecia mais.

Ela ainda tinha sentimentos por mim?

–O que faz aqui? –Ela perguntou. –E o que é isso? –Pegou a garrafa de vodca de minhas mãos.

–Estava com saudades... –Toquei a corrente de prata dela e fiz carinha manhosa.

–Por que você soa como outra pessoa? –Emma franziu o cenho.

–Porque talvez eu seja outra pessoa, menos frágil e sensível, ponto para mim! –Tomei a garrafa de vodca de sua mão novamente. –Mas com os mesmos gostos e interesses. –Encostei nossos corpos um pouco mais e pude sentir sua respiração tocar meus lábios.

–Talvez mais quente. –Emma sussurrou.

–Isso você verá daqui a pouco. –Eu disse. Dei um sorriso malicioso e uma mordiscada em meu lábio inferior. –Quem vira primeiro? –Perguntei em voz alta. Saí de perto da Emma e desci uns poucos degraus que separavam a entrada da casa à sala de estar.

–Eu começo. –Ryan tomou uma das garrafas da minha mão assim que sentei-me ao seu lado.

Emma aproximou-se também e pegou a outra garrafa de vodca.

Os dois viraram o álcool em tempos iguais. Ryan pressionou os olhos ao sentir o ardor.

–Bebo como se fosse água. –Emma gabou-se.

–Tenho uma confissão: senti falta de Los Angeles. –Admiti.

–Sentiu falta de Los Angeles ou das pessoas que vivem aqui? –Ryan relaxou seu corpo no sofá.

–Dos dois. –Dei de ombros.

–E por que só voltou quando soube que as coisas não estavam boas? –Emma me cortou.

–Pelo que soube, as coisas nunca estiveram boas, só procurei o melhor momento para chegar, o mais triunfante. –Arqueei a sobrancelha esquerda.

–Você soube errado. As coisas nunca estiveram melhores. –Ryan abriu um sorriso demoníaco, em seguida, virou mais vodca em sua boca. –Pelo menos, para nós. –Disse após engolir o líquido.

–E ainda vai ficar melhor. –Emma deu um trago no cigarro que acabara de acender.

Os dois pareciam relaxados e seguros de si.

–Fico feliz em ver que vocês estão bem... –Eu disse.

–Não ligamos para o bem-estar, Mackenzie, contanto que estejamos no comando de tudo e com a conta bancária alta. –Emma disse. Suas narinas exalaram fumaça. –Isso é tudo o que realmente importa.

–Vocês perderam a essência. –Disse um tanto quanto brava com a situação.

–Isso é a essência. –Ryan tomou o cigarro da Emma e deu um trago, deixando a fumaça sair por sua boca logo depois. –Minha essência é estar no poder.

–E foder a vida dos rivais. –Emma completou com um sorriso de canto.

–E foder a vida dos rivais. –Ryan gargalhou. –Isso eu sei fazer. Isso eu gosto de fazer.

O modo como deixaram a raiva os consumir. O modo como exalavam confiança. O modo como veneravam o poder. Tudo isso levava-me de volta a Ruby. Eles jogavam como ela.

–O que aconteceu com vocês dois? –Perguntei.

–Nós somente estamos vivendo a melhor versão de nós. Não tente atrapalhar isso, Mackenzie. Desapegue-se do passado e de como as pessoas eram lá. Todos mudam. Adapte-se. –Ryan empurrou o cigarro para mim.

Não podia ir a Londres e voltar após quatro anos exigindo que tudo ainda fosse igual. Nem mesmo eu era a mesma, ninguém devia ser. Somos moldados com o tempo, amores e decepções são os moldes e ao passar por eles, tomamos uma forma diferente. Ryan e Emma passaram por seu moldes, eram eles os momentos ruins, e eles o fizeram ser quem são hoje.

–Acho que posso lidar com isso. –Assenti. Peguei o cigarro da mão do Ryan e dei um trago forte.

–É a minha garota! –Ryan comemorou.

–E a sua garota quer dançar. –Joguei o maço do cigarro no lixo e busquei por um aparelho sonoro. Pus uma música alta para tocar e aquilo animou a casa.

–Dança, Mackenzie! –Ryan levantou a garrafa de vodca gritando.

Gargalhei.

A música era extremamente envolvente. Chamava-se one dance. Fiz movimentos sensuais com a cintura e deixei o ritmo da música conduzir-me. Ryan já dava sinais de que estava bêbado e Emma não estava muito diferente dele.

–Talvez estejam evitando falar sobre isso com você. –Emma fez uma pausa para beber vodca, depois, continuou. –Mas, por que foi embora, Mackenzie?

Percebi que ali eu tinha a oportunidade de abrir meus sentimentos e eles os deles. Então, dei uma pausa no som.

Suspirei.

–Estava grávida. E ainda que de início tenha odiado a ideia de ser mãe, quando soube que mesmo com a explosão meu bebê estava vivo, caí na real da responsabilidade que tinha. Deixei de ser egoísta e pensei no meu filho. Sabia que Los Angeles não era o melhor para ele. Queria dar o melhor para ele, e eu dei. –Disse. Ryan e Emma estavam atentos a mim– E talvez, também, tenha feito isso por mim. Porque fui fraca demais para encarar certas coisas.

–Quais coisas? –Ryan quis saber.

–Precisava retornar para o Justin e contar-lhe o que aconteceu desde o dia do nosso casamento. Precisava contar a ele que enquanto ele girava a cidade procurando por mim, eu estava feliz com outra pessoa. –Meus olhos encheram-se de lágrimas por ter lembrado o que fiz com o Justin– E eu deveria saber que isso não era certo. Porque uma vez... –Suspirei fundo para continuar. –Uma vez eu estive em seu lugar. Quando a Ruby partiu, eu tentava procurar respostas, tentava encontrá-la feito louca. Fiz tudo isso porque a amava. E eu sei mais que ninguém a dor insuportável que é ficar sem quem amamos. E, por culpa minha Justin também sabe. Então eu não quis encará-lo. Fui covarde. Fui uma tonta. E também não achei que fosse suportar a morte da Ruby. Não aqui. Pensei que estando em outro lugar evitaria lembrar.

–Mas cá está você outra vez... –Emma pensou alto.

–Cá estou eu. –Ri fraco– Não se pode fugir do destino que se é dado.

–Mackenzie, tudo está mudado. Se veio aqui na intenção de reverter o quadro, volte para onde esteve por esses quatro anos. –Ryan foi frio. –Não há salvação aqui, entendeu? Fomos todos programados para a destruição.

–Para a autodestruição, você quis dizer! –O corrigi. –Porque vocês estão atingindo vocês mesmos. Esqueceram que eram um só.

–Esqueça. Isso tudo ficou no passado. –Emma me cortou.

Pus a mão na cabeça e suspirei fundo.

–Tudo bem. Você tem razão, preciso adaptar-me ao presente. –Eu disse. Ryan concordou com a cabeça. –E eu estou nessa com vocês.

–O que? –Emma deu um pulo sem acreditar no que ouviu.

–Estou com vocês nisso. Eu vou ajudar. –Disse determinada.

–Não há vagas. Somos só eu e a Emma. –Ryan disse de imediato.

–E se eu disser que sei sobre os esquemas da gangue rival? –Arqueei a sobrancelha.

Os olhos do Ryan pareceram brilhar de interesse.

–Não preciso disso, descubro eu mesmo sozinho da maneira mais fácil, mas vocês nunca desconfiarão. –Ryan riu. –Mas, conte-me mais.

–Estive com eles noite passada e descobri tudo o que armam contra vocês. –Contei. –E devo admitir, a coisa é pesada!

–Acho que acabamos de fazer um negócio. –Emma disse. Ela e Ryan entreolharam-se.

–Não pode ser assim. Mackenzie, nós não estamos brincando. Se selar um acordo com a gente, terá que cumpri-lo até o fim. Mesmo que haja morte no final. –Ryan levantou-se do sofá e caminhou em minha direção, logo atrás, veio a Emma. –Posso confiar em você?

–Pode confiar em mim. –Estendi minha mão e ele hesitou antes de apertá-la, mas após uns segundos, a apertou.

–Temos um acordo. –Ele disse.

...

Ryan recebeu em sua casa três homens arrepiadores e precisou encerrar nosso encontro. Os homens chegaram trajados formalmente e dois deles seguravam maletas grandes pretas enquanto um carregava um caixote coberto por um pano marrom, em sua lateral haviam os dizeres: mantenha longe do fogo e do alcance de crianças. Produto de alto risco. Venda proibida.

Não sabia do que tratava-se e Ryan fez questão que eu não descobrisse quando indiretamente mandou-me embora. Emma ficou para ajudá-lo a resolver o que quer que aquilo tenha fosse.

Sendo assim, pus minha bolsa no ombro e deixei a mansão do Butler. Andei um quarteirão e na esquina uma Ferrari preta fosca estava aguardando-me. Dirigindo o veículo estava nada menos que:

–Justin! –Chamei-o.

Ele saiu do carro com um sorriso malicioso no rosto e veio até mim. Suas mãos agarraram minha cintura e puxaram-me para perto dele. Fui imprensada contra o capô do carro.

–Sabia que ia conseguir. –Ele disse com os lábios colados nos meus.

Minha nuca arrepiou-se com o ato.

–Eu disse que sim. –Sorri convencida e levei a mão direita ao meu ouvido, retirando dele uma escuta bem pequena. –Arranquei do Ryan tudo o que precisávamos.

O ronco de alguns motores soou próximo a nós. Justin olhou para trás para saber do que se tratava e notou que eram o Tyga e o Chris chegando ao local.

–Estou sentindo cheirinho de vitória. –Tyga desceu do carro animado e bateu a porta antes de correr até nós.

–Toda a conversa entre Ryan, Emma e Mackenzie foram gravadas aqui. –Hanna desceu do carro do Tyga com uma fita. A loura também parecia muito animada  –Ótima ideia, Chris!

–Falei que ia dar certo! –Chris fez um toque com a Hanna enquanto gabava-se.

–Ryan e Emma vão se foder. –Tyga falou extremamente animado com aquilo. –Vou ter a vingança que tanto esperei por quatro anos.

–Precisamos bolar um esquema baseado em tudo o que Mackenzie conseguiu extrair deles dois durante a conversa. –Justin disse. –E precisamos saber também que Ryan e Emma não são tão fáceis de serem passados para trás. Não sabemos o porquê, mas eles têm sido ótimos criminosos.

–Justin tem razão. Os filhos da puta conseguem se superar a cada esquema. –Chris concordou com o Justin.

–O que estamos esperando? Vamos nos reunir em um lugar mais privado para decidir o que faremos de agora em diante. –Tyga sugeriu.

–Um racha daqui ao galpão. –Chris avisou antes de entrar em seu carro.

–Construíram um galpão? –Perguntei ao Justin. Hanna acompanhou o Tyga para dentro do carro dele.

–Decidimos ter outro lugar para guardar drogas, armamentos e resolver esquemas além do meu escritório. –Ele explicou.

–Ah.

Entramos juntos em sua Ferrari. O resto de nós, Tyga e Chris, alinharam seus carros. Justin juntou-se ao alinhamento, definindo assim, um ponto de partida.

Cinco, quatro, três, dois... Justin e eu entreolhamo-nos, ambos deixamos um sorriso malicioso escapar. Um.

Foi dada a largada. Os carros deixaram o local cantando pneu. Todos seguiram o mesmo rumo até entrarem nas pistas da central. Então, todos optaram por caminhos diferentes, cada um usando atalhos estratégicos para chegar primeiro ao galpão.

–O que está fazendo? –Perguntei observando o Justin desligar o GPS.

–Atalho diferente. –Ele deu uma rápida piscadela para mim.

Seguimos uma rota diferente. Uma estrada de barro. Um lugar deserto. O carro logo foi acostando-se ao acostamento. O motor foi desligado. O silêncio parou dentro do veículo.

–Sei que há coisa para ser dita aqui. –Ele começou.

–Muitas coisas. –Eu disse.

–Ouvi algumas pela escuta na sua conversa com a Emma. –Contou.

–Gostaria que isso fosse suficiente para esquecermos o assunto... –Confessei.

–Mas não é. –Justin disse encarando-me. Não o encarei de volta, apenas observei a estrada de barro a nossa frente.

–Sei que não. Precisamos conversar sobre isso. –Suspirei– Não sei por onde começar...

–Por que não voltou quando teve a oportunidade? E não me diga que não teve. Eu já fui informado de toda a situação. –Ele desviou seu olhar de mim para a estrada.

–Porque eu ainda tinha sentimentos pela Ruby, e fiquei cega por eles, estava tão fascinada por tê-la novamente depois de tanto sofrimento que não liguei para o que tinha deixado em Los Angeles.–Encarei-o. – Mas não quer dizer que eu não tenha pensado em você.

–Essa é a pior parte. –Ele disse. Franzi o cenho e encarei-o sem entender– Pensar em mim não foi suficiente para te fazer voltar. Eu não fui suficiente.

Suspirei fundo. Ele tinha razão.

–Como eu disse, estava cega. Esperei tanto por ter a Ruby. Passei noites e noites achando que ela não ia voltar. E quando finalmente a encontrei, achei que não precisasse mais pensar em nada. Eu errei. –Admiti.

–Se arrepende?

–Eu não afirmo que se voltasse atrás não iria ficar com a Ruby, mas admito que errei quando fiz isso. –Expliquei.

–Quando te reencontrei após você liberar todos da prisão, disse que não me amou. Nada do que tivemos foi real? –Encarou-me e nossos olhares encontraram-se.

Essas respostas eu já tinha. Não precisava sequer pensar.

–Tudo o que tivemos foi real. Você, mais que todos, me resgatou no meu pior momento. Todos queriam me ajudar com palavras reconfortantes, mas você foi o único que agiu. Enquanto todos diziam o que eu devia fazer para esquecer a Ruby, você me fazia esquecer de verdade. –Abri um sorriso fraco ao lembrar.

–Mas eu falhei. –Deu de ombros.

–Mas eu fui uma idiota. –O corrigi. –Joguei num mar profundo tudo o que você havia me dado quando encontrei a Ruby novamente. Eu deixei nossas lembranças. Destruí inteiramente tudo o que havíamos construído. Agora, teríamos uma família.

–O Tyler... –Justin recordou.

–Talvez eu já estivesse esperando por outro filho. –Pensei alto. Justin relaxou seu corpo no banco, fechou os olhos e sorriu sem mostrar os dentes. Ele gostou da possibilidade de termos uma família.

–Não me satisfaria se essa ideia fosse com qualquer outra mulher. –Disse voltando a me encarar.

–Eu ainda satisfaço seus pensamentos? –Perguntei indignada. –Depois de tudo o que eu te fiz?

–Explicar faria de mim um tolo. Apenas entenda como quiser. Não vai mesmo fazer diferença. –Ele disse. Suas palavras me tocaram.

–Como não farão diferença?

–Porque agora, o que eu sinto por você é menor que o meu orgulho, então eu nunca vou me permitir voltar para você outra vez, isso seria como machucar a mim mesmo, e eu não sou um masoquista, sou sádico. –Ele disse.

–Quer dizer que não há chances aqui? –Perguntei decepcionada.

Justin franziu o cenho.

–Parece decepcionada, Foster. –Ele abriu um sorrisinho cínico. –Era isso o que você queria?

–Responde a minha pergunta! –Exigi.

–Nosso tempo acabou. Mais um pouco aqui e eu perco o racha. –Ele ligou o carro– E eu não perco.

–Sem chances. Nós já perdemos faz tempo! Tyga e Chris estão muito mais a nossa frente. –Eu disse.

–Observe e aprenda com o ser ilusionista. –Justin deu uma piscadela.

Adentramos numa estrada de barro quase impercebível. Justin acelerou o veículo e fez uma poeira subir e tapar nossas visões. Mas, aparentemente já usara tanto aquele caminho que já conhecera a trajetória sem precisar enxergar com tanta nitidez.

–É aqui? –Perguntei.

O carro parou num círculo de árvores, e, em seu meio, uma cabana de madeira com um freezer na entrada.

–É aqui. –Afirmou. –E eu ganhei o racha.

–Você é um sacana! –Disse boquiaberta.

–Desce. Vamos tomar alguma coisa e esperar os otários. –Convidou-me logo que estacionou o carro no círculo.

Descemos juntos e fomos direto ao freezer buscar por uma bebida gelada. Ambos abrimos uma Heineken. De longe, ouvi motores trabalhando, certamente eram Tyga e Chris.

–Tenho uma ideia. –Puxei o Justin para frente da cabana onde a Ferrari estava.

–O que quer fazer? –Perguntou sem entender.

–Siga-me. –Deixei a bebida no capô do carro e retirei minha camiseta.

Justin não disfarçou ao olhar meus seios maiores e fartos. Retirei também o calçado e a calça, ficando apenas de lingerie.

Justin riu maliciosamente e fez o mesmo que eu. A cada peça de roupa sua que chegava ao chão, sentia que ficaria cada vez menos instável. Um calor extremamente forte possuiu-me. O corpo dele era quente. O desgraçado era um puta de um gostoso e tinha plena consciência disso, por isso as provocações.

–Foca no seu plano. –Justin empurrou meu rosto com seu dedo indicador retirando meus olhares sacanas do seu corpo.

Passei a língua por entre os lábios e deixei um riso escapar.

–Se quer me manter distante, melhor que não me deixe te ver assim novamente. –Avisei.

–Estou seguindo você. –Ele levantou as mãos em rendimento.

O carro do Tyga chegou ao local em extrema velocidade. Por muito pouco não passava direto e destruía toda a casa de madeira. Chris chegou logo atrás comendo poeira do amigo. Os dois desceram indignados de seus carros gritando vários palavrões. Hanna desceu do carro do Tyga tendo uma crise de risos, mas encarou-me surpresa assim que me viu sem roupa.

–QUE PORRA É ESSA?! –Tyga estava bravo. –NÃO TÁ CERTO! JUSTIN DESLIGOU O GPS PARA NINGUÉM SABER POR ONDE DIABOS ELE PASSA PARA CHEGAR AQUI PRIMEIRO! ELE ROUBOU!

–ATALHOS ESTÃO FORA DO JOGO NA PRÓXIMA VEZ, QUE FIQUE CLARO. –Chris também estava bravo.

Eu encarava-os de braços cruzados com um sorriso no rosto.

–Por que estão sem roupa? –Hanna perguntou ao aproximar-se mais. Tyga e Chris também esperaram por uma resposta.

–Vocês demoraram tanto que tivemos tempo para três fodas. –Dei de ombros. Aquilo pareceu irritar ainda mais o Tyga.

Um pouco atrás de mim, Justin abriu um sorrisinho cínico e deu e ombros.

–Desonestos. –Tyga resmungou.

–Esse racha não valeu. –Chris balançou a cabeça em negação. –Justin só sabe roubar.

–É o que de melhor um ladrão faz. –Justin disse. Eu e Hanna rimos.

–Engraçadinho. –Chris fingiu rir.

–Bastante. –Justin brincou com sua cara.

–Certo. Canalizem essa raiva para usar contra Ryan e Emma no plano que bolaremos contra eles. –Disse num alto tom de voz.

–Finalmente teremos nossa vingança. Porque tudo o que precisamos contra eles está gravado aqui. –Chris levantou as fitas.

–Você fez um bom trabalho, Mackenzie. –Hanna veio abraçar-me.

–Eu sei que fiz.

Quando fui à casa do Ryan, ainda não estava cem por cento certa do que faria. Não tinha certeza que nessa guerra lutaria contra ele. Mas ao decorrer de nossas conversas, percebi que Ryan e Emma se jogaram num mar de puro ódio, e os mesmo se negam a serem resgatados. Eu poderia tentar salvá-los da destruição. Eu poderia fazê-los enxergar o quão burros estão sendo. Mas as mágoas que carrego, e que foram reascendidas, não me permitem ajudá-los tanto. Eu tentei entendê-los. Mas não vejo motivos plausíveis para eles terem tornado-se o que se tornaram. Sei que Ryan certamente deve ter enfrentado seus dias ruins após Justin tê-lo banido da gangue. Mas nada justifica retornar com a sede de querer matar todos os que um dia foram seus amigos.

Ryan e Emma não foram fiéis a mim quando precisei deles. Eu não serei fiel a eles agora que precisam de mim.



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