História Pretty Liar - Pretty Liar

– Eu não posso me declarar! – Rachel praticamente gritou.

– Mas Hobbit, assim não dá, você quer ficar com ela, não quer?

– Querer não é poder! – resmungou.

– Ah, pelo amor de Deus! – Ela deu um tapa no braço da amiga. – Para de filosofar, estou falando com quem? Rachel ou Aristóteles?

– Você só conhece esse né? – Perguntou rindo.

– Sim e ele é um filósofo, então serve como exemplo! – Estava perdendo a paciência. – Escuta, hoje é a data perfeita, dia da mentira, se ela disser não, vira as costas e vai embora, tão simples!

– Aé? E falo o quê? "Quinn, estava brincando, hoje é dia da mentira e estou fazendo isso com todo mundo!"?

– Exatamente! – Bateu palmas. – Ela vai cair na sua, apesar de ser inteligente, ela não vai acreditar, ainda mais com você namorando o Frankteen.

– Você é meio louca, sabia? – Revirou os olhos.

– Vai ou não? Já, já deu o horário e adeus chance perfeita!

– Ok, ok... – Resmungou. – Mas se essa história vazar, eu mato você!

– Relaxa garota, se vazar, falo que bati sua cabeça na parede até você endoidar ou que foi uma aposta.

– Engraçadinha! – Sorriu forçado.

– Vamos, não temos o dia todo! – Ela disse rindo.

Estava nervosa, havia quase um mês que procurava o meio ideal para terminar com Finn e então poder confessar seu amor por Quinn Fabrey, mas agora que a data perfeita havia chego, não tinha a mínima noção se daria certo.

Sorriu ao pensar quão louca era aquela história, afinal as duas deveriam se odiar, certo? Errado! Apesar de estarem sempre em pé de guerra, desde o início quando falava com Quinn, sentia um nervosismo sobrenatural, mas acreditava ser porque a garota fazia questão de atormentar Rachel de todas as formas possíveis, mas foi quando terminara com Finn pela milésima vez, após traí-lo com Puck que percebera o que realmente sentia.

Durante um bom tempo, tentou esconder tal sentimento por motivos óbvios: Quinn era hétero e queria a todo custo namorar Finn, havia até inventado que ele era o pai de seu bebê que na verdade era de Puck.

No fim a vida dela era uma grande confusão.

Voltou a focar no que viria em menos de meia hora, já tinha tudo planejado, na penúltima aula, Quinn costumava ir até o armário guardar os livros e então pegar a mochila com as roupas, para então ir para o treino, seria nesse momento que confessaria.

Santana havia comprado uma rosa vermelha para que ela desse, havia escrito também uma carta, na qual Rachel mudara algumas coisas e passara a limpo com a própria letra, entregaria ambos objetos e esperaria.

Depois se Quinn falasse algo negativo, ela iria rir e desmentiria tudo, essa era a pior parte.

– Ow, acorda! – Ouviu Santana chamar.

– Que foi? – Perguntou enquanto balançava a cabeça, como se esse simples gesto fosse afastar seus pensamentos.

– É agora, a Quinn está no armário dela, vai logo!

– Oh meu Deus... – Gemeu. – deixa pra lá!

Tentou escapar, mas Santana segurou o braço dela e a puxou de volta.

– Rachel Barbra Berry, se você não for até lá, eu vou começar a fazer um escândalo aqui e você sabe que sou boa nisso, certo?

– Eu te odeio! – Resmungou.

Andou em direção a Quinn que estava fechando o armário, quando viu que a garota estava para ir embora, saiu correndo.

– Quinn! – Praticamente gritou.

A garota se assustou e depois virou para trás, esperou pacientemente enquanto Rachel se aproximava.

– O que é? – Perguntou de mal humor.

– E-e-eu... Preciso falar com você!

Estava tão nervosa que sentia o corpo todo tremer, também não conseguia manter um tom baixo, estava tão estridente que soava ridícula para os próprios ouvidos.

– Fala logo, preciso ir para o treino.

– E-n-n-tã-o... Queria te entregar isso! – Mostrei a rosa e o pequeno envelope onde estava a carta.

Ela pegou desconfiada.

– Que brincadeira é essa?

– Não é brincadeira, você precisa ler a carta... – Falou nervosa. – Lê e vê o que você achou!

– Tá, tá, calma! – Disse tirando o papel que estava dentro do envelope.

"Quinn,

Não sei quais palavras deveria usar para dizer o que quero dizer, por isso vou escrever o que sempre tive vontade de dizer, mas não tenho coragem...

Desde que começamos essa briga sem fim sobre quem namoraria o Finn, sentia tremores quando te via, mas achava que era só por causa de te odiar ou coisa do tipo, afinal você consegue ser extremamente insuportável quando quer, sabia?

Mas enfim, não foi por isso que escrevi isso... Depois de terminar com Finn, percebi que o que sentia por você não era ódio, era algo completamente diferente...

Eu te amo Quinn Fabrey, você é a única pessoa que consegue fazer com que eu sinta amor e ódio ao mesmo tempo, por você, seria capaz de terminar com Finn e de desistir de meus sonhos, eu te quero.

A questão é: você me quer de volta?"

Quinn estava em choque, não tinha reação, olhou para ela assustada, Rachel estava com as mãos cruzadas em frente ao corpo e as apertava violentamente, aos poucos a pele começava perder a cor.

– V-v-o-cê... – Olhou para a carta de novo. – Que brincadeira idiota é essa? – Vociferou.

Rachel deu um passo para trás.

– C-cal-ma...

– Não, calma não, fala Rachel, que merda é essa? – Amassou a carta.

– Foi uma brincadeira! – Falou rapidamente. – Hoje é dia da mentira e Sant...

– Ah, então aquela biscate tem a ver com isso? – Estava praticamente gritando, todos pararam para olha-las.

– Quinn... – Murmurou dando um passo para frente. – fala mais baixo, todo mundo está olhando!

A outra deu um passo para atrás.

– Falar baixo? Você escreve esse lixo, faz essa brincadeira idiota e quer que eu fale baixo?

– Q-Q-uinn... – Estava desesperada, não sabia o que fazer. – Desculpa, não foi minha intenção, desculpa, desculpa!

Antes que pudesse responder, Rachel correu para o auditório, seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas que saíam e escorriam por seu rosto.

Parou de correr apenas quando chegou ao auditório, mas ainda soluçava.

Por que mesmo tinha feito aquilo? Por que tivera que concordar com Santana? No fundo sabia que tudo não passava de uma grande idiotice, mas acabara cedendo, afinal a vontade de dizer tudo o que sentia era enorme, porém na hora travara e só conseguiu mostrar a carta.

– Rachel... – Ouviu Santana chamar enquanto entrava. – Você está bem?

– Não, ela gritou comigo, amassou a carta, só faltou me bater! – Vociferou. – Não sei onde estava com a cabeça, agora ela vai achar que sou uma pervertida, sei lá!

– Calma, ela não vai achar nada disso de você!

Se abraçaram.

– Sant, posso ficar sozinha?

– Tem certeza? – Ela estava preocupada.

– Tenho, preciso pensar um pouco.

– Tudo bem, mas se precisar, me liga ok?

– Ok, obrigada. – Sorriu.

Santana saiu pouco depois.

Fechou os olhos e deixou as lágrimas rolarem, estava se sentindo estúpida, não sabia que ia doer tanto, tentava controlar as lágrimas que teimavam em sair, mas não conseguia.

Ouviu a porta do auditório abrir e suspirou.

– Santana, falei que quero ficar sozinha! – Vociferou.

– Eu não sou a Santana, mas se você quiser, posso sair... – Quinn falou calmamente.

Rachel olhou atônita para ela.

– Q-Qu-inn... – Levantou. – Achei que fosse...

– Eu sei quem você achou que fosse. – Interrompeu enquanto chegava mais perto. – O que deu em você?

– C-o-mo assim o que deu em mim? – Estava confusa.

– Nós duas sabemos que aquela carta foi escrita pela Santana, você deve ter tirado os xingamentos e as palavras desnecessárias, mas por que agora? No nosso último ano, por quê?

– Espera... – Olhou assustada para ela. – Você também...

– Sim... – Suspirou. – Mas não podia dizer isso na frente de toda a escola, fora que você me deixou em choque, o que estava pensando?

– Hoje é primeiro de abril, pensei em dizer que tudo não passou de uma brincadeira...

– Sabe que essa é uma ideia idiota, certo? – Ela começou a rir enquanto a abraçava.

– Aham! – Riu junto. – O problema é que estava enlouquecendo sem poder te dizer... Foi a única ideia brilhante que Santana teve.

– Ela é horrível quando quer! – Se encararam. – Agora você pode dizer...

– Eu... Te... Amo... – Sorriu sem graça. – Desde que te vi conversando com Finn, achei que te invejava, mas não, eu te amo e sempre te amei!

– Eu também te amo sua boba! – Sorriu. – Não sabe como é bom ouvir isso de você, esperei tanto tempo!

Se beijaram.

O beijo foi apaixonado, cheio de ternura e desespero, não podiam acreditar que finalmente estavam juntas. O coração de Rachel estava acelerado, ela tentava conter o tremor que sentia nas pernas.

Pouco depois se afastaram, sorriam.

– O que você vai fazer em relação a Finn? – Quinn perguntou ao se lembrar do ex-namorado.

– Vou terminar com ele, não quero ninguém atrapalhando a gente.

– Bom mesmo! – Ela riu enquanto puxava Rachel para si. – Te amo Rach.

– Também te amo Quinn, com toda minha alma!

Selaram a jura de amor com outro beijo apaixonado. Esse foi mais calmo, estavam apenas se sentindo, a maciez dos lábios, o sabor.

Estavam completas e livres para viver o amor que há muito estava escondido.

FIM