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História Primavera da Juventude. - Sábios conselhos.


Escrita por: Takkano

Capítulo 2 - Sábios conselhos.


Fanfic / Fanfiction Primavera da Juventude. - Sábios conselhos.

 

Lee costumava dormir cedo a fim de poder dar tudo de si nos treinamentos pela manhã. O problema é que aquilo se tornou impossível depois da noite passada. Se antes já pensava em Gaara o tempo todo, agora até o cheiro dele o atormentava. A coisa estava tão fora de controle, que Lee poderia jurar que sentia o perfume, de anis com rosa de Gaara, cada vez mais forte. Ou talvez, só estivesse passando muito tempo na companhia de Kiba e Akamaru.

– Vamos Lee, o que está acontecendo com você, cadê aquele fogo da juventude? Não está se concentrando de verdade.

Naquela manhã, Gai e Lee saíram para mais um dia árduo de treinos, como faziam todos os outros seis dias da semana. Se pudesse, Gai aumentaria um dia a mais de treinamento, pois era óbvio que Lee estava com sérias dificuldades para fazer coisas simples, como prestar atenção ao discurso motivacional que dava a cada início de treino.

– Desculpe, sensei, prometo que vou me esforçar mais. – Lee massageava a testa, depois de não obter sucesso ao tentar desviar de algumas árvores em velocidade recorde. – Como compensação, darei mil voltas ao redor da floresta, sem tocar os pés no chão.

– É isso ai Lee, gostei de ver.

Lee tentou se equilibrar plantando bananeira, pronto para começar o seu desafio pessoal. Pelo menos exercícios físicos exigiam menos esforço mental.

Naquele momento, três figuras passaram ali, indo em direção ao monumento do Quarto Hokage. Lee pode distinguir facilmente a menor delas, vestindo um traje branco com tons verdes e o chapéu com o símbolo do País do Vento. Por alguns segundos, os olhos verdes encontraram os negros de Lee. O sorriso agradável, quase dócil, que o Kazekage dirigiu a Lee o deixou inerte por alguns segundos. Lee só acordou dessa espécie de ‘genjutsu’ quando a figura de Gaara desapareceu na curva da estrada.

– Arg! – Lee despencou, torcendo pulso de mau jeito. Imediatamente o lugar ficou roxo e inchado.

– LEE! – Gai correu ver o que havia acontecido.

– Desculpe, sensei, eu realmente não estava me concentrando devidamente. É que, eu ando me sentindo meio estranho já faz algum tempo.

– O que foi, Lee? – Gai de repente entrou em desespero. – Está doente? Me parece um pouco vermelho, agora que reparei. – Gai tocou a testa de Lee e se alarmou ainda mais – Lee, você está queimando. Já sei, não comeu os quatro ovos de avestruz que te recomendei no café da manhã.

– Sim, quero dizer, não… não é nada disso, sensei. Bom, não exatamente, é que… – Lee exitou. – Acho que estou perdidamente apaixonado.

– Lee… jura? – em um primeiro momento, Gai levou um choque. Não esperava algo assim vindo de Lee tão cedo, embora, tivesse que admitir, o pupilo já estava na idade de se apaixonar. – Que coisa maravilhosa Lee. Nada melhor que o amor para aumentar a chama da juventude. – Gai o abraçou forte, demonstrando todo o seu apoio. – Estou tão feliz por você, Lee. Então, diga, quem é a felizarda, porque eu tenho certeza que não se trata mais da Sakura, estou certo?

– Sim, a pessoa de quem eu gosto ainda não sabe sobre isso; eu acho.

– Como assim ela não sabe? Lee… – Gai deu um pulo, estendendo entusiasmado seu indicador em direção ao pupilo. – Rock Lee, tenho uma missão importantíssima pra você.

– Uma missão? – os olhos de Lee brilharam um pouco. – Importantíssima?

– Sim, e será a maior e mais desafiadora de toda a sua vida.

Lee inflamou. Nada como uma missão nível S supremo para aliviar aquele sentimento de impotência que sentia por não saber o que fazer com seus sentimentos.

– SIM, SENSEI! PODE DEIXAR, NÃO IMPORTA O QUE FOR, EU DAREI TUDO DE MIM!

– É isso ai Lee, é assim que eu gosto! Lee, hoje mesmo você vai se declarar à pessoa que você ama, durante o festival de Primavera.

Nesse momento Gai viu todo aquele brilho nos olhos de Lee deixar de existir, como se sua vida estivesse se esvaindo de seu ser. Lee ficou melancólico e abatido de uma forma que Gai nunca vira antes, nem mesmo durante a infância, quando era julgado por não possuir as habilidades básicas de um ninja.

Ficou preocupado com a situação.

Lee já se apaixonara antes, por Sakura. A garota estava bem distante de ser alguém com quem Lee pudesse ter uma chance. A menina era um pouco arrogante, costumava julgar Lee pela sua aparência excêntrica e, ainda por cima, era completamente apaixonada pelo Uchiha, o garoto considerado o mais atraente da academia. Nem por isso Lee se abatera. Sempre que tinha a oportunidade, o pupilo demonstrava todo o seu afeto, carinho e dedicação pela garota, conseguindo inclusive, o respeito dela com o passar do tempo.

Então, se a pessoa por quem Lee se apaixonou recentemente tinha o poder de deixá-lo naquela situação atual, Gai tinha medo de saber de quem realmente se tratava. Achou melhor ignorar essa informação, por enquanto, pelo bem de Lee. Seu pupilo era alguém que não desistia fácil diante um grande desafio, e não seria agora, que uma garota mais difícil que a própria Sakura, o derrotaria.

– Levante essa cabeça, Lee! – imediatamente Lee fitou seu mestre. – Não foi esse Lee que eu conheci. Foi o garoto confiante, cheio de energia e coragem, para se erguer e seguir em frente, mesmo diante o mais provável dos fracassos.

– Desculpe sensei, mas eu não tenho certeza se ainda estou pronto pra algo desse nível.

– Claro que está, Lee! Eu nunca te contei isso, mas, não foi apenas no taijutsu que eu melhorei você.

– Se… sério, sensei? – agora Lee parecia entusiasmado de novo.

– Mas é claro que sim, Lee. Você se tornou um homem maduro, atraente, forte e confiante, assim como eu. – Gai fez aquela épica pose mostrando seu polegar direito a Lee, o incentivando – Você não sabe Lee, mas está mais que preparado para o amor.

– OBRIGADO, SENSEI! EU SABIA QUE PODIA CONTAR COM SEUS VALIOSOS ENSINAMENTOS.

– É isso ai, Lee! Agora vai lá e conquiste seu grande amor. Faça o que for preciso, e use até as suas últimas armas se for necessário.

– FAREI ISSO, SENSEI!

Lee emanou uma chama intensa e saiu pulando em direção à floresta, dessa vez, desviando de tudo pelo caminho.

– Gai…

Uma voz firme quase fez Gai perder a compostura, enquanto continuava a olhar Lee sumir de vista. O homem saiu detrás de uma moita alta, segurando seu velho e bom livro de bolso. Guardou o objeto e fitou Gai, que começava a dar claros sinais de nervosismo com a sua presença ali.

– O que foi, mas que tom acusatório é esse, Kakashi?

– Você sabe o que é. Francamente, você sempre o apoia demais sem medir os riscos.

– Não sei do que está falando. – Gai, definitivamente, não queria discutir com Kakashi sobre como instruía seus pupilos, ainda mais se tratando de assuntos do coração. – Eu apenas disse pra ele ir com tudo, essa é paixão dele.

– Como daquela vez, durante a luta com o ninja da areia, onde permitiu que ele abrisse todos aqueles portais, quase o matando?

– Ora Kakashi, não seja tão radical. Naquela época, o Lee e o Gaara eram apenas crianças. Agora eles cresceram e…

E um filme passou pela cabeça de Gai. Algo parecido com um drama misturado a terror e tragédia.

Desde a luta entre Lee e Gaara, Lee mudara bastante. Lee lutou muito pra ficar mais forte. Queria derrotar Gaara em um futuro e provar a ele que seu taijutsu ainda era bom o suficiente para seu ninjutsu da areia. Gai via a chama em Lee sempre que o pupilo se lembrava de sua luta com o ninja; sempre que o assunto era Gaara. Tentou não se concentrar tanto nos fatos mais recentes, onde Lee parecia entusiasmado demais com a vinda dos ninjas da Areia à Konoha. Ou quando Lee foi o primeiro a ficar sentado ali, no portão, à espera da chegada do Kazekage. Nem quando Lee parecia perder o foco sempre que o ruivo estava por perto.

Pois é, não tinha como negar, Lee parecia bem mais determinado e concentrado, como se tivesse atingido um objetivo ainda maior, um que não estivesse realmente associado aos treinos de seu taijutsu. Maior que Neji, Sasuke ou Naruto; maior até mesmo que… Sakura.

– Não, não é possível. - Gai deu um sorriso nervoso.

– É, eu só espero que, dessa vez, não seja o coração, ao invés dos ossos.

Gai arregalou os olhos, sentindo o pânico tomar conta.

– O que foi que eu fiz?

 

 



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