História Primeira Vista - Capítulo 10

Era tão bom chegar em casa depois de um dia exaustivo e encontrar tudo silencioso e quieto em casa. Bem, Jiang Cheng não sabia mais o que era isso. Assim que abriu a porta, cansado de seu dia no estágio, pensando que precisava urgentemente revisar sua conclusão de curso para mandar para sua orientadora, ele ouviu um som de flauta. Era um som que já estava acostumado, a música que Lan Xichen fazia era sempre tão precisa, tão harmoniosa. E então, o que vinha em seguida era algo que lembrava um guincho de dor de um animal em sofrimento. 

Mas era só Lan Jingyi tentando aprender a tocar flauta. 

Assim que Lan Xichen viu seu noivo, ele já falou para o filho que eles continuariam sua aula no dia seguinte. Ele sabia muito bem como Jiang Cheng chegava nesses dias. 

— Que tal você ir colocar a mesa para o jantar, Jingyi? Eu e o papai vamos pra lá daqui a pouco. — Lan Xichen falou, e o pequeno foi correndo para a sala de jantar, não antes de abraçar Jiang Cheng. 

— Ele está fazendo algum progresso? — Jiang Cheng perguntou, largando suas coisas num móvel e indo para o quarto trocar de roupa. Lan Xichen o seguiu. 

— Na verdade sim, mas ainda vai demorar um pouco até ele ficar bom. — Lan Xichen falou. — É preciso ter paciência. 

— E como foi o dia de vocês hoje? Agora que defendeu seu doutorado e decidiu usar um tempo de férias, vocês estão passando tanto tempo juntos… Eu estou ficando com ciúmes… — Jiang Cheng falou fazendo biquinho. 

— Apesar de eu estar de férias, Jingyi não está… eu o levei e busquei da escola, ele me contou que seu amiguinho Zizhen chamou ele Sizhui para irem brincar em sua casa no fim de semana. Foi realmente uma boa ideia colocar os dois na mesma escola, eles se ajudam tanto… — Lan Xichen falou. — Quando voltamos, nós passamos no mercado pra fazer algumas compras, depois eu o ajudei com o dever de casa e nós passamos para a aula de flauta. 

— Está tudo pronto, papais! — Lan Jingyi falou, vindo correndo para o quarto deles. 

Jiang Cheng terminou de se trocar e pegou o filho no colo. Era absurdo o quanto ele sentia falta da energia, da ingenuidade e até do cheirinho de criança de Jingyi. Principalmente em dias corridos como havia sido hoje. 

Ele estava fazendo seu estágio no hospital veterinário da universidade, que recebia vários tipos de animais, domésticos e silvestres, em variados estágios de trauma e doenças. Não era um trabalho fácil, mas a essas alturas, Jiang Cheng havia se acostumado a lidar com o emocional daquilo tudo. Felizmente, ele voltava pra casa para sua família que algumas vezes podia até terminar de gastar suas energias, mas na maior parte das vezes, eles ajudavam a recuperá-la. 

— Vamos ver… — Jiang Cheng falou ao ver a mesa. — Hoje eu vou poder comer com um hashi e uma perna de dinossauro, que honra! 

— É só pros melhores! — Lan Jingyi falou animado por seu pai cair em sua brincadeira. — Eu achei que o pé seria muito melhor para pegar o macarrão! 

— É claro! — Jiang Cheng riu. — Nosso filho é um gênio, Xichen. Acho que já podemos mandar ele pra faculdade! Tão a frente de seus anos…

— Eu posso! — Jingyi falou animado.

— A-Cheng, não sei o que vamos fazer, eu não quero perder um filho pra faculdade tão cedo! Nós vamos ter que arrumar outro filho! — Lan Xichen falou rindo.

— Não! Não precisa! Eu nem quero ir pra faculdade mesmo! — Lan Jingyi falou imediatamente. 

— Então eu posso comer com o outro hashi também? — Jiang Cheng perguntou rindo também, mas tentando ficar sério. 

— Pode! — o pequeno falou, se remexendo no colo do pai até ele soltá-lo e ir correndo pegar o outro hashi na gaveta. 

— Agora que tudo está resolvido, nós podemos comer. — Lan Xichen falou, trazendo algumas travessas e uma panela com o jantar. 

Ter Jingyi ali era como se tudo estivesse finalmente certo. Não que estivesse errado antes, quando eram apenas os dois, mas agora era ainda melhor. Mesmo com as dificuldades de guiar e educar uma criança, com eventuais birras, brigas, e imprevistos. Como quando Lan Jingyi caiu e deslocou o braço, ou quando eles descobriram que ele era alérgico a picadas de abelha (da pior forma possível). 

Mas a felicidade que o pequeno trouxe com ele era incomparável. Eles iam para parques, encontravam muito com Wei Wuxian e Lan Wangji porque Jingyi e Sizhui tinham virado amigos quase inseparáveis, e agora que Jin Ling estava maiorzinho, ele também estava se juntando aos primos. Eles tinham sempre o falante Lan Jingyi para animar suas refeições, tinham a desculpa perfeita para frequentar parques de diversão, piscinas públicas e casas de trampolim.

Já estava chegando perto do dia que finalmente completaria um ano que Lan Jingyi havia sido adotado. Jiang Cheng e Lan Xichen estavam planejando uma comemoração com o filho num dos parques que ele mais gostava, o cheio de patos. 

Eles prepararam um piquenique no dia, e pediram que Lan Jingyi se arrumasse como quisesse. Ele ainda gostava muito dos vestidos, e já tinha perdido vários enquanto crescia, mas seus pais e tios sempre lhe davam mais de presente. Jiang Yanli ficava especialmente feliz quando podia levar Lan Jingyi para escolher vestidos. Naquele dia, ele havia colocado um que ela o havia dado, era num tom de pêssego, cheio de desenhos de melancias. Ele acompanhava uma tiara que combinava, que Jingyi nem sempre usava, mas como era uma ocasião especial, ele decidiu usar. Ele combinou tudo com um par de galochas de morango e eles foram para o parque. 

Assim que chegaram, Jiang Cheng agradeceu por ele estar usando galochas. A primeira coisa que Lan Jingyi costumava fazer ali era correr para o lago para ver e alimentar os patos. Ele foi tão animado que suas galochas se enterraram um pouco na lama da margem do lago. 

— Tome cuidado para não cair no lago, Jingyi! Ou você vai molhar seu vestido! — Jiang Cheng avisou, vendo o pequeno dando alguns passos para trás. 

Jiang Cheng encheu uma mão de migalhas de pão e sementes e foi até o filho, colocar a comida em sua mão para finalmente os patos se aproximarem dele. Enquanto isso, Lan Xichen ficou para trás arrumando as toalhas e o piquenique que levaram. 

Lan Jingyi correu pelo parque com as mãos cheias de comida de pato, vários deles o seguiam incessantemente até ele soltar um pouco de comida no chão ou jogá-la para cima. Quando cansou, Lan Jingyi foi sentar com os pais. 

Eles passaram um dia agradável, e Jingyi nem fez muita birra quando tiveram que ir embora. Jiang Cheng sentia que nada podia dar errado enquanto ele estivesse ali, entre seu noivo e seu filho. A única coisa que realmente faltava, era eles finalmente oficializarem seu casamento.

O que, no fim das contas, não estava muito longe. Eles prometeram oficializar alguns meses depois da conclusão de curso de Jiang Cheng, e ele já estava bem próximo de terminar. Faltavam apenas algumas semanas, e eles já tinham começado a planejar e organizar a cerimônia de casamento. Eles queriam que fosse uma coisa mais íntima, e como nenhum dos dois tinha a família muito grande, eles puderam pensar numa cerimônia pequena e da forma como queriam. 

Lan Jingyi também estava ajudando a escolher algumas coisas. Eles não poderiam deixá-lo fora das decisões. E até perguntaram se ele queria usar um vestido para entregar as alianças (o que seria tão fofo), mas ele disse que queria estar vestido igual aos pais. 

As semanas que se seguiram foram as mais estressantes para Jiang Cheng. Talvez ainda mais do que quando terminou sua primeira graduação. Ele tinha que terminar seu expediente como estagiário no hospital veterinário e quase sempre voltar para casa e ainda gastar horas em seu trabalho final. 

Lan Xichen tentava manter Jingyi bem entretido durante todo o dia, para que ele não estivesse tão ativo quando Jiang Cheng chegasse. Assim como Jiang Cheng costumava fazer quando Lan Xichen teve que focar em sua tese de doutorado. Sem Lan Xichen ali, Jiang Cheng teria ido à loucura facilmente.

Na verdade, Jiang Cheng não conseguia mais pensar em sua vida sem Lan Xichen. Sem Lan Xichen, também não haveria Lan Jingyi. Sem Lan Xichen não haveria todo esse apoio, esse afeto, e o amor que ele sentia apenas em assistir os dois amores de sua vida interagindo. Como quando Jingyi sentava no colo de Lan Xichen e pedia uma história, ou um abraço. Ou como Lan Xichen ainda ia até o quarto de Jingyi em alguns momentos apenas para verificar que ele ainda estava ali, que ele era de fato deles. Lan Xichen viveu vários dias de ansiedade durante a espera pelo sistema, até que fossem de fato pais de Lan Jingyi legalmente. E isso ainda se mostrava nessas pequenas visitas. Jiang Cheng nunca comentava sobre isso. 

Quando finalmente apresentou seu trabalho final e oficialmente terminou seu estágio, ele finalmente respirou. Eles foram comemorar, é óbvio, no Peônia. Lan Jingyi havia ficado com Wei Wuxian e Lan Wangji. Jiang Yanli foi até a mesa deles, animada para parabenizar seu irmão. 

— A-Cheng, Lan Xichen! Eu espero que não se importem de eu sentar uns minutinhos… — ela falou, já puxando uma cadeira. 

— É claro que não nos importamos. — Lan Xichen falou. 

— A-Cheng eu estou tão orgulhosa por ter finalizado sua segunda graduação! — Jiang Yanli falou, pegando as mãos do irmão com as suas. — E onde está Jingyi? 

— Ele está com Sizhui essa noite. Amanhã os dois vão de novo para a casa de um amiguinho para brincar. — Jiang Cheng falou. — E obrigado, A-Jie.

— Eu tenho uma novidade para contar pra vocês, mamãe já sabe, e eu estava esperando te ver pessoalmente para contar. — Jiang Yanli falou. — Eu estou grávida de novo!

Quando Jiang Cheng achava que não caberia mais amor em sua vida, essa notícia chegava. Outro sobrinho! Era incrível! 

— A-Jie! Que bom! Eu estou tão feliz por você! Eu espero que seja uma menina dessa vez! — Jiang Cheng falou animado. 

— Parabéns pelo novo bebê! — Lan Xichen falou. 

— Obrigada! — ela falou feliz. — Jin Ling não gostou nada da ideia, mas nós estamos tentando convencê-lo de que ter um irmão mais novo será legal. — Jiang Yanli riu. — E Zixuan está nas nuvens, ele está tão feliz!

— É bom mesmo! — Jiang Cheng falou, para não perder o costume. — Ele está com a mulher mais incrível, a chef que conquistou duas estrelas Michelin para seu restaurante e está lhe dando mais duas estrelas como seus filhos. 

— Como você é bobo… — Jiang Yanli riu da forma poética que de repente seu irmão a estava tratando. — Eu também tive muita sorte. Agora, eu vou ter que pedir licença para voltar ao trabalho. Espero que apreciem a comida hoje, mando suas sobremesas favoritas mais tarde.

— Obrigado. — Lan Xichen agradeceu.

— Muito obrigado, A-Jie. — Jiang Cheng falou. Lan Xichen reparou que seus olhos estavam lacrimejando. 

— O que foi, A-Cheng? — Lan Xichen perguntou. 

— Eu só… Estou muito feliz por Yanli. E eu vou ter outro sobrinho… Eu não sei se meu coração aguenta tudo isso. — Jiang Cheng falou honestamente. Era raro ele simplesmente falar o que sentia daquela forma, e Lan Xichen apreciava cada uma dessas vezes. 

— Você ama demais, A-Cheng, e isso é uma ótima qualidade. — Lan Xichen falou segurando uma mão de seu noivo e a levando até perto de seu rosto. Ele deixou um beijo em seus dedos, depois virou a mão de Jiang Cheng e beijou a palma de sua mão carinhosamente. — Você ainda é exatamente como eu te vi naquele dia. No nosso primeiro encontro. Mais velho, mais maduro, mas a essência, é a mesma. Nunca deixe de ser assim. 

Jiang Cheng corou até a raiz dos cabelos, e puxou sua mão das de seu noivo para cobrir seu rosto como há muito não fazia quando estava com Lan Xichen. Ele se sentia tão vulnerável e ao mesmo tempo tão protegido com Lan Xichen. 

— Obrigado. — Jiang Cheng falou quando seu coração parou de bater em seu ouvido. Ele não especificou o que estava agradecendo, e ele não precisava. 

Eles tiveram uma noite agradável no Peônia, comeram suas sobremesas favoritas e voltaram para casa caminhando lado a lado. Eles falaram de amenidades, sobre Jingyi, os planos pro fim de semana, os preparativos para o casamento. Agora que finalmente a faculdade havia deixado seus pensamentos, Jiang Cheng confessava que estava começando a ficar ansioso para a cerimônia. 

~*~*~*~

Jiang Cheng podia dizer que Lan Xichen estava escondendo algo dele. Lan Xichen era um péssimo mentiroso, e Jiang Cheng era curioso demais para deixar passar. Assim que viu Lan Xichen pegar Lan Jingyi e dizer que iam até o parque dar comida para os patos (pela terceira vez naquela semana), ele sabia que era o momento de agir. 

Ele se despediu do noivo e do filho, mas pouco tempo depois de saírem a pé para o parque mais próximo, ele os seguiu. Jiang Cheng não estava orgulhoso por estar bisbilhotando o que os dois estavam fazendo, mas ele não conseguiria mais ficar sem saber. Era mais forte que ele. Ele viu que os dois fizeram um pequeno desvio indo ao parque, e pararam num abrigo de animais. Ao saírem, eles levavam um cachorro, parecia um labradoodle, de uma cor chocolate. 

Jiang Cheng se sentiu traído. O que eles estavam fazendo com um cachorro pelas suas costas? Por que eles visitariam o abrigo de animais sem ele? Ele continuou seguindo-os até o parque, onde Lan Xichen tirou alguns petiscos do bolso e eles começaram a treinar chamado e fazer com que o cão andasse ao lado de Lan Jingyi sem se distrair. 

O problema era que Jiang Cheng não ia conseguir aguentar ver aquilo sem uma satisfação, e era bom que Lan Xichen tivesse uma ótima explicação. Ele saiu de onde estava se escondendo e viu quando Lan Xichen reparou que ele estava vindo. 

— O que vocês estão fazendo? De quem é esse cachorro? — Jiang Cheng perguntou. 

— A-Cheng, não é o que você está pensando… — Lan Xichen falou imediatamente. 

— E como sabe o que eu estou pensando? Como ousam ir até um abrigo de animais sem mim? — Jiang Cheng falou. 

— Não é isso!

— Papai, o papai Xichen só queria te fazer uma surpresa. — Lan Jingyi falou. — Não brigue com ele!

— Uma surpresa?! Eu estou realmente muito surpreso! — Jiang Cheng brigou.

— Tudo bem, eu vou contar o que pensei. Jingyi, leve a Trufa para passear um pouco, eu e papai vamos conversar. — Lan Xichen falou. 

— Tá bem. — Jingyi falou e pegou a guia dela para andar.

— Não precisa me olhar assim, eu realmente queria fazer uma surpresa. Mas você sabe muito bem quando estou mentindo… — Lan Xichen falou. 

— Você é um péssimo mentiroso. — Jiang Cheng pontuou. 

— Eu sei… Eu e Jingyi adotamos a Trufa, e a minha ideia era que ela levasse as alianças até nós ao lado de Jingyi, por isso nós temos treinado ela. E então você ficaria ainda mais emocionado no nosso casamento, e o meu presente e de Jingyi estaria bem ali! Era a ideia perfeita, mas… Bem… — Lan Xichen falou sem jeito. — Eu acabei estragando…

— Ah, Xichen… — Jiang Cheng falou, se jogando nos braços de seu noivo e o abraçando. — Eu realmente adorei a ideia, e me desculpe por ter brigado! Eu não sabia que era por isso… Eu nem sei o que dizer… 

— Então nós podemos continuar treinando a Trufa para o casamento? — Lan Jingyi perguntou, assustando os dois. 

— É claro que podem! — Jiang Cheng falou. — Eu posso…? — ele perguntou, apontando para a cadela que estava animada, mas ainda estava ao lado de Jingyi. 

— É claro, ela já é nossa. Nós podemos passar no abrigo e já levá-la pra casa depois, já que agora já sabe… — Lan Xichen falou. 

Jiang Cheng se agachou e chamou a Trufa, e quando Lan Jingyi lhe deu permissão, ela correu para conhecer aquele novo humano ali. Ela fez uma festa com Jiang Cheng, como se já soubesse que ele fazia parte da família.  

~*~*~*~

A música da entrada dos noivos havia começado, e Jiang Cheng olhou para Lan Xichen, um turbilhão de sentimentos dançavam dentro dele. Alegria, amor, ansiedade, aquele frio na barriga que sempre se sente ao ficar em pé diante de outras pessoas. Lan Xichen entrou primeiro, seu tio havia se recusado a entrar com ele na cerimônia ("isso não é apropriado" ele disse), mas estava esperando os noivos entrarem já dentro do local. Yu Ziyuan, entretanto, fez questão de acompanhar seu filho. Jiang Cheng ofereceu o braço a ela e eles entraram. 

Todos já estavam ali, Lan Wangji e Wei Wuxian do lado de Lan Xichen, Yanli e Jin Zixuan do lado de Jiang Cheng. Yanli já mostrava estar grávida do segundo bebê, e Lan Sizhui estava de pé ao lado dos pais. Lan Jingyi e Jin Ling prometeram sentar quietos ao lado da avó durante a cerimônia. Jingyi ficaria ali até ser sua vez de entrar. 

Eles ouviram as palavras da celebrante sobre família, sobre amor, sobre compreensão e estabilidade. Depois de dizerem seus votos, que foram curtos mas cheios de emoção, eles viram Lan Jingyi e Trufa, que estava com um vestidinho de dama, virem em sua direção. Ninguém resistiu aos dois. Jiang Cheng confessava que chorou um pouco vendo cada um carregar uma aliança até o altar. 

Eles finalmente trocaram alianças e puderam se beijar. Era estranho, porque eles costumavam ser bem discretos quanto a isso, mas ver Lan Xichen sorrindo antes de lhe dar o selinho foi o que Jiang Cheng precisou. 

Depois de assinarem os papéis, eles estavam oficialmente casados. E lá se foi festa até bem tarde da noite. 

Quando voltavam para casa, Lan Jingyi já estava dormindo. Trufa também estava dormindo, com a cabeça no colo do menino, mas o corpo todo esticado no banco do carro. Jiang Cheng riu da cena. Eles foram dormir exaustos nesse dia, sem pensar em noite de núpcias. Afinal, eles partiriam em lua de mel no dia seguinte e aí então eles poderiam ter várias noites para si. 

Assim que chegaram no resort (um dos de sua mãe), Jiang Cheng foi imediatamente se trocar no banheiro. Lan Xichen ficou esperando ansiosamente do lado de fora, e definitivamente não esperava ver o que viu. 

Jiang Cheng saiu do banheiro com o fatídico shortinho, e nada mais. 

— Eu pensei em vestir algo bem provocante, ou simplesmente nada, mas eu tive a impressão que preferia isso. — Jiang Cheng riu, vendo Lan Xichen olhando-o como se fosse devorá-lo pouco a pouco. 

— E teve a impressão certa. — Lan Xichen falou. — Se não fosse esse shortinho… 

— Você nem teria olhado duas vezes pra mim… Eu sei. — Jiang Cheng disse um pouco emburrado. 

— Ah, não, eu teria, mas eu nunca o teria feito tão rápido… — Xichen riu. 

— Anda logo e vem aqui antes que eu fique com raiva de você… — Jiang Cheng falou, puxando o marido pela roupa assim que o alcançou. 

Eles trocaram um beijo ardente e apaixonado. Lan Xichen deslizou suas mãos para dentro do short e agarrou as nádegas de Jiang Cheng com força, fazendo-o gemer um pouco no beijo. 

— Eu te amo, Jiang Cheng. — Lan Xichen falou. 

— Eu também te amo, Lan Xichen.