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História Primeiro amor - Verdade


Escrita por: MarianaCrysis

Notas do Autor


Oii gente!
Aqui está mais um capítulo. Boa leitura!

Capítulo 22 - Verdade


Fanfic / Fanfiction Primeiro amor - Verdade

#Cassie

Acordei sobressaltada durante a noite, pisquei no escuro tentando entender o que me acordou. Então Carter deitado atrás de mim se mexe inquieto balbuciando algo ininteligível. Eu me viro na cama e toco seu peito nu, ele se mexe novamente dessa vez entendo que ele fala “não”.

- Carter? – Eu o chamo baixinho, não querendo assusta-lo. Ele apenas vira a cabeça para o outro lado. – Carter? – Eu o chamo mais alto.

Ele se senta assustado na cama, olhando em volta com os olhos arregalados, quando me vê ele respira fundo.

- Foi só um pesadelo. – Eu falo, ele segura minha mão e a aperta um pouco. – Quer me contar?

- Eu estava.... – Ele hesita e se encosta na cabeceira da cama. – Estava na casa da minha mãe, eu tinha 13 anos de novo. – Ele para de falar, não é preciso que continue já sei exatamente sobre o que era o sonho dele.

- Não acha que deveria tentar resolver isso logo? – Eu pergunto baixinho, com medo da reação dele, mas ele apenas fecha os olhos e encosta a cabeça na cabeceira.

- Você ainda tem o número que ela deixou com você? – Ele sussurra ainda com os olhos fechados.

- Tenho. Posso ligar pra ela de manhã, se quiser. – Ele apenas balança a cabeça concordando. Coloco minhas mãos em seu rosto e o puxo para um beijo. Ele me puxa para deitarmos e nos cobre com o edredom.

De manhã depois de tomarmos um café da manhã bem reforçado busco na minha mochila o papel dobrado com o telefone e o endereço da mãe de Carter. Ele está sentado na poltrona mordendo o dedo polegar e olhando com expectativa para mim. Disco o número e espero. Após tocar pela terceira vez a mãe dele atende.

- Sim? – Ela parece ofegante do outro lado da linha. – Me desculpe estava longe do celular.

- Oi. – Por alguns segundos fico sem saber o que falar. – Meu nome é Cassie, sou a namorada do Carter. – Carter está me olhando com os olhos levemente arregalados. A mãe dele fica em silêncio por alguns segundos antes de falar.

- Ele está bem? – Ela pergunta em um sussurro.

- Sim, ele está sim. Nós gostaríamos de saber quando seria um bom dia... – Ela me interrompe antes que eu possa concluir a pergunta.

- Agora! Vocês podem vim hoje, a qualquer hora. Estou esperando. – Sua voz soa alta e ansiosa.

- Ok, chegaremos em breve. – Após desligar o celular Carter, que está batendo um pé no chão repetidamente se levanta e se senta ao meu lado. – Iremos hoje.

- Tudo bem, mas não posso fazer isso sozinho. – Ele diz. Eu sorrio e acaricio seu rosto com as mãos.

- Jamais deixaria que fosse sozinho, mesmo que você me pedisse para ficar. – Ele suspira aliviado e encosta sua testa na minha.

Após tomarmos banho e nos arrumar entramos no carro de Carter, coloco o endereço da mãe dele no GPS do celular e ele começa dirigir. O caminho todo é feito em um silêncio tenso, paramos em frente uma casa simples pintada de rosa desbotado depois de 20 minutos, ele respira fundo e olha pra fora.

Sua mãe está parada na varanda, nos olha com expectativa torcendo as mãos.

- Pronto? – Eu pergunto, ele olha pra mim e concorda com a cabeça. Saímos do carro e caminhamos até a casa de mãos dadas.

- Estou muito feliz por vocês estarem aqui. – Ela diz assim que paramos na frente dela, mas seus olhos estão em Carter. – Vamos entrar.

Ela abre espaço para que a gente entre, no corredor pequeno que se segue após a porta tem vários quadros pendurados, eu e Carter paramos olhando as fotos emolduradas. Em todas as fotos tem um garotinho com cabelos escuros sorrindo, brincando em parques, correndo na rua ou apenas sentado no chão brincando com carrinhos de brinquedo. Aquele nas fotos é Carter.

Seguimos até uma sala pequena, com um sofá de 3 lugares e outro de 2 lugares, ambos nas cores bege com estampa de flores. Ela faz um sinal para que a gente sente. Carter segura minha mão com firmeza.

- Vocês querem beber alguma? Ou comer algo? – Ela pergunta com a voz trêmula.

- Não. Quero apenas ouvir o que você tem a dizer. – Carter responde sério a olhando fixamente.

- Ok. – Ela respira fundo e se senta no outro sofá e vira o corpo na nossa direção. – Conheci o seu pai quando eu tinha 19 anos.

- Você sabe quem é meu pai?- Carter pergunta.

- Sim. – Ela responde baixo olhando pro chão. – Sempre soube. Eu o amei muito, era jovem e impressionável e ele era um homem mais velho, maduro e incrivelmente lindo. Além de casado também.

Ela respira fundo mais uma vez e levanta a cabeça alternando o olhar entre eu e Carter, ambos permanecemos em silêncio a ouvindo.

- Quando estava na faculdade fazia algumas faxinas em mansões para complementar o salário que eu ganhava como garçonete. Foi assim que o conheci, nos envolvemos por alguns meses até que acabei engravidando.

- Ele não me quis? – Carter pergunta, ele ainda está tenso.

- Ele quis, mais ele queria só você, ele me disse que depois que você nascesse e não fosse mais dependente do meu leite que ele iria pegar você para criar, em outra cidade, longe de mim. – Ela responde. – Eu não podia permitir, você também era meu. Então alguns dias depois eu disse a ele que tinha perdido o bebê, ele me desprezou depois disso. Disse que nunca deixaria a esposa por mim.

Ela se mexe no sofá, ajeitando a postura. – Eu o odiei por isso, e quando você nasceu era tão parecido com ele, ainda é parecido com ele. – Ela examina o rosto de Carter e abaixa a cabeça novamente. – Eu sei que você nunca teve culpa de nada, mais eu não conseguia evitar, sempre que olhava pra você era ele que eu via.

As lágrimas agora caem livres por seu rosto, ela soluça em seu choro. – Me perdoe Carter, me perdoe eu sinto tanto, tanto. Me desculpe.

Carter balança a cabeça quando o olho vejo lágrimas em seus olhos também.

- Por muito tempo me perguntei porque não era amado. – Sua voz falha quando ele fala, sinto meus olhos arderem com as lágrimas.

- Mais eu amava você. Eu amo, sempre vou amar. – Ela olha para ele e soluça mais uma vez.

- Acho que agora posso entender um pouco as coisas que aconteceram. – Ele limpa as lágrimas que escapam de seus olhos. – Não sei se algum dia seremos como mãe e filho, mas acho que em algum momento vou conseguir te perdoar. Só preciso de um tempo.

Ela solta um suspiro alto de alívio e junta as mãos na frente do peito como se fosse orar. Seu sorriso se mistura com as lágrimas. - Obrigada querido.

- Quem é o meu pai? – Carter pergunta abruptamente e isso pega sua mãe de surpresa, ela arregala os olhos em choque. – Quero o nome dele.

- Eu não... Isso...- Sua mãe gagueja.

- Por favor, é importante para Carter saber quem é o pai. – Eu peço a olhando, ela olha pra mim e depois para Carter de novo. Por fim ela balança a cabeça em derrota.

- Ele é advogado, seu nome é Erik Saltman. – Ela responde. – Não sei se ele ainda está na cidade.

- Eu me viro para acha-lo. – Carter se levanta me puxando com ele. A mãe dele se levanta também.

- Por favor. – Ela se aproxima e para na frente dele. – Me deixe abraça-lo?

Carter arregala os olhos e fica tenso, não sei como ajudar, tem que ser uma decisão inteiramente dele. Eles se olham por vários minutos em silêncio, até que Carter concorda com a cabeça. Sua mãe sorri e se coloca na ponta dos pés para alcança-lo, passa os braços em volta do pescoço dele. Carter fica sem reação por alguns minutos até que passa o braço livre em volta da cintura da mãe.

Solto sua outra mão e então eles se abraçam com força, sua mãe chora novamente passando a mão pelo cabelo dele, e eu choro junto.

Quando nos despedimos e vamos embora Carter parece mais leve. Eu o olho e quando ele olha pra mim e sorri eu sei que está bem.

- Obrigado. – Ele diz – Jamais teria conseguido passar por isso sem você.

- Teria sim, você é muito forte. – Eu respondo e beijo seu rosto enquanto ele dirige. – Só teria sido bem mais difícil do que foi.

Ele ri e fica ainda mais lindo com seus olhos cinzentos brilhantes e seus dentes perfeitos. Como não amar esse homem maravilhoso?



Notas Finais


Bem tenso, não?


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