História Primeiro amor (Fillie e amigos) - Só não ache que vou desistir de você, por quê eu não vou.

POV KENZIE

Olho o relógio pela quinta vez, eu já esperava á quase 20 minutos. Olho ao redor, hoje o parque estava calmo tinha apenas mães e crianças.

- Talvez ele não venha. – diz Maddie.

- Ele vem. Disse que viria. – respondo.

- Okay, não precisa se chatear. Mas...  pense em você antes de qualquer decisão. Eu não estou aqui para julgar o que faz com sua vida. – ela fala.

- Não mesmo, você está aqui para me levar de volta pra casa quando eu terminar a conversa. – digo e Maddie suspira.

- Okay. Acho melhor eu esperar em algum banco aqui perto. Não quero que ele ache que estou me metendo. – ela diz.

- Então é melhor você ficar num banco longe. Ele enxerga bem. – falo.

- Vou ficar naquela cafeteria. Ficarei olhando pela janela. – ela diz. – se cuida.

- Certo. – digo. Estou nervosa por Maddie ter me deixado só, mas sei que é necessário. Esse assunto é meu.

- Desculpa, te fazer esperar. – diz Johnny ao se aproximar de mim. Fico de pé para abraça-lo.

- Está perdoado. – digo.

- Eu tive uns probleminhas. – ele diz.

- Entendo, contratempos. – falo.

- É. Fiquei surpreso com sua mensagem pedindo para nos encontrarmos. – ele diz.

- Precisamos conversar, Johnny. – digo e ele parece confuso.

- E qual seria o assunto dessa conversa? – ele pergunta.

- Nós. – digo com incerteza.

- Nós? – ele pergunta.

- Sim. Nossa relação. – complemento.

- Relação? De amizade você quer dizer. – ele fala e eu me sinto magoada.

- Johnny, o que temos não é só amizade. – falo.

- Você não acha que a gente está namorando, não é? – ele pergunta como se fosse algo absurdo.

- Não, Johnny! Eu não sou burra assim. Eu só quero dizer que também não é apenas amizade. – digo irritada.

- Então o que você acha que temos? – ele pergunta despreocupado.

- É exatamente isso que eu quero saber. – falo.

- E você quer que eu diga? – ele pergunta indignado.

- Na verdade, Johnny. Eu quero saber se em algum momento você já pensou em ter algo mais sério comigo, ou que no futuro a gente posso se tornar algo mais. – falo expondo o que desejo.

- O quê? Kenzie... Nós somos amigos, okay, um pouco mais que isso. Mas não passa disso, a gente se diverte, trocamos alguns beijos e temos momentos juntos. Mas você sabe que nunca foi minha intenção namorar e me apaixonar.  Você lembra que fizemos um acordo de não nos apaixonarmos? – ele me pergunta.

- Lembro. Lembro sim. – eu respondo tentando disfarçar a minha raiva por sua insensibilidade. Me sinto tão burra. Tão boba.

- Então eu não estou entendendo o que está acontecendo aqui.- ele fala rindo insensivelmente da situação.

- O que está acontecendo, Johnny? Eu me apaixonei por você e a menos que você sinta o mesmo por mim não vou mais querer essa situação. – respondo explodindo e abrindo meus sentimentos.

- Woah... nossa! Você confundiu bem as coisas. – ele responde e eu sinto um grande impulso de chorar, mas decido não chorar... não na sua frente.

- É. Eu confundi mesmo. Me enganei achando que você fosse capaz de sentir alguma coisa por mim, de gostar de mim o tanto quanto eu gosto de você. Eu fui muito burra! Quer saber... esquece, Johnny. Eu vou... prefiro ir embora. – digo pegando minha bolsa.

- Espera, Kenzie. – ele diz pondo sua mão sobre a minha. Eu paro. – Não é bem assim. Eu gosto de você. Gosto mesmo.

- Mas você gosta tanto quanto eu gosto de você? – pergunto uma ultima vez.

- Gosto de você. Já disse. A gente fica de vez em quando e isso é legal. – ele fala.

- E também gosta de todas as outras garotas que você fica e com certeza também diz que é legal. Viu só? Eu sou só mais uma. Eu não sou especial, ou exclusiva para você. Sou apenas mais uma na sua vida. Eu cansei Johnny. – digo triste demais para discutir.

- Eu... não quero namorar, Kenzie. Por que não deixamos as coisas como estão? Estava tudo indo tão bem. – ele fala.

- Desculpa, Johnny. Mas acho que você não entendeu. Eu não vou mais aceitar migalhas, e não é sobre namoro. É sobre fidelidade, sobre respeito e eu quero que alguém me trate de forma especial, minhas amigas tem seus namorados ou até mesmo ficantes... e são delas! Eles se respeitam, sabe? E eu sinto inveja disso! Por quê eu não tenho o mesmo. – digo.

- Eu sempre te tratei com muito carinho. – ele se defende.

- Não estou discordando disso. Mas acho que mereço mais que apenas carinho, mereço respeito, ser conquistada, e alguém que se apaixone por mim. – falo.

- Eu te respeito... – ele começa a dizer.

- Respeita? Você paquera outras meninas na minha frente! – grito ao ouvir tamanho absurdo.

- Isso nunca te incomodou antes. – ele rebate.

- Mas agora incomoda. Esquece, você nunca vai entender. Só espero que você nunca sinta o que eu estou sentindo. – falo me sentindo vencida.

- Kenzie... – ele fala.

- Chega, Johnny. Eu preciso ir. – digo e me levanto para ir embora, mas ele segura meu braço.

- Então é isso? Acabou? – ele pergunta e eu sinto o peso das palavras se formando em minha cabeça.

- Sim acabou. – digo.

- E você vai assim sem se despedir? – ele diz parecendo implorar por minha presença, mas não me deixo enganar, ele só quer continuar me usando.

- Não precisamos de despedidas grandiosas e explêndidas, como você deixou bem explicito, não temos uma relação. – digo puxando meu braço e lhe dando as costas. Uma lagrima escorre, principalmente por ter a certeza que ele não virá atrás de mim, implorar que eu volte.

Mas é isso, contos de fadas não existem. Ou nem todas somos princesas.

 

POV FINN

- Você está muito calado, estamos andando a vários minutos e você não disse nada. – Maisy diz enquanto andamos pelas ruas de Los Angeles, nossos amigos mantem uma distancia de uns 5 metros de nós.

- Estou tentando assimilar o que aconteceu na gelateria, muita coisa não se encaixa. – digo.

- Eu quero pedir desculpas, Finn. Por tudo o que aconteceu. – ela fala de repente.

- O que você quer dizer com “tudo”, exatamente? – pergunto tentando decifrar a mente de Maisy, muita coisa não encaixava como por exemplo a implicância repentina dela com Millie.

- Ah, você sabe. Teve aquela confusão toda, acabei ofendendo a Lilia e a Millie. – ela diz. Não sei o que dizer, apenas permaneço em silencio. – Ai, fala alguma coisa, Finn. – ela insiste desesperada.

- Desculpa... é só que... eu não sei o que dizer. – respondo com a verdade.

- Diz que me perdoa. – ela diz com um sorriso manhoso. Seria fofo se a situação fosse outra, se eu fosse outro. Decido buscar logo as respostas de todas as minhas dúvidas.

- Maisy... você sabia sobre a Millie e eu? – vou direto ao ponto.

- Como assim? – ela pergunta surpresa pela pergunta repentina.

- Tenho certeza que a Lilia foi clara, então se você não sabia agora já deve saber. Millie e eu tínhamos algo, um sentimento, uma relação. Você sabia disso antes? – pergunto sério.

- Você quer saber se eu já sabia de você e a Millie. Gosto de você ter tocado no assunto, pois queria falar sobre isso. Confesso não ter ficado surpresa com essa descoberta, eu já esperava, afinal haviam boatos. Só não esperava que fosse algo tão sério como “uma relação”... como você disse. – ela fala.

- Então está afirmando que não sabia de nada? – pergunto para confirmar.

- Não, eu não sabia. Mas desconfiava. – ela responde.

- Então chamou a Millie para junto de nós, mesmo sabendo que havia uma possibilidade de um conflito? – indago.

- Finn, ela está com Jacob. Kenzie, Maddie e até mesmo Lilia sabem disso. E todas são minhas amigas, ela nem esconde, sai com ele, posta fotos ao lado dele. Isso desde o aniversário da Maaddie. Achei que na verdade eu estava louca e os boatos sobre vocês dois fossem falsos. – ela explica. Finalmente as coisas começam a fazer sentido.

- Falando sobre o aniversário de Maddie... você não viu a discussão entre a Millie e uma outra garota que estava lá? – continuo a sondando.

- Ah, a Iris! – ela exclama. – Elas discutiram em um certo momento sim.

- Então como você pode afirmar não saber sobre nós se... – começo a dizer.

- Espera. Elas discutiram por causa de um garoto, é tudo o que eu sei. Esse garoto era você, Finn? – pergunta ela me interrompendo. Me pergunto se eu deveria ter tocado no assunto do aniversario. Sinto vergonha, ela deve estar me achando um canalha.

- Foi um erro. – respondo.

- O quê? Nós? – ela pergunta claramente assustada entendendo errado.

- Não. O que houve para causar a discussão entre as duas. Foi um erro. Não deveria ter acontecido. – digo.

- Não vou te perguntar o que houve, percebo que isso não te deixa confortável. E não vou te julgar, todos cometemos erros, Finn. Não se preocupe. – ela diz e eu agradeço por esse pensamento da parte dela.

- Obrigada. Não quero que me julgue errado. – digo mais aliviado.

- Bom, já que terminamos nossa conversa aqui... o que você acha de darmos uma voltinha só nós dois? – ela diz com um sorriso enlaçando sua mão na minha.

- Na verdade, eu acho melhor Jaeden e eu voltarmos. Estamos fora a muito tempo e saímos avisamos que voltaríamos logo. – digo, e é mentira.

- Ah, que pena. Queria que pudéssemos passar mais tempo juntos, agora que estamos nos entendendo. – ela diz e segura minha mão.

- Seria legal, mas nós realmente precisamos ir. – digo ficando sem jeito. Estou engando essa garota.

- Parece que quer se livrar de mim. – ela fala e faz biquinho.

- Não é isso. Os dias serão um pouco cansativos daqui pra frente, preciso de um descanso. – falo.

- É por ela, não é? – ela pergunta de repente.

- Millie? – pergunto surpreso.

- Você ainda gosta dela. – ela afirma.

- É bem mais complicado do que isso. – respondo.

- Ela está com outro, Finn. Você não pode ficar se prendendo assim. – ela diz.

-  Eu sei, mas... eu ainda não esqueci ela. – falo sinceramente, Maisy não merece ser enganada.

- Eu posso te ajudar. – Ela diz e se aproxima e fica a poucos centímetros do meu rosto mas não me beija apenas me olha.

- Desculpa, mas eu acho que esse não é o caminho. – falo com cuidado para não magoá-la.

- Tudo bem, eu entendo. Você não se sente atraído por mim, o que me resta é aceitar. – ela faz uma cara triste, e eu me sinto um bosta.

- Não é isso. – digo, mas eu realmente não sentia uma atração tão grande por ela. Mas admito que ela é bonita. – É só que tudo aconteceu tão recentemente e essa situação de hoje me mostrou que preciso resolver isso antes de me envolver com alguém. Não quero te magoar.

- Você jamais me magoaria, Finn. – ela diz docemente. – Mas entendo. Só não ache que vou desistir de você, por quê eu não vou. – ela fala determinada.

- Assim espero, - flerto com ela – mas peço que tenha paciência comigo.

- Eu terei. Prometo. – ela diz e sorrimos um pro outro.

- Acho melhor voltarmos. – grito para Jaeden que permanece ao lado de Lexi. Ele sinaliza com um okay com as mãos. – Então vamos? - Pergunto olhando para Maisy e ela sorri confirmando.

 

POV LILIA

Millie tem permanecido calada desde que entramos no carro, ela permanece imóvel olhando pela janela do banco traseiro. Jacob permanece na mesma situação e eu no meio dos dois com minha mão direita doendo.

- Chegamos. – diz o motorista do taxi ao chegar na casa de Millie. Todos descemos ainda em silêncio.

- Obrigada – ele fala para o taxista antes do carro dar partida.

Nós caminhamos em silêncio até finalmente chegarmos á sala dos Brown.

- Lilia, você poderia nos deixar á sós um momento? – pergunta Millie e eu me surpreendo pois antes de sairmos o pedido era o oposto.

- Claro. Tem gelo na cozinha? – pergunto, minha mão realmente estava doendo.

- Tem sim. Fica a vontade. – ela responde e eu vou até a cozinha. Pego um pouco de gelo, ponho em uma das taças e seguro contra minha mão.

Ouço que Millie e Jacob estão conversando. Sei que é errado, mas eu vou até próximo da porta e encosto-me para que não me vejam, mas consiga ouvi-los perfeitamente.

- Eu realmente me sinto mal pelo que aconteceu hoje. – diz Millie.

- Você não precisa se preocupar com isso. – diz Jacob.

- Eu sinto que te devo explicações, não quero que pense coisas erradas. -  ela diz.

- Eu não estou pensando coisas erradas, Millie. – ele fala.

- Eu fui errada com você. – ela diz. – Você deve ter percebido que nem tudo que te falei era verdade.

- Sobre o Finn? – ele pergunta.

- É. Sobre ele. – ela confirma. – Nós chegamos a iniciarmos uma relação que não foi para a frente. Desculpa não ter sido cem por cento sincera com você.

- Não me surpreendi, eu já esperava sabe? Principalmente depois da sua ultima publicação. – diz ele e meu coração parece convulsionar. Pobre Millie.

- Aquilo foi uma bobagem. Eu sou tão burra! – ela fala claramente arrependida.

- Millie, relaxa. Você se culpa demais. – diz Jacob.

- Eu só... não consigo me perdoar por ser tão boba... – ela choraminga.

- Você foi ingênua. É bem diferente de boba ou burra. – ele a consola. Me estico para olhar e vejo que eles estão abraçados.

- Você foi um bom amigo hoje, me sinto mal por te colocar nisso. Nunca quis brincar com seus sentimentos, Jacob. – ela fala se afastando e eu volto a me esconder.

- Eu sei que não. Agora entendo o motivo de você ter me mandado falar com Jenna, confesso que achei que seria ciúmes. – ele diz e dá uma risada suave.

- Na verdade, eu acho que você gosta mesmo dela, seus olhos brilham quando fala dela. Mas também confesso que fiquei um pouco enciumada pelo fato de que eu só tive você por certo tempo, e você veio dizendo eu gostava de mim, tive medo de me apaixonar por você e acabar como foi com Finn e eu. – ela diz.

- E como vocês acabaram? – ele pergunta interessado.

- Você vai rir, é bem ridículo. – ela diz começando a rir.

- Se não quiser falar, eu entendo. – diz Jacob.

- Não... tudo bem. Mas promete que não vai rir. – ela diz.

- Okay, prometo. – diz ele.

- Ele ficou com uma das melhores amigas dele. – ela diz.

- Mas por que eu riria disso? – ele pergunta confuso.

- Porquê... foi antes de nós sequer sabermos que gostávamos um do outro. Foi contra a vontade dele, e hoje essa garota faz parte do meu circulo de amizades e eu gosto muito dela, mesmo com tudo isso. Mas eu passei um bom tempo bancando a traída, fiz jus á minha indicação ao Emmy, banquei a vingativa, a louca, a enganada sofredora. – ela diz e logo dá uma gargalhada que foi acompanhada pela dele.

- Você é doida! - ele diz em meio às risadas.

- Mas eu realmente me senti assim. Só que hoje eu estou rindo por que... achei engraçado. Que estranho. Talvez eu só precise de um motivo pra rir e acabei escolhendo esse. – ela fala e sei que suas risadas não são apenas risadas, são de certa forma uma âncora que a prende aqui conosco para que ela não caia no choro.

- Eu entendo. Jenna e eu já ficamos, e andamos conversando recentemente. – ele diz.

- Fico feliz, se resolveram? – pergunta ela.

- Não exatamente. Mas não acho que esse seja o momento pra falarmos disso. Vamos deixar para uma outra oportunidade e te conto com detalhes. – ele diz e ela concorda.

- Tudo bem, eu não estou com cabeça pra nada mesmo. Mas prometa que vai me contar, eu realmente quero saber. – ela diz.

- Eu prometo. – ele diz simplesmente.

- Obrigada, Jacob. Por tudo o que fez hoje. Aquilo... eu nem sei explicar. Doeu, foi pior do que se tivessem me batido, sabe? – ela fala.

- Engraçado você falar disso. – ele diz e dá uma risadinha.

- Porquê? – ela pergunta interessada.

- Digamos que a Lilia deu conta do recado depois que nós saímos. – ele fala em meio a risadas eu me estico novamente para ver os dois.

- Como assim? – ela pergunta sorrindo.

- Não sei ao certo o que houve. Mas quando entrei para chama-la, ela estava louca gritando, Maisy estava suja de sorvete, e Finn e Jaeden com a mão no rosto e foi falado algo sobre bater. Eu “acho” que ela andou esbofeteando todo mundo. – ele diz gargalhando.

- Ai meu Deus! Lilia batendo em pessoas? Eu não acredito que perdi isso. – Millie fala rindo muito, não sei se me sinto orgulhosa ou boba por ter feito algo assim.

- Só lembrando que: eu não sei se é verdade, só ela pode te dizer. Mas se ela fez isso mesmo, merece um prêmio. – diz ele em meio a risadas.

- Com toda certeza. – Millie ri juntamente.

- Bom... preciso ir, Millie. – diz Jacob.

- Tudo bem. – responde ela.

- Você vai ficar bem? – ele pergunta.

- Vou sim. A Lilia está aqui esqueceu? Você acha que ela me deixaria ficar mal? – ela pergunta sorrindo.

- Não tenho dúvidas que não. – ele diz e me sinto orgulhosa.

- Eu vou ficar bem. – ela garante.

- Eu sei que vai. – ele diz e beija a testa dela.

Ambos caminham até a porta e se abraçam.

- Até logo, Millie. – ele diz.

- Até logo, Jacob. – ela responde antes de fechar a porta.

Após a porta ser fechada, Millie caminha até o sofá e senta-se com as pernas em cima do acento.

- Já pode sair daí, Lilia. – ela diz com um sorriso enorme e aberto. Eu saio sem graça e abro um sorriso igualmente aberto e corro pra me jogar ao seu lado no sofá.

- Desculpa. – digo.

- Obrigada. – ela responde.