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História Príncipe de Gelo - Capítulo 5


Escrita por: LollipopChu

Notas do Autor


Mais um capítulo! Boa leitura.

Capítulo 6 - Capítulo 5


o sei dizer quantas horas fiquei ali sozinha, sentada na cama dele me sentindo um nada.

Era estranho estar num quarto que não tinha a minha desorganização, os meus pôsteres, os meus livros ou os meus CDs e DVDs. Será que ali ao menos era o meu lugar?

-Elle, querida!- Disse a avó de Connor, me assustando ao entrar no quarto.

-Olá, presidente Cameron.

-Presidente Cameron? Oh querida! Eu já não sou presidente desde que Connor assumiu.- responde rindo.

-Como gostaria que eu a chamasse, senhora?

-Senhora? Por que tanta formalidade? A partir de agora eu sou sua avó, ok? Te acolhi como minha neta, então pode me chamar de avó ou de Alice, como preferir.

-Vó Alice? -respondo rindo- Não me lembro de ter tido uma avó um dia.

- Pois então, sou vó Alice a partir de agora.- me abraça sorridente.

-Ok.- retribuo o abraço.

-Quer ajuda para arrumar as malas? Sou boa em arrumar as coisas e quero passar um tempo com você. Queria te perguntar uma coisa.

-Claro.. Hm.. Vó Alice.

-Você ama o meu Connor?- que tipo de pergunta era aquela?

-Eu..- fiz uma pausa para não falar a coisa errada- Gosto do Connor. Ele pare ser.. Legal.

-Hmm.. Que bom. Como se conheceram?- e começou a retirar as roupas da minha mala, e pendurar no guarda roupa.

-Eu estava em Macau numa viagem da empresa, com um ex-colega de trabalho. Esse meu ex-colega fez uma coisa horrível e Connor me salvou.

-Então o horrível do meu neto, tem um coração? Isso é novo.- Disse ela me fazendo rir.

-Ele me pareceu extremamente caloroso e charmoso quando nos conhecemos, mas agora que o conheço um pouco, sinto que ele é um pouco.. Diferente do que pensei.

-Ele não sabe o que é amor Elle, te peço que tenha um pouco de calma com ele, ok?

- Como assim?- pergunto, curiosa.

-Os pais de Connor viviam brigando, faziam dessa casa um inferno. Logo, meu filho saiu de casa e deixou Alina e Connor aqui sozinhos.- minha boca caiu ao ouvir isso- Quando finalmente ele me disse que voltaria para ver Connor, eu contei imediatamente, é claro. Ainda lembro como se fosse hoje, Connor levou horas se arrumando sozinho, penteou os cabelos em vários penteados, trocou de roupa várias vezes por que queria fazer o melhor para o pai. Ele ficou lá na sala esperando por longas 8 horas e Mark não apareceu.

-Meu deus!- meu coração se afundara no peito.

-Nunca tinha visto Connor chorar tanto. Ele disse que odiava o pai por fazê-lo de bobo e não o consideraria mais. No meio do seu choro, meu secretário na época veio e me disse o motivo de Mark não ter chegado.- Eu esperava ansiosa pelas próximas palavras, até o momento em que seus olhos marejaram- Mark e Alina haviam sido encontrado mortos. O carro deles tinha caído do rio sem nenhuma explicação.- Enxugou os olhos e tentou sorrir

-Meu Deus, o que.. O que aconteceu?

-Nunca soubemos. Connor nunca perdoou a mãe por estar naquele carro sem explicação. Nunca perdoou o pai por não ter vindo vê-lo e nunca se perdoou por não perdoa-los. O pior foi o que aconteceu uma semana após o enterro.

-O que?- perguntei subitamente curiosa.

-Uma mulher baixinha, magrinha e mal vestida chegou aqui em casa com um garotinho nos braços, dizendo serem filho e mulher de Mark. Após esse evento, Connor nunca deixou de odiar o pai, e isso fez que ele crescesse como uma criança estranha.

-Aquela moça que disse ser 'a dona da casa', ela é essa mulher?

-Sim querida. Seu nome é Margô Fuller.

-Fuller? Pensei que ela era uma Cameron, por isso é dona da casa. - eu estava confusa.

-Ela nunca foi casada com meu Mark, por ele ser casado com Alina, mas ele registrou Eliiot. Logo, só Elliot é um Cameron .

-Entendo. Por isso Connor ficou com raiva quando eu a chamei de sogra.

-Elle, não se engane com a pose e as roupas caras que ela usa. Ela só vive nessa casa por causa de Elliot, que inegavelmente é meu neto e eu o amo, tanto quanto amo Connor, mas Margô é uma completa víbora e não vai exitar em dar o bote quando tiver chance, ela vive para destruir e criar intrigas dentro desta casa.

-Sim... Senhora. Entendo.- Eu entendia?

Finalmente minhas roupas acabaram, arrumamos outras coisas e eu a acompanhei até a porta do quarto.

-Se precisar de mim, me chame na mesma hora, ok? - sorri simpática.

-Sim, vó Alice. Não se preocupe.- digo a abraçando.- Obrigada por ser legal comigo.

-Não há de quê querida. Seja paciente com seu marido e faça um esforço para não sufocá-lo com o travesseiro durante a noite, ok?

Saíu do quarto rindo e me deu uma leve piscadela. Sentei na cama e observei o quanto aquele quarto era enorme, lindo e cheio de detalhes. Tomei um banho e coloquei o pijama que vó Alice havia me dado, Rosa e cheio de coelhinhos saltitantes.

-O que você faz na minha cama?- Connor falou de repente, me dando um susto.

-Meu deus! Que susto. - Disse rindo.

-Já disse que não me importa o que acontece com você. Saia da minha cama.

-Onde.. Onde eu devo dormir?

-No chão, no telhado, no jardim.. Onde quiser! Contanto que seja nesse quarto.

Saí de perto dele meio perdida e desci os 5 degraus que separavam a área da sua cama da área onde tinha sua mesa de estudos e estante. Achei um pequeno espaço entre a escada e a estante e dobrei alguns lençóis improvisando uma pequena cama, me cobri e tentei dormir, o que não foi nada fácil. Basta ter calma. Basta ter calma, repetia pra mim mesma.

Alguns minutos após eu me deitar, senti minha barriga doendo e me assutei, mas logo percebi que era fome. Levantei, tentando fazer o mínimo de barulho possível e fui em direção a cozinha. Aquela casa era grande demais e eu dei algumas voltas para achar a cozinha. Abri a geladeira e me deliciei com um macarrão que havia lá.

Comia em silêncio e com as luzes apagadas para não assutar ninguém, mas alguns minutos depois Connor entrou na cozinha e eu corri para debaixo da mesa, e ele estranhamente se assutou ao ouvir o barulho de meus dentes mastigando o macarrão de noite, afinal ele achava que estava sozinho, não é? Quando viu meus pés, se abaixou devagar e deu um grito.

-Que diabos você está fazendo aí?- disse ele com a mão no peito.

-Quer um pouco?- ofereci meu precioso macarrão, como forma de desculpas e saí do meu precioso e pequeno esconderijo, direto para seus olhos acusadores.

-Que porra você acha que está fazendo, garota?

-Desculpe. eu senti fome e não quis te acordar..

-Porque se escondeu de mim, quando eu entrei na cozinha?

-Não queria que brigasse comigo.

-Brigar com você?

-Sim, Connor. Toda vez que você abre a boca para falar comigo desde que eu cheguei, você briga comigo.

-Você também pede, não é?

-Desculpe pelo susto.- ele sorriu, um leve e quase invisível sorriso- Quer que eu prepare algo para você comer? Sou boa na cozinha, quer dizer mais ou menos, e..- eu tagarelava até ele me cortar.

-Olha Elle- me cortou- Você parece ser legal, mas eu já te disse, eu não me importo com você ok? Não quero ter que me importar. Se eu começar a me importar, você vai achar que podemos ser amigos, e nós não podemos.

-Por que, Connor? Por que não podemos?

-Por que eu não quero Elle. Não quero que você de repente passe a ser bonita.- diz se virando e sai correndo da cozinha.

O que tinha acabado de acontecer? ele tem medo de se apaixonar por mim, era isso? que sentido isso tinha? Voltei a comer meu macarrão, sendo novamemte interrompida com uma visita inesperada do meu novo cunhado.

~X~

Acordo meio atordoada com o horário e vou para o grande banheiro. Tomei lá o melhor banho da minha vida. Uma banheira fazia mesmo toda uma diferença. A sensação da água quentinha com os sais minerais roçando minha pele, era tão boa que não saía da minha mente. Me enxuguei numa toalha que me engolia, mas era completamente macia. Aquele banheiro deveria ser do tamanho da minha casa, como poderia ser possível? Saí de lá, troquei de roupa e fui em direção a cozinha comer alguma coisa.

-Bom dia. - diz Margô chegando de súbito na cozinha atrás de mim.

-Bom dia, Margô.

-Vejo que já descobriu meu nome.

-Sim.

-Me diga, aonde vai tão mal vestida?-Vó Alice tinha toda a razão quanto a ela.

-Trabalhar.

-Minha neta!- grita vó Alice.- Dormiu bem?

-Sim, sogra?!- perguntou Margô abrindo os braços.- Muito bem, obrigada por perguntar. Sonhei que...

Vó Alice passou direto por ela, fazendo-a se calar e parou em minha frente.

-Bem, obrigada por perguntar. -Menti

-Tudo bem. Connor, querido.- diz me deixando e indo em direção ao neto que passou direto por ela e veio até mim.

-Bom dia querida.- Querida? Se aproximou e me deu um selinho.- Bom dia vovó.

-B-bom dia - Gaguejei. O que estava acontecendo?

-Bom dia cunhada. Bom dia Irmão. - Disse Elliot chegando para tomar café.

-Bom dia cunhado. Como está? dormiu bem?- pergunto.

-Bem, muito bem. Dormi maravilhosamente bem, só por que te conheci.- Não era fofo? Me senti corar.

-Bom dia, Dragon- respondeu Connor com um sorriso brincando em seus lábios.

-Dragon?- Elliot parecia emocionado- Tem 5 anos que não me chama assim.- Connor só observou o comentário do irmão.

-É um bonito apelido, cunhado.

-Connor me chamava assim antes, quando brincavamos de pokémon juntos.- disse sorrindo, e me fazendo rir ao imaginar a cena. - Se me deixar, gostaria de brincar com o filho de vocês, quando ele crescer um pouco.- disse rindo, e isso me emocionou de verdade. Elliot era um bom menino. Perfeito para Sunny.

-Com prazer, Dragon.- disse rindo, e ele fitou vermelho.

-Desculpe se te deixei desconfortável na cama ontem a noite. - Connor mudou de assunto. Que cama? Do que ele estava falando?

-Ah! A primeira noite é sempre estranha. -Disse Margô.

-Vai trabalhar hoje?- Perguntou Connor à mim. Enquanto puxava a minha cadeira e me fazia sentar a mesa, ignorando completamente o comentário de Margô. Vó Alice, Margô, Elliot e logo depois ele, se sentaram a minha volta.

-Vou sim. Logo mais.

-Quer carona? Embora eu prefira que você fique em casa.

-Não será preciso. Eu pego um ônibus. - Seus olhos quase saltaram das órbitas.

-Eu insisto. -Disse num tom de 'Chega de discussão', eu apenas assenti.

Terminamos o café da manhã e a cara de felicidade de Vó Alice me deixou feliz. O fato de Connor estar me tratando bem, fez com que meu espírito se elevasse, pena que por pouco tempo.

Ele abriu a porta do carro para que eu entrasse, fechou e deu a volta para entrar pela outra porta.

-Connor.. Será que você... -Parei no meio da frase, ao ver a cara que ele fazia para mim.

-Novamente vou te explicar, por que parece que você é burra demais para perceber: Na frente de todos, somos um feliz e apaixonado casal de recém-casados. Vovó não poderá saber nunca como somos na intimidade, nem a vadia da Margô. Se estamos na rua, na empresa ou aos olhos de alguém, independente de quem seja, somos um casal feliz. Entendeu?

-O que você disse? Quer que eu finja gostar de você na frente dos outros?

-Acredite, eu dizer que sou apaixonado por você, será muito mais difícil. - O que ele disse? - E outra, você é a nova senhora da Cameron Global, como pode se vestir tão mal?- esticou os dedos e bateu no vidro da frente do carro, o motorista abaixou-o e Connor disse alguma coisa a ele, e logo o carro estava se movendo.

Demorou uns 20 minutos, mas logo chegamos a uma casa que me pareceu muito imponente. Connor mandou eu sair e saiu junto, pegando minha mão com nojo exalando de seus olhos.

Assim que entramos, me apresenta à uma mulher linda e muito bem vestida, e a mandou que 'trabalhasse' em mim, e que ela tinha 30 minutos. A mulher tirou meus óculos e mandou que eu apenas usasse lentes a partir de agora, fez com que sua equipe tirasse meu vestido e sapatos, e colocou um vestido muito lindo, de seda cor Nogueira tomara-que-caia com um corte clássico, justo e com o comprimento no meio das coxas, e sapatos de salto muito altos pretos. Arrumou o meu cabelo para que ficasse soltos e brilhantes e me fez uma maquiagem linda e leve, para o dia. Terminado o 'trabalho', ela me levou de volta a sala e choque exalou do meu marido, gostei da cara que ele momentaneamente fez.

Saímos da casa e fomos em direção a empresa, no meio do caminho ele resolveu conversar.

-Lembre-se que você não é mais a garota adesivo, e sim a Sra. Cameron.

-Sim. - respondo monossilábica.

-Você sabe bem como é minha vida, e sabe tudo o que tem nela, então não esqueça do seu atual status e não me envergonhe.

-Sim- Só consegui ficar monossilábica, as coisas que ele falava eram fortes demais.

Avistei a fachada do prédio em que trabalhava e fiquei feliz por saber que me livraria de Connor logo, mas para a minha tristeza ele desceu junto comigo e 'insistiu' que me acompanhasse até a minha sala. Seguimos o nosso caminho de mãos dadas e calados, eventualmente quando olhavam para nós passando, ele olhava para mim e sorria.

Quando chegamos ao meu andar, ele novamente 'insistiu' em ir até a minha mesa, então fomos até lá e ele deu uma olhada bem detalhada no meu local de trabalho.

-Você trabalha aqui?- Ele parecia incrédulo.

-Sim.

-Como? Você cabe aqui? Mesmo sendo assim baixinha, como pode alguém caber aí?- disse apontando para a mesa, e devo dizer que me diverti com a cena.

-Todos nós temos espaço do mesmo tamanho. Nossas mesas são de tamanho padrão. - explico.

-Sério? Isso.. Como posso te deixar aqui?

-Garota adesivo?- pergunta o imbecil do Peter atrás de mim, e eu mais imbecil ainda me virei na hora. -Você está bonita. Subornou quem? Quem foi o santo que fez esse milagre?

-O que você disse?- sorriu Connor sarcástico. Ótimo! Agora eles poderiam sair juntos e falar de mim. Olhei para baixo.

-Quem é você?- perguntou Peter à Connor.

-Por que? Por que te importa? - perguntou apertando minha mão na sua.

-Porque você está atrapalhando eu pedir meu café.

-Café?- Connor olhou para mim.

-Sim! Ela só faz Isso! E é tão boa no que faz não é garota adesivo? Compra café pra todos do próprio bolso, e não nos cobra nada.

-Pare de chamar ela assim.- Advertiu Connor.

-Eu quero um duplo expresso.- Ignorou completamente o que Connor disse. Todos a nossa volta nos observavam.

- C-certo. -Respondi fraca.

-Muito bem! Essa é a nossa garota imprestável- e riu. Ok, aquilo doeu, e doeu muito.

-Imprestável? Hãn!- bufou Connor a meu lado.

Nunca pensei que veria esse tipo de cena: Connor soltou minha mão e deu um belo e lindo soco na cara de Peter, e depois outro, e mais outro. Só parou quando um 'Crack' alto anunciou um nariz quebrado. Havia sangue na mão de Connor, mas não era dele. Graças a Deus, pensei.

-Nunca mais na sua vida, insulte a minha mulher ouviu?- só então percebi que prendia a respiração e a soltei. Meu coração martelava no peito, tão forte que doía.

-Mulher? -Peter parecia incrédulo

-Onde está o chefe de vocês?- Perguntou para as pessoas que nos olhavam sem saber o que fazer. -Vocês são surdos?- e como se ele tivesse quebrado a mágica paralisante, todos começaram a se mexer e a chamar o nosso chefe.

-Que estardalhaço é esse no meu prédio?!- gritou meu chefe, me fazendo tremer, mas Connor o olhava se divertindo.

-Seu prédio?- Connor me parecia bem e divertido, e isso me deixou completamente assustada.

-Sim! Meu... -Meu chefe parou no meio da frase e abaixou a cabeça - Sr. Cameron! - e todos a nossa volta nos olharam estranho.

-Sim! Eu sou o dono desse prédio. Sou o dono do nome desse prédio. Sou o dono da Cameron Global. Sou seu dono!- gritava apontando para o meu chefe que nem louco. Aquele homem tinha problemas.

-Senhor.. -Peter tentou se desculpar.

-Gerald! Eu gosto de você sabe? Mas parece que vou ter que deixar que sofram com as consequências dessa vez. - começa a dar aquela risada sinistra.

-Senhor.. Por favor pense direito.. - Meu chefe tentou falar, mas Connor fez um movimento com a mão para que ele se calasse.

-Por que seus funcionários não respeitam a minha linda mulher, Gerald? Isso me magoa.- o que esse homem tinha?

-Desculpe, senhor.

-Connor.. Pare, por favor.. -falei baixinho, e ele nem me ouviu, ou finjiu não ouvir.

-Devo dizer, que quando me magôo, tenho um declive a fazer mudanças. Que tal transformar esse prédio em um estúdio fotográfico e demitir todos vocês?- e aquela risada de novo. O que ele estava fazendo?

- N-não - meu chefe estava desesperado.

-Não gosto quando desrespeitam minha mulher, Gerald. - disse indo em sua direção.

-Me desculpe, senhor.

-Tudo bem Gerald, mas ainda quero mudar algo.

-Que tal a atitude?- falei para que só ele me ouvisse, e fui até ele.- Pare com isso. Você quer que eu seja sua esposa de mentirinha? Tudo bem, mas pare agora.- Ele me olhou assustado.

-Tudo bem, Gerald. Converse com os seus funcionários. Não gosto de gente que desrespeita a minha mulher. - Se virou para mim e me deu um selinho -Te vejo em casa.- e saíu porta afora. Ouvi um suspiro de alívio imediato do pessoal.

-Elle, podemos conversar? Por favor?- disse meu chefe.

-Claro.

Assim que chegamos em sua sala, ele esperou que eu me sentasse e desabou na sua cadeira. Vi alívio e preocupação em seus olhos.

-Elle, me desculpe pela atitude do Peter.

-Tudo bem, boss. - Nós, os mais novos na empresa, o chamávamos de 'Boss', e ele nunca se importou.

-Elle, me perdoe mesmo.

-Boss, me desculpe você. Eu não queria que meu marido tivesse feito algo assim, é humilhante. Mas ele não sabe o que são limites e ultrapassa todos eles direto.

-Tudo bem Elle. Além de seu marido, ele é CEO da CG, é normal que se estresse as vezes. E deu pra perceber o quanto ele te ama, hoje.- Amar? Isso me fez sorrir.

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~

Saí da sala do Boss e fui trabalhar, infelizmente hoje não era dia de Sunny trabalhar, o que me deixou muito desconfortável, apesar do pessoal se esforçando para serem meus novos melhores amigos de infância, o que me fez ficar com muita raiva de Connor.

-Sra. Cameron, pode levar isso para o seu marido, por favor? -Perguntou um dos advogados que trabalhavam no prédio me entregando um envelope grande e amarelo.

-Claro.

Saí do prédio e tomei um ônibus, acabei me perdendo um pouco mas logo me encontrei. Há algumas ruas de casa avistei uma figura conhecida, sem camisa e todo suado trabalhando duramente numa parede. A primeira coisa que me chamou a atenção, foram os cabelos escuros e bem lisos, agora molhados de suor, depois seus espetaculares olhos de um tom azul, tão lindo e escuro que pareciam cinzas, depois seu nariz perfeito e então a boca linda e carnuda, dentes perfeitamente brancos mordiam os lábios e as covinhas em suas bochechas deram um ar todo sexy, além de seu peito sarado e a barriga completamente trincada, me peguei contando os gominhos de longe.

Suas costas largas deixavam ele ainda mais bonito. Mas a parte que mais me chamou a atenção foi a bunda - bela e redondinha - marcada na calça justa, e aquele par de coxas? Meu deus, eu adoraria apertar essas coxas, pensei. Como não tinha percebido o quanto ele era gato? E por que diabos eu estava achando ele gato?

-Padre?- falei alto e isso fez com que ele olhasse para trás.

-Elle?- disse sorrindo, e que sorriso meu Deus, que sorriso perfeito.

Essa foi a primeira vez na minha vida, que eu desejei furtivamente que alguém não fosse da igreja. Chegava a ser pecado um homem desses ser padre. O que estava acontecendo comigo e com o meu corpo? Será que esse negócio que dizem, que a libido de mulheres grávidas aumenta consideravelmente era verdade? Por que isso explicaria a vontade louca de agarrar aquele lindo padre, bem ali no meio da rua.

o sei dizer quantas horas fiquei ali sozinha, sentada na cama dele me sentindo um nada.

Era estranho estar num quarto que não tinha a minha desorganização, os meus pôsteres, os meus livros ou os meus CDs e DVDs. Será que ali ao menos era o meu lugar?

-Elle, querida!- Disse a avó de Connor, me assustando ao entrar no quarto.

-Olá, presidente Cameron.

-Presidente Cameron? Oh querida! Eu já não sou presidente desde que Connor assumiu.- responde rindo.

-Como gostaria que eu a chamasse, senhora?

-Senhora? Por que tanta formalidade? A partir de agora eu sou sua avó, ok? Te acolhi como minha neta, então pode me chamar de avó ou de Alice, como preferir.

-Vó Alice? -respondo rindo- Não me lembro de ter tido uma avó um dia.

- Pois então, sou vó Alice a partir de agora.- me abraça sorridente.

-Ok.- retribuo o abraço.

-Quer ajuda para arrumar as malas? Sou boa em arrumar as coisas e quero passar um tempo com você. Queria te perguntar uma coisa.

-Claro.. Hm.. Vó Alice.

-Você ama o meu Connor?- que tipo de pergunta era aquela?

-Eu..- fiz uma pausa para não falar a coisa errada- Gosto do Connor. Ele pare ser.. Legal.

-Hmm.. Que bom. Como se conheceram?- e começou a retirar as roupas da minha mala, e pendurar no guarda roupa.

-Eu estava em Macau numa viagem da empresa, com um ex-colega de trabalho. Esse meu ex-colega fez uma coisa horrível e Connor me salvou.

-Então o horrível do meu neto, tem um coração? Isso é novo.- Disse ela me fazendo rir.

-Ele me pareceu extremamente caloroso e charmoso quando nos conhecemos, mas agora que o conheço um pouco, sinto que ele é um pouco.. Diferente do que pensei.

-Ele não sabe o que é amor Elle, te peço que tenha um pouco de calma com ele, ok?

- Como assim?- pergunto, curiosa.

-Os pais de Connor viviam brigando, faziam dessa casa um inferno. Logo, meu filho saiu de casa e deixou Alina e Connor aqui sozinhos.- minha boca caiu ao ouvir isso- Quando finalmente ele me disse que voltaria para ver Connor, eu contei imediatamente, é claro. Ainda lembro como se fosse hoje, Connor levou horas se arrumando sozinho, penteou os cabelos em vários penteados, trocou de roupa várias vezes por que queria fazer o melhor para o pai. Ele ficou lá na sala esperando por longas 8 horas e Mark não apareceu.

-Meu deus!- meu coração se afundara no peito.

-Nunca tinha visto Connor chorar tanto. Ele disse que odiava o pai por fazê-lo de bobo e não o consideraria mais. No meio do seu choro, meu secretário na época veio e me disse o motivo de Mark não ter chegado.- Eu esperava ansiosa pelas próximas palavras, até o momento em que seus olhos marejaram- Mark e Alina haviam sido encontrado mortos. O carro deles tinha caído do rio sem nenhuma explicação.- Enxugou os olhos e tentou sorrir

-Meu Deus, o que.. O que aconteceu?

-Nunca soubemos. Connor nunca perdoou a mãe por estar naquele carro sem explicação. Nunca perdoou o pai por não ter vindo vê-lo e nunca se perdoou por não perdoa-los. O pior foi o que aconteceu uma semana após o enterro.

-O que?- perguntei subitamente curiosa.

-Uma mulher baixinha, magrinha e mal vestida chegou aqui em casa com um garotinho nos braços, dizendo serem filho e mulher de Mark. Após esse evento, Connor nunca deixou de odiar o pai, e isso fez que ele crescesse como uma criança estranha.

-Aquela moça que disse ser 'a dona da casa', ela é essa mulher?

-Sim querida. Seu nome é Margô Fuller.

-Fuller? Pensei que ela era uma Cameron, por isso é dona da casa. - eu estava confusa.

-Ela nunca foi casada com meu Mark, por ele ser casado com Alina, mas ele registrou Eliiot. Logo, só Elliot é um Cameron .

-Entendo. Por isso Connor ficou com raiva quando eu a chamei de sogra.

-Elle, não se engane com a pose e as roupas caras que ela usa. Ela só vive nessa casa por causa de Elliot, que inegavelmente é meu neto e eu o amo, tanto quanto amo Connor, mas Margô é uma completa víbora e não vai exitar em dar o bote quando tiver chance, ela vive para destruir e criar intrigas dentro desta casa.

-Sim... Senhora. Entendo.- Eu entendia?

Finalmente minhas roupas acabaram, arrumamos outras coisas e eu a acompanhei até a porta do quarto.

-Se precisar de mim, me chame na mesma hora, ok? - sorri simpática.

-Sim, vó Alice. Não se preocupe.- digo a abraçando.- Obrigada por ser legal comigo.

-Não há de quê querida. Seja paciente com seu marido e faça um esforço para não sufocá-lo com o travesseiro durante a noite, ok?

Saíu do quarto rindo e me deu uma leve piscadela. Sentei na cama e observei o quanto aquele quarto era enorme, lindo e cheio de detalhes. Tomei um banho e coloquei o pijama que vó Alice havia me dado, Rosa e cheio de coelhinhos saltitantes.

-O que você faz na minha cama?- Connor falou de repente, me dando um susto.

-Meu deus! Que susto. - Disse rindo.

-Já disse que não me importa o que acontece com você. Saia da minha cama.

-Onde.. Onde eu devo dormir?

-No chão, no telhado, no jardim.. Onde quiser! Contanto que seja nesse quarto.

Saí de perto dele meio perdida e desci os 5 degraus que separavam a área da sua cama da área onde tinha sua mesa de estudos e estante. Achei um pequeno espaço entre a escada e a estante e dobrei alguns lençóis improvisando uma pequena cama, me cobri e tentei dormir, o que não foi nada fácil. Basta ter calma. Basta ter calma, repetia pra mim mesma.

Alguns minutos após eu me deitar, senti minha barriga doendo e me assutei, mas logo percebi que era fome. Levantei, tentando fazer o mínimo de barulho possível e fui em direção a cozinha. Aquela casa era grande demais e eu dei algumas voltas para achar a cozinha. Abri a geladeira e me deliciei com um macarrão que havia lá.

Comia em silêncio e com as luzes apagadas para não assutar ninguém, mas alguns minutos depois Connor entrou na cozinha e eu corri para debaixo da mesa, e ele estranhamente se assutou ao ouvir o barulho de meus dentes mastigando o macarrão de noite, afinal ele achava que estava sozinho, não é? Quando viu meus pés, se abaixou devagar e deu um grito.

-Que diabos você está fazendo aí?- disse ele com a mão no peito.

-Quer um pouco?- ofereci meu precioso macarrão, como forma de desculpas e saí do meu precioso e pequeno esconderijo, direto para seus olhos acusadores.

-Que porra você acha que está fazendo, garota?

-Desculpe. eu senti fome e não quis te acordar..

-Porque se escondeu de mim, quando eu entrei na cozinha?

-Não queria que brigasse comigo.

-Brigar com você?

-Sim, Connor. Toda vez que você abre a boca para falar comigo desde que eu cheguei, você briga comigo.

-Você também pede, não é?

-Desculpe pelo susto.- ele sorriu, um leve e quase invisível sorriso- Quer que eu prepare algo para você comer? Sou boa na cozinha, quer dizer mais ou menos, e..- eu tagarelava até ele me cortar.

-Olha Elle- me cortou- Você parece ser legal, mas eu já te disse, eu não me importo com você ok? Não quero ter que me importar. Se eu começar a me importar, você vai achar que podemos ser amigos, e nós não podemos.

-Por que, Connor? Por que não podemos?

-Por que eu não quero Elle. Não quero que você de repente passe a ser bonita.- diz se virando e sai correndo da cozinha.

O que tinha acabado de acontecer? ele tem medo de se apaixonar por mim, era isso? que sentido isso tinha? Voltei a comer meu macarrão, sendo novamemte interrompida com uma visita inesperada do meu novo cunhado.

~X~

Acordo meio atordoada com o horário e vou para o grande banheiro. Tomei lá o melhor banho da minha vida. Uma banheira fazia mesmo toda uma diferença. A sensação da água quentinha com os sais minerais roçando minha pele, era tão boa que não saía da minha mente. Me enxuguei numa toalha que me engolia, mas era completamente macia. Aquele banheiro deveria ser do tamanho da minha casa, como poderia ser possível? Saí de lá, troquei de roupa e fui em direção a cozinha comer alguma coisa.

-Bom dia. - diz Margô chegando de súbito na cozinha atrás de mim.

-Bom dia, Margô.

-Vejo que já descobriu meu nome.

-Sim.

-Me diga, aonde vai tão mal vestida?-Vó Alice tinha toda a razão quanto a ela.

-Trabalhar.

-Minha neta!- grita vó Alice.- Dormiu bem?

-Sim, sogra?!- perguntou Margô abrindo os braços.- Muito bem, obrigada por perguntar. Sonhei que...

Vó Alice passou direto por ela, fazendo-a se calar e parou em minha frente.

-Bem, obrigada por perguntar. -Menti

-Tudo bem. Connor, querido.- diz me deixando e indo em direção ao neto que passou direto por ela e veio até mim.

-Bom dia querida.- Querida? Se aproximou e me deu um selinho.- Bom dia vovó.

-B-bom dia - Gaguejei. O que estava acontecendo?

-Bom dia cunhada. Bom dia Irmão. - Disse Elliot chegando para tomar café.

-Bom dia cunhado. Como está? dormiu bem?- pergunto.

-Bem, muito bem. Dormi maravilhosamente bem, só por que te conheci.- Não era fofo? Me senti corar.

-Bom dia, Dragon- respondeu Connor com um sorriso brincando em seus lábios.

-Dragon?- Elliot parecia emocionado- Tem 5 anos que não me chama assim.- Connor só observou o comentário do irmão.

-É um bonito apelido, cunhado.

-Connor me chamava assim antes, quando brincavamos de pokémon juntos.- disse sorrindo, e me fazendo rir ao imaginar a cena. - Se me deixar, gostaria de brincar com o filho de vocês, quando ele crescer um pouco.- disse rindo, e isso me emocionou de verdade. Elliot era um bom menino. Perfeito para Sunny.

-Com prazer, Dragon.- disse rindo, e ele fitou vermelho.

-Desculpe se te deixei desconfortável na cama ontem a noite. - Connor mudou de assunto. Que cama? Do que ele estava falando?

-Ah! A primeira noite é sempre estranha. -Disse Margô.

-Vai trabalhar hoje?- Perguntou Connor à mim. Enquanto puxava a minha cadeira e me fazia sentar a mesa, ignorando completamente o comentário de Margô. Vó Alice, Margô, Elliot e logo depois ele, se sentaram a minha volta.

-Vou sim. Logo mais.

-Quer carona? Embora eu prefira que você fique em casa.

-Não será preciso. Eu pego um ônibus. - Seus olhos quase saltaram das órbitas.

-Eu insisto. -Disse num tom de 'Chega de discussão', eu apenas assenti.

Terminamos o café da manhã e a cara de felicidade de Vó Alice me deixou feliz. O fato de Connor estar me tratando bem, fez com que meu espírito se elevasse, pena que por pouco tempo.

Ele abriu a porta do carro para que eu entrasse, fechou e deu a volta para entrar pela outra porta.

-Connor.. Será que você... -Parei no meio da frase, ao ver a cara que ele fazia para mim.

-Novamente vou te explicar, por que parece que você é burra demais para perceber: Na frente de todos, somos um feliz e apaixonado casal de recém-casados. Vovó não poderá saber nunca como somos na intimidade, nem a vadia da Margô. Se estamos na rua, na empresa ou aos olhos de alguém, independente de quem seja, somos um casal feliz. Entendeu?

-O que você disse? Quer que eu finja gostar de você na frente dos outros?

-Acredite, eu dizer que sou apaixonado por você, será muito mais difícil. - O que ele disse? - E outra, você é a nova senhora da Cameron Global, como pode se vestir tão mal?- esticou os dedos e bateu no vidro da frente do carro, o motorista abaixou-o e Connor disse alguma coisa a ele, e logo o carro estava se movendo.

Demorou uns 20 minutos, mas logo chegamos a uma casa que me pareceu muito imponente. Connor mandou eu sair e saiu junto, pegando minha mão com nojo exalando de seus olhos.

Assim que entramos, me apresenta à uma mulher linda e muito bem vestida, e a mandou que 'trabalhasse' em mim, e que ela tinha 30 minutos. A mulher tirou meus óculos e mandou que eu apenas usasse lentes a partir de agora, fez com que sua equipe tirasse meu vestido e sapatos, e colocou um vestido muito lindo, de seda cor Nogueira tomara-que-caia com um corte clássico, justo e com o comprimento no meio das coxas, e sapatos de salto muito altos pretos. Arrumou o meu cabelo para que ficasse soltos e brilhantes e me fez uma maquiagem linda e leve, para o dia. Terminado o 'trabalho', ela me levou de volta a sala e choque exalou do meu marido, gostei da cara que ele momentaneamente fez.

Saímos da casa e fomos em direção a empresa, no meio do caminho ele resolveu conversar.

-Lembre-se que você não é mais a garota adesivo, e sim a Sra. Cameron.

-Sim. - respondo monossilábica.

-Você sabe bem como é minha vida, e sabe tudo o que tem nela, então não esqueça do seu atual status e não me envergonhe.

-Sim- Só consegui ficar monossilábica, as coisas que ele falava eram fortes demais.

Avistei a fachada do prédio em que trabalhava e fiquei feliz por saber que me livraria de Connor logo, mas para a minha tristeza ele desceu junto comigo e 'insistiu' que me acompanhasse até a minha sala. Seguimos o nosso caminho de mãos dadas e calados, eventualmente quando olhavam para nós passando, ele olhava para mim e sorria.

Quando chegamos ao meu andar, ele novamente 'insistiu' em ir até a minha mesa, então fomos até lá e ele deu uma olhada bem detalhada no meu local de trabalho.

-Você trabalha aqui?- Ele parecia incrédulo.

-Sim.

-Como? Você cabe aqui? Mesmo sendo assim baixinha, como pode alguém caber aí?- disse apontando para a mesa, e devo dizer que me diverti com a cena.

-Todos nós temos espaço do mesmo tamanho. Nossas mesas são de tamanho padrão. - explico.

-Sério? Isso.. Como posso te deixar aqui?

-Garota adesivo?- pergunta o imbecil do Peter atrás de mim, e eu mais imbecil ainda me virei na hora. -Você está bonita. Subornou quem? Quem foi o santo que fez esse milagre?

-O que você disse?- sorriu Connor sarcástico. Ótimo! Agora eles poderiam sair juntos e falar de mim. Olhei para baixo.

-Quem é você?- perguntou Peter à Connor.

-Por que? Por que te importa? - perguntou apertando minha mão na sua.

-Porque você está atrapalhando eu pedir meu café.

-Café?- Connor olhou para mim.

-Sim! Ela só faz Isso! E é tão boa no que faz não é garota adesivo? Compra café pra todos do próprio bolso, e não nos cobra nada.

-Pare de chamar ela assim.- Advertiu Connor.

-Eu quero um duplo expresso.- Ignorou completamente o que Connor disse. Todos a nossa volta nos observavam.

- C-certo. -Respondi fraca.

-Muito bem! Essa é a nossa garota imprestável- e riu. Ok, aquilo doeu, e doeu muito.

-Imprestável? Hãn!- bufou Connor a meu lado.

Nunca pensei que veria esse tipo de cena: Connor soltou minha mão e deu um belo e lindo soco na cara de Peter, e depois outro, e mais outro. Só parou quando um 'Crack' alto anunciou um nariz quebrado. Havia sangue na mão de Connor, mas não era dele. Graças a Deus, pensei.

-Nunca mais na sua vida, insulte a minha mulher ouviu?- só então percebi que prendia a respiração e a soltei. Meu coração martelava no peito, tão forte que doía.

-Mulher? -Peter parecia incrédulo

-Onde está o chefe de vocês?- Perguntou para as pessoas que nos olhavam sem saber o que fazer. -Vocês são surdos?- e como se ele tivesse quebrado a mágica paralisante, todos começaram a se mexer e a chamar o nosso chefe.

-Que estardalhaço é esse no meu prédio?!- gritou meu chefe, me fazendo tremer, mas Connor o olhava se divertindo.

-Seu prédio?- Connor me parecia bem e divertido, e isso me deixou completamente assustada.

-Sim! Meu... -Meu chefe parou no meio da frase e abaixou a cabeça - Sr. Cameron! - e todos a nossa volta nos olharam estranho.

-Sim! Eu sou o dono desse prédio. Sou o dono do nome desse prédio. Sou o dono da Cameron Global. Sou seu dono!- gritava apontando para o meu chefe que nem louco. Aquele homem tinha problemas.

-Senhor.. -Peter tentou se desculpar.

-Gerald! Eu gosto de você sabe? Mas parece que vou ter que deixar que sofram com as consequências dessa vez. - começa a dar aquela risada sinistra.

-Senhor.. Por favor pense direito.. - Meu chefe tentou falar, mas Connor fez um movimento com a mão para que ele se calasse.

-Por que seus funcionários não respeitam a minha linda mulher, Gerald? Isso me magoa.- o que esse homem tinha?

-Desculpe, senhor.

-Connor.. Pare, por favor.. -falei baixinho, e ele nem me ouviu, ou finjiu não ouvir.

-Devo dizer, que quando me magôo, tenho um declive a fazer mudanças. Que tal transformar esse prédio em um estúdio fotográfico e demitir todos vocês?- e aquela risada de novo. O que ele estava fazendo?

- N-não - meu chefe estava desesperado.

-Não gosto quando desrespeitam minha mulher, Gerald. - disse indo em sua direção.

-Me desculpe, senhor.

-Tudo bem Gerald, mas ainda quero mudar algo.

-Que tal a atitude?- falei para que só ele me ouvisse, e fui até ele.- Pare com isso. Você quer que eu seja sua esposa de mentirinha? Tudo bem, mas pare agora.- Ele me olhou assustado.

-Tudo bem, Gerald. Converse com os seus funcionários. Não gosto de gente que desrespeita a minha mulher. - Se virou para mim e me deu um selinho -Te vejo em casa.- e saíu porta afora. Ouvi um suspiro de alívio imediato do pessoal.

-Elle, podemos conversar? Por favor?- disse meu chefe.

-Claro.

Assim que chegamos em sua sala, ele esperou que eu me sentasse e desabou na sua cadeira. Vi alívio e preocupação em seus olhos.

-Elle, me desculpe pela atitude do Peter.

-Tudo bem, boss. - Nós, os mais novos na empresa, o chamávamos de 'Boss', e ele nunca se importou.

-Elle, me perdoe mesmo.

-Boss, me desculpe você. Eu não queria que meu marido tivesse feito algo assim, é humilhante. Mas ele não sabe o que são limites e ultrapassa todos eles direto.

-Tudo bem Elle. Além de seu marido, ele é CEO da CG, é normal que se estresse as vezes. E deu pra perceber o quanto ele te ama, hoje.- Amar? Isso me fez sorrir.

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~

Saí da sala do Boss e fui trabalhar, infelizmente hoje não era dia de Sunny trabalhar, o que me deixou muito desconfortável, apesar do pessoal se esforçando para serem meus novos melhores amigos de infância, o que me fez ficar com muita raiva de Connor.

-Sra. Cameron, pode levar isso para o seu marido, por favor? -Perguntou um dos advogados que trabalhavam no prédio me entregando um envelope grande e amarelo.

-Claro.

Saí do prédio e tomei um ônibus, acabei me perdendo um pouco mas logo me encontrei. Há algumas ruas de casa avistei uma figura conhecida, sem camisa e todo suado trabalhando duramente numa parede. A primeira coisa que me chamou a atenção, foram os cabelos escuros e bem lisos, agora molhados de suor, depois seus espetaculares olhos de um tom azul, tão lindo e escuro que pareciam cinzas, depois seu nariz perfeito e então a boca linda e carnuda, dentes perfeitamente brancos mordiam os lábios e as covinhas em suas bochechas deram um ar todo sexy, além de seu peito sarado e a barriga completamente trincada, me peguei contando os gominhos de longe.

Suas costas largas deixavam ele ainda mais bonito. Mas a parte que mais me chamou a atenção foi a bunda - bela e redondinha - marcada na calça justa, e aquele par de coxas? Meu deus, eu adoraria apertar essas coxas, pensei. Como não tinha percebido o quanto ele era gato? E por que diabos eu estava achando ele gato?

-Padre?- falei alto e isso fez com que ele olhasse para trás.

-Elle?- disse sorrindo, e que sorriso meu Deus, que sorriso perfeito.

Essa foi a primeira vez na minha vida, que eu desejei furtivamente que alguém não fosse da igreja. Chegava a ser pecado um homem desses ser padre. O que estava acontecendo comigo e com o meu corpo? Será que esse negócio que dizem, que a libido de mulheres grávidas aumenta consideravelmente era verdade? Por que isso explicaria a vontade louca de agarrar aquele lindo padre, bem ali no meio da rua.


Notas Finais


E ai pessoal? curtiu? Então vote por favor ♥ Desculpem a demora para a postagem, mas eu não conseguia achar o Daniel perfeito. Hoje pela manhã minha super, hiper, mega, ultra, master linda irmãzinha Natalya me sugeriu o homem prefeito. Assim como Willian Levy é o nosso Connor, Anne Hathaway a nossa linda Elle, Gaspard Ulliel é o nosso Daniel. Espero que gostem, e consigam usar eles para mentalizar os personagens durante a leitura.

Beijinhos e até logo ♥♥♥


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