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História Priori Incantatem - Capítulo Três - A partida


Escrita por: Aimii_

Notas do Autor


Olha quem voltou!!!
Estou muito feliz com os favoritos e os comentários! Amo ver carinhas novas por aqui e os elogios de vocês, eles são importantes DEMAIS pra mim! Obrigada mesmo, seus lindos ❤️❤️
Espero que gostem desse cap! Essa é a primeira vez que eu tento narrar um jogo de quadribol, então relevem se ficou muito ruim kkkkkkk mas estou aceitando sugestões se tiverem algo pra falar que eu possa melhorar.

Boa leitura!

Capítulo 4 - Capítulo Três - A partida


“Deixar para lá” e “agir como se nada tivesse acontecido” são duas maneiras bem comuns de se proceder quando algo desagradável acontece. Muitas pessoas preferem se comportar desta maneira para evitar desconfortos ou sentimentos ruins. É quase certo que as coisas seriam resolvidas muito mais facilmente caso todos pensassem assim.

Não se preocupar, seguir a vida como ela está. O quão bom seria se o mundo todo conseguisse fazer isso?

Hinata admirava em demasia quem agia desta forma, porque ela mesma — com certeza — não era uma daquelas pessoas. As palavras de seu primo ficavam martelando em sua cabeça como uma enxaqueca chata que teima em não passar. Ela queria acreditar naquela fala de que Hiashi não os deixaria ir para a escola caso houvesse algum perigo, mas o sentimento de receio permanecia dentro de si.

Todos de Hogwarts — exceto os familiares de Hashirama, claro — pareciam nem se preocupar com o que havia ocorrido poucas semanas antes das aulas começarem. Os alunos andavam despreocupados, os professores agiam normalmente, os quadros das paredes conversavam de maneira espontânea e até mesmo os poltergeist continuavam zanzando pelos corredores como se nada tivesse acontecido.

O fato era que: Hinata Hyuuga parecia carregar dentro de si toda a preocupação no lugar dessas pessoas, além a dela própria. Não é como se ela quisesse ser assim, mas ela não podia evitar. Se apegar demais aos outros era uma das coisas que ela mais fazia.

A jovem de cabelos índigos andava pensativa enquanto fingia prestar atenção em alguma coisa que Ino lhe dizia. Ambas tinham acabado de sair da aula de Poções, uma de suas preferidas, e estava bem decepcionada consigo mesma por não ter conseguido prestar tanta atenção como normalmente.

Era só o que faltava agora. Além de estar sofrendo com um monte de dúvidas e receios, agora suas notas iam começar a decair também? Ela precisava voltar a focar nos estudos caso não quisesse enlouquecer. E, é claro, manter a fama de genialidade de sua família.

— Eu nem acredito que esse ano vamos aprender a fazer poções do amor! — Ino exclamava enquanto batia curtas palmas.

— Você sabe que esse tipo de poção é um tiro no pé, não sabe, Ino? — Hinata ria da empolgação da outra.

— Pode até ser, mas você tem que admitir que seria bem divertido ter qualquer um na palma de nossas mãos, pelo menos por algumas horas! — rebateu.

— Como se você precisasse de uma poção para isso!

— Hinatinha, é por isso que eu te amo! — Ambas riram.

— Agora fiquei curiosa... Se você tivesse a chance, em quem usaria a Amortentia?

— Hm, boa pergunta... — Bateu um dos indicadores no queixo algumas vezes enquanto pensava em uma resposta. — Acho que eu usaria no Sai.

— O Sai, sério? O mesmo Sai que nós mal ouvimos a voz ou vemos dar um sorriso? — Hinata olhou a amiga com confusão.

— Ah, ele pode ser na dele, mas não dá para negar que ele é um dos estudantes mais bonitos da nossa casa! — disse, um tanto encabulda. — Sem contar que ele é super inteligente e talentoso...

A Hyuuga riu da cara de apaixonada que a Yamanaka fez, não que ela confiasse no que a amiga dizia, lógico. Ino mudava de paixões como as escadas de Hogwarts mudam de direção.

— Hm, não sei não. As outras casas têm alunos bem interessantes também... — A azulada retrucou, pensando em quem seu coração mandava fugir.

— Como quem, pode me dizer?

— O Gaara, da Grifinória, por exemplo! — Tentou disfarçar. — Achei que você fosse citá-lo de primeira!

— Ah, o caçula Sabaku é um caso do passado, amiga. ‘Tá na hora de experimentar carne nova.

— Você não vale nada...

— Poxa, não precisa falar assim também! — riu. — Se você ficou com tanta dó dele, por que não investe?

— Talvez eu faça isso mesmo! — respondeu, entrando no jogo da loira.

— Olha que abusada essa Hinatinha! Agora me diz você, se você fosse dar Amortentia a alguém, para quem seria?

Hinata se assustou quando, assim que ouviu a pergunta de Ino, a primeira coisa que passou em sua mente foras dois olhos incrivelmente escuros. Suas bochechas esquentaram, indicando que ela estava corada, as mãos começaram a suar e o coração bobo passou a bater descontroladamente dentro de seu peito.

Ela sabia muito bem a quem aqueles orbes ônix pertenciam, mas não queria ter de admitir aquilo em voz alta. Era inegável o fato de que Sasuke mexia demais consigo, como também ela não conseguia disfarçar a falta que sentia dele, porém esta era uma realidade que ele decidiu levar, e ela teria de conviver com aquilo.

Falar — ou até mesmo ponderar — sobre Sasuke ainda doía e Hinata não queria estragar o momento tão divertido com problemas do passado. Sem contar que talvez levasse um safanão da amiga por ainda pensar no Uchiha.

Balançou a cabeça na tentativa de desviar aqueles pensamentos, e corou mais ainda ao perceber o olhar meticuloso de Ino sobre si, graças à sua demora para responder.

— A-ah, não s-sei... 

— Vamos, Hinata! Está nervosa por quê? — A loira arqueou uma das sobrancelhas e cruzou os braços. — É só dizer um nome.

— Bom... acho que o Naruto, sei lá...

— Ah, sua danadinha! Capitão do time de quadribol, hein? — Empurrou levemente o ombro da azulada. — E eu achando que você era boba.

— Ei! — protestou.

As duas jovens riam das bobagens da loira e, por um momento, a Hyuuga esqueceu dos problemas que assombravam sua cabeça.

Andavam em direção ao Salão Comunal da Corvinal quando viram o resto dos seus amigos conversando animados no meio de um dos corredores. Kiba, Shino, Tenten, Lee e Neji pareciam discutir sobre algo superinteressante, visto que agitavam as mãos e falavam relativamente alto. Se aproximaram da rodinha a fim de saber o que se passava.

— Nossa, qual é o motivo de tanta empolgação? — A voz de Ino se fez presente.

— Oi, meninas! — Lee abraçou as duas pelos ombros.

— Estávamos conversando sobre a partida de quadribol de hoje à tarde — Kiba disse. — Vocês vão me assistir vencer, certo? — perguntou com um olhar vitorioso.

— É bom vencer mesmo, cara! Apostei cinco galeões com a Tenten que vocês ganhariam. — Lee voltou a falar.

— Não sei não, a Sonserina tem jogadores ótimos — disse Shino, enquanto ajeitava os óculos em seu rosto.

— É isso aí, hoje eu fico mais rica! — A morena de coques comemorou e o jovem de sobrancelhas grossas choramingou.

— Valeu mesmo pelo incentivo, cara — Kiba reclamou, revirando os olhos.

— Não se preocupe, Kiba, vocês jogam muito bem também — Neji disse enquanto olhava para a prima. Ele parecia ter sido o único que notou o quanto ela praticamente murchou ao ouvir o nome do outro time.

— Nossa, é verdade, eu nem me lembrava que tinha jogo hoje!

— Ino, nós falamos sobre isso no café da manhã... — disse Shino.

— E o que tem? Já faz tempo! — Cruzou os braços ao ver que todos reviraram os olhos, mas logo voltaram a rir.

— E então, vocês vão? — Kiba veio para mais perto de Hinata, olhando-a em expectativa.

A Hyuuga não sabia ao certo o que dizer. Ir assistir ao jogo significava, também, ver Sasuke jogar. Ela tinha plena consciência de que não podia ignorá-lo para sempre, até porque estudavam na mesma escola, e ainda por cima compreendia que sua vida não poderia parar graças a algo que aconteceu há vários anos.

Hinata se perguntava como ele fazia para não sentir, como ele fazia para esquecer. Ah sim, com certeza seria muito mais fácil se ela não fosse ela mesma.

Passou os olhos rapidamente pelos amigos ao perceber que demorava para responder, mais uma vez. Apesar do sentimento gritante dentro de si lhe dizer que ela desfrutaria melhor um bom livro no conforto do Salão Comunal, a jovem não podia negar que aproveitar esses momentos ao lado dos amigos seria bem importante, além de ser uma boa distração dos seus receosos devaneios.

Sorriu minimamente enquanto afirmava com a cabeça. Os amigos comemoraram a resposta positiva e voltaram a conversar sobre como achavam que a partida seria.

***

As arquibancadas já estavam cheias de alunos eufóricos. Hinata ficava surpresa com o quanto os jogos pareciam mais lotados a cada ano e não pôde deixar de sorrir com esse pensamento. Ver a escola cheia de novos bruxos e bruxas a deixava verdadeiramente feliz.

Ela e os amigos estavam num lugar bem posicionado para ver o jogo. A família dos Hyuuga, apesar de ser muito boa na maioria das coisas, não possuía grande afinidade com esportes. Com exceção de Neji, claro, que era um gênio em absolutamente tudo. Porém, apesar dessa realidade, eles ainda amavam assistir às partidas de quadribol.

Até porque não é preciso saber fazer algo para gostar, certo?

Os times entraram em campo e as torcidas foram à loucura. Ino e o primo gritavam alguma coisa no seu lado direito, enquanto os outros morenos discutiam sobre a aposta que fizeram e Shino parecia tentar conter a animação que sentiu quando viu o amigo aparecer dentre os jogadores.

Hinata voltou seus olhos para o campo quando todos subiram em suas vassouras, prestes a começar o jogo. Ela viu, também, quando Sasuke pareceu procurar por alguém no meio das arquibancadas e, por um minuto, se perguntou se era por ela que ele buscava.

Ambos os times já estavam a postos, em cima de suas vassouras, esperando que o sinal do apito soasse. Cada um possuía sete jogadores ao total, sendo eles três artilheiros, dois batedores, um apanhador e um goleiro.

O time da Grifinória era composto por Naruto, Sakura e Kiba como artilheiros, Konohamaru e Deidara como batedores, Gaara como apanhador e Kankuro como goleiro.  Já o time da Sonserina tinha Itachi, Juugo e Konan sendo os artilheiros, Suigetsu e Karin sendo os batedores, Sasuke era o apanhador e Hidan, o goleiro.

O professor Gai entra em campo com a goles em mãos e aguarda até que o diretor faça seu discurso. Jiraya levanta de seu acento e posiciona a varinha em sua garganta, aumentando consideravelmente o volume de sua voz.

— Muito bem, estamos preparados para mais uma partida. Antes de começarmos, gostaria de avisar que nenhuma falta será tolerada. Eu quero um jogo limpo, entenderam?

Os jogadores assentiram e aguardaram os últimos avisos.

— Preparados para perder, Uchihas? — Naruto debochou de Itachi e Sasuke, que sorriram ladino.

— Até parece que vocês têm alguma chance hoje. — Itachi riu — Podem até fazer muitos pontos, mas meu irmãozinho é bem mais rápido que seu apanhador.

— Isso é o que vamos ver! — a voz de Gaara foi ouvida mais ao fundo.

Gai apitou, enquanto jogava a goles para cima, e a partida começou.

O jogo teve um começo impressionante. Naruto e Itachi eram capitães incrivelmente rápidos e brigavam entre si pela posse da bola. Os batedores de ambos os times tentavam — a todo custo — defender seus companheiros e atrapalhar os artilheiros adversários jogando-lhes os balaços.

Sasuke e Gaara voavam pelo campo a procura do pomo de ouro, que parecia mais difícil de encontrar naquele dia.

A Sonserina realizava a famosa estratégia cabeça de falcão, onde os artilheiros efetuam uma manobra frontal e poderosa, com o Uchiha mais velho — o portador da goles — um pouco mais à frente da formação, a qual movimenta-se em “V”. O time da Grifinória já esperava por um ataque como esse, então se preparam para tentar contra-atacar, reduzindo as defesas adversárias.

Deidara conseguiu distrair Itachi por alguns segundos e Naruto tomou posse da goles. O Uzumaki mandou Sakura e Kiba para fora da jogada por alguns instantes e penetrou na defesa adversária, subindo sua vassoura com o intuito de fazer um ou mais adversários segui-lo. Então, ele atirou a goles para Kiba, que estava voando um pouco mais abaixo e eles ficaram com a vantagem, já que o Inuzuka estava livre de marcação.

A partida estava bem difícil e completamente acirrada, com ambos os times competindo bravamente por cada ponto. Mais ou menos após uma hora de jogo o placar marcava 140 a 120 para a Grifinória. Os jogadores estavam suados, mas isso não importava a ninguém, eles só queriam marcar um ponto atrás do outro e aproveitar ao máximo o tempo de duração.

Sasuke serrava os dentes, nervoso com a pontuação. Aproveitando o momento de comemoração do outro time, Itachi, Juugo e Konan começam seus passes em direção aos gols. Sakura, vendo a intenção do Uchiha, voa até eles e tenta tomar posse de bola, mas os outros três foram mais rápidos.

Itachi se aproxima da área e para por pouco antes de adentrar com sua vassoura inclinada a 90º, então arremessa a bola para cima e deixa ela atingir o ponto mais alto na sua trajetória de subida. No curtíssimo período em que a goles para no ar, ele desmonta de sua vassoura e a segura como um bastão de beisebol, e então acerta com força a goles — que agora voltava a cair —, realizando uma jogada indefensável para o goleiro adversário.

Depois de quase mais meia hora de partida, Sasuke e Gaara passaram a disputar pelo alcance da bola mais rápida do jogo. O pomo voava livremente por toda a extensão do campo, as vezes fazendo zigue-zagues para atrapalhar os apanhadores. O moreno e o ruivo agora planavam um ao lado do outro com seus braços esticados, porém o Sabaku teve o cabo de sua vassoura atingido por um dos balaços e o Uchiha caçula conseguiu apanhar o pomo.

A partida acabou com a vitória da Sonserina, ganhando de 450 a 340.

***

Hinata havia se afastado dos amigos após o encontro que tiveram ao fim da partida. Kiba estava furioso, mas se acalmou depois de algumas boas risadas que o fizeram dar.

Não que ela não quisesse mais continuar perto dos outros, mas sentia que não aguentava mais fingir que estava tudo bem. O fim do jogo foi incrível e ela sentiu vontade de gritar mais alto que todos ali ao ver Sasuke levantar o pomo com sua mão, mas se conteve em ficar quieta, ouvindo a reclamação dos amigos. Isso também não era algo necessário, já que o moreno tinha um fã clube gigantesco que gritaram por ela sem problema nenhum.

No fundo ela sabia que ficaria mexida ao vê-lo jogar, então era culpa de si mesma estar passando por toda angústia daquele momento.

Continuou a andar até parar em frente a uma porta bastante conhecida. A Sala Precisa era seu refúgio em horas como aquelas e ela agradecia por ter um lugar tranquilo onde pudesse extravasar toda sua inquietude.

Entrou no local, reparando que tudo estava no exato local como da última vez que esteve ali. Os orbes claríssimos passaram por todos os objetos esquecidos enquanto caminhava até um pequeno sofá que ela sabia que tinha lá dentro.

Deu mais alguns passos até parar subitamente com seus olhos arregalados. Sentado logo no móvel que procurava, o moreno descansava ainda usando o uniforme de quadribol. Ao ouvir um barulho de alguém se aproximando, ele virou o rosto de forma lenta, e então pérolas e ônix se encaram.

Não, não podia ser.

O que ele estava fazendo ali?

Seu coração batia tão rápido que ela pensou que ele poderia fazer um buraco em seu tórax.

— Olá, Hyuuga.


Notas Finais


As manobras citadas eu me baseei pelo site https://harrypotter.fandom.com/pt-br/wiki/Quadribol :)

O que acharam?


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