Já era noite.
Luke tinha saído a ilha ao lado pegar algumas coisas para comerem.
Deixou Rey fazer os preparativos e ascender a fogueira. Que sempre realizava tudo com muita dedicação e carinho. Quebrava os gravetos em quanto contemplava o sol se pôr entre o azul do oceano. Sentia a brisa salgada acariciar a pele da face, desliza a mão no rosto, sentindo a nova sensação a envolver.
Relexa, e fecha os olhos soltando um longo suspiro. Abre os olhos, sorri e volta quebrar mais gravetos, sempre parando e observando a paisagem.
Ela então ouve uma voz muito familiar, a mesma da visão no castelo de Maz.
Atenta, observa ao redor, mas nada vê.
A voz estava sussurrando baixo, quase inaudível. Ela então resolve se concentrar; senta-se rapidamente fechando os olhos em uma posição de meditação. Silencia a mente, a voz fica cada vez mais perceptível:
´´Rey...Rey...você precisa ir...´´
Ela aperta os olhos muito focada na mensagem.
´´Ele, virá atrás de você, não tenha medo´´ Ela fica nervosa e diz em voz alta: - Quem? quem vira?.
´´Ben Soloooo...´´
A voz vai sumindo aos poucos até Rey abrir os olhos imediatamente. Suando muito se levanta rapidamente olhando para trás e lá estava Luke a observando. Ele estava com uns peixes pendurados nas costas, nota que alguma coisa tinha acontecido, coloca os peixes em uma pedra, ela se levanta agitada e caminha em direção dele:
- Mestre eu ouvi uma voz!
Luke fixa os olhos nela e nota sua inquietação. Coloca a comida de canto se sentando ao lado da jovem. Cruza os dedos inclinando-se em sua direção:
- Diga mais....
- Estava difícil de entender. Mas, então me concentrei e ouvi claramente! - ela se acalma demorando um pouco a responder. Pensativa, continua em um tom baixo. - Que Ben Solo vira atrás de mim...mestre o que eu faço? - perfunta aflita.
Rey se levanta e fica a frente do seu mestre:
- Acalme-se Rey...sente-se. - faz sinal com a mão para se sentar.
Luke começa a preparar a comida:
- Evitar o destino é como negar a própria existência!
Ela engole seco. Não tinha uma boa resposta para as sábias palavras de Luke. Ele perdera muitos alunos em uma noite só, viveu isolado procurando respostas, o destino praticamente a arrastou até ele. Devia haver um motivo muito forte para ela ter abandonado sua vida miserável naquele ferro velho e estar repentinamente diante a uma lenda; um mestre Jedi.
Então resolve quebrar o silêncio;
- Que vozes são essas mestre?
Luke experimenta uma colherada da sopa fazendo uma cara boa e volta a mexer novamente:
- Essa voz é de um grande amigo meu que já se foi deste mundo. Mas que aprendeu uma técnica para se comunicar com os vivos. Quando você ficar mais forte poderá vê-lo e se comunicar melhor.
Rey se levanta e caminha até a panela de comida. Estava faminta, depois de um dia exaustivo de treinamento. Discretamente se inclinada para cheirar a sopa, Luke sorri:
- Pode pegar menina, não seja tímida!
- Hummmmm obrigado mestre! - sorri inibida.
Rey parecia uma morta de fome colocando a comida no prato ferozmente. Se joga no chão de pernas cruzadas e come desesperadamente.
Luke se aproxima sentando-se ao seu lado ,observando a ferocidade como se alimentava. Ele sorri, deixando a menina tímida, que maneira mais a gula.
E para cortar o constrangimento, ela puxa sinto de boca cheia:
- Mestre, o que faremos amanhã?
- Você já está muito boa em luta corporal, precisa aprimorar a força. Vou te ensinar tudo oque sei o mais rápido possível, logo teremos de sair ilha.
Rey acena com a cabeça com a boca cheia de comida impossibilitando dar uma resposta Luke ri novamente:
- Treinar a gula devemos também ahahhaah.
Ela super envergonhada, ri junto com ele, e conversam mais. Quando a fogueira se apaga, ambos se preparam para dormir, amanhã seria um dia cheio.
´´Choros de criança ao fundo. Estava tudo escuro. Kylo não enxergava nada, corria desesperado, apenas ouvindo os próprios choros de quando era criança, vozes ecoavam em sua cabeça:
´´Mamãeee quero que volte´´
Ao fundo, a voz de Luke gritava:
´´Ben Bennn nãooooo´´
Em meio a escuridão do pesadelo, surge uma névoa cinza, se movendo em círculos, parecendo estar tomando forma. Lentamente toma uma forma humanoide destorcida, que estende a mão e diz:
´´Venhaaa comigooo, irei ajuda-lo´´.
A névoa passa pelo corpo dele o consumindo. Kylo perde as forças das pernas se ajoelhando. Sua dor havia passado, não sentia mais nada, saudade, tristeza, alegria, nada. Uma luz vermelha surge e ilumina ao redor, vários corpos, o que estava a sua frente era de sua mãe.
Kylo acorda todo molhado com dificuldade de respirar. Passa as mãos no rosto deslizando-as para o cabelos. Pressiona a mão contra a cabeça, nervoso, ele se levanta rapidamente, abre a janela desesperado para tomar ar. Pega um copo de água e toma rapidamente jogando-o violentamente contra a parede.
- DROGA! - grita colocando a mão no rosto preocupado com a visão da morte de sua mãe - Preciso agir logo!
Ele então senta em sua cama e se posiciona para uma meditação.
Fazia tempo que ele não praticava, precisava aquietar a mente, algo muito difícil para ele que possuía uma energia inquieta. Ele se esforça ao máximo, tentando contatar Rey e ver que resultados ele teria. Mas sabia que a aversão seria o principal sentimento; claro que com uma pitada de medo e curiosidade, assim como estava no interrogatório.
.
Nesse momento Rey dormia acordando repentinamente num pulo.
Sentiu uma presença não muito agradável, se senta e observa ao redor.
Com o olhar atento se levanta bem de vagar para não fazer barulho, ouvia apenas o som do mar e da canção dos grilos. Ela então fica com a mão do lado do sabre pronta para oque vier. Caminha lentamente em direção a uma grande pedra, quando ouve uma voz grave dizer seu nome " Rey"
Se vira assustada e se depara com um vulto alto e negro a fitando, era ele,; Kylo Ren.
Estava sem capacete, a olhava intensamente sem se mover, fazendo-a perder as forças nas pernas com o frio súbito que envolveu.
Estava o mesmo homem ameaçador de sempre, mas desta vez portando a enorme cicatriz que rasgava sua face pela metade. Estava dois metros de distância dela, ela pula para trás num susto e diz com a voz trêmula:
- Como chegou até aqui!?
Ele não responde. Um silêncio paira entre os dois como um lobo analisando sua presa. A observava sem mover, nem ao menos os olhos, parecia distante, tinha algo diferente no olhar daquele ´´monstro´´. Estava mais leve, aparentando estar desesperado. Ela então relaxa o braço e repete a pergunta em voz baixa, cerrando o olhar desconfiada:
- O que você quer ?
Ele fica um pouco incomodado, fecha os punhos e responde em voz baixa:
- Você ! - sua voz soa gutural, muito envolvente.
Boquiaberta Rey fica abismada com a ousadia abanando a cabeça como negação, caminha na direção dele para enfrenta-lo.
Quando se aproxima, ela acorda com um pulo na cama, ela olha tudo ao redor e não o vê. Era um sonho, tudo foi um sonho, uma vivência muito real.
Ela se ajeita na cama novamente se cobrindo: ´´O que foi isso? Foi tudo tão real´´
Seu coração estava acelerado, não conseguia mais dormir por mais que tentasse. Estava muito inquieta, então bate as mãos no colchão de palha e se levanta rapidamente? resolvendo treinar um pouco distante para não acordar Luke.
Desde a escadaria de pedra encontrando um local bom para treinar a força como o mestre Luke tinha lhe orientado. Muito apressada começa a empilhar pedras usando a força, queria mais esquecer o ocorrido do que dedicar ao treinamento Jedi.
Começa a arremessar as pedras em um alvo especifico, estava nervosa, a passividade não estava presente no coração dela.
´´ Nunca vou perdoar aquele homem. Não importa oque o destino faça, não sou uma garota que alisa bandido´´.
Ela joga a última pedra com muita raiva a despedaçando em vários pedaços contra o paredão de rocha. Aperta os punhos limpando o suor da testa com o braço.
Então ela sente uma presença, a mesma voz tinha voltado e dizia o nome dela bem próximo a suas costas, ela dá um pulo se virando rapidamente em pose de ataque. Então avista Kylo Ren assustadoramente próximo.
No susto ela cai para trás e tropeça em uma pedra caindo no chão, soltando um grito preso na garganta.
Apavorada, tateava o local se afastando dele, em quanto ele caminhava calmamente em sua direção. Ela se encosta no paredão de pedra, arfante. A figura alta pausa seu enorme corpo bem próximo a ela.
Desta vez de capacete e sem o sabre de luz.
Em um movimento repentino, joga o capuz para trás expondo o capacete por inteiro. Se abaixa na altura dela, que tenta pegar seu sabre, mas o tinha deixado na cabana:
- Veio para se vingar não foi? - seus lábios tremiam
Ele inclina um pouco a cabeça a analisando e diz calmamente:
- Se eu desejasse te matar já teria feito. - soa a voz calma e robótica.
Rey engole seco apertando os lábios:
- O que veio fazer aqui, se não é pela vingança ?
O cavaleiro exita um pouco. Teria de tomar muito cuidado com as palavras:
- Vim lhe fazer uma visita. Queria terminar nossa conversa. Você enganou um de meus soldados, escapou, quase me matou, e ainda eu sou o monstro?
- Oras, não venha com esses joguinhos. Sei bem o que você é! - enfrenta.
- E você? - ele aproxima mais - Sabe quem você é?
Os olhos da Jedi enchem de lágrimas. Nervosa fecha os olhos evitando a troca de olhares:
- Vá embora !!! - grita.
Ele então com um gesto rápido retira o capacete o jogando no gramado. Segura firme o rosto dela o virando forçadamente para que ela o olhasse nos olhos, se inclina vagarosamente na direção de seu ouvido e diz cerrando os dentes:
- Eu sei quem você é. Se quiser recuperar suas memórias, me procure e seja minha aluna. - ele para por uns instantes prestando atenção na respiração ofegante e nos lábios trêmulos - Aposto que não irá se arrepender!
Rey surta e mira um soco na direção dele que evapora.
Assustada, olha ao redor o procurando, toca na região da face onde a luva negra dele a tocou. Foi real, mas ele desapareceu. Rey apressadamente corre atrás de seu mestre.
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