História Prison - Shampain

Acordei com a cabeça doendo, deitado em uma escadaria, abraçado em uma garrafa de champanhe. Puxei um pedaço de um espelho quebrado que estava no lixo do outro lado do corrimão, meu rosto e pescoço estavam marcados, o pescoço cheio de marcas roxas, o rosto com meu lápis de olho escorrendo e o resto com marcas de batom de múltiplas cores. Me esforcei para lembrar o que havia acontecido, mas não me lembrava de nada.

Retirei minha carteira do bolso, e felizmente ainda havia dinheiro nela, o que significava que eu poderia pegar um táxi para casa. Fui até a avenida que eu podia ver mais a frente, cambaleando, pelo jeito ainda havia álcool no meu organismo. Dei sinal para um táxi e ele passou reto. Olhei para minhas roupas, eu realmente estava parecendo um mendigo. Vi mais um táxi vindo e parei no meio da avenida, o táxi parou e eu entrei nele.

-Oi, eu quero ir até a Rua Peter, por favor.

-Você tem dinheiro?

Suspirei e abri minha carteira pra ele ver.

-Eu não sou um mendigo, só tive uma noite ruim. Agora vá, por favor.

Algumas ruas depois, ficamos presos em um farol, minha cabeça estava explodindo e eu não via a hora de voltar para casa. Quando o sinal oposto ficou amarelo, um homem de cabelos pretos e roupas estranhas entrou no táxi e apontou uma arma pro taxista.

-Wow.

-Cala a boca você, agora vai.

-Pra onde?

-Pra onde ele está indo, o mais rápido possível, vai!

O taxista acelerou e em cerca de 20 minutos chegamos no meu prédio.

-Você mora aqui?

Eu só concordei com a cabeça

-Alguém mais mora com você?

Minha cabeça voltou a doer e eu me lembrei de algo na noite passada. Eu havia brigado com Jamia, ela jogou uma garrafa em mim, e foi embora de casa.

-Não, somente eu.

-Eu vou subir com você. Ai de você se tentar fazer alguma gracinha. Igualmente pra você - ele disse apontando a arma pra mim e em seguida pro taxista.

Eu joguei meu dinheiro todo para o taxista e desci do veículo, seguido por ele.

-Vamos

Eu acenei pro porteiro e ele abriu o portão para mim.

-Noite ruim Sr. Frank?

-Ah, sim, briguei com a Jamia. Isso logo passa.

O homem atrás de mim me cutucou e eu segui para os elevadores. Entramos no elevador e ele checou se havia câmeras, que ótima hora pra se morar em um apartamento sem segurança! Apertei o botão do oitavo andar e ele pôs a arma no cós da calça laranja, e só aí eu fui notar que ele usava um uniforme de presidiário, com um sobretudo por cima. Ele viu que eu estava encarando e me lançou um olhar ameaçador, minha unica reação foi abaixar a cabeça e encarar os botões do elevador.

-Baixinho. - eu já estava acostumado com esse apelido meu, afinal, ter um metro e sessenta e três centímetros me rendeu muitos apelidos

-Sim?

-Relaxa, eu não vou atirar em você, se você não me obrigar a fazer isso. Eu preciso de um canto pra me esconder, é só você não chamar a polícia e não falar meu nome verdadeiro que você vai continuar ileso.

-Ok - Eu não pode retrucar, afinal, o cara tinha uma arma!

O elevador abriu no oitavo andar e ele fez um movimento para eu sair antes dele. Eu fui até minha porta e abri, dando espaço para ele entrar e se jogar no meu sofá.

-Obrigado, pequeno amigo.

E dormiu.