– Capítulo 8.
– O problema são os modelos rebeldes.
Sangyeon olhava para Jacob que estava jogado na cama mexendo em seu celular enquanto terminava de se vestir. Havia tomado um longo banho, depois de um longo dia de trabalho.
Ele tinha que acompanhar os modelos em todos os cantos, Jacob foi como fotógrafo da empresa em que trabalhavam e ambos transitaram em grandes eventos naquele dia, desfile, ensaio fotográfico, gravação de comercial para a tv, a única pessoa mais cansada que eles com certeza era Kevin, que ainda teve que fazer uma sessão de fotos particular com fãs que os esperaram após o desfile.
– Ele está subindo. – disse Jacob referindo-se ao outro americano, percebendo o outro fazer uma cara não muito amigável – Eu o convidei, amor, ele precisa relaxar um pouco, e comer, já que ele não quis comer nada o dia todo.
– Tudo bem, tudo bem, vamos comer o que?
– Pedi um yakisoba, vamos comer e ver um filme, não acha bom?
Ele nem pode responder pois ouviu batidas na porta, acompanhado de uma longa campainha. E Jacob sorriu para ele dizendo que iria abrir a porta.
De longe conseguiu ouvir os dois começando a falar em inglês, ouviu uma risadinha baixa vindo da sala e dentro de sua cabeça aquela vontade de assumir que eles eram dois fofos interagindo, junto do claro ciúme que sentia.
Chegando no outro cômodo, foi cumprimentado pelo recém chegado, que ainda lhe agradeceu dizendo:
– É muito gentil de sua parte se preocupar com meu bem estar, fiquei feliz quando o Jack disse que você me chamou para jantar com vocês. – ele disse sorrindo parecendo realmente agradecido, mas ao mesmo tempo dava para ver o cansaço nítido em si.
Claro que o detalhe é que ele não chamou ninguém, mas todos estavam tão cansados que ele só concordou e encarou o namorado, esse sim sorria sapeca, como sempre.
Eles jantaram, deram algumas risadas, Kevin reclamou que o sapato no desfile estava menor que seu número e citou dores, mas disse que estava medicado e que estava tudo bem. Depois de tudo isso Jacob sugeriu que vissem um desenho, para tirar um pouco de toda aquela seriedade necessária do dia a dia.
E assim fizeram sentaram confortável no sofá cama da sala e começaram a ver o filme bobinho escolhido por jack, até tudo ficar silencioso. O primeiro a pegar no sono foi Sangyeon, depois disso ninguém nem contou para ver, eles acabaram caindo no sono ali, deixando apenas o cansaço ir embora, deixando apenas três corpos, muito muito confortáveis.
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Aqueles dias em que Sangyeon estava em Tokyo haviam servido apenas para irritar e tirar a paz de Chanhee, que estava com trabalho acumulado e perdeu dois eventos em que iria ganhar uma nota preta para fotografar.
Sem falar no fato de que o clima no apartamento do trisal estava muito diferente do habitual, Chanhee estava insuportável – muito mais do que o normal – e brigando pelo mínimo garfo sujo. Changmin estava avoado, como se sempre estivesse com a cabeça em algo de extrema importância. E Younghoon, bem, Younghoon estava saindo com Jaehyun, rindo com Jaehyun, passando muito tempo no apartamento de Jaehyun e irritando Chanhee, com o Jaehyun, claro.
E você pode se perguntar "ainda nessa senhor Choi?", mas na cabeça dele fazia todo o sentido, o seu – agora sem o mínimo de força na barra – marido, passando horas conversando com um cara bonitão recém chegado da China e que era o possível crush de adolescência do mesmo. Era no mínimo desconfortável.
Mas, porém, entretanto, todavia Chanhee descobriu uma coisa que que fez esse estresse todo pra cima dos dois Amigos – com letra maiúscula mesmo, para dar ênfase – diminuir em pelo menos 80%.
Bem, vocês lembram que um dia citamos sobre um dos modelos que estavam sob direção da equipe de Moonhee a um tempo, Hyunjoon, seu nome, mas por aqui ele foi chamado pelo nome que ele usa artisticamente, Hwall. E como nada em lugar algum é por acaso, nem mesmo em um universo paralelo onde possam existir outros Chanhees e outros Younghoons e outros Changmins, é claro como o sol de meio dia que esse menino é importante por aqui também.
Já era sábado, Sangyeon já estava de volta faziam dois dias e Chanhee resolveu visitar o amigo já que Younghoon iria trabalhar até às onze e Changmin tinha saído logo cedo, por isso passou a manhã e metade da tarde na casa do amigo resolvendo algumas coisas, voltou para casa perto das quatro da tarde e assim chamou o elevador esperando com calma até que as portas se abriram e ele deu de cara com o jovem moreno que o olhou com os olhos arregalados, mas logo relaxou o semblante e sorriu em sua direção.
– Chanhee hyung, que surpresa te ver por aqui. – disse mantendo a postura e o sorriso.
– É, eu moro aqui, Hyunjoon. – respondeu tentando não soar óbvio. – Queria alguma coisa? – perguntou desconfiado.
– Então, né, sim, eu vim aqui para... bem, para falar com você, sobre aquele teste para o novo drama das nove que a Moonhee me recomendou.
– Comigo? – viu o outro concordar – Você sabe que essa não é minha área, então não posso te responder com certeza, você devia falar diretamente com o Sangyeon ou com a Moonhee eles sabem tudo.
– Claro, como não pensei nisso? Obrigado, Chanhee hyung! – ele curvou-se quase em noventa graus a sua frente e continuou – Eu tenho que ir, tchau!
E então ele subiu para casa, achando toda aquela história estranha, Hyunjoon parecia tenso, como se estivesse fazendo algo errado, aquele garoto vivia aprontando, nem surpreendia mais.
– Amor, que bom que chegou! – disse Younghoon indo direto lhe dar um beijo e o conduziu em direção ao sofá, a casa estava com cheiro bom de limpeza, o Choi se sentiu realizado quando sentiu – Não aguentava mais ficar sozinho.– concluiu puxando o de cabelos claros para o seu colo.
– Hyunjoon precisava de umas informações sobre um teste para um drama, ele por acaso apareceu por aqui?
– O Hwall? – perguntou recebendo um aceno positivo – Não, ninguém esteve aqui.
– Estranho, eu acabei de encontrar com ele no elevador, ele disse que esteve aqui. – seu tom era um pouco acusador e seus olhos estavam semi serrados.
– Sério? Juro que não ouvi. – respondeu sorrindo amarelo – Ele deve ter achado que não tinha ninguém é foi embora.
Chanhee virou o corpo de frente para Younghoon, saindo do seu colo e o encarando.
– Não mente pra mim Younghoon! – disse sério segurando com força o queixo do outro – Eu conheço essa sua cara de mentira desde o ensino fundamental, se for que eu tô pensando eu eu juro que eu saio daqui e você nunca mais vê minha car...
– NÃO, calma, deixa eu explicar – respondeu rápido o cortando para que aquelas crises de ciúmes não começassem de novo – Eu jurei que não ia te contar, porque você e o Sang zelam muito pelos contratos dos meninos e o Hyunjoon tem toda aquela parada de não se relacionar e eu poderia prejudicar as coisas para eles mas... mas ele e o Jaehyun estão juntos.
– O QUE?
– Viu, eu não queria contar por isso mesmo, agora vocês vão proibir o Hwall de visitar o Jaehyun e ele vai achar que a culpa é minha.
– Óbvio que não, Younghoon, você não confia em mim? – perguntou abraçando o pescoço do outro – Eu só estou surpreso porque o Jaehyun tem namorado.
– É, exatamente, seu ciúme é por nada bebê. – o Kim depositou um beijinho em seu nariz e sorriu largo.
– A mas, o Jaehyun é muito mais legal e bonito que eu, o Min é lindo também e é maravilhoso em todos os aspectos, mas eu..
– Não repente uma coisa dessas nem brincando, Chanhee! Eu amo você e o Min e nunca trocaria vocês por nada nesse mundo.
– Jura? – perguntou sentindo o rosto quente.
– Juro. – aquela sessão de beijinhos iria durar vários e vários minutos, então nós deixamos essa parte.
_______
– Você tem certeza que está bem? – aquela era pelo menos a sétima vez que Chanhee perguntava aquilo a Changmin.
Estava realmente preocupado, como já foi aqui dito o Ji havia saído cedo naquele sábado deixando apenas um bilhete nada informativo com os dizeres "fui visitar minha mãe, amo vocês" e voltou quando o sol já estava se pondo, perto das sete horas da noite, chegou calado e apenas jogou-se no colo de Chanhee que estava deitado no sofá o abraçando com força, sem transmitir reação nenhuma.
Aquilo preocupou o rosado de uma forma inimaginável, pois Changmin nunca em dia algum havia ficado dessa forma. Tão calado e melancólico.
Mas sua preocupação triplicou de tamanho quando perguntou baixinho "Min? Está tudo bem?" e como reposta recebeu apenar um soluçar, alto típico de começo de choro que está sendo segurado. E mesmo depois de Chanhee o sentar no sofá e tentar olhar os olhos dele em busca de respostas elas não vieram, só se podia ouvir o choro alto, alto o suficiente para Younghoon que estava no quarto conseguir ouvir e deslocar-se até o outro cômodo para ver o que estava acontecendo.
E aquele choro durou muito tempo, tempo o suficiente para que os dois conseguissem preparar um chá, arrumar a cama e tentar fazer o outro parar de chorar para que as coisas fossem esclarecidas.
Changmin contou sobre a desastrosa conversa que teve com sua mãe e que nada havia sido resolvido pois a mais velha ainda achava que aquele relacionamento era loucura e com certeza a frase que cortou o coração do outro "eu nunca vou te perdoar", ele nem mesmo estava indo atrás do perdão, mas, apenas de compreensão. Compreensão essa que a partir daquela nada alegre conversa ele sabia que não teria.
Já esperava a resposta como aquela, bom, na verdade, ele já tinha aquela resposta, desde o primeiro "você me dá nojo" que a mãe soltou ao saber do relacionamento, resposta essa que estava guardada bem fundo, num lugar onde não conseguisse ser lembrada. Mas, mesmo que a decepção doesse muito não iria se sentir triste, ao menos não 100% triste, afinal aquilo era impossível tendo as pessoas que amava ao seu lado para o apoiar, lhe amar e encher de carinhos e beijinhos o quanto fosse necessário, assim como aconteceu durante o fim daquele dia e no domingo também.
E aquele dia só serviu para mostrar que o problema não são os vizinhos bonitões e nem as famílias tradicionais que não entendem o amor. O problema mesmo, são os modelos que não sabem seguir os contratos.
Mas, se aquela história de que no amor vale tudo, então, tudo bem.
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