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História Problemas: a história de uma emo - Lembranças


Escrita por: _-Jotta-_

Notas do Autor


Adivinhem quem voltou de um labirinto de buracos negros! Isso mesmo, eu! Estou trazendo aqui mas um capítulo dessa fic que vcs amam! ( ˘ ³˘)♥ Boa leitura!

Capítulo 25 - Lembranças


Thiago on

Hoje faz exatamente três anos da morte do meu irmão mais velho Leandro. Nossa, parece que foi ontem, quando estávamos brigando pelo controle da TV, quando a gente disputava por chocolate e colecionava brinquedos antigos. Me aperta o coração quando entro no quarto do meu irmão e ele não está lá, mas ao mesmo tempo me vem nossas lembranças e eu sorrio. É nostálgico. Observei bem ao meu redor, dona Pietra não residia por perto. Respirei fundo e adentrei no quarto fechando a porta devagar logo em seguida. Eu ainda o via brincando com um dos seus amigos por telefone e depois desligava na cara do mesmo indo jogar vídeo game comigo. O sonho dele era zerar a maior quantidade de jogos possíveis, além de um dia ser um grande designer de games de luta e viajar pelo mundo tendo tantas aventuras quanto num RPG. Eu nunca duvidei dele.

Thiago- Ah, ganhei! -comemorei sorrindo- Bem, estava fácil! -me dei o direito de soar meio convencido, para me lembrar dos velhos tempo.

Pedro- Deve está fácil mesmo -meu pai entrou no quarto me assustando-, afinal, ninguém é um rival à altura do meu filhote! -disse se aproximando de mim e bagunçando meus cabelos me fazendo rir.

Thiago- Para, pai! -ele parou.

Pedro- Okay, okay. Mas me fala, vai levar o quê de presente pro seu irmão?

Era verdade, todo ano eu levo algo ao túmulo do meu irmão, mas não tenho a mínima ideia do que o presentearia hoje… No último ano coloquei um poster do anime preferido dele ao lado do túmulo... Lembro quando ele "parou" de ser um otaku pra entrar na nova turminha de "amigos".

Thiago- Acho que vou ter que pedir ajuda aos meus amigos. -ponderei.

Pedro- Claro. Então, tenho algo para ti -remexeu no bolso e tirou um cordão preto com um medalhão de prata, nele desenhado a rosa dos ventos e embaixo dela uma pena também de prata-, espero que goste! -me entregou e saiu do quarto.

A rosa dos ventos era o símbolo preferido do Leandro, ele dizia que ela representava o seu objetivo de desvendar o mundo através de aventuras. Me permiti a chorar um pouco e lamentar a perda de alguém importante.

_-No fim de um dia de aula irritante-_

Beatriz- Que chaaato! -prolongou a palavra "chato" para que pudesse definir o quanto o dia realmente fora.

Igor- Isso porque hoje só foi metade das aulas normais!

Luany- Imagina se a professora não tivesse reunião hoje! -acrescentou.

Beatriz- Não! Pelo amor de Deus! Eu não quero pensar nessas possibilidades! -fez drama e Igor revirou os olhos.

Eu estava indo mais atrás rindo da situação deles, hoje me encontrava meio alheio à vida, ainda pensando em quê eu compraria e se seria algo apenas para o túmulo ou para o cemitério, o mesmo fica um pouco longe daqui mas não demora pra chegar. Descendo das nuvens me encontrei com o olhar curioso da minha linda Luany. Dei um sorriso de lado.

Thiago- O que foi, Lu?

Luany- Você está muito quieto hoje. -indagou calmamente- Aconteceu alguma coisa? -Igor e Bia resolveram prestar atenção na conversa.

Thiago- Bem -passo uma das mãos no meu cabelo-, eu tô precisando de umas dicas.

Beatriz- Opa que eu sou a melhor pessoa pra isso! -se ofereceu.

Thiago- Tá, então… O que você daria a uma pessoa morta? -joguei a pergunta. Eles me olharam como se eu tivesse dito que a Terra era plana!

Se instalou um silêncio por poucos segundos, eles pareceram pensativos... Mas me responderam.

Beatriz- Uma miniatura de carro!

Luany- Um livro.

Igor- Uma câmera de vídeo...

Eu pensei que eles iriam me chamar de louco, estranho, ou algo do tipo, mas vejo que eles são tão esquisitos quanto eu!

Thiago- E por que dariam essas coisas? -digo em meio a uma risada e voltamos a caminhar, desta vez, lado a lado.

Beatriz- Porque ele era um tarado por carros! -sorriu.

Luany- Porque era o hobbie da minha mãe! -também sorriu.

Igor- Porque minha avó tinha uma coleção de fitas, todas em vídeo! -no fim, todos sorriram nostálgicos, até eu. Lembrar faz parte, por mais que doa, por mais que um dia as memórias fujam, relembrar é viver. E viver, talvez, não seja tão ruim assim.

Luany- Mas, por que a pergunta? -quis saber.

Thiago- Quero dar uma coisa ao meu irmão, Leandro, mas não sei o que dar...

Igor- Dê algo que te lembre ele, ou que lembre você…

Thiago- Ele gostava de aventuras, de explorar lugares e sabores. Até demais! -suspirei.

Beatriz- Eu conheço uma lojinha que vende objetos de decoração que são importados… É um pouco caro -avisou-, mas tem acessórios que são mais baratos.

Luany- A gente pode te ajudar a escolher! -entrelaçou suas mãos nas minhas.

Thiago- Obrigado! -beijei sua testa.

Beatriz- Então vamos nessa, casalzinho que eu amo! -ela começou a caminhar na nossa frente, animada.

Andamos por meia hora e chegamos a uma rua bem movimentada, com bastante lojas. Houve uma vez ou outra que quase nos perdemos de vista, era desconfortável estar no meio de toda aquela gente, mas também estava sendo divertido, podíamos considerar que isto já era um encontro entre amigos! Nós encontramos a tal lojinha, era pequena, mas aconchegante, estava quase vazia de pessoas, mas cheia de artefatos interessantes!

Beatriz- Olha, não é uma gracinha? -perguntou retoricamente.

Olhamos prateleira por prateleira e fomos nos encantando, parecíamos crianças numa sorveteria. No fim, decidimos comprar uma flor que ficava dentro de um recipiente de vidro, media uns dez centímetros, a vendedora disse que o objeto tinha vindo do Canadá.

Beatriz- Pode colocar na minha conta, Aninha -disse para a vendedora e depois se voltou para mim-. É um presente meu, pra você!

Thiago- O quê?! Não, não posso aceitar!

Beatriz- Óbvio que você pode! Aliás, não é um presente, estou te agradecendo! Você me deu uma ideia pra me aproximar de uma pessoa que está me fazendo falta -se direcionou a uma prateleira e tentou pegar uma miniatura de um carro antigo, mas, estava um pouco alto pra ela então foi o Igor quem pegou e lhe deu-. Obrigada! -agradeceu ao Igor meio envergonhada- Aninha, vou levar este também!

A vendedora assentiu e colocou cada compra em uma sacola pequena com a logo da loja. Novamente, a anã ruiva foi na nossa frente nos guiando de volta as ruas que nós já conhecemos.

Luany- Eu vou pra casa tomar um banho, a gente pode se encontrar na frente da minha casa pra pegar caminho pro cemitério -sugeriu.

Thiago- É uma boa ideia, tô precisando de um banho! E vocês, o que acham? -perguntei ao outro casal, que se entreolharam e depois se voltaram para nós.

Beatriz- Bem…

Igor- Estamos de castigo, da escola pra casa, da casa pra escola -explicou-. Se demorarmos nossos pais nos matam!

Luany- E o que vocês fizeram dessa vez?

Beatriz- Nada, eles que exageram! -a olhamos, incrédulos- Mas então, a gente não precisa voltar pra casa -sorriu sapeca-, eu posso tomar banho na casa da Luany e o Igor na casa do Thiago!

Era uma ideia maluca, daria certo, se eu não tivesse um problema chamado dona Pietra na minha casa! Além de que é uma sugestão um pouco invasiva, mas fazer o quê? Essa é a Bia.

Igor- Você está louca? Duvido que a roupa da Luany caiba em você! -Bia deu a língua como resposta.

Beatriz- Eu visto o uniforme, mesmo. Depois do cemitério quero ir direto pra casa, não daria tempo de voltar aqui, trocar de roupa de novo e finalmente voltar pra casa! Você deveria fazer o mesmo! -o moreno deu de ombros.

Acabamos por seguir o plano da anã. Não vi se Pietra estava em casa ou não, fiz questão de atravessar a sala o mais rápido possível e puxando Igor até o meu quarto, o mesmo conseguiu dar "boa tarde" para aqueles que residiam na sala. Tão rápido quanto entramos, saímos de encontro com as garotas que também não tardaram a ficarem prontas e seguimos ao cemitério, estava um crepúsculo muito bonito.

***

Beatriz- Leandro Rossetti -leu na placa de mármore-. Você tem descendência italiana, Thiago?

Thiago- Tenho.

Luany- Legal!

Me aproximei do túmulo e depositei a rosa ao lado da foto do meu irmão. Eu me sentia mais próximo a ele naquela data. As nossas últimas memórias surgiram na minha mente. Sorri e deixei as lágrimas de saudade correrem livres pelo meu rosto. Pra mim a perda era recente, mas já se faziam três anos! Eu já estava me acostumando, lembrar ainda dói, mas eu me recuso a me esquecer de momentos que significaram tanto para mim! Senti os braços finos de Luany me abraçarem por trás e encostar sua cabeça no meu ombro, deitei minha cabeça sobre a dela e ficamos assim por um tempo.



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